O Deus dos hebreus já existia entre grupos nômades politeístas, com os mesmos nomes adotados no
Judaísmo.
Gabarito comentado
Alternativa correta: C — certo
Tema central: origem e continuidade dos nomes divinos no contexto do Antigo Oriente Próximo — entender que os nomes de Deus no judaísmo (por exemplo, El, Elohim, YHWH/Yahweh) têm antecedentes em tradições semíticas e entre grupos nômades/campestres, resistência à ideia de criação totalmente original e isolada.
Resumo teórico: A religião israelita emergiu dentro do pano de fundo semita do 2.º e 1.º milênio a.C. "El" aparece como o nome do deus chefe em textos ugaríticos (Ras Shamra) e é um termo semítico que significa “divindade” ou “chefe do panteão”. "Elohim" é uma forma plural de “el/Deus” usada na língua hebraica. O nome YHWH (Yahweh) tem vestígios extrabíblicos associados a grupos beduínicos do sul (referido em inscrições egípcias como os "Shasu of Yhw…"), sugerindo culto pré-israelita entre povos nômades ou de fronteira. A tradição israelita reelaborou e centralizou essas figuras, levando à forma monoteísta do Judaísmo.
Evidências e fontes: Textos ugaríticos (Ras Shamra) mostram El e Baal; inscrições egípcias indicam grupos "Shasu" ligados a um nome como YHW; estudos acadêmicos que tratam desse quadro incluem Mark S. Smith, "The Early History of God" (1990/2002) e John Day, "Yahweh and the Gods of Canaan" (2000). Ver também K. van der Toorn sobre religião familiar e contextos semíticos.
Justificativa da resposta: A afirmação é correta porque há continuidade onomástica e cultual entre as religiões semíticas antigas e o que viria a ser o Judaísmo. Os nomes divinos eram compartilhados ou adaptados por diferentes grupos (sedentários e nômades) na região; portanto, não surgiram do nada dentro do Judaísmo, mas foram integrados e reinterpretados.
Dica prática para provas: ao encontrar afirmações sobre "origem de nomes religiosos", busque referências arqueológicas (inscrições, textos de Ugarit, fontes egípcias) e estudos comparativos — isso ajuda a distinguir continuidade cultural de invenção posterior.
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