Seja eu,
Seja eu
Deixa que eu seja eu.
E aceita
O que seja seu.
Então deita e aceita eu.
Molha eu,
Seca eu,
Deixa que eu seja o céu.
E receba
O que seja seu.
Anoiteça e amanheça eu.
ANTUNES, A.; LINDSAY, A.; MONTE, M. Mais. Rio de Janeiro: EMI-Odeon, 1991 (fragmento).
Nos trechos “Então deita e aceita eu/ Molha eu,/ Seca eu”, nota-se aspectos de uma variedade
linguística que foi utilizada na canção como recurso para caracterizar um(a
Seja eu,
Seja eu
Deixa que eu seja eu.
E aceita
O que seja seu.
Então deita e aceita eu.
Molha eu,
Seca eu,
Deixa que eu seja o céu.
E receba
O que seja seu.
Anoiteça e amanheça eu.
ANTUNES, A.; LINDSAY, A.; MONTE, M. Mais. Rio de Janeiro: EMI-Odeon, 1991 (fragmento).
Nos trechos “Então deita e aceita eu/ Molha eu,/ Seca eu”, nota-se aspectos de uma variedade linguística que foi utilizada na canção como recurso para caracterizar um(a
Gabarito comentado
Tema central: Interpretação de texto com foco em variedade linguística e usos estilísticos para expressar afetividade.
No trecho analisado, observamos construções como “aceita eu”, “molha eu”, “seca eu”. Segundo a norma-padrão da Língua Portuguesa (Gramática Normativa da Língua Portuguesa – Evanildo Bechara), o pronome pessoal reto “eu” deve ser usado apenas como sujeito. Quando exerce função de objeto direto, o correto seria o pronome oblíquo “me” (“aceita-me”, “molha-me”). No entanto, na linguagem coloquial e em textos poéticos ou musicais, esse uso é muito comum como recurso expressivo.
Justificativa da alternativa correta (B): forma carinhosa típica de relações afetivas
A alternativa B está correta porque a canção utiliza intencionalmente uma variação da linguagem afetiva, aproximando o falante do interlocutor. O “erro” gramatical é estilístico: ele serve para marcar proximidade, intimidade e carinho. Segundo autores como Celso Cunha & Lindley Cintra, certos desvios da norma culta são frequentes na oralidade para criar efeitos de sentido, especialmente em contextos emocionais ou íntimos.
Análise das alternativas incorretas:
A) argumento em favor do amor entre duas pessoas: Embora exista temática amorosa, o foco da questão é o recurso linguístico, não o argumento. A construção não objetiva convencer, mas criar vínculo afetivo.
C) ordem para que se deixe alguém em paz: Não há, nas frases, nenhuma indicação de afastamento ou de pedidos para “deixar em paz”. Pelo contrário, há convite à aproximação.
D) pedido para que se mantenha algo em ordem: Não existe, no texto, solicitação por ordem ou organização de situações; trata-se de relação de afeto e entrega.
Dica para provas: Fique atento quando a questão mencionar “variedade linguística”, “recurso expressivo” ou “caracterização de relações”: normalmente, está buscando justamente o efeito causado pelo desvio da norma-padrão, e não apenas a correção gramatical.
Portanto, o uso de “eu” como objeto direto expressa afeto, proximidade e informalidade, típico de contextos carinhosos.
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