A filosofia grega está dividida em dois períodos, antes e depois
de Sócrates. Embora ele não tenha deixado nenhum escrito,
seus ensinamentos são estudados até os tempos atuais.
A alternativa em que se registra uma afirmativa referente a esse
filósofo é a
Gabarito comentado
Resposta correta: E
Tema central: trata-se da compreensão dos métodos socráticos — ironia e maiêutica — e do papel deles como ferramentas de investigação filosófica. Conhecimento básico necessário: leitura de Platão (Apologia, Mênon) e noções sobre o elenchus socrático.
Resumo teórico: - Ironia socrática: estratégia em que Sócrates finge ignorância para levar o interlocutor a explicitar suas opiniões, revelar contradições e se autoexaminar. (Ver: Platão, Apologia). - Maiêutica: método de “parteira intelectual” — através de perguntas guiadas, o saber é “trazido à tona” do interlocutor, não imposto como dogma (ex.: Mênon). Ambas compõem o método crítico de investigação socrática (elenchus), voltado para a busca da verdade e da clareza conceitual.
Justificativa da alternativa E: E afirma que ironia e maiêutica são metodologias de investigação, exatamente o que evidenciam os diálogos platônicos: funções complementares no exame crítico das opiniões alheias e na descoberta de conhecimentos. Logo, E está correta.
Análise das incorretas: - A: diz que a ironia visa a “parturição de ideias metafísicas e irreais” — incorreto; a ironia socrática busca expor contradições e suscitar reflexão, não promover metafísica fantasiosa. - B: classifica a maiêutica como “argumentos falaciosos e desprovidos de intencionalidade da verdade” — errado: a maiêutica tem intenção epistemológica clara: revelar e testar crenças em busca da verdade. - C: afirma que ambas são “engodo epistemológico substancial” — exagero e distorção; método socrático visa clarificação crítica, não fraude sistemática. - D: afirma que a maiêutica tenta estabelecer dogmas irrefutáveis — oposto do que ocorre: ela provoca dúvida e autoexame, sendo anti-dogmática.
Dica de prova: fique atento a termos absolutos (sempre/irrefutável/engodo) e à inversão de sentidos (maiêutica = dogma? não). Relacione palavras-chave do enunciado com definições clássicas (Platão, Xenofonte).
Fontes recomendadas para aprofundar: Platão — Apologia e Mênon; Xenofonte — Memórias de Sócrates; Guthrie, A. — A History of Greek Philosophy.
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