Esse texto está expresso em uma variante linguística fundamentada em um fator
Cuitelinho
Cheguei na beira do portoOnde as onda se espaiaAs garça dá meia voltaE senta na beira da praiaE o cuitelinho não gostaQue o botão de rosa caia ai ai
Ai quando eu vimda minha terraDespedi da parentaiaEu entrei no Mato GrossoDei em terras paraguaiasLá tinha revoluçãoEnfrentei fortes bataia ai ai
A tua saudade cortaComo aço de navaiaO coração fica aflitoBate uma a outra faiaE os óio se enche d’águaQue até a vista se atrapaia ai
(http://goo.gl/vsUiC. Acesso: 14/03/2013. Adaptado.)
Gabarito comentado
Tema central: Variação linguística, especificamente a variante geográfica (diatópica).
Comentário:
Ao analisar a canção "Cuitelinho", é perceptível o uso de formas linguísticas características de determinada região do Brasil. Expressões como “beira do porto”, “as onda se espaia”, “os óio se enche d’água” são marcadores de um dialeto regional e evidenciam como a fala local influencia o texto.
Pela norma culta, reconhecer os fatores que motivam as variações linguísticas é fundamental para compreender a questão. A variação geográfica, como apontam Cunha & Cintra (“Nova Gramática do Português Contemporâneo”), surge das diferenças linguísticas entre diferentes localidades. Isso inclui diferenças no vocabulário, na fonética e na construção das frases, formando os chamados dialetos regionais.
Alternativa C) Geográfico — correta:
O texto está estruturado na variante usada em regiões do Centro-Oeste, mais precisamente no Pantanal, refletindo a influência da localização dos falantes sobre o português utilizado. É a chamada variação diatópica — diferença da língua em razão da origem regional dos falantes.
Análise das alternativas incorretas:
A) Estilístico: Refere-se ao grau de formalidade/informalidade ou à escolha individual do autor, não à influência regional. O texto não se destaca pelo estilo, mas pela marca local.
B) Etário: Trata de diferenças de linguagem conforme a faixa etária (crianças, adolescentes, adultos, idosos); não se aplica ao fator regional.
D) Histórico: Relaciona-se à variação temporal da língua (mudança ao longo do tempo), não à diferença de região no mesmo período.
Dica de interpretação: Questões como essa exigem atenção a termos e construções fora do padrão da variante culta, geralmente motivados pelo modo de falar de determinada região. Busque, nos enunciados, pistas como termos regionais, pronúncias típicas e expressões locais para identificar a variação.
Resumo da regra: Segundo Evanildo Bechara (“Moderna Gramática”), a variação geográfica é uma das principais formas de variação linguística, manifestando-se por meio dos dialetos regionais.
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