Karl Marx, ao afirmar, na Ideologia alemã, que não é
a história que anda com as pernas das ideias, mas as
ideias é que andam com as pernas da história, critica,
ao mesmo tempo, o idealismo e a concepção da
história de Hegel e dos neo-hegelianos.
Hegel criticou o inatismo, o empirismo e o kantismo.
Endereçou a todos a mesma crítica, a de não terem
compreendido o que há de mais fundamental e essencial à
razão: o fato de ela ser histórica. Com base nessa
afirmação, assinale o que for correto.
Gabarito comentado
Resposta: C — Certo
Tema central: A questão trata da relação entre a concepção hegeliana da razão como histórica e a crítica de Marx em A Ideologia Alemã, que inverte a prioridade entre ideia e história. É fundamental distinguir idealismo (ideias como motor da história) de materialismo histórico (condições materiais e práticas sociais como determinantes da consciência).
Resumo teórico: Hegel concebe a razão/espírito como um processo histórico em que a ideia realiza-se ao longo do tempo (Fenomenologia do Espírito; Filosofia do Direito). Os neo-hegelianos mantiveram essa ênfase histórica, mas preservando a primazia do espírito/idéia. Marx, em A Ideologia Alemã (1845–46), critica essa primazia idealista. Formula a famosa inversão: “não é a consciência dos homens que determina a sua existência social, mas, ao contrário, a sua existência social que determina a sua consciência.” Assim, para Marx as ideias “andam com as pernas da história”: são expressão das condições materiais e das relações sociais.
Justificativa da alternativa correta: A frase citada de Marx corresponde exatamente à sua crítica simultânea ao idealismo e à leitura hegeliana/neo-hegeliana da história. Portanto a afirmativa é correta: Marx critica tanto o idealismo quanto a concepção hegeliana da história ao colocar a base material (práticas produtivas e relações sociais) como determinante das ideias.
Dica de interpretação para concursos: Procure na assertiva o sentido de causalidade entre "ideias" e "história". Se a proposição atribui às ideias papel motor autônomo → tende a ser idealista (Hegel/neo-hegelianos). Se atribui primazia à realidade material/prática → é marxista. Frases como “consciência determina existência” ou sua inversa são pistas decisivas.
Fontes: Marx & Engels, A Ideologia Alemã (1845–46); Hegel, Fenomenologia do Espírito (1807) e Filosofia do Direito (1821).
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