Questõesde UECE sobre Sociologia
Karl Marx (1818-1883) trata, em sua obra,
das condições e consequências dos antagonismos e
lutas entre as classes sociais nas sociedades
capitalistas. Segundo Marx, a existência de classes
sociais apenas tem lugar em determinadas fases
históricas do desenvolvimento da produção material
das sociedades. Quando há o surgimento de um
excedente de produção em uma dada etapa
histórica de uma sociedade e quando este excedente
pode ser apropriado por um grupo de pessoas que
passa, assim, a exercer uma forma de domínio
sobre a distribuição do que se produz e sobre outros
grupos dessa sociedade, tem-se, assim, o
surgimento de classes sociais. Em outros termos, as
classes sociais surgem quando existe a possibilidade
de apropriação privada do excedente de produção
por parte de um grupo (uma classe social) e quando
este grupo determina as condições de produção
sobre todos os outros grupos ou classes sociais.
Considerando o entendimento de Marx sobre classes
sociais, assinale a afirmação verdadeira.
Para Anthony Giddens (2012), “nossas
atividades tanto estruturam e modelam o mundo
social ao nosso redor como, ao mesmo tempo, são
estruturadas por esse mundo”. É esta a base do
conceito de “estruturação” criado por Giddens, o
qual aponta que tanto as estruturas sociais (Família,
Comunidade, Estado, etc.) formam as pessoas como
as pessoas em suas ações e relações estruturam
essas estruturas sociais. Há aqui a concepção de
que não somos, nós, agentes sociais, apenas
enquadrados nos comportamentos padronizados
dessas estruturas sociais e repetidores de ações já
condicionadas. Mas, mesmo com a força desses
padrões de conduta, podemos agir no sentido de
modificar, em alguma medida, essas estruturas
sociais que nos formam e informam.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6ª Ed.,
Porto Alegre: Penso, 2012.
Partindo do conceito de “estruturação” de Anthony
Giddens, é correto afirmar que
O sociólogo americano Erving Goffman
demonstra que o termo estigma designa um atributo
depreciativo que concede a uma — ou, a mais
pessoas — uma identidade deteriorada diante da
sociedade. O estigma ou qualquer atributo
depreciativo não é negativo em si mesmo, mas
apenas quando em relação à sociedade ou a grupos
sociais que entendem o atributo como algo negativo
ou desvalorizado.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da
identidade deteriorada. 4ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
Considerando esse entendimento sobre estigma
social, avalie as frases apresentadas a seguir e
assinale a que corresponde a um estigma social
presente na sociedade brasileira.
As novas técnicas de controle organizacional
sobre os trabalhadores – chamados atualmente de
“colaboradores” – são, na fase contemporânea das
empresas capitalistas, menos diretas e mais sutis
(ALVES e OLIVEIRA, 2011). Tais técnicas
possibilitam uma sensação de maior liberdade e
autonomia aos trabalhadores dentro e, mesmo, fora
do ambiente laboral, mas não deixam de ser formas
de manutenção do controle das empresas sobre sua
mão de obra.
ALVES, D. e OLIVEIRA, S. R. de. “Controle organizacional
no processo capitalista de produção” In: PICCININI,
Valmíria Carolina et ali (org.). Sociologia e
Administração – Relações sociais nas organizações.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
Considerando essas sutis formas contemporâneas de
controle organizacional, é correto afirmar que
O papel do Estado nas sociedades modernas é
compreendido por visões diferentes entre os
fundadores da Sociologia. Os chamados clássicos da
Sociologia, Karl Marx (1818-1883) e Émile Durkheim
(1858-1917), possuem entendimentos diversos
sobre as finalidades e funções do Estado moderno.
Para Marx, teórico crítico das lógicas fundantes das
sociedades capitalistas, o Estado moderno é “tãosomente um comitê que administra os negócios
comuns de toda a classe burguesa”. Já para
Durkheim, um dos primeiros elaboradores da ciência
sociológica, o Estado é “um órgão especial
encarregado de elaborar certas representações que
valem para a coletividade”.
MARX, Karl. O manifesto do partido comunista.
Porto Alegre: L&PM, 2010;
DURKHEIM, Émile. Lições de Sociologia.
São Paulo: Martins Fontes, 2002.
Considerando os entendimentos de Marx e Durkheim
sobre o papel do Estado nas sociedades modernas,
analise as seguintes proposições:
I. Na perspectiva marxiana, o Estado trata, de
modo imparcial, os conflitos entre as classes
sociais do capitalismo.
II. Para Emile Durkheim, o Estado é a entidade
social mais importante a serviço das classes
dominantes.
III. Karl Marx explica o Estado como um órgão a
serviço dos interesses dominantes no
capitalismo.
IV. Émile Durkheim explica a funcionalidade do
Estado moderno para a manutenção da
sociedade.
Está correto somente o que se afirma em
Atente para o seguinte trecho extraído de
uma reportagem do Jornal Estadão:
“Bikeboys rodam 12 horas por dia e 7 dias por
semana para ganhar R$ 936
Renato Jakitas e Tiago Queiroz
São Paulo - 15/09/201908h28
“[...] Existem cerca de 30 mil entregadores ciclistas
cadastrados nos aplicativos de entrega de comida na
capital paulista. O número dá a dimensão de uma
atividade que, há um ano, passava desapercebida em São Paulo. Hoje, os ciclistas com caixa nas
costas tomam as paisagens dos centros comerciais
nas horas de pico da fome – das 12h às 15h e das
19h às 22h –, além de serem presença constante
em calçadas próximas a shopping centers,
restaurantes ou supermercados nos fins de semana.
Um perfil desse trabalhador foi traçado em junho
pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas
(Aliança Bike), coordenado pelo instituto
Multiplicidade e apoiado pelo Laboratório de
Mobilidade Urbana da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ). Após entrevistas com 270
ciclistas em São Paulo, o levantamento concluiu que
75% desses profissionais têm idade entre 18 e 27
anos e, como Samuel Marques, pedalam cerca de 12
horas por um salário médio mensal de R$ 936.
Realizam diariamente dez entregas, a R$ 5 cada.
Seis em cada dez ciclistas trabalham todos os dias
da semana, sem folgas”.
Trecho de matéria disponível em:
https://economia.uol.com.br/noticias/estadaoconteudo/2019/09/15/bikeboys-rodam-12-horas.htm
Acesso em: 10/11/2019.
Partindo de uma perspectiva sociológica crítica sobre
essas novas condições de exploração do trabalho de
prestação de serviços na era digital, assinale a
afirmação verdadeira.
Atente para o seguinte trecho extraído de uma reportagem do Jornal Estadão:
“Bikeboys rodam 12 horas por dia e 7 dias por semana para ganhar R$ 936
Renato Jakitas e Tiago Queiroz
São Paulo - 15/09/201908h28
“[...] Existem cerca de 30 mil entregadores ciclistas cadastrados nos aplicativos de entrega de comida na capital paulista. O número dá a dimensão de uma atividade que, há um ano, passava desapercebida em São Paulo. Hoje, os ciclistas com caixa nas costas tomam as paisagens dos centros comerciais nas horas de pico da fome – das 12h às 15h e das 19h às 22h –, além de serem presença constante em calçadas próximas a shopping centers, restaurantes ou supermercados nos fins de semana.
Um perfil desse trabalhador foi traçado em junho pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), coordenado pelo instituto Multiplicidade e apoiado pelo Laboratório de Mobilidade Urbana da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Após entrevistas com 270 ciclistas em São Paulo, o levantamento concluiu que 75% desses profissionais têm idade entre 18 e 27 anos e, como Samuel Marques, pedalam cerca de 12 horas por um salário médio mensal de R$ 936. Realizam diariamente dez entregas, a R$ 5 cada. Seis em cada dez ciclistas trabalham todos os dias da semana, sem folgas”.
Trecho de matéria disponível em: https://economia.uol.com.br/noticias/estadaoconteudo/2019/09/15/bikeboys-rodam-12-horas.htm Acesso em: 10/11/2019.