Questão 29e5f3bb-e0
Prova:FAG 2016
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Adjetivos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Analise as afirmações:


I. O texto 3 é construído com base nos elementos associados aos adjetivos PERMANENTE e PROVISÓRIO.
II. A relação lexical que se estabelece entre os adjetivos PERMANENTE e PROVISÓRIO é a de sinonímia.
III. Para a autora, um casamento que dura muito tempo (20 anos), mas chega ao fim, é provisório, e a crença de que o amor é permanente é uma ilusão à qual os seres humanos se agarram.


Assinale a alternativa correta:

Texto 3


O permanente e o provisório


    O casamento é permanente, o namoro é provisório. O amor é permanente, a paixão é provisória. Uma profissão é permanente, um emprego é provisório. Um endereço é permanente, uma estada é provisória. A arte é permanente, a tendência é provisória. De acordo? Nem eu.
    Um casamento que dura 20 anos é provisório. Não somos repetições de nós mesmos, a cada instante somos surpreendidos por novos pensamentos que nos chegam através da leitura, do cinema, da meditação. O que eu fui ontem e anteontem, já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem para agora, hoje é o meu dia, nenhum outro.
    Amor permanente... como a gente se agarra nessa ilusão. Pois se nem o amor por nós mesmos resiste tanto tempo sem umas reavaliações. [...]O amor se infiltra dentro de nós, mas seguem todos em movimento: você, o amor da sua vida e o que vocês sentem. Tudo pulsando independentemente, e passíveis de se desgarrar um do outro.
    Um endereço não é pra sempre, uma profissão pode ser jogada pela janela, [...] a arte passa por ciclos, e se tudo isso é soberano e tem valor supremo, é porque hoje acreditamos nisso, hoje somos superiores ao passado e ao futuro, agora é que nossa crença se estabiliza, a necessidade se manifesta, a vontade se impõe – até que o tempo vire.
MEDEIROS, Martha. Coisas da vida. Porto Alegre: L&PM, 2005. p. 39-40. (Fragmento).

A
Estão corretos apenas os itens I e II.
B
Estão corretos apenas os itens II e III.
C
Todos estão corretos.
D
Apenas o item I está correto.
E
Estão corretos apenas os itens I e III.

Gabarito comentado

A
Aurelio Castanho Mentor QconcursosMonitor do Qconcursos

Gabarito: E) Estão corretos apenas os itens I e III.

Tema central: Interpretação de Texto e Relações Semânticas (Antonímia)

Esta questão explora a interpretação de texto e a compreensão das relações semânticas, principalmente a antonímia — relação de oposição de sentido entre termos. É fundamental, nesse tipo de questão, ler atentamente para perceber não só o que está explícito, mas também analisar conceitos implícitos, além de reconhecer estratégias argumentativas do autor.

Análise da alternativa correta:

Item I: Correto. O texto baseia-se na contraposição dos adjetivos "permanente" e "provisório", aplicando-os a vários aspectos do cotidiano (casamento, amor, profissão, etc.). A autora utiliza o contraste para questionar a ideia de permanência. (Exemplo do texto: "O casamento é permanente, o namoro é provisório.")

Item III: Correto. Fica claro no texto que a autora considera um casamento longo, mas que termina, como provisório. Ela diz, inclusive, ser "ilusão" acreditar na permanência do amor, evidenciando um olhar crítico sobre os conceitos tradicionais de durabilidade afetiva. (Exemplo: “Amor permanente... como a gente se agarra nessa ilusão.”)

Análise da alternativa incorreta:

Item II: Errado. Segundo a semântica normativa (Cunha & Cintra, Bechara), “permanente” e “provisório” são antônimos — têm sentidos opostos e não de sinonímia. A sinonímia caracteriza palavras de significado semelhante, o que NÃO ocorre aqui.

Dicas de Estratégia: Sempre leia com atenção os adjetivos e relacione-os ao contexto do texto ao fazer questões de semântica. Pegadinhas usuais envolvem confundir relações semânticas, então revise sempre a diferença entre sinonímia (semelhança) e antonímia (oposição).

Referências: Cunha & Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo; Bechara, Moderna Gramática Portuguesa.

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