“Bebida é água/ comida é pasto/ você tem sede de quê?/ você tem fome de quê?/ A gente não quer só comida/ A gente quer comida, diversão e arte/ (...) / A gente quer saída para qualquer parte/ (...)/ (...) / (...)/ (...)/ (...)/ A gente quer prazer para aliviar a dor/ (...)/ A gente não quer só dinheiro/ a gente quer dinheiro e felicidade/ (...)/ a gente quer inteiro e não pela metade”. (Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto. Comida. Faixa do disco dos Titãs Jesus não tem dentes no país dos banguelas, de 1987.). Essa música expressa os desejos da juventude brasileira, que vem se constituindo como ator político relevante na história do país, nas últimas décadas. Assinale a alternativa que NÃO contempla movimentos e formas de luta protagonizadas por jovens no Brasil:

Resposta: Alternativa E

Tema central: a questão trata da atuação da juventude brasileira como ator político e social nas últimas décadas. É preciso reconhecer formas variadas de mobilização juvenil — desde a luta estudantil nos anos 1960, a resistência à ditadura, até protestos recentes organizados por redes sociais — e identificar qual alternativa apresenta uma afirmação incompatível com a realidade histórica.

Resumo teórico: a juventude não é homogênea; pode atuar como coletivo organizado (UNE, movimentos estudantis), como geração de protesto em momentos concretos (Diretas Já, movimento dos cara‑pintadas) e como público que usa mídias digitais para mobilização. Movimentos juvenis combinam reivindicações sociais, culturais e políticas, e sua participação varia conforme região, classe e conjuntura.

Justificativa da alternativa correta (E): a alternativa E afirma que a juventude brasileira "foi historicamente passiva" e "jamais foi às ruas". Isso contradiz ampla evidência histórica: estudantes organizaram-se na UNE, jovens combateram a ditadura (inclusive com ações armadas por parcela), participaram das grandes mobilizações por Diretas Já e, em 1992, os jovens cara‑pintadas foram centrais nas ruas pedindo o impeachment de Collor. Nos anos recentes, as redes sociais potencializaram a mobilização juvenil em torno de causas ambientais, contra o racismo e pela democracia. Portanto a afirmação é falsa e é a alternativa que NÃO contempla movimentos reais — razão pela qual é a resposta pedida.

Análise das alternativas incorretas:

A: Correta. UNE e a militância estudantil dos anos 1960/70 são bem documentadas; parte da juventude participou da oposição à ditadura, inclusive em ações armadas e Resistência.

B: Correta. Hoje as redes sociais são ferramentas centrais para convocação e denúncia; mobilizações ambientais, antirracistas e por direitos humanos têm forte participação juvenil.

C: Correta. A juventude é diversa: muitos não se engajam politicamente, o que torna a afirmação plausível e verdadeira.

D: Correta. Os cara‑pintadas de 1992 foram decisivos nas manifestações que pressionaram pelo impeachment/afastamento do presidente Collor.

Dica de prova: identifique palavras absolutas ("jamais", "sempre") e confronte com exemplos históricos. Busque lembrar movimentos concretos (UNE, Diretas Já, cara‑pintadas, mobilizações digitais) para testar veracidade das afirmações.

Fontes e leitura recomendada: estudos sobre movimentos sociais e juventude no Brasil, acervos jornalísticos sobre o período da ditadura e o processo de 1992, e literatura acadêmica sobre cultura política juvenil. Consulte também materiais de História do Brasil contemporâneo em bibliotecas e arquivos nacionais.

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