Questão 21240acf-32
Prova:UEL 2019
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Quanto à relação entre Eduardo e Pedro, assinale a alternativa correta.

Leia o texto extraído do segundo ato de O demônio familiar e responda à questão

EDUARDO (Rindo-se) -– Eis um corretor de casamentos, que seria um achado precioso para certos indivíduos do meu conhecimento! Vou tratar de vender-te a algum deles para que possas aproveitar teu gênio industrioso.
PEDRO -– Oh! Não! Pedro quer servir a meu senhor! Vosmecê perdoa; foi para ver senhor rico!
EDUARDO -– E o que lucras tu com isto?! Sou tão pobre que te falte com aquilo de que precisas? Não te trato mais como um amigo do que como um escravo?
PEDRO — Oh! Trata muito bem, mas Pedro queria que o senhor tivesse muito dinheiro e comprasse carro bem bonito para... EDUARDO -– Para... Dize!
PEDRO -– Para Pedro ser cocheiro de senhor!
EDUARDO -– Então a razão única de tudo isto é o desejo que tens de ser cocheiro?
PEDRO — Sim, senhor!
EDUARDO — (Rindo-se) -– Muito bem! Assim, pouco te importava que eu ficasse mal com a pessoa que estimava; que me casasse com uma velha ridícula, que vivesse maçado e aborrecido, contanto que governasses dois cavalos em um carro! Tens razão!... E eu ainda devo dar-me por muito feliz, que fosse esse motivo frívolo, mas inocente, que te obrigasse a trair a minha confiança. (Eduardo sai.)

ALENCAR, José de. O demônio familiar. 4. ed. São Paulo: Martin Claret, 2013. p. 54-55. 

A
Embora invoque outros motivos no trecho, Pedro cansa-se de servir como escravo de Eduardo e planeja criar problemas para seu senhor como forma de vingança.
B
Eduardo e Pedro mantêm relações com camaradagem; isso permite ao escravo mover-se com relativa liberdade e eventualmente tomar iniciativas que desagradam ao senhor, como evidencia o trecho.
C
Pedro promove trocas de correspondência para as vizinhas de Eduardo com a finalidade de afastá-lo de Henriqueta; embora Eduardo descubra as artimanhas do escravo, ele se convence de que o melhor é desposar a viúva.
D
Até esta cena, Eduardo depositava confiança irrestrita em Pedro, fundamentada no comportamento exemplar, na eficiência e na prontidão com que o escravo executava as tarefas a ele atribuídas.
E
A interpretação da justificativa de Pedro como frivolidade demonstra o desdém de Eduardo pelas aspirações do escravo, o que torna este último cada vez mais insatisfeito.

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