Para Maquiavel, qualquer regime político, pouco
importa a forma e a origem que tiver, poderá ser
legítimo ou ilegítimo, pois o critério de avaliação que
mede a legitimidade ou ilegitimidade de um governo
é a liberdade.
Na Itália, a redescoberta das obras de pensadores da
cultura greco-romana, particularmente das antigas teorias
políticas, suscita um ideal político: o da liberdade
republicana contra o poder teológico-político dos papas e
imperadores. Com base na afirmação acima, assinale o
que for correto.
Gabarito comentado
Resposta: C — Certo
Tema central: trata-se da recuperação renascentista das teorias políticas clássicas e da mudança de critério legitimador: para Maquiavel, a autoridade não deriva de privilégios teológicos ou da genealogia, mas do desempenho político — sobretudo da capacidade de preservar a liberdade cívica e a estabilidade do Estado.
Resumo teórico progressivo: Maquiavel (Il Principe; Discorsi sopra la prima deca di Tito Livio) separa ética religiosa de análise política. Em vez de legitimidade baseada em origem divina ou tradição, avalia regimes pela eficácia em garantir a ordem, a segurança e — no caso das repúblicas — a liberdade dos cidadãos. Conceitos-chave: virtù (capacidade de ação política), fortuna (circunstâncias) e o fim prático da manutenção do Estado e das liberdades.
Por que a alternativa C está correta: A afirmação reflete a ideia maquiaveliana de que a legitimidade não é definida pela forma (monarquia, república) nem pela origem teológica, mas pela capacidade do governo de assegurar a liberdade pública e a continuidade do corpo político. Assim, qualquer regime pode ser considerado legítimo se cumprir esse critério prático — ou ilegítimo se o frustrar. Fontes: Il Principe (instrumentalidade política) e Discorsi (valorização da liberdade republicana).
Estrategia para prova: ao interpretar enunciados sobre Maquiavel, foque nas palavras que indicam critério de avaliação (ex.: "critério é a liberdade", "forma e origem pouco importam"). Evite leituras teleológicas ou religiosas — o autor é pragmático. Desconfie de alternativas que afirmem exclusividade de forma (só república) ou fonte divina da legitimidade.
Fonte principal recomendada: Maquiavel — Il Principe (1513) e Discorsi (1531); para contextualização, consulte comentários introdutórios de estudiosos como Quentin Skinner e Isaiah Berlin.
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