De acordo com as interpretações marxistas, uma característica central do modo de produção asiático é a exploração estatal das comunidades coletivas produtoras.

Resposta: Certo (C)

Tema central: o enunciado aborda o modo de produção asiático na tradição marxista — conceito usado para explicar formas específicas de organização econômica e social em sociedades pré-capitalistas, em que o Estado desempenha papel determinante na apropriação do excedente produzido por comunidades coletivas.

Resumo teórico: na leitura marxista, o modo de produção asiático caracteriza-se por: propriedade coletiva da terra (não há pequena propriedade capitalista dominante), mecanismos agrícolas intensivos ligados a grandes obras públicas (irrigação), e, sobretudo, por um Estado centralizado que extrai o excedente por tributos, corvéia ou controle direto da produção. Diferente do feudalismo, onde o senhor local apropria-se do trabalho servil, aqui a apropriação é realizada por uma burocracia estatal que monopoliza a redistribuição e a mobilização do trabalho (ver debates em Marx/Engels e estudos posteriores).

Por que a alternativa é certa: o enunciado identifica corretamente a ideia-chave: para intérpretes marxistas clássicos e posteriores, a exploração estatal das comunidades produtivas é uma marca do modo de produção asiático. Exemplos citados por autores são antigas estruturas do Egito, China e certas regiões da Índia, onde grandes sistemas hidráulicos e um aparelho burocrático central coletavam o excedente das comunidades camponesas.

Referências e leituras úteis: textos e debates marxistas nas anotações de Karl Marx (p.ex. Grundrisse e contribuições sobre formações sociais), correspondência e escritos de Engels; Karl Wittfogel, Oriental Despotism (sobre o papel do Estado e a irrigação); Maurice Godelier (análises antropológicas e marxistas contemporâneas).

Dica de prova: ao ver a expressão “segundo interpretações marxistas”, associe imediatamente a categorias clássicas (modo de produção, apropriação do excedente, papel do Estado). Isso evita confundir com feudalismo ou escravidão, que têm mecanismos de apropriação distintos.

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