Leia o texto a seguir:
A ciência consegue responder a todas as perguntas?
Entre os que pensavam que não estava o filósofo
Auguste Comte. Há mais de cem anos, ele deu o
seguinte exemplo de pergunta sem resposta: “De que são
feitas as estrelas?” E rapidamente provou-se que ele
estava errado. Mesmo antes de o século XIX acabar, os
astrônomos haviam descoberto uma maneira de
encontrar a resposta. Quando a luz de uma estrela passa
através de um prisma e se espalha num espectro, nós
vemos as cores que denunciam as diferentes substâncias
– oxigênio, sódio, carbono. As estrelas são feitas dos
mesmos tipos de átomos que encontramos na Terra.
Arthur C. Clarke disse uma vez: “Se um cientista idoso
declarar que algo é impossível, quase com certeza ele
estará errado”. Comte foi apenas um deles. (BROCKMAN, J.
& MATSON, K. As coisas são assim, p. 302. Adaptado.)
Coloque V para verdadeiro e F para falso nas
afirmativas a seguir, feitas a propósito de aspectos
diversos do texto:
( ) Em “as diferentes substâncias – oxigênio, sódio,
carbono”, o vocábulo “substâncias” se constitui
em uma hiperonímia.
( ) Em “As estrelas são feitas dos mesmos tipos de
átomos que encontramos na Terra.", o “que” tem
a função sintática de objeto direto.
( ) Em “E rapidamente provou-se que ele estava
errado”, o “se” é índice de indeterminação do
sujeito.
( ) No verbo “pensar” (“Entre os que pensavam”), o
elemento mórfico “va” é desinência modo-temporal, enquanto o “m” é desinência número-pessoal.
Assinale a alternativa que relaciona a sequência
CORRETA de V e F de cima para baixo:
Gabarito comentado
Tema central: A questão aborda interpretação textual aliada à gramática normativa, focando em semântica (hiperonímia), análise morfossintática (funções do “que” e do “se”), e morfologia verbal.
Alternativa correta: E) V – V – F – V
Análise detalhada das afirmativas:
1. (V) “Substâncias” é uma hiperonímia.
Regra: Hiperônimo é o termo amplo que engloba outros mais específicos (hipônimos). “Substâncias” abrange oxigênio, sódio e carbono, conforme ensina Bechara e as gramáticas de referência.
2. (V) “Que” funciona como objeto direto.
Explicação: O pronome relativo “que” refere-se a “tipos de átomos” e completa o sentido do verbo encontrar, que é transitivo direto: “encontramos os tipos de átomos”. Regra reafirmada por Cunha & Cintra.
3. (F) “Se” não é índice de indeterminação nesta frase.
Atenção: No trecho, “provou-se que ele estava errado”, o “se” introduz voz passiva sintética (partícula apassivadora), pois o verbo é transitivo direto. O índice de indeterminação do sujeito só ocorre com verbos intransitivos, transitivos indiretos ou de ligação na 3ª pessoa do singular. Fundamental não confundir! Pegadinha clássica de provas.
4. (V) Morfologia de “pensavam”.
Regra: O “va” indica o tempo/mode (pretérito imperfeito do indicativo) e o “m” marca terceira pessoa do plural. Exemplos: “falava” (eu, ele/ela), “falavam” (eles/elas).
Análise das alternativas incorretas:
- A, B, C, D: Todas divergem por atribuir valor falso a itens corretos ou vice-versa, especialmente não reconhecendo a função da partícula “se” e a análise precisa da estrutura verbal.
Dica de prova: Atente-se à relação entre termo genérico x específico (hiperonímia e hiponímia), observe sempre a ação do “que” dentro da oração e jamais confunda partícula apassivadora com índice de indeterminação do sujeito — pontos recorrentes e com muitas pegadinhas em concursos!
Referências:
BECHARA, Evanildo – Moderna Gramática Portuguesa.
CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley – Nova Gramática do Português Contemporâneo.
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