A respeito da natureza e funções concernentes às atividades artísticas no decorrer da História das artes, pode-se afirmar:

Platão discursa em sua obra Arte Poética sobre o papel pedagógico das artes, observando o poder de purificação espiritual da tragédia através da catarse.

Hegel concebe a arte como a última etapa da vida consciente do Espírito, as primeiras e mais importantes são a Religião e a Filosofia.

A partir do Romantismo, a arte passa a ser vista como imitação: a arte imita a natureza.

Segundo Kant, o poder pedagógico da arte consiste em produzir o sentimento do sublime, ou seja, fazer com que nosso espírito se eleve diante da beleza.

Gabarito comentado

Manuela Cardoso Monitor do Qconcursos

Alternativa correta: D

Tema central: trata-se da função pedagógica da arte ao longo da História das Artes — saber relacionar autores, obras e conceitos-chave (Platão, Aristóteles, Kant, Hegel, Romantismo) é essencial para resolver a questão.

Resumo teórico sucinto: - Platão e Aristóteles tratam da mimesis e da influência moral/psicológica da arte (leia República e Poética). - O Romantismo valoriza a expressão subjetiva e a originalidade, não a mera imitação da natureza. - Hegel vê a arte como uma das formas de manifestação do Espírito, mas situa a filosofia como estágio superior da autoconsciência. - Kant (Crítica do Juízo, 1790) distingue Belo e Sublime; o sublime provoca uma elevação reflexiva do espírito e está ligado à noção de vocação moral — aqui reside a função pedagógica apontada na alternativa D.

Por que D está certa: Kant atribui à experiência do sublime um efeito educativo: diante do sublime, somos confrontados com a limitação sensível e, ao superá‑la intelectualmente, sentimos uma elevação do espírito que remete à razão prática e à liberdade. Assim, afirmar que a arte pode produzir o sentimento do sublime que eleva o espírito está em conformidade com a teoria kantiana.

Análise das incorretas: - A: incorreta — confunde autores. A ideia de catarse é de Aristóteles (Poética). Platão, ao contrário, desconfia da poesia e da mimesis (República). - B: incorreta — inverte a sequência hegeliana. Para Hegel, a arte é uma forma histórica do Espírito que tende a ser superada; a filosofia ocupa posição superior, não a arte como “última etapa”. - C: incorreta — o Romantismo não revalorizou a arte como simples imitação da natureza; ao contrário, enfatizou expressão, originalidade e subjetividade.

Estratégias para provas: verifique autoria/obra, busque termos anacrônicos ou inversões de sequência (ex.: “última etapa” vs “primeira”), e identifique se uma escola valoriza mimesis ou expressão. Essas checagens rápidas descartam alternativas que parecem plausíveis mas trocam conceitos centrais.

Referências rápidas: Platão, República; Aristóteles, Poética; I. Kant, Crítica do Juízo; Hegel, Estética (Aulas).

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