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PUC-MINAS 2014 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

A questão deve ser respondida com base na leitura dos trechos a seguir.

TEXTO 1

Tanto de meu estado me acho incerto,
Que, em vivo ardor, tremendo estou de frio
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco, e nada aperto.

(CAMÕES, Luís Vaz de. In: Sonetos para amar o amor. FARACO, Sergio [Org.]. Porto Alegre: L&PM, 2007, p. 15.)

TEXTO 2

Este inferno de amar – como eu amo! –
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida – e que a vida destrói –
Como é que se veio a atear,
Quando – ai quando se há-de ela apagar?

(GARRET, Almeida. “Este inferno de amar”. In: MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 2004, p. 252.)

Almeida Garret é um dos principais nomes do Romantismo em Portugal. No Texto 2, de sua autoria, constitui uma importante característica da estética romântica:

A
a liberdade formal, manifesta no verso livre e na ausência de rimas.
B
a religiosidade, alegoricamente indicada pelo “inferno de amar”.
C
a busca pela compreensão racional das contradições do amor.
D
a expressão sentimental, voltada para a descrição de estados interiores.
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PUC-MINAS 2014 - Geografia - Geografia Econômica

Em contraposição ao modelo intervencionista e regulador dos Estados Nacionais, sobretudo após o período pós- crise de 1929/1930 e a Segunda Guerra Mundial, a crise econômica que se esboçou ao final dos anos 70 e durante os anos 80 do século passado levou à formulação de um novo consenso em torno do papel do Estado e do formato das economias mundiais. O “neoliberalismo”, como foi chamado o novo modelo de gestão das sociedades, se ampara no chamado “Consenso de Washington”, que prega uma série de reformas estruturais nas economias de todo o mundo. Essas reformas deveriam seguir as seguintes diretrizes abaixo, EXCETO:

A
A redução do papel do Estado nas economias, por meio da privatização das empresas públicas e da redução dos níveis de endividamento governamentais.
B
A desregulamentação dos mercados como forma de estimular a atuação dos investidores privados.
C
A eliminação de barreiras e entraves comerciais como forma de estímulo à recuperação do comércio global.
D
A ampliação das garantias trabalhistas como forma de assegurar os direitos dos trabalhadores e de melhoria do padrão de vida e de consumo das populações.
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PUC-MINAS 2014 - Geografia - Geografia Física, Clima

O uso da energia eólica é de extrema importância para o Brasil, pois se trata de uma fonte renovável e limpa. O mapa localiza as principais usinas eólicas em atividade no Brasil.

imagem-002.jpg

Baseado no seu conhecimento sobre a produção de energia eólica no Brasil e nas informações contidas no mapa, assinale a afirmativa CORRETA.

A
A energia eólica é dispensável no estado de Minas Gerais, já que o estado conta com grandes reservas de petróleo.
B
A região Nordeste, onde se concentram as usinas eólicas, condiz com a região de maior demanda por energia elétrica.
C
As usinas eólicas se concentram nas regiões litorâneas do Nordeste e do Sul do Brasil.
D
Existe um forte crescimento da produção de energia eólica na região Norte do país, em função da grande oferta do recurso e da demanda por energia.
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PUC-MINAS 2014 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

A questão deve ser respondida com base na leitura do texto abaixo.

“Amanheci um dia pensando em casar. Foi uma ideia que me veio sem que nenhum rabo de saia a provocasse.
Não me ocupo com amores, devem ter notado, e sempre me pareceu que mulher é um bicho esquisito, difícil de
governar.
A que eu conhecia era a Rosa do Marciano, muito ordinária. Havia também conhecido a Germana e outras da
mesma laia. Por elas eu julgava todas. Não me sentia, pois, inclinado por nenhuma: o que sentia era desejo de
preparar um herdeiro para as terras de São Bernardo.
Tentei fantasiar uma criatura alta, sadia, com trinta anos, cabelos pretos mas parei aí. Sou incapaz de imaginação,
e as coisas boas que mencionei vinham destacadas, nunca se juntando para formar um ser completo.”

(RAMOS, Graciliano. São Bernardo [Trecho]. Rio de Janeiro: Record, 2005, p. 66.)


Graciliano Ramos é considerado um dos principais nomes do chamado “Romance de 30”, que marcou a literatura brasileira na primeira metade do século XX. Dentre as características históricas e sociais da produção literária assim denominada, destaca-se:

A
a expressão das contradições da vida moderna, intensificadas pela industrialização do país.
B
o estilo vanguardista, caracterizado pela experimentação de novos recursos expressivos.
C
a abordagem realista dos problemas históricos e sociais do Nordeste brasileiro.
D
a tentativa de explicar as mazelas da sociedade a partir do determinismo científico.
E
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PUC-MINAS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Redação - Reescritura de texto

Assinale a alternativa em que a reformulação do trecho transcrito entre parênteses implique erro ou mudança de sentido.

A questão referem-se ao texto a seguir. Leia-o atentamente antes de responder a elas.

                                                                                                                    O PEIXE NEMO E O MAIS MÉDICOS

                                                                                                                                                                                                                                                  Rogério Cezar de Cerqueira Leite

1º § A indústria farmacêutica apresenta uma característica peculiar. Ela vende para um, o doente, que é quem paga, mas quem escolhe o medicamento é outro, o médico.
2º § Essa condição fez com que a indústria farmacêutica internacional desenvolvesse uma estratégia “sui generis” que, não obstante, imita um comportamento comum entre animais inferiores, a simbiose.
3º § Observo em meu aquário o peixe-palhaço percola Nemo colher um vôngole e levá-lo à boca de “sua” anêmona, antes mesmo que ele próprio se alimente. Em troca, recebe da anêmona – um animal com tentáculos venenosos – proteção contra eventuais predadores. Essa troca de favores chamamos simbiose.
4º § A promoção de medicamentos se faz de porta em porta, nos consultórios médicos. Todo mundo sabe que os inúmeros congressos médicos nos mais pitorescos locais do mundo, de Paris a Cancun, são patrocinados pelas empresas produtoras de medicamentos, inclusive com passagens e estadia pagas.
5º § O que não era percebido até recentemente é a importância e o volume de recursos repassados diretamente a médicos como remuneração pela promoção de medicamentos. Pois bem, embora sejam esses recursos diminutos em comparação com os gastos globais dessas empresas com propaganda, em que se incluem as conferências técnico-turísticas, elas ultrapassam só nos Estados Unidos uma centena de milhões de dólares por ano.
6º § E onde fica a ética? E o ensinamento de Hipócrates? A prática quotidiana e a necessidade de sobrevivência geram padrões de comportamento que, por sua vez, estabelecem dogmas, tabus, que enfim são incorporados como princípios éticos à cultura de cada sociedade.
7º § Aos poucos, os médicos acabam por sepultar sua própria percepção dos conflitos de interesse que regem essa maléfica simbiose. Três empresas multinacionais do setor farmacêutico foram há pouco multadas e 18 de seus funcionários presos na China por adotarem essa prática.
8º § Recentemente, o médico britânico e Nobel de medicina Richard J. Roberts acusou as farmacêuticas de evitar a cura em prol da dependência, um fato já conhecido. Se você cura o doente, você deixa de faturar. Se você simplesmente o mantém vivo, você fatura indefinidamente. Uma estratégia também adotada por animais parasitas. Quantas corporações médicas denunciaram essa condição maléfica?
9º § Médicos e suas associações já se opuseram, se não publicamente, pelo menos nos bastidores, a iniciativas positivas do Estado. Isso ocorreu com a instalação do SUS e com as poucas iniciativas de produção de medicamentos em laboratórios estatais. Agora acontece com o programa Mais Médicos, que, para as condições atuais da saúde no Brasil, é imprescindível. Tudo que pareça interferir com a tradicional simbiose médico-produtoras de medicamentos, mesmo que tangencialmente, passa a ser hostilizado.
10º § Quantos dos médicos que se declaram contra o programa repudiaram ofertas de passagens e estadias em gostosas conferências? Quantos colocam o interesse da sociedade brasileira acima dos seus próprios e de sua corporação?

                                                                                                                                                                                                                                    (Extraído de: Folha de S.Paulo, 19 nov. 2013.)

A
O que não se percebia até há pouco é a importância e o volume de recursos diretamente repassados a médicos a título de remuneração pela promoção de medicamentos.
(O que não era percebido até recentemente é a importância e o volume de recursos repassados diretamente a médicos como remuneração pela promoção de medicamentos. – 5º §)
B
As empresas produtoras de medicamentos têm um traço sui generis.
(A indústria farmacêutica apresenta uma característica peculiar. – 1º §)
C
Se se cura o doente, deixa-se de lucrar.
(Se você cura o doente, você deixa de faturar. – 8º §)
D
Tudo quanto interfira, ainda que aparentemente, na tradicional simbiose entre médicos e indústria farmacêutica, apesar de superficialmente, passa a ser alvo de hostilidades.
(Tudo que pareça interferir com a tradicional simbiose médico-produtoras de medicamentos, mesmo que tangencialmente, passa a ser hostilizado. – 9º §)
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PUC-MINAS 2014 - Português - Interpretação de Textos

O texto tem como objetivo central:

A questão referem-se ao texto a seguir. Leia-o atentamente antes de responder a elas.

                                                                                                                    O PEIXE NEMO E O MAIS MÉDICOS

                                                                                                                                                                                                                                                  Rogério Cezar de Cerqueira Leite

1º § A indústria farmacêutica apresenta uma característica peculiar. Ela vende para um, o doente, que é quem paga, mas quem escolhe o medicamento é outro, o médico.
2º § Essa condição fez com que a indústria farmacêutica internacional desenvolvesse uma estratégia “sui generis” que, não obstante, imita um comportamento comum entre animais inferiores, a simbiose.
3º § Observo em meu aquário o peixe-palhaço percola Nemo colher um vôngole e levá-lo à boca de “sua” anêmona, antes mesmo que ele próprio se alimente. Em troca, recebe da anêmona – um animal com tentáculos venenosos – proteção contra eventuais predadores. Essa troca de favores chamamos simbiose.
4º § A promoção de medicamentos se faz de porta em porta, nos consultórios médicos. Todo mundo sabe que os inúmeros congressos médicos nos mais pitorescos locais do mundo, de Paris a Cancun, são patrocinados pelas empresas produtoras de medicamentos, inclusive com passagens e estadia pagas.
5º § O que não era percebido até recentemente é a importância e o volume de recursos repassados diretamente a médicos como remuneração pela promoção de medicamentos. Pois bem, embora sejam esses recursos diminutos em comparação com os gastos globais dessas empresas com propaganda, em que se incluem as conferências técnico-turísticas, elas ultrapassam só nos Estados Unidos uma centena de milhões de dólares por ano.
6º § E onde fica a ética? E o ensinamento de Hipócrates? A prática quotidiana e a necessidade de sobrevivência geram padrões de comportamento que, por sua vez, estabelecem dogmas, tabus, que enfim são incorporados como princípios éticos à cultura de cada sociedade.
7º § Aos poucos, os médicos acabam por sepultar sua própria percepção dos conflitos de interesse que regem essa maléfica simbiose. Três empresas multinacionais do setor farmacêutico foram há pouco multadas e 18 de seus funcionários presos na China por adotarem essa prática.
8º § Recentemente, o médico britânico e Nobel de medicina Richard J. Roberts acusou as farmacêuticas de evitar a cura em prol da dependência, um fato já conhecido. Se você cura o doente, você deixa de faturar. Se você simplesmente o mantém vivo, você fatura indefinidamente. Uma estratégia também adotada por animais parasitas. Quantas corporações médicas denunciaram essa condição maléfica?
9º § Médicos e suas associações já se opuseram, se não publicamente, pelo menos nos bastidores, a iniciativas positivas do Estado. Isso ocorreu com a instalação do SUS e com as poucas iniciativas de produção de medicamentos em laboratórios estatais. Agora acontece com o programa Mais Médicos, que, para as condições atuais da saúde no Brasil, é imprescindível. Tudo que pareça interferir com a tradicional simbiose médico-produtoras de medicamentos, mesmo que tangencialmente, passa a ser hostilizado.
10º § Quantos dos médicos que se declaram contra o programa repudiaram ofertas de passagens e estadias em gostosas conferências? Quantos colocam o interesse da sociedade brasileira acima dos seus próprios e de sua corporação?

                                                                                                                                                                                                                                    (Extraído de: Folha de S.Paulo, 19 nov. 2013.)

A
Denunciar relações de compadrio entre a indústria farmacêutica e a classe médica brasileira.
B
Posicionar-se favoravelmente ao programa Mais Médicos e a outras iniciativas do Estado Brasileiro.
C
Cobrar da classe médica coerência e ética.
D
Condenar certa atitude corporativista no seio da classe médica.
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PUC-MINAS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

I. [...] embora sejam esses recursos diminutos em comparação com os gastos globais dessas empresas com propaganda, em que se incluem as conferências técnico-turísticas, elas ultrapassam só nos Estados Unidos uma centena de milhões de dólares por ano. (5º §)
II. Quantos dos médicos que se declaram contra o programa repudiaram ofertas de passagens e estadias em gostosas conferências? (10º §)
III. Uma estratégia também adotada por animais parasitas. (8º §)
IV. E onde fica a ética? E o ensinamento de Hipócrates? (6º §)

Tendo em conta as passagens acima transcritas, pode-se dizer que o discurso do autor assume um tom irônico em:

A questão referem-se ao texto a seguir. Leia-o atentamente antes de responder a elas.

                                                                                                                    O PEIXE NEMO E O MAIS MÉDICOS

                                                                                                                                                                                                                                                  Rogério Cezar de Cerqueira Leite

1º § A indústria farmacêutica apresenta uma característica peculiar. Ela vende para um, o doente, que é quem paga, mas quem escolhe o medicamento é outro, o médico.
2º § Essa condição fez com que a indústria farmacêutica internacional desenvolvesse uma estratégia “sui generis” que, não obstante, imita um comportamento comum entre animais inferiores, a simbiose.
3º § Observo em meu aquário o peixe-palhaço percola Nemo colher um vôngole e levá-lo à boca de “sua” anêmona, antes mesmo que ele próprio se alimente. Em troca, recebe da anêmona – um animal com tentáculos venenosos – proteção contra eventuais predadores. Essa troca de favores chamamos simbiose.
4º § A promoção de medicamentos se faz de porta em porta, nos consultórios médicos. Todo mundo sabe que os inúmeros congressos médicos nos mais pitorescos locais do mundo, de Paris a Cancun, são patrocinados pelas empresas produtoras de medicamentos, inclusive com passagens e estadia pagas.
5º § O que não era percebido até recentemente é a importância e o volume de recursos repassados diretamente a médicos como remuneração pela promoção de medicamentos. Pois bem, embora sejam esses recursos diminutos em comparação com os gastos globais dessas empresas com propaganda, em que se incluem as conferências técnico-turísticas, elas ultrapassam só nos Estados Unidos uma centena de milhões de dólares por ano.
6º § E onde fica a ética? E o ensinamento de Hipócrates? A prática quotidiana e a necessidade de sobrevivência geram padrões de comportamento que, por sua vez, estabelecem dogmas, tabus, que enfim são incorporados como princípios éticos à cultura de cada sociedade.
7º § Aos poucos, os médicos acabam por sepultar sua própria percepção dos conflitos de interesse que regem essa maléfica simbiose. Três empresas multinacionais do setor farmacêutico foram há pouco multadas e 18 de seus funcionários presos na China por adotarem essa prática.
8º § Recentemente, o médico britânico e Nobel de medicina Richard J. Roberts acusou as farmacêuticas de evitar a cura em prol da dependência, um fato já conhecido. Se você cura o doente, você deixa de faturar. Se você simplesmente o mantém vivo, você fatura indefinidamente. Uma estratégia também adotada por animais parasitas. Quantas corporações médicas denunciaram essa condição maléfica?
9º § Médicos e suas associações já se opuseram, se não publicamente, pelo menos nos bastidores, a iniciativas positivas do Estado. Isso ocorreu com a instalação do SUS e com as poucas iniciativas de produção de medicamentos em laboratórios estatais. Agora acontece com o programa Mais Médicos, que, para as condições atuais da saúde no Brasil, é imprescindível. Tudo que pareça interferir com a tradicional simbiose médico-produtoras de medicamentos, mesmo que tangencialmente, passa a ser hostilizado.
10º § Quantos dos médicos que se declaram contra o programa repudiaram ofertas de passagens e estadias em gostosas conferências? Quantos colocam o interesse da sociedade brasileira acima dos seus próprios e de sua corporação?

                                                                                                                                                                                                                                    (Extraído de: Folha de S.Paulo, 19 nov. 2013.)

A
I e II
B
I e IV
C
II e III
D
I e III
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PUC-MINAS 2014 - Português - Interpretação de Textos

Quanto ao título, tendo em conta sua relação com o texto, é CORRETO afirmar:

A questão referem-se ao texto a seguir. Leia-o atentamente antes de responder a elas.

                                                                                                                    O PEIXE NEMO E O MAIS MÉDICOS

                                                                                                                                                                                                                                                  Rogério Cezar de Cerqueira Leite

1º § A indústria farmacêutica apresenta uma característica peculiar. Ela vende para um, o doente, que é quem paga, mas quem escolhe o medicamento é outro, o médico.
2º § Essa condição fez com que a indústria farmacêutica internacional desenvolvesse uma estratégia “sui generis” que, não obstante, imita um comportamento comum entre animais inferiores, a simbiose.
3º § Observo em meu aquário o peixe-palhaço percola Nemo colher um vôngole e levá-lo à boca de “sua” anêmona, antes mesmo que ele próprio se alimente. Em troca, recebe da anêmona – um animal com tentáculos venenosos – proteção contra eventuais predadores. Essa troca de favores chamamos simbiose.
4º § A promoção de medicamentos se faz de porta em porta, nos consultórios médicos. Todo mundo sabe que os inúmeros congressos médicos nos mais pitorescos locais do mundo, de Paris a Cancun, são patrocinados pelas empresas produtoras de medicamentos, inclusive com passagens e estadia pagas.
5º § O que não era percebido até recentemente é a importância e o volume de recursos repassados diretamente a médicos como remuneração pela promoção de medicamentos. Pois bem, embora sejam esses recursos diminutos em comparação com os gastos globais dessas empresas com propaganda, em que se incluem as conferências técnico-turísticas, elas ultrapassam só nos Estados Unidos uma centena de milhões de dólares por ano.
6º § E onde fica a ética? E o ensinamento de Hipócrates? A prática quotidiana e a necessidade de sobrevivência geram padrões de comportamento que, por sua vez, estabelecem dogmas, tabus, que enfim são incorporados como princípios éticos à cultura de cada sociedade.
7º § Aos poucos, os médicos acabam por sepultar sua própria percepção dos conflitos de interesse que regem essa maléfica simbiose. Três empresas multinacionais do setor farmacêutico foram há pouco multadas e 18 de seus funcionários presos na China por adotarem essa prática.
8º § Recentemente, o médico britânico e Nobel de medicina Richard J. Roberts acusou as farmacêuticas de evitar a cura em prol da dependência, um fato já conhecido. Se você cura o doente, você deixa de faturar. Se você simplesmente o mantém vivo, você fatura indefinidamente. Uma estratégia também adotada por animais parasitas. Quantas corporações médicas denunciaram essa condição maléfica?
9º § Médicos e suas associações já se opuseram, se não publicamente, pelo menos nos bastidores, a iniciativas positivas do Estado. Isso ocorreu com a instalação do SUS e com as poucas iniciativas de produção de medicamentos em laboratórios estatais. Agora acontece com o programa Mais Médicos, que, para as condições atuais da saúde no Brasil, é imprescindível. Tudo que pareça interferir com a tradicional simbiose médico-produtoras de medicamentos, mesmo que tangencialmente, passa a ser hostilizado.
10º § Quantos dos médicos que se declaram contra o programa repudiaram ofertas de passagens e estadias em gostosas conferências? Quantos colocam o interesse da sociedade brasileira acima dos seus próprios e de sua corporação?

                                                                                                                                                                                                                                    (Extraído de: Folha de S.Paulo, 19 nov. 2013.)

A
Insinua-se que há presença de uma atitude simbiótica tanto no comportamento do peixe-palhaço quanto no programa Mais Médicos.
B
Sugere-se que certos médicos e peixes-palhaço têm uma conduta questionável.
C
Critica-se o corporativismo da classe médica e a ética do lucro a todo custo por parte da indústria farmacêutica.
D
Contrapõe-se a proposta do programa Mais Médicos a uma certa atitude simbiótica por parte da classe médica.
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PUC-MINAS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A questão deve ser respondida com base na leitura dos trechos a seguir.

TEXTO 1

Tanto de meu estado me acho incerto,
Que, em vivo ardor, tremendo estou de frio
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco, e nada aperto.

(CAMÕES, Luís Vaz de. In: Sonetos para amar o amor. FARACO, Sergio [Org.]. Porto Alegre: L&PM, 2007, p. 15.)

TEXTO 2

Este inferno de amar – como eu amo! –
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida – e que a vida destrói –
Como é que se veio a atear,
Quando – ai quando se há-de ela apagar?

(GARRET, Almeida. “Este inferno de amar”. In: MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 2004, p. 252.)

Quanto ao modo como caracterizam o sentimento amoroso, os textos estabelecem entre si relações de:

A
semelhança.
B
incompatibilidade.
C
contradição.
D
complementaridade.
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PUC-MINAS 2014 - Português - Interpretação de Textos

A questão deve ser respondida com base na leitura do texto abaixo.


“Amanheci um dia pensando em casar. Foi uma ideia que me veio sem que nenhum rabo de saia a provocasse.
Não me ocupo com amores, devem ter notado, e sempre me pareceu que mulher é um bicho esquisito, difícil de
governar.
A que eu conhecia era a Rosa do Marciano, muito ordinária. Havia também conhecido a Germana e outras da
mesma laia. Por elas eu julgava todas. Não me sentia, pois, inclinado por nenhuma: o que sentia era desejo de
preparar um herdeiro para as terras de São Bernardo.
Tentei fantasiar uma criatura alta, sadia, com trinta anos, cabelos pretos mas parei aí. Sou incapaz de imaginação,
e as coisas boas que mencionei vinham destacadas, nunca se juntando para formar um ser completo.”

(RAMOS, Graciliano. São Bernardo [Trecho]. Rio de Janeiro: Record, 2005, p. 66.)

O texto apresenta marcas ideológicas que evidenciam a intenção do narrador em:

A
distanciar-se dos fatos narrados, simulando um ponto de vista imparcial sobre o casamento.
B
valer-se da posição de fazendeiro para formular uma crítica implícita ao casamento por interesse.
C
apresentar um discurso autoritário em relação à mulher, representada como objeto utilitário.
D
atribuir à vida difícil e à incapacidade de imaginação as causas de suas frustrações amorosas.
E