Alguns anos após a Revolução Cubana, o argumento do
"perigo vermelho" foi usado, por parte da imprensa brasileira, para apoiar o Golpe de 1964. Entre as razões
alegadas para a derrubada do governo de João Goulart,
pode-se encontrar
Considere o texto abaixo.
A década de 1960 também representou um período de grande renovação no âmbito da literatura latino-americana. Foram os
chamados anos do boom, quando uma safra de escritores ganhou projeção internacional, especialmente em virtude de obras que
exploram o gênero do realismo mágico (...) A Revolução Cubana, sobretudo em seus primeiros tempos, irradiou ideais e conquistou
simpatias (...)
(PRADO, Maria Ligia e PELLEGRINO, Gabriela. História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2014, p. 192; 194)
Considere o texto abaixo.
A década de 1960 também representou um período de grande renovação no âmbito da literatura latino-americana. Foram os chamados anos do boom, quando uma safra de escritores ganhou projeção internacional, especialmente em virtude de obras que exploram o gênero do realismo mágico (...) A Revolução Cubana, sobretudo em seus primeiros tempos, irradiou ideais e conquistou simpatias (...)
(PRADO, Maria Ligia e PELLEGRINO, Gabriela. História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2014, p. 192; 194)
Gabarito comentado
Tema central: A questão aborda as justificativas utilizadas pelos setores conservadores brasileiros para apoiar o Golpe de 1964, relacionando com o contexto político, econômico e social do governo de João Goulart e o medo do avanço comunista após a Revolução Cubana.
Explicação do tema: Durante o início dos anos 1960, o Brasil enfrentava crises econômicas (inflação, estagnação), amplas mobilizações populares e propostas das “Reformas de Base” por João Goulart — alterações profundas em setores como educação, política e distribuição de terras. Esse contexto, aliado a manifestações populares de apoio às reformas (exemplo: Comício da Central do Brasil), assustou parte da elite, mídia e militares, que passaram a associar o governo a uma ameaça comunista, invocando o chamado “perigo vermelho” para justificar uma intervenção.
Análise da alternativa correta:
D) A alternativa D está correta porque reúne exatamente os principais argumentos utilizados para legitimar o golpe: denúncia de desordem social (visível nas manifestações), acusação de alinhamento com o bloco socialista e temor de insurreição popular devido à crise econômica real. Esses pontos refletem os discursos oficiais e da mídia da época, baseando-se mais em temores e suposições do que em fatos consumados.
Análise das incorretas:
A) Exagera o efeito das Reformas de Base e do papel de Leonel Brizola; esses argumentos não eram centrais no discurso do golpe.
B) Destaca corrupção e legitimidade eleitoral, mas Goulart era legalmente presidente e a corrupção não foi o principal pretexto para o golpe.
C) Cita endividamento externo e aumento de salário mínimo; são questões econômicas reais, mas não foram as justificativas prioritárias para a deposição.
E) Afirma parlamentarismo e guerrilha urbana: João Goulart voltara ao presidencialismo após 1963, e não havia atuação de guerrilha urbana antes do golpe.
Dica de interpretação: Fique atento a alternativas que exageram ou deslocam causas: a imprensa e militares exploraram o medo do comunismo e da desordem, e não tanto falhas administrativas específicas ou corrupção.
Referências que ajudam: Obras como “História da América Latina” (Prado & Pellegrino), “1964: A Conquista do Estado” (R. Mota) e manuais de história para concursos reforçam que o discurso do golpe foi centrado no perigo comunista e na necessidade de restabelecer a ordem.
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