Leia atentamente as afirmativas a seguir, sobre os povos do Oriente Antigo.
I - As primeiras civilizações mesopotâmicas, como as sumérias e acadianas, ao invés de grandes
impérios, formaram um conjunto de cidades-estado autônomas como as de Asur, Uruk, Akad e
Lagash, até a centralização imposta por Sargão I.
II - Enquanto na Mesopotâmia predominava um teocentrismo baseado na crença de que os
governantes encarnavam o papel de deus-vivo, no Egito os governantes eram vistos como
humanos, mas que representavam a função de primeiro sacerdote.
III - Os governantes persas tinham o hábito de dividir as províncias conquistadas em satrápias,
entregues a funcionários da mais elevada confiança destes, o que provou ser eficiente para a
administração de um império de grandes dimensões.
IV - O monoteísmo foi uma criação exclusiva dos hebreus, ideia inédita até a adoção de uma
autoridade divina (Jeová) única a ser reverenciada, posteriormente copiada pelos egípcios que
cultuaram Aton.
Estão corretas apenas
Gabarito comentado
Alternativa correta: B — I e III
Tema central: povos do Oriente Antigo — organização política (cidades‑estado e impérios), formas de autoridade religiosa e administrativa (divinização do poder; satrapias) e a emergência do monoteísmo. Esse conteúdo exige atenção a conceitos-chave: cidade‑estado, império, divindade régia, satrapia, monoteísmo/henoteísmo.
Resumo teórico objetivo
I — Cidades‑estado na Mesopotâmia: As primeiras sociedades mesopotâmicas (sumérios, acadianos) eram organizadas em cidades‑estado independentes — Uruk, Lagash, Assur, Akad — até a centralização promovida por Sargão da Acádia (Sargão I/ Sargão, o Grande), que fundou o primeiro império regional.
III — Administração persa: Os persas achémenidas dividiram o império em satrápias governadas por sátrapas (governadores), sistema eficaz para controlar vastos territórios, combinado com caminhos e correios reais e certo grau de autonomia local.
Por que I e III estão corretas
I está correta porque descreve a transição de cidades‑estado para a centralização acádia sob Sargão, fato bem documentado em estudos sobre Mesopotâmia.
III está correta porque descreve com exatidão a prática persa de satrapias como instrumento administrativo eficiente.
Análise das alternativas incorretas
II — Incorreta: A afirmação inverte a realidade. Na Mesopotâmia o rei era normalmente representante do deus (e por vezes revestido de caráter divino), mas não havia diferença radical com o Egito: no Egito o faraó era considerado divino — encarnação do Horus e filho de Rá — e exerceu função religiosa e política como deus‑rei, não mero sacerdote humano.
IV — Incorreta: O monoteísmo não foi uma “invenção exclusiva” dos hebreus de modo imediato e linear. A religião israelita evoluiu para o monoteísmo; o caso de Aton (Akhenaton) foi uma experiência monoteísta/henoteísta egípcia isolada e posterior ao auge da religião hebraica enquanto tradição monoteísta consolidada — e não “cópia” simples. Logo, a afirmação exagera e simplifica a sequência histórica.
Estratégias para gabaritar questões assim
- Identifique termos absolutos (ex.: "exclusiva", "única") — exigem cuidado.
- Cheque definições: cidade‑estado vs império; monoteísmo vs henoteísmo/monolatria.
- Relacione fatos cronológicos — ex.: Sargão centraliza; persas desenvolvem sátrapas; Akhenaton é episódio específico.
Fontes indicadas: Encyclopaedia Britannica; Ian Shaw, The Oxford History of Ancient Egypt; Pierre Briant, From Cyrus to Alexander.
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