A questão deve ser respondida com base na leitura dos trechos a seguir.
TEXTO 1
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que, em vivo ardor, tremendo estou de frio
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco, e nada aperto.
(CAMÕES, Luís Vaz de. In: Sonetos para amar o amor. FARACO, Sergio [Org.]. Porto Alegre: L&PM, 2007, p. 15.)
TEXTO 2
Este inferno de amar – como eu amo! –
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida – e que a vida destrói –
Como é que se veio a atear,
Quando – ai quando se há-de ela apagar?
(GARRET, Almeida. “Este inferno de amar”. In: MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 2004, p. 252.)
Almeida Garret é um dos principais nomes do Romantismo em Portugal. No Texto 2, de sua autoria, constitui uma importante característica da estética romântica:
TEXTO 1
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que, em vivo ardor, tremendo estou de frio
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco, e nada aperto.
(CAMÕES, Luís Vaz de. In: Sonetos para amar o amor. FARACO, Sergio [Org.]. Porto Alegre: L&PM, 2007, p. 15.)
TEXTO 2
Este inferno de amar – como eu amo! –
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida – e que a vida destrói –
Como é que se veio a atear,
Quando – ai quando se há-de ela apagar?
(GARRET, Almeida. “Este inferno de amar”. In: MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 2004, p. 252.)
Almeida Garret é um dos principais nomes do Romantismo em Portugal. No Texto 2, de sua autoria, constitui uma importante característica da estética romântica:
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: identificar, a partir do trecho poético, uma característica marcante do Romantismo — especificamente a valorização do sentimento e da interioridade.
Resumo teórico rápido: o Romantismo (século XIX) privilegia o eu lírico, a emoção, a subjetividade e a exaltação dos estados de alma. Obras românticas costumam usar imagens fortes e linguagem emotiva para expressar angústia, paixão e contraste entre opostos (amor/sofrimento, luz/trevas). Fontes úteis: MOISÉS, Massaud (antologias); BOSI, Alfredo, História Concisa da Literatura Brasileira.
Justificativa da alternativa D: o poema manifesta intensa expressão sentimental: uso de exclamações, imagens de tormento (“inferno”, “chama”, “consome”) e perguntas retóricas que expõem estados interiores do eu lírico. Esses elementos são traços típicos do Romantismo, que privilegia a descrição de emoções sobre a análise racional.
Análise das alternativas incorretas:
A — liberdade formal, verso livre: enganosa. Embora o Romantismo tenha trazido variações métricas, poetas do período (especialmente os primeiros/medianos) ainda usavam recursos formais tradicionais; o traço mais marcante no excerto é afetivo, não formal.
B — religiosidade: “inferno de amar” é metáfora do sofrimento amoroso, não indicação de tema religioso ou proposição teológica. A leitura romântica privilegia o sentido psicológico e emotivo da imagem.
C — busca racional: contrário ao espírito romântico. O trecho enfatiza paixão e dor, não tentativa de explicação lógica das contradições do amor.
Estratégia prática para provas: procure palavras-chave (exclamações, metáforas emocionais, perguntas retóricas) que denunciem subjetividade; desconfie de alternativas que generalizam termos técnicos (p.ex., “verso livre”) sem correspondência direta no trecho.
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