Questõesde UEL 2019 sobre Português

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Foram encontradas 18 questões
2141ab7e-32
UEL 2019 - Português - Análise sintática, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal

Acerca do último parágrafo “O projeto é uma parceria da Universidade Federal de Sergipe com a prefeitura e delegacia da cidade de Lagarto. Começou há seis anos e, nesse tempo, foi registrado apenas um caso de feminicídio na cidade. Pelo grupo já passaram mais de 300 homens e muitas foram as lições. ‘Estou aprendendo várias coisas. Se eu pudesse não errar, voltava para trás’, disse o homem”, considere as afirmativas a seguir.

I. O trecho “um caso de feminicídio” é complemento verbal nesse período.
II. O sujeito do verbo “começou” foi citado anteriormente: “projeto”.
III. O verbo “passaram” concorda com o sujeito “mais de 300 homens”.
IV. A expressão “as lições” é sujeito do verbo “foram”.

Assinale a alternativa correta.

Leia o texto a seguir e responda à questão.

Projeto ajuda a interromper ciclo de violência contra mulheres

Em Sergipe, um projeto tem ajudado a interromper o ciclo de violência contra mulheres. Foram 16 anos sofridos em silêncio até que ela resolveu dar um basta. “Quando eu saí de casa, fui para a casa de minha mãe. Ele me ligou, esculhambou de tudo, falou que estava indo para a casa da minha mãe para me bater, para quebrar meus dentes, para fazer o que ele queria. Foi nessa hora que resolvi ir para a delegacia e prestei queixa”, disse a mulher.
A queixa virou um acordo entre o casal. Ao invés de responder a um inquérito, uma vez por semana, o ex-marido frequenta um grupo só para homens. Antes do primeiro empurrão, do tapa, geralmente existe a agressão verbal seguida de ameaça. Os homens que foram denunciados por esse tipo de agressão estão no grupo para aprender a enxergar a mulher com outros olhos, com respeito. Uma mudança de comportamento que fez romper o ciclo da violência doméstica. 
“A ideia do grupo é uma mudança de atitude, de comportamento, mesmo que você não concorde. Está na lei”, diz a psicóloga aos homens. Sandra Aiaish Menta, doutora em psicologia da Universidade Federal de Sergipe, tem um papel fundamental. “Quando eles chegam ao grupo, a gente tem que sensibilizá-los de que aquilo que eles fizeram é algo que é uma agressão ao outro”, disse.
A cada encontro, novas descobertas. Um homem que sequer admitia que era agressor está na sexta reunião e já mudou de atitude. “Reconheço sim, reconheço que errei com ela. O grupo ajudou muito, graças a Deus”, disse. Mas se ele voltar a ser violento, não tem acordo.
“A gente vai trabalhando numa escalada: para os crimes mais simples, oferecendo a mediação. Houve descumprimento, a gente vai para investigação com medida protetiva. Se ele descumprir, a gente pede a prisão”, disse a delegada Ana Carolina Machado Jorge.
O projeto é uma parceria da Universidade Federal de Sergipe com a prefeitura e delegacia da cidade de Lagarto. Começou há seis anos e, nesse tempo, foi registrado apenas um caso de feminicídio na cidade. Pelo grupo já passaram mais de 300 homens e muitas foram as lições. “Estou aprendendo várias coisas. Se eu pudesse não errar, voltava para trás”, disse o homem.

Adaptado de: g1.globo.com
A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
213e9750-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, as características pertencentes ao texto.

Leia o texto a seguir e responda à questão.

Projeto ajuda a interromper ciclo de violência contra mulheres

Em Sergipe, um projeto tem ajudado a interromper o ciclo de violência contra mulheres. Foram 16 anos sofridos em silêncio até que ela resolveu dar um basta. “Quando eu saí de casa, fui para a casa de minha mãe. Ele me ligou, esculhambou de tudo, falou que estava indo para a casa da minha mãe para me bater, para quebrar meus dentes, para fazer o que ele queria. Foi nessa hora que resolvi ir para a delegacia e prestei queixa”, disse a mulher.
A queixa virou um acordo entre o casal. Ao invés de responder a um inquérito, uma vez por semana, o ex-marido frequenta um grupo só para homens. Antes do primeiro empurrão, do tapa, geralmente existe a agressão verbal seguida de ameaça. Os homens que foram denunciados por esse tipo de agressão estão no grupo para aprender a enxergar a mulher com outros olhos, com respeito. Uma mudança de comportamento que fez romper o ciclo da violência doméstica. 
“A ideia do grupo é uma mudança de atitude, de comportamento, mesmo que você não concorde. Está na lei”, diz a psicóloga aos homens. Sandra Aiaish Menta, doutora em psicologia da Universidade Federal de Sergipe, tem um papel fundamental. “Quando eles chegam ao grupo, a gente tem que sensibilizá-los de que aquilo que eles fizeram é algo que é uma agressão ao outro”, disse.
A cada encontro, novas descobertas. Um homem que sequer admitia que era agressor está na sexta reunião e já mudou de atitude. “Reconheço sim, reconheço que errei com ela. O grupo ajudou muito, graças a Deus”, disse. Mas se ele voltar a ser violento, não tem acordo.
“A gente vai trabalhando numa escalada: para os crimes mais simples, oferecendo a mediação. Houve descumprimento, a gente vai para investigação com medida protetiva. Se ele descumprir, a gente pede a prisão”, disse a delegada Ana Carolina Machado Jorge.
O projeto é uma parceria da Universidade Federal de Sergipe com a prefeitura e delegacia da cidade de Lagarto. Começou há seis anos e, nesse tempo, foi registrado apenas um caso de feminicídio na cidade. Pelo grupo já passaram mais de 300 homens e muitas foram as lições. “Estou aprendendo várias coisas. Se eu pudesse não errar, voltava para trás”, disse o homem.

Adaptado de: g1.globo.com
A
Apresenta linguagem formal, concisa, característica predominante em textos marcados pela presença de discurso direto.
B
A linguagem é informal, próxima da oralidade, atributo fundamental do gênero notícia.
C
Com trechos cuja linguagem técnica predomina, o texto alcança o objetivo de interagir com o público-alvo.
D
A interação com o leitor é satisfatória dada a linguagem simples e concisa utilizada na notícia.
E
O fato de apresentar linguagem popular, não padrão, caracteriza a principal qualidade do texto.
213b71c4-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos dois-pontos, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre, Pontuação, Uso da Vírgula, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre os recursos de pontuação empregados no texto, considere as afirmativas a seguir.

I. As aspas, ao marcarem o discurso direto, revelam o grau de formalidade do discurso, próprio de textos opinativos.
II. No trecho “A gente vai trabalhando numa escalada:”, após os dois pontos há uma sequência com efeito de gradação.
III. Em “Sandra Aiaish Menta, doutora em psicologia da Universidade Federal de Sergipe, tem um papel fundamental”, as vírgulas separam um trecho explicativo.
IV. As vírgulas utilizadas no discurso direto do primeiro parágrafo desempenham papel fundamental de enumerar ações.

Assinale a alternativa correta.

Leia o texto a seguir e responda à questão.

Projeto ajuda a interromper ciclo de violência contra mulheres

Em Sergipe, um projeto tem ajudado a interromper o ciclo de violência contra mulheres. Foram 16 anos sofridos em silêncio até que ela resolveu dar um basta. “Quando eu saí de casa, fui para a casa de minha mãe. Ele me ligou, esculhambou de tudo, falou que estava indo para a casa da minha mãe para me bater, para quebrar meus dentes, para fazer o que ele queria. Foi nessa hora que resolvi ir para a delegacia e prestei queixa”, disse a mulher.
A queixa virou um acordo entre o casal. Ao invés de responder a um inquérito, uma vez por semana, o ex-marido frequenta um grupo só para homens. Antes do primeiro empurrão, do tapa, geralmente existe a agressão verbal seguida de ameaça. Os homens que foram denunciados por esse tipo de agressão estão no grupo para aprender a enxergar a mulher com outros olhos, com respeito. Uma mudança de comportamento que fez romper o ciclo da violência doméstica. 
“A ideia do grupo é uma mudança de atitude, de comportamento, mesmo que você não concorde. Está na lei”, diz a psicóloga aos homens. Sandra Aiaish Menta, doutora em psicologia da Universidade Federal de Sergipe, tem um papel fundamental. “Quando eles chegam ao grupo, a gente tem que sensibilizá-los de que aquilo que eles fizeram é algo que é uma agressão ao outro”, disse.
A cada encontro, novas descobertas. Um homem que sequer admitia que era agressor está na sexta reunião e já mudou de atitude. “Reconheço sim, reconheço que errei com ela. O grupo ajudou muito, graças a Deus”, disse. Mas se ele voltar a ser violento, não tem acordo.
“A gente vai trabalhando numa escalada: para os crimes mais simples, oferecendo a mediação. Houve descumprimento, a gente vai para investigação com medida protetiva. Se ele descumprir, a gente pede a prisão”, disse a delegada Ana Carolina Machado Jorge.
O projeto é uma parceria da Universidade Federal de Sergipe com a prefeitura e delegacia da cidade de Lagarto. Começou há seis anos e, nesse tempo, foi registrado apenas um caso de feminicídio na cidade. Pelo grupo já passaram mais de 300 homens e muitas foram as lições. “Estou aprendendo várias coisas. Se eu pudesse não errar, voltava para trás”, disse o homem.

Adaptado de: g1.globo.com
A
Somente as afirmativas I e II são corretas
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
213872bb-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre expressões e trechos dos três últimos parágrafos, considere as afirmativas a seguir.

I. A “timidez espetacular” é ilustrada com as formas de entrada em determinado recinto: tanto a explosão quanto a maciez da noviça são espetaculares.
II. A expressão “catástrofe possível” tem como exemplos dos receios do tímido o conteúdo das frases subsequentes no mesmo parágrafo.
III. As situações embaraçosas, em sintonia com o termo “desconforto”, representam conjecturas do tímido que o levam a ter temores.
IV. O trecho “duas pessoas são uma multidão” reforça a ideia expressa na frase imediatamente anterior, pois indica a suscetibilidade frequente à qual o tímido é exposto.

Assinale a alternativa correta.

Leia a crônica a seguir, de Luis Fernando Veríssimo, e responda à questão:

Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico: só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre quebram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando “Não me olhem! Não me olhem!”, só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.
VERISSIMO, Luis Fernando. Da Timidez. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 111-112.
A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
2134e397-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre os dois primeiros parágrafos, considere as afirmativas a seguir.

I. A ideia de uma “retumbante timidez” conduz à notoriedade, por influência do impacto do adjetivo.
II. A ideia da timidez como “estratagema para ser notado” corresponde à noção de que aquela timidez é falsa.
III. Pode-se concluir que o texto prevê como uma das expectativas sobre o tímido que ele seja desatento.
IV. O texto vincula a extroversão com o desejo de evidenciar a timidez encoberta.

Assinale a alternativa correta

Leia a crônica a seguir, de Luis Fernando Veríssimo, e responda à questão:

Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico: só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre quebram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando “Não me olhem! Não me olhem!”, só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.
VERISSIMO, Luis Fernando. Da Timidez. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 111-112.
A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
2131b0cc-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre a crônica “Da timidez” e suas relações com outros textos incluídos nas Comédias para se ler na escola ou com crônicas de outros autores, considere as afirmativas a seguir .

I. O traço cômico, exemplificado pela passagem em que o tímido tropeça, cai e leva junto a anfitriã, prevalece sobre o lirismo, mais presente nas crônicas de outros autores.
II. O componente narrativo aparece em outras crônicas de Comédias para se ler na escola de forma mais explícita do que em “Da timidez”.
III. A crônica se constrói em torno de comentários de suposições e de experiências das vidas de pessoas tímidas; essa opção pelo comentário aparece também em Comédias para se ler na escola e é comum nas crônicas de outros autores.
IV. A fala proferida por personagem no texto – “ ‘Não me olhem! Não me olhem!”’ – comprova a força do diálogo como estrutura dessa crônica e de outras em Comédias para se ler na escola.

Assinale a alternativa correta.

Leia a crônica a seguir, de Luis Fernando Veríssimo, e responda à questão:

Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico: só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre quebram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando “Não me olhem! Não me olhem!”, só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.
VERISSIMO, Luis Fernando. Da Timidez. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 111-112.
A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
212e1f79-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Análise sintática, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Acerca dos recursos morfossintáticos presentes no trecho “O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó”, considere as afirmativas a seguir.

I. Em “O tímido, em suma, é uma pessoa convencida”, a oração funciona como principal.
II. A oração “de que é o centro do Universo” funciona como complemento nominal do adjetivo “convencida”.
III. Na oração “quando as estrelas virarem pó”, o termo “pó” caracteriza o sujeito “estrelas”.
IV. No fragmento “e que seu vexame ainda será lembrado”, a oração tem sentido consecutivo.

Assinale a alternativa correta.

Leia a crônica a seguir, de Luis Fernando Veríssimo, e responda à questão:

Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico: só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre quebram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando “Não me olhem! Não me olhem!”, só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.
VERISSIMO, Luis Fernando. Da Timidez. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 111-112.
A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
212a1874-32
UEL 2019 - Português - Uso dos conectivos, Uso dos dois-pontos, Sintaxe, Pontuação

Sobre o trecho “E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra”, assinale a alternativa que substitui, corretamente, os dois pontos, sem alterar o sentido original.

Leia a crônica a seguir, de Luis Fernando Veríssimo, e responda à questão:

Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico: só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre quebram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando “Não me olhem! Não me olhem!”, só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.
VERISSIMO, Luis Fernando. Da Timidez. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 111-112.
A
isto é
B
nesse sentido
C
afinal
D
por conseguinte
E
até que
2126fba8-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Denotação e Conotação, Figuras de Linguagem, Análise sintática, Coesão e coerência, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Acerca dos recursos linguístico-semânticos utilizados nos dois primeiros parágrafos da crônica, assinale a alternativa correta.

Leia a crônica a seguir, de Luis Fernando Veríssimo, e responda à questão:

Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico: só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre quebram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando “Não me olhem! Não me olhem!”, só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.
VERISSIMO, Luis Fernando. Da Timidez. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 111-112.
A
No fragmento “Tão secreto que nem ele sabe”, o pronome “ele”, presente na oração com sentido de consequência, refere-se ao termo “notório”, citado anteriormente.
B
No trecho “porque só ele acha que se sentir inferior é doença”, a ideia conclusiva é reforçada pela presença da palavra denotativa “só”, que indica inclusão.
C
Em relação ao termo “para”, em destaque no segundo parágrafo, o papel desempenhado e o efeito de sentido é o mesmo nas duas ocorrências.
D
A expressão “carro alegórico” é utilizada no texto como um exemplo de figura de linguagem denominada hipérbole.
E
No fragmento “assim ninguém descobre sua timidez”, o termo “assim” indica noção temporal.
21240acf-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Quanto à relação entre Eduardo e Pedro, assinale a alternativa correta.

Leia o texto extraído do segundo ato de O demônio familiar e responda à questão

EDUARDO (Rindo-se) -– Eis um corretor de casamentos, que seria um achado precioso para certos indivíduos do meu conhecimento! Vou tratar de vender-te a algum deles para que possas aproveitar teu gênio industrioso.
PEDRO -– Oh! Não! Pedro quer servir a meu senhor! Vosmecê perdoa; foi para ver senhor rico!
EDUARDO -– E o que lucras tu com isto?! Sou tão pobre que te falte com aquilo de que precisas? Não te trato mais como um amigo do que como um escravo?
PEDRO — Oh! Trata muito bem, mas Pedro queria que o senhor tivesse muito dinheiro e comprasse carro bem bonito para... EDUARDO -– Para... Dize!
PEDRO -– Para Pedro ser cocheiro de senhor!
EDUARDO -– Então a razão única de tudo isto é o desejo que tens de ser cocheiro?
PEDRO — Sim, senhor!
EDUARDO — (Rindo-se) -– Muito bem! Assim, pouco te importava que eu ficasse mal com a pessoa que estimava; que me casasse com uma velha ridícula, que vivesse maçado e aborrecido, contanto que governasses dois cavalos em um carro! Tens razão!... E eu ainda devo dar-me por muito feliz, que fosse esse motivo frívolo, mas inocente, que te obrigasse a trair a minha confiança. (Eduardo sai.)

ALENCAR, José de. O demônio familiar. 4. ed. São Paulo: Martin Claret, 2013. p. 54-55. 
A
Embora invoque outros motivos no trecho, Pedro cansa-se de servir como escravo de Eduardo e planeja criar problemas para seu senhor como forma de vingança.
B
Eduardo e Pedro mantêm relações com camaradagem; isso permite ao escravo mover-se com relativa liberdade e eventualmente tomar iniciativas que desagradam ao senhor, como evidencia o trecho.
C
Pedro promove trocas de correspondência para as vizinhas de Eduardo com a finalidade de afastá-lo de Henriqueta; embora Eduardo descubra as artimanhas do escravo, ele se convence de que o melhor é desposar a viúva.
D
Até esta cena, Eduardo depositava confiança irrestrita em Pedro, fundamentada no comportamento exemplar, na eficiência e na prontidão com que o escravo executava as tarefas a ele atribuídas.
E
A interpretação da justificativa de Pedro como frivolidade demonstra o desdém de Eduardo pelas aspirações do escravo, o que torna este último cada vez mais insatisfeito.
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UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre as trajetórias de personagens femininas nas obras, considere as afirmativas a seguir.

I. Teresa, de Amor de perdição, é uma típica personagem romântica, perseguida por sofrimentos, enquanto Henriqueta, de O demônio familiar, prepara várias artimanhas para ludibriar seus pretendentes, sem portar- -se de modo honrado.
II. Clara, em Clara dos Anjos, resolve tornar-se prostituta após ter sido abandonada grávida pelo namorado, enquanto Madama Carlota, a cartomante de A hora da estrela, relata ter vivido muitos infortúnios, incluindo a prostituição.
III. Carlotinha, de O demônio familiar, é uma jovem espevitada que ousa rejeitar um pretendente indesejado, enquanto Alice, de Quarenta dias, assume o encargo de localizar o jovem desaparecido, a despeito de estar numa cidade pouco conhecida.
IV. Glória, colega de trabalho de Macabéa, em A hora da estrela, põe seus desejos e sensualidade acima do senso de amizade, enquanto Norinha, a filha de Alice, em Quarenta dias, tem um percurso individualista ao submeter a mãe a grandes alterações de hábitos.

Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
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UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O livro A hora da estrela apresenta, em seu início, uma relação com mais de dez títulos alternativos. Assinale a alternativa em que o título alternativo é explicado corretamente.

A
“A culpa é minha” remete ao fato de que Macabéa assume responsabilidade por seus atos que a conduzem a um desfecho trágico.
B
“Eu não posso fazer nada” corresponde aos dilemas do narrador-personagem, que se vê impossibilitado de criar grandes perspectivas para a protagonista.
C
“Ela que se arranje” aponta para a indiferença do narrador-personagem que gradativamente se desencanta com Macabéa, abdicando da ideia de salvá-la.
D
O direito ao grito” representa a poderosa repressão que se abate contra a protagonista no sentido de impedi-la de concretizar suas fantasias e de dar vazão a suas insatisfações.
E
“Saída discreta pela porta dos fundos” enfatiza a insipidez do percurso da protagonista, inclusive no momento em que ela agoniza, sem outras pessoas ao redor.
2112491a-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o trecho a seguir.

“Não se arrependeu um só instante de ter rompido com Macabéa pois seu destino era o de subir para um dia entrar no mundo dos outros. Ele tinha fome de ser outro.”
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. 10. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. p. 75.

Com base no trecho, assinale a alternativa correta.

A
Olímpico rompera com Macabéa, pois havia recebido uma proposta de trabalho vantajosa e precisaria morar em outra cidade.
B
O fim do namoro entre Olímpico e Macabéa evidencia a ambição do rapaz em contraste com a estagnação da protagonista.
C
Olímpico abandonou Macabéa porque tentara fazer sexo com ela, mas, diante dos pudores da moça, perdeu o interesse no relacionamento.
D
O término do namoro deixa Macabéa tão transtornada que, ao correr de volta para casa, é atropelada por um automóvel e acaba morrendo.
E
Olímpico desistiu de Macabéa porque pouco antes conhecera Glória, que, em suas estratégias de sedução, prometera fazer dele um deputado.
210dd7b3-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Parênteses, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre os trechos, assinale a alternativa correta.

Leia os trechos a seguir, extraídos de A hora da estrela, de Clarice Lispector, e responda à questão

(Há os que têm. E há os que não têm. É muito simples: a moça não tinha. Não tinha o quê? É apenas isso mesmo: não tinha. Se der para me entenderem, está bem. Se não, também está bem. Mas por que trato dessa moça quando o que mais desejo é trigo puramente maduro e ouro no estio?)
[...]
(Ela me incomoda tanto que fiquei oco. Estou oco desta moça. E ela tanto mais me incomoda quanto menos reclama. Estou com raiva. Uma cólera de derrubar copos e pratos e quebrar vidraças. Como me vingar? Ou melhor, como me compensar? Já sei: amando meu cão que tem mais comida do que a moça. Por que ela não reage? Cadê um pouco de fibra? Não, ela é doce e obediente.)
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. 10. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. p. 32-33.
A
Os parênteses servem para o leitor se orientar na narrativa: quando esses sinais são utilizados, o narrador entra em cena para comentar; quando são suprimidos, a narrativa se restringe à ação da protagonista.
B
A pergunta final no primeiro trecho entre parênteses revela o desprezo que existe na relação entre o narrador e a personagem, atitude predominante daquele, na maior parte da narrativa.
C
O incômodo expresso pelo narrador-personagem indica o descompasso entre ele e a protagonista, tanto no plano dos lugares sociais que cada um ocupa quanto no plano do temperamento.
D
O ímpeto de “derrubar copos e pratos e quebrar vidraças” é transportado do narrador-personagem para a protagonista à medida que a narrativa avança e as adversidades se avolumam na trajetória de Macabéa.
E
A indignação do narrador-personagem com a falta de reação de Macabéa é equilibrada pela constatação de sua obediência, traço de caráter admirado por ele, que garante a ela êxitos expressivos no plano afetivo e no profissional, com o desdobramento da narrativa.
2109ed79-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Regência, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Com base nos trechos e na leitura do romance, considere as afirmativas a seguir.

I. O uso da primeira pessoa explica-se por se tratar de uma fala do narrador-personagem dirigida à outra personagem da história.
II. A referência à intransitividade deliberada do verbo “ter” no trecho corresponde tanto a um uso peculiar da linguagem em outras passagens do livro quanto à insignificância da protagonista.
III. O fato de haver referência à personagem como “a moça” deve-se ao recurso de retardar o momento de informar seu nome, o que ocorre apenas quando ela encontra Olímpico.
IV. O “trigo puramente maduro” constitui uma imagem de esplendor que se caracteriza como o contrário do perfil da personagem da moça.

Assinale a alternativa correta.

Leia os trechos a seguir, extraídos de A hora da estrela, de Clarice Lispector, e responda à questão

(Há os que têm. E há os que não têm. É muito simples: a moça não tinha. Não tinha o quê? É apenas isso mesmo: não tinha. Se der para me entenderem, está bem. Se não, também está bem. Mas por que trato dessa moça quando o que mais desejo é trigo puramente maduro e ouro no estio?)
[...]
(Ela me incomoda tanto que fiquei oco. Estou oco desta moça. E ela tanto mais me incomoda quanto menos reclama. Estou com raiva. Uma cólera de derrubar copos e pratos e quebrar vidraças. Como me vingar? Ou melhor, como me compensar? Já sei: amando meu cão que tem mais comida do que a moça. Por que ela não reage? Cadê um pouco de fibra? Não, ela é doce e obediente.)
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. 10. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. p. 32-33.
A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
210653c5-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa que explica corretamente a frase: “O contorcionista era citado e recitado pelos camionistas e cada um aumentava uma volta nas vantagens elásticas do rapaz.”

Leia o texto a seguir, que contém o início do conto “A menina do futuro torcido”, incluído em Vozes anoitecidas, de Mia Couto, e responda à questão:

Joseldo Bastante, mecânico da pequena vila, punha nos ouvidos a solução da sua vida. Viajante que passava, carro que parava, ele aproximava e capturava as conversas. Foi assim que chegou de ouvir um destino para sua filha mais velha, Filomeninha. Durante toda uma semana, chegavam da cidade notícias de um jovem que fazia sucesso virando e revirando o corpo, igual uma cobra. O rapaz tinha sido contratado por um empresário para exibir suas habilidades, confundir o trás para a frente. Percorria as terras e o povo corria para lhe ver. Assim, o jovem ganhou dinheiro até encher caixas, malas e panelas. Só devido das dobragens e enrolamentos da espinha e seus anexos. O contorcionista era citado e recitado pelos camionistas e cada um aumentava uma volta nas vantagens elásticas do rapaz. Chegaram mesmo a dizer que, numa exibição, ele se amarrou no próprio corpo como se fosse um cinto. Foi preciso o empresário ajudar para desatar o nó; não fosse isso, ainda hoje o rapaz estaria cintado.

COUTO, Mia. Vozes anoitecidas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 127.
A
Com a frase, o narrador enfatiza como Joseldo ficava embevecido com as histórias a respeito do contorcionista.
B
A frase demonstra que os relatos dos caminhoneiros eram convincentes porque eram repetitivos.
C
O trecho “aumentava uma volta” aponta tanto para as habilidades corporais do jovem quanto para os relatos desiguais dos caminhoneiros.
D
O termo “elásticas” está mais associado à forma do relato dos caminhoneiros do que às habilidades corporais do contorcionista.
E
O termo “vantagens” já demonstra que o contorcionista era um falsário, embora os caminhoneiros acreditassem nas habilidades de seus movimentos.
210196a4-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O trecho contém uma frase significativa tanto para este conto quanto para outros contos do livro: “O rapaz tinha sido contratado por um empresário para exibir suas habilidades, confundir o trás para a frente.”. Sobre a relação desse trecho com os outros contos do livro, assinale a alternativa correta.

Leia o texto a seguir, que contém o início do conto “A menina do futuro torcido”, incluído em Vozes anoitecidas, de Mia Couto, e responda à questão:

Joseldo Bastante, mecânico da pequena vila, punha nos ouvidos a solução da sua vida. Viajante que passava, carro que parava, ele aproximava e capturava as conversas. Foi assim que chegou de ouvir um destino para sua filha mais velha, Filomeninha. Durante toda uma semana, chegavam da cidade notícias de um jovem que fazia sucesso virando e revirando o corpo, igual uma cobra. O rapaz tinha sido contratado por um empresário para exibir suas habilidades, confundir o trás para a frente. Percorria as terras e o povo corria para lhe ver. Assim, o jovem ganhou dinheiro até encher caixas, malas e panelas. Só devido das dobragens e enrolamentos da espinha e seus anexos. O contorcionista era citado e recitado pelos camionistas e cada um aumentava uma volta nas vantagens elásticas do rapaz. Chegaram mesmo a dizer que, numa exibição, ele se amarrou no próprio corpo como se fosse um cinto. Foi preciso o empresário ajudar para desatar o nó; não fosse isso, ainda hoje o rapaz estaria cintado.

COUTO, Mia. Vozes anoitecidas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 127.
A
O que se percebe tanto nesse conto quanto em outros contos do livro é um conjunto muito farto de habilidades extraordinárias nas personagens que as conduz à superação de adversidades.
B
A imagem do contorcionista e de seus movimentos corporais inusitados é representativa dos esforços de diversas personagens dos contos do livro que convivem com a miséria e com a ignorância.
C
Um traço comum entre esse conto e outros contos do livro é a circulação de empresários por espaços muito pobres, o que provoca o progresso tanto dos lugares quanto das personagens que ali vivem.
D
A questão central da frase é a ideia de confusão, que, nesse conto, se exemplifica pelo fato de Joseldo ter compreendido mal as notícias, uma vez que as histórias sobre o contorcionista eram falsas.
E
As inversões do tempo constituem aspecto relevante desse conto e de outros do livro, pois a sequência dos eventos narrados sofre sistematicamente a interferência dos desvarios das personagens.
20f7f0d9-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Quanto ao destino de Filomeninha, assinale a alternativa correta.

Leia o texto a seguir, que contém o início do conto “A menina do futuro torcido”, incluído em Vozes anoitecidas, de Mia Couto, e responda à questão:

Joseldo Bastante, mecânico da pequena vila, punha nos ouvidos a solução da sua vida. Viajante que passava, carro que parava, ele aproximava e capturava as conversas. Foi assim que chegou de ouvir um destino para sua filha mais velha, Filomeninha. Durante toda uma semana, chegavam da cidade notícias de um jovem que fazia sucesso virando e revirando o corpo, igual uma cobra. O rapaz tinha sido contratado por um empresário para exibir suas habilidades, confundir o trás para a frente. Percorria as terras e o povo corria para lhe ver. Assim, o jovem ganhou dinheiro até encher caixas, malas e panelas. Só devido das dobragens e enrolamentos da espinha e seus anexos. O contorcionista era citado e recitado pelos camionistas e cada um aumentava uma volta nas vantagens elásticas do rapaz. Chegaram mesmo a dizer que, numa exibição, ele se amarrou no próprio corpo como se fosse um cinto. Foi preciso o empresário ajudar para desatar o nó; não fosse isso, ainda hoje o rapaz estaria cintado.

COUTO, Mia. Vozes anoitecidas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 127.
A
Ela treina muito à espera do empresário, mas este, ao chegar à vila, a recusa, já desinteressado pelo contorcionismo.
B
Ela é iludida pelo empresário e abandona a vila com ele, sem corresponder às expectativas do pai.
C
Ela se apaixona pelo contorcionista e abandona a vila, sem dar explicações à família.
D
Ela ingressa no mundo do espetáculo com o contorcionista e garante muito dinheiro à família.
E
Ela é acolhida pelo empresário, mas, no dia da estreia de seu espetáculo, morre devido ao treinamento exaustivo.