O processo de institucionalização da História no Brasil teve em Francisco Adolfo de Varnhagen e em
Capistrano de Abreu dois dos seus principais representantes, o primeiro sendo a síntese do pensamento
historiográfico produzido no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e o segundo situando‑se
no ponto de transição entre a historiografia do IHGB e a historiografia universitária.
Gabarito comentado
Alternativa correta: C — Certo
1. Tema central: trata-se da institucionalização da História no Brasil — como a profissão e o discurso histórico se organizaram institucionalmente no século XIX e início do XX. É necessário conhecer o papel do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e as trajetórias intelectuais de Francisco Adolfo de Varnhagen e Capistrano de Abreu.
2. Resumo teórico: o IHGB (fundado em 1838) foi o principal espaço de produção histórica no Brasil imperial, promovendo uma historiografia voltada à legitimação nacional e ao Estado. Francisco Adolfo de Varnhagen (1816–1878) representa essa tradição: narrativa erudita, foco político‑diplomático e ênfase em documentos oficiais (ver História Geral do Brasil). Capistrano de Abreu (1853–1927) introduz práticas mais críticas e regionalistas, aproximando-se dos métodos que viriam a caracterizar a historiografia universitária no começo do século XX (Capítulos de História Colonial).
3. Fontes relevantes: obras dos próprios autores (Varnhagen; Capistrano de Abreu), e sínteses historiográficas como Boris Fausto (História do Brasil) que discutem o papel do IHGB e a transição para a historiografia acadêmica.
4. Justificativa da resposta: afirmar que Varnhagen sintetiza o pensamento produzido no IHGB é correto: ele encarna a perspectiva institucional do Instituto — erudição, foco nos documentos estatais e projeto de construção da narrativa nacional. Dizer que Capistrano se situa no ponto de transição também é correto: sua atenção às fontes locais, à crítica de documentos e ao enquadramento socioeconômico sinaliza a mudança de uma historiografia institucional para uma historiografia mais crítica e acadêmica, típica das faculdades e dos métodos universitários do início do século XX.
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