Um dos traços que caracterizou o
Renascimento europeu foi o desenvolvimento
das línguas vernáculas modernas, que
gradualmente foram substituindo o latim como
língua da ciência, da literatura, do direito e da
religião.
Uma das características do período renascentista
na Europa é o desenvolvimento da moderna ciência
da natureza. Em oposição ao saber com base na
autoridade da tradição, seja de fundo político ou de
fundo teológico, a ciência e a filosofia modernas
visam a justificar a verdade do conhecimento com
base no exame racional da realidade, submetendo
suas observações à experimentação. Esse novo
ideal de racionalidade subjetiva, ao alcance de
todos os indivíduos, promoveu mudanças não
apenas na ciência, mas também em campos como
a política e a religião. Sobre as transformações
ocorridas a partir do Renascimento, assinale o que
for correto.
Gabarito comentado
Alternativa correta: C — Certo
Tema central: o enunciado trata da vernacularização cultural no Renascimento — ou seja, o processo pelo qual as línguas nacionais substituíram progressivamente o latim como meio de expressão na ciência, literatura, direito e religião. Compreender esse tema exige relacionar mudanças tecnológicas (imprensa), culturais (humanismo) e religiosas (Reforma) que ampliaram o acesso ao saber.
Resumo teórico e justificativa: a partir do final da Idade Média e no Renascimento houve crescente valorização do indivíduo e do conhecimento acessível. A imprensa de Gutenberg (séc. XV) facilitou a difusão de textos em línguas locais; humanistas como Dante já defendiam o uso do vernáculo (De vulgari eloquentia). Exemplos decisivos: a tradução da Bíblia por Martim Lutero (Novo Testamento em alemão, 1522) e obras científicas e literárias escritas em línguas nacionais — por exemplo, a preferência de vários autores científicos e ensaístas em traduzir ou redigir em idiomas vernáculos para alcançar público mais amplo (Galileu publicou obras em italiano; Bacon escreveu em inglês). Assim, o latim deixou de ser o único registro culto: as línguas vernáculas ganharam espaço crescente na ciência, na literatura, no direito e na prática religiosa.
Observação conceitual importante: isso não significa desaparecimento imediato do latim — ele permaneceu como língua erudita por séculos —, mas confirma o movimento histórico de substituição gradual indicado na afirmação. Para aprofundar, consulte introduções sobre o Renascimento e a história das mentalidades, por exemplo Peter Burke, The Renaissance (introdução geral) e estudos sobre a Reforma e a imprensa.
Estratégia de prova: ao enfrentar afirmações históricas, busque evidências concretas (ex.: datas de traduções, autores e o papel da imprensa) e atente para o termo “gradualmente”: ele indica processo, não ruptura imediata — sinal de alternativa historicamente correta.
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