Questõesde UFRGS 2016
Assinale a alternativa correta a respeito da vida e da obra do poeta português Fernando Pessoa.
Leia o poema abaixo, presente em Mensagem, de Fernando Pessoa.
Noite
A nau de um deles tinha-se perdido
No mar indefinido.
O segundo pediu licença ao Rei
De, na fé e na lei
Da descoberta, ir em procura
Do irmão no mar sem fim e a névoa escura.
Tempo foi. Nem primeiro nem segundo
Volveu do fim profundo
Do mar ignoto à pátria por quem dera
O enigma que fizera.
Então o terceiro a El-Rei rogou
Licença de os buscar, e El-Rei negou.
Como a um cativo, o ouvem a passar
Os servos do solar.
E, quando o veem, veem a figura
Da febre e da amargura,
Com fixos olhos rasos de ânsia
Fitando a proibida azul distância.
Senhor, os dois irmãos do nosso Nome
— O Poder e o Renome —
Ambos se foram pelo mar da idade
À tua eternidade;
E com eles de nós se foi
O que faz a alma poder ser de herói.
Queremos ir buscá-los, desta vil
Nossa prisão servil:
É a busca de quem somos, na distância
De nós; e, em febre de ânsia,
A Deus as mãos alçamos.
Mas Deus não dá licença que partamos.
Considere as seguintes afirmações sobre o poema e suas relações com o livro Mensagem.
I - As três primeiras estrofes estão relacionadas a um episódio real: a história dos irmãos Gaspar e
Miguel Corte Real que desapareceram em expedições marítimas, no início do século XVI, para
desespero do terceiro irmão, Vasco, que queria procurá-los, mas não obteve a autorização do
rei.
II - O sujeito lírico, na quarta e na quinta estrofes, assume a primeira pessoa do plural, sugerindo
que o drama individual dos irmãos pode representar um problema coletivo: a perda de poder e
renome de Portugal, perda esta já associada à difícil situação do país no início do século XX,
momento da escritura do poema.
III- O diagnóstico das perdas de Portugal está ausente em outros poemas de Mensagem, por
exemplo, Mar português, Autopsicografia e Nevoeiro, que apresentam a visão eufórica e
confiante do sujeito lírico em relação ao futuro de Portugal.
Quais estão corretas?
Leia o poema abaixo, presente em Mensagem, de Fernando Pessoa.
Noite
A nau de um deles tinha-se perdido
No mar indefinido.
O segundo pediu licença ao Rei
De, na fé e na lei
Da descoberta, ir em procura
Do irmão no mar sem fim e a névoa escura.
Tempo foi. Nem primeiro nem segundo
Volveu do fim profundo
Do mar ignoto à pátria por quem dera
O enigma que fizera.
Então o terceiro a El-Rei rogou
Licença de os buscar, e El-Rei negou.
Como a um cativo, o ouvem a passar
Os servos do solar.
E, quando o veem, veem a figura
Da febre e da amargura,
Com fixos olhos rasos de ânsia
Fitando a proibida azul distância.
Senhor, os dois irmãos do nosso Nome
— O Poder e o Renome —
Ambos se foram pelo mar da idade
À tua eternidade;
E com eles de nós se foi
O que faz a alma poder ser de herói.
Queremos ir buscá-los, desta vil
Nossa prisão servil:
É a busca de quem somos, na distância
De nós; e, em febre de ânsia,
A Deus as mãos alçamos.
Mas Deus não dá licença que partamos.
Considere as seguintes afirmações sobre o poema e suas relações com o livro Mensagem.
I - As três primeiras estrofes estão relacionadas a um episódio real: a história dos irmãos Gaspar e Miguel Corte Real que desapareceram em expedições marítimas, no início do século XVI, para desespero do terceiro irmão, Vasco, que queria procurá-los, mas não obteve a autorização do rei.
II - O sujeito lírico, na quarta e na quinta estrofes, assume a primeira pessoa do plural, sugerindo que o drama individual dos irmãos pode representar um problema coletivo: a perda de poder e renome de Portugal, perda esta já associada à difícil situação do país no início do século XX, momento da escritura do poema.
III- O diagnóstico das perdas de Portugal está ausente em outros poemas de Mensagem, por exemplo, Mar português, Autopsicografia e Nevoeiro, que apresentam a visão eufórica e confiante do sujeito lírico em relação ao futuro de Portugal.
Quais estão corretas?
Leia o seguinte trecho adaptado de Terras do sem-fim, de Jorge Amado.
O jornal da oposição, ........, que saía aos sábados, ressumava naquele número uma violência
inaudita. Era dirigido por Filemon Andreia, um ex-alfaiate que viera da Bahia para Ilhéus, onde
abandonara a profissão. Constava na cidade que Filemon era incapaz de escrever uma linha, que
mesmo os artigos que assinava eram escritos por outros, ele não passava de um testa de ferro. Por
que ele terminara diretor do jornal da oposição ninguém sabia. Antes fazia trabalhos políticos para
........, e, quando este comprou a máquina impressora e as caixas de tipos para o semanário, toda a
gente se surpreendeu com a escolha de Filemon Andreia para diretor. [...] Manuel de Oliveira era
profissional de imprensa. Trabalhara em vários jornais da Bahia até que ........, que o conhecera nos
cabarés da capital, o contratara para dirigir ........ Era mais ágil e mais direto, quase sempre fazia
mais sucesso.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do trecho acima, na ordem em que
aparecem.
Leia o seguinte trecho adaptado de Terras do sem-fim, de Jorge Amado.
O jornal da oposição, ........, que saía aos sábados, ressumava naquele número uma violência inaudita. Era dirigido por Filemon Andreia, um ex-alfaiate que viera da Bahia para Ilhéus, onde abandonara a profissão. Constava na cidade que Filemon era incapaz de escrever uma linha, que mesmo os artigos que assinava eram escritos por outros, ele não passava de um testa de ferro. Por que ele terminara diretor do jornal da oposição ninguém sabia. Antes fazia trabalhos políticos para ........, e, quando este comprou a máquina impressora e as caixas de tipos para o semanário, toda a gente se surpreendeu com a escolha de Filemon Andreia para diretor. [...] Manuel de Oliveira era profissional de imprensa. Trabalhara em vários jornais da Bahia até que ........, que o conhecera nos cabarés da capital, o contratara para dirigir ........ Era mais ágil e mais direto, quase sempre fazia mais sucesso.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do trecho acima, na ordem em que
aparecem.
Leia o poema de Cecília Meireles, na coluna da esquerda, e o de Mario Quintana, na coluna da
direita, abaixo.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre os poemas.
( ) O poema de Cecília Meireles apresenta vocabulário ligado à geometria e regularidade estrutural
e métrica, apontando para a necessidade de o sujeito lírico definir sua vida com exatidão.
( ) O poema de Mario Quintana busca a definição da vida, a partir da metáfora com o universo
escolar e a passagem do tempo.
( ) A sucessão “6 horas, 6ª feira, 60 anos”, no poema de Quintana, indica a finitude: fim do dia útil,
fim da semana útil, consequentemente, fim da vida útil.
( ) Os dois poemas, embora os sujeitos líricos sejam uma mulher e um homem, encerram com um
tom melancólico, porque a realidade não corresponde às suas expectativas.
Leia o trecho do romance Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, abaixo.
Essas coisas todas se passaram tempos depois. Talhei de avanço, em minha história. O senhor
tolere minhas más devassas no contar. É ignorância. Eu não converso com ninguém de fora, quase.
Não sei contar direito. Aprendi um pouco foi com o compadre meu Quelemém; mas ele quer saber
tudo diverso: quer não é o caso inteirado em si, mas a sobre-coisa, a outra-coisa. Agora, neste dia
nosso, com o senhor mesmo – me escutando com devoção assim – é que aos poucos vou indo
aprendendo a contar corrigido. E para o dito volto. Como eu estava, com o senhor, no meio dos
hermógenes.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre o trecho.
( ) Riobaldo, narrador da história, tem consciência de que sua narrativa obedece ao fluxo da
memória e não à cronologia dos fatos.
( ) A ignorância de Riobaldo é expressa pelos erros gramaticais e pela inabilidade em contar sua
história, que carece de ordenação.
( ) “A sobre-coisa, a outra-coisa”, que o compadre Quelemém quer, é a interpretação da própria
vivência e não o simples relato dos acontecimentos.
( ) O ouvinte exerce um papel importante, pois obriga Riobaldo a organizar a narrativa e a dar
significado ao narrado.
Assinale a alternativa correta sobre a peça Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues.
Leia abaixo a letra da canção Mamãe Coragem – composição de Caetano Veloso e Torquato Neto,
interpretação de Gal Costa – que integra o álbum Tropicália ou Panis et Circencis.
Mamãe, mamãe, não chore
A vida é assim mesmo
Eu fui emboraMamãe, mamãe, não chore
Eu nunca mais vou voltar por aí
Mamãe, mamãe, não chore
A vida é assim mesmoEu quero mesmo é isto aqui
Mamãe, mamãe, não chore
Pegue uns panos pra lavar
Leia um romance
Veja as contas do mercadoPague as prestações
Ser mãe
É desdobrar fibra por fibra
Os corações dos filhos
Seja feliz
Seja feliz
Mamãe, mamãe, não chore
Eu quero, eu posso, eu quis, eu fiz
Mamãe, seja felizMamãe, mamãe, não chore
Não chore nunca mais, não adianta
Eu tenho um beijo preso na garganta
Eu tenho um jeito de quem não se espanta
(Braço de ouro vale 10 milhões)
Eu tenho corações fora do peito
Mamãe, não chore
Não tem jeito
Pegue uns panos pra lavar
Leia um romance
Leia “Alzira morta virgem”
“O grande industrial”
Eu por aqui vou indo muito bem
De vez em quando brinco Carnaval
E vou vivendo assim: felicidade
Na cidade que eu plantei pra mim
E que não tem mais fim
Não tem mais fim
Não tem mais fim
Considere as seguintes afirmações sobre a canção.
I - A inversão apresentada na canção – é o/a filho/a jovem que consola a mãe e não o contrário –
manifesta-se nas expressões comumente relacionadas ao vocabulário materno como “A vida é
assim mesmo” e “Não chore nunca mais, não adianta”.II - A sirene ouvida na abertura da canção é uma provável referência às fábricas da cidade, para
onde o sujeito cancional se desloca em busca de oportunidades que superem o trabalho
doméstico, a rotina e os passatempos provincianos.III- O uso de “beijo” em vez de “grito”, no verso “Eu tenho um beijo preso na garganta”, expõe a
ternura, apesar da rebeldia, que caracteriza o sujeito cancional.
Quais estão corretas?
Leia as seguintes afirmações sobre os contos
de Murilo Rubião.
I - O conto O edifício é narrado em primeira
pessoa pelo próprio engenheiro, João
Gaspar, que é contratado para a
construção de um arranha-céu.II - O conto O convidado, narrado em terceira
pessoa, conta a história de José Alferes,
que, embora tenha recebido um convite
estranho para uma festa à fantasia,
decide ir mesmo assim.III- O conto O homem do boné cinzento é
narrado em primeira pessoa por Roderico,
que responsabiliza o homem do boné
cinzento pela intranquilidade que se
estabelece desde que se mudou para a
vizinhança.
Quais estão corretas?
Leia o segmento abaixo.
Há um fragmento do romance O amor de
Pedro por João, de Tabajara Ruas, que se
destacou do conjunto: o episódio em que
Dorival encarou a guarda. Nesse trecho,
Dorival, ........, enfrenta o soldado, o cabo, o
sargento e o tenente. Fica visível ........ da
guarda e ........ de Dorival.
Assinale a alternativa que preenche
corretamente as lacunas na ordem em que
aparecem.
Leia o segmento abaixo.
Há um fragmento do romance O amor de Pedro por João, de Tabajara Ruas, que se destacou do conjunto: o episódio em que Dorival encarou a guarda. Nesse trecho, Dorival, ........, enfrenta o soldado, o cabo, o sargento e o tenente. Fica visível ........ da guarda e ........ de Dorival.
Assinale a alternativa que preenche
corretamente as lacunas na ordem em que
aparecem.
Assinale a alternativa correta sobre O amor de
Pedro por João, de Tabajara Ruas.
Assinale a alternativa correta sobre o conto
Café Paris, do livro Dançar tango em Porto
Alegre, de Sergio Faraco.
Leia os trechos abaixo, retirados do capítulo
Ana Terra, de O continente, da trilogia O
tempo e o vento, de Erico Verissimo.
Maneco Terra era um homem que falava
pouco e trabalhava demais. Severo e sério,
exigia dos outros muito respeito e obediência,
e não admitia que ninguém em casa
discutisse com ele. (...)
D. Henriqueta respeitava o marido, nunca
ousava contrariá-lo. A verdade era que, afora
aquela coisa de terem vindo para o Rio
Grande e umas certas casmurrices, não tinha
queixa dele. Maneco era um homem direito,
um homem de bem, e nunca a tratara com
brutalidade. (...)Mas havia épocas em que não aparecia
ninguém. E Ana só via a seu redor quatro
pessoas: o pai, a mãe e os irmãos. Quanto ao
resto, eram sempre aqueles coxilhões a
perder de vista, a solidão e o vento. Não
havia outro remédio — achava ela — senão
trabalhar para esquecer o medo, a tristeza, a
aflição... Acordava e pulava da cama, mal
raiava o dia. Ia aquentar a água para o
chimarrão dos homens, depois começava a
faina diária: ajudar a mãe na cozinha, fazer
pão, cuidar dos bichos do quintal, lavar a
roupa. Por ocasião das colheitas ia com o
resto da família para a lavoura e lá ficava
mourejando de sol a sol.
Comparando os trechos acima com o conto
Dois guaxos, de Sergio Faraco, considere as
seguintes afirmações.
I - Há confluências entre os dois textos, como
as condições precárias de vida em um
rancho isolado no interior do Rio Grande
do Sul, o nome da irmã de Maninho e seu
envolvimento com um agregado da família.
II - Há semelhanças nas considerações sobre
os maridos, feitas pela mãe de Maninho e
por D. Henriqueta, mãe de Ana Terra.
III- Há o contraste em relação à estrutura
familiar: no romance, pai, mãe e filhos;
no conto, uma família marcada pela
ausência da mãe e pela figura paterna
degradada.
Quais estão corretas?
Anelise, protagonista e narradora do romance As parceiras, de Lya Luft, conta a própria história,
recuperando a memória de sua família.
No bloco superior, abaixo, estão listadas algumas personagens do romance; no inferior, a relação de
parentesco que têm com a protagonista.
Associe adequadamente o bloco inferior ao bloco superior.
1 - Catarina
2 - Sibila
3 - Vânia
4 - Otávio
5 - Tiago
( ) Irmã de Anelise.
( ) Avó de Anelise.
( ) Tia anã de Anelise.
( ) Primo de Anelise.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Instrução: A questão refere-se ao romance A noite das mulheres cantoras, de Lídia Jorge.
Assinale a alternativa correta sobre o romance.
Instrução: A questão refere-se ao romance A noite das mulheres cantoras, de Lídia Jorge.
Assinale a alternativa correta sobre o romance.