Questão 206f01fb-b7
Prova:UNICAMP 2024
Disciplina:Sociologia
Assunto:As cidades e os espaços urbanos, Cidadania e movimentos sociais

Texto 1


No final do século XIX, a escritora Charlotte Perkins Gilman observava a necessidade de reformas urbanas e habitacionais que combinassem a privacidade da família com a vida em coletivo. Ela defendia que grandes cidades fossem equipadas com conjuntos amplos de apartamentos que contariam com cozinhas comuns e com pessoas contratadas coletivamente pelas famílias para serviços domésticos. A atenção às crianças seria garantida por cuidadores profissionais e professores dentro das creches.
(Adaptado de GILMAN, C.P. Mulheres e economia. In: DAFLON, V.; SORJ, B. Clássicas do pensamento social. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, p.129-130, 2021.)


Texto 2


Quase um século depois, em 1996, o então presidente dos EUA Bill Clinton implementou reformas nas políticas de proteção social daquele país. Entre as mudanças, o Estado deixou de prover auxílio financeiro a mães pobres que criam os filhos sozinhas e essa responsabilidade passou para o pai biológico da criança. Essa reforma acentuou um vínculo social entre mulheres e homens, vínculo este que elas não necessariamente gostariam de manter. A reforma as tornou sobretudo dependentes economicamente deles.

(Adaptado de COOPER, M. Family values: between neoliberalism and the new social conservatism. New York: Zone Books, p. 67-68, 2017.)


Considerando os textos 1 e 2, é correto afirmar que os efeitos, para as relações sociais, das reformas neles descritas

A
são convergentes, pois fortalecem a importância, para a vida moderna, dos lares individualizados e das famílias biológicas. As reformas indicam a prevalência de ambos em relação ao Estado.
B
são divergentes, pois apenas a reforma descrita no texto 2 fortalece a autonomia das mães, por ampliar a responsabilidade dos pais biológicos e por desresponsabilizar o Estado.
C
são convergentes, pois facilitam o desenvolvimento da privacidade das famílias e ampliam a autonomia individual. Essas reformas favorecem o desenvolvimento da vida coletiva. 
D
são divergentes, pois apenas a reforma descrita no texto 1 desvincula, da responsabilidade das famílias e das mulheres, as tarefas de cuidado e de reprodução social da vida, vinculando-as também ao Estado.

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