Questõessobre Sintaxe

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da7b020f-76
UNIVESP 2018 - Português - Análise sintática, Sintaxe

Considere a frase do 4º parágrafo:
Se as coisas não funcionam, precisamos deixar o orgulho para trás e aceitar que falhamos.

Quanto ao restante da frase, o trecho destacado expressa uma

Leia o texto para responder a questão.

   Tentativa e erro, experimentar o novo, entender que algumas questões têm respostas complexas ou podem mesmo não ter uma resposta, cultivar a noção de que o fracasso é essencial para o progresso, aceitar que erros são o que nos faz eventualmente acertar, saber persistir quando as dificuldades parecem não acabar nunca.
   Esses são alguns dos componentes da pesquisa científica, uma espécie de sabedoria acumulada através dos tempos que, acredito, é também muito útil em vários aspectos da vida – de como enfrentar desafios individualmente até como reger empresas.
   Quem poderia adivinhar que a eletricidade e o magnetismo são manifestações de um campo eletromagnético que se propaga através do espaço com a velocidade da luz? Quem poderia adivinhar que as espécies animais evoluem devido a mutações genéticas aliadas ao processo de seleção natural? Esse conhecimento todo não veio do nada; exigiu muita coragem intelectual, disciplina de trabalho e tolerância ao erro.
    Se as coisas não funcionam, precisamos deixar o orgulho para trás e aceitar que falhamos. Todo cientista sabe muito bem que a maioria das suas ideias não vai funcionar. Resolutos, vamos em frente; mas devemos também estar abertos a críticas.
    Na ciência, e em qualquer outra área de trabalho, é bom ouvir as sábias palavras de Isaac Newton – mesmo se o próprio, durante a vida, não tenha sido o que chamaria de um modelo de humildade profissional: “Não sei o que possa parecer aos olhos do mundo, mas aos meus pareço apenas ter sido como um menino brincando à beira-mar, divertindo-me com o fato de encontrar de vez em quando um seixo mais liso ou uma concha mais bonita que o normal, enquanto o grande oceano da verdade permanece completamente por descobrir à minha frente”.

(Marcelo Gleiser. www.folha.uol.com.br. 10.12.2017. Adaptado)
A
causa e, conforme a norma-padrão, pode ser substituído por: Porque as coisas não funcionem.
B
finalidade e, conforme a norma-padrão, pode ser substituído por: A fim de que as coisas não funcionem.
C
concessão e, conforme a norma-padrão, pode ser substituído por: Embora as coisas não funcionam.
D
consequência e, conforme a norma-padrão, pode ser substituído por: Tanto que as coisas não funcionam
E
condição e, conforme a norma-padrão, pode ser substituído por: Caso as coisas não funcionem.
a7645935-70
UPE 2021 - Português - Uso do ponto, do ponto de exclamação e do ponto de interrogação, Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Ortografia, Problemas da língua culta, Acentuação Gráfica: Proparoxítonas, Paraxítonas, Oxítonas e Hiatos, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Prevalece, na parte verbal do Texto, o emprego da norma culta da língua. Nesse contexto, é CORRETO afirmar que

O Texto  serve de base para a questão.

Texto 


Disponível em: https://redeglobo.globo.com/sp/eptv/eptv-na-escola-ribeirao/noticia/a-leitura-como-aliada-da-boa-redacao.ghtml 

A
no trecho: "Canais de internet com resenhas e críticas estimulam novos títulos.", a forma verbal está no plural em concordância com os termos 'resenhas‘ e 'críticas‘.
B
atendendo aos propósitos do texto, o autor emprega o modo imperativo em "comece" e "procure", para dialogar diretamente com o leitor.
C
assim como em EXPERIÊNCIAS, está correta a grafia de EXTENDER; em DIVERSIDADE, está correta a grafia de CUMPLISIDADE.
D
no título, o ponto de interrogação é obrigatório em "Como criar gosto pelos livros?", e sua ausência fere os preceitos da norma culta da língua.
E
o acento gráfico da palavra 'páginas‘ é justificado pela mesma regra que recomenda o acento gráfico na palavra "fácil‘.
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UPE 2021 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Coesão e coerência, Sintaxe

Todo texto revela uma multiplicidade de relações semânticas, sendo algumas explicitadas por conectivos, outras não. Acerca dessas relações e dos conectivos que as explicitam no Texto, assinale a alternativa CORRETA.

O Texto serve de base à questão;

Texto
New Barroco: tudo sobre a moda

Se nos últimos anos o minimalismo reinou pedindo looks mais cleans, contudo, o inverno de 2020 promete trazer uma trend que sugere exatamente o contrário: looks ricos, exagerados e elaborados farão parte dessa estação.
Além disso, o barroco será uma das grandes influências da moda para a estação mais fria do ano. O espírito barroco é carregado de informações, dramaticidade e conflitos, assim como abundância e vitalidade, o que traduz perfeitamente a atmosfera da contemporaneidade em todas as suas contradições.
Na moda, toda essa desordem também aparece refletida na sobrecarga de informações, por exemplo: texturas, mix de estampas, hibridismo, exagero nas proporções, sobreposições, peles, pelos, transparência, brilho e tudo mais, de preferência no mesmo look! 


Disponível em: https://coracanela.com.br/new-barroco-tudo-sobre-a-moda-barroca-e-como-investir.
Acesso em 13/10/20. Adaptado.
A
O texto é introduzido por um segmento de valor consecutivo: "Se nos últimos anos o minimalismo reinou pedindo looks mais cleans [...].
B
No trecho: "Se nos últimos anos o minimalismo reinou pedindo looks mais cleans, contudo, o inverno de 2020 promete [...]", o conectivo destacado explicita a relação de causa e consequência nele presente.
C
A expressão que introduz o segundo parágrafo ("Além disso") sinaliza para o leitor que as informações a serem fornecidas no texto se opõem, de alguma maneira, às informações dadas.
D
O conectivo destacado no trecho "O espírito barroco é carregado de informações, dramaticidade e conflitos, assim como abundância e vitalidade" foi empregado para possibilitar o acréscimo de informações no trecho.
E
No trecho: "Na moda, toda essa desordem também aparece refletida na sobrecarga de informações", o leitor deve reconhecer uma relação semântica de comparação.
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UNIFESP 2021 - Português - Termos integrantes da oração: Objeto direto, Objeto indireto, Complemento nominal, Agente da Passiva, Sintaxe

Sempre que haja necessidade expressiva de reforço, de ênfase, pode o objeto direto vir repetido. Essa reiteração recebe o nome de objeto direto pleonástico.

(Adriano da Gama Kury. Novas lições de análise sintática, 1997. Adaptado.)

O eu lírico lança mão desse recurso expressivo no verso

Cruz na porta da tabacaria!
Quem morreu? O próprio Alves? Dou
Ao diabo o bem-’star que trazia.
Desde ontem a cidade mudou.

Quem era? Ora, era quem eu via.
Todos os dias o via. Estou
Agora sem essa monotonia.
Desde ontem a cidade mudou.

Ele era o dono da tabacaria.
Um ponto de referência de quem sou.
Eu passava ali de noite e de dia.
Desde ontem a cidade mudou.

Meu coração tem pouca alegria,
E isto diz que é morte aquilo onde estou.
Horror fechado da tabacaria!
Desde ontem a cidade mudou.

Mas ao menos a ele alguém o via,
Ele era fixo, eu, o que vou,
Se morrer, não falto, e ninguém diria:
Desde ontem a cidade mudou.

(Obra poética, 1997.)
A
“Todos os dias o via. Estou” (2a estrofe)
B
“E isto diz que é morte aquilo onde estou.” (4a estrofe)
C
“Ele era fixo, eu, o que vou,” (5a estrofe)
D
“Mas ao menos a ele alguém o via,” (5a estrofe)
E
“Ao diabo o bem-’star que trazia.” (1a estrofe)
d75a5981-72
UNIFESP 2021 - Português - Uso dos conectivos, Análise sintática, Sintaxe

Mesmo assim a insônia impera.” (3o parágrafo)

No contexto em que se encontra, a expressão sublinhada exprime ideia de

    A palavra sonho, do latim somnium, significa muitas coisas diferentes, todas vivenciadas durante a vigília, e não durante o sono. Realizei “o sonho da minha vida”, “meu sonho de consumo” são frases usadas cotidianamente pelas pessoas para dizer que pretendem ou conseguiram alcançar algo. Todo mundo tem um sonho, no sentido de plano futuro. Todo mundo deseja algo que não tem. Por que será que o sonho, fenômeno normalmente noturno que tanto pode evocar o prazer quanto o medo, é justamente a palavra usada para designar tudo aquilo que se quer ter?
    
    O repertório publicitário contemporâneo não tem dúvidas de que o sonho é a força motriz de nossos comportamentos. Desejo é o sinônimo mais preciso da palavra “sonho”. [...] Na área de desembarque de um aeroporto nos Estados Unidos, uma foto enorme de um casal belo e sorridente, velejando num mar caribenho em dia ensolarado, sob a frase enigmática: “Aonde seus sonhos o levarão?”, embaixo o logotipo da empresa de cartão de crédito. Deduz-se do anúncio que os sonhos são como veleiros, capazes de levar-nos a lugares idílicos, perfeitos, altamente… desejáveis. As equações “sonho é igual a desejo que é igual a dinheiro” têm como variável oculta a liberdade de ir, ser e principalmente ter, liberdade que até os mais miseráveis podem experimentar no mundo de regras frouxas do sonho noturno, mas que no sonho diurno é privilégio apenas dos detentores de um mágico cartão plástico.

    A rotina do trabalho diário e a falta de tempo para dormir e sonhar, que acometem a maioria dos trabalhadores, são cruciais para o mal-estar da civilização contemporânea. É gritante o contraste entre a relevância motivacional do sonho e sua banalização no mundo industrial globalizado. [...] A indústria da saúde do sono, um setor que cresce aceleradamente, tem valor estimado entre 30 bilhões e 40 bilhões de dólares. Mesmo assim a insônia impera. Se o tempo é sempre escasso, se despertamos diariamente com o toque insistente do despertador, ainda sonolentos e já atrasados para cumprir compromissos que se renovam ao infinito, se tão poucos se lembram que sonham pela simples falta de oportunidade de contemplar a vida interior, quando a insônia grassa e o bocejo se impõe, chega-se a duvidar da sobrevivência do sonho.

    E, no entanto, sonha-se. Sonha-se muito e a granel, sonha-se sofregamente apesar das luzes e dos ruídos da cidade, da incessante faina da vida e da tristeza das perspectivas. Dirá a formiga cética que quem sonha assim tão livre é o artista, cigarra de fábula que vive de brisa. [...] Na peça teatral A vida é sonho, o espanhol Pedro Calderón de la Barca dramatizou a liberdade de construir o próprio destino. O sonho é a imaginação sem freio nem controle, solta para temer, criar, perder e achar.

(O oráculo da noite: a história e a ciência do sonho, 2019.)
A
causa
B
condição
C
oposição
D
conclusão
E
consequência
dbf734cb-6e
UPE 2021 - Português - Ortografia, Regência, Crase, Acentuação Gráfica: Proparoxítonas, Paraxítonas, Oxítonas e Hiatos, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal

Nos textos literários, os aspectos formais podem ser analisados como elementos que colaboram para a expressividade. Acerca de aspectos formais dos Textos 15, 16 e 17, analise as proposições abaixo.


1) No que se refere ao nível de formalidade, podemos dizer que o Texto 17 tende para a informalidade. Apesar disso, sua autora segue as normas de regência nominal, o que se observa, por exemplo, no trecho ―Estou consciente de que tudo o que sei não posso dizer‖. A regência estaria igualmente atendida se a autora tivesse escrito: "Não faço alusão a tudo o que sei".

2) Observe a concordância feita no seguinte trecho do Texto 15: "e nem o rubro galo do sol / nem a andorinha azul da lua / podem levar qualquer recado [...]". O plural empregado na primeira forma verbal (podem) indica que a ação expressa por ―podem levar‖ é praticada, concomitantemente, pelo "rubro galo do sol" e pela "andorinha azul da lua".

3) O sinal indicativo de crase presente no trecho "podem levar qualquer recado / à prisão por onde as mulheres / se convertem em sal e muro" (Texto 15) deveria manter-se se o termo "prisão" fosse substituído pelo termo "cárcere".

4) Para indicar que o Texto 16 tematiza o cotidiano do século passado, nele está preservada a norma ortográfica que era vigente nesse século, a exemplo de "Adélia", "dói" e "pôr", formas que, após o último Acordo Ortográfico, devem ser grafadas sem acento.


Estão CORRETAS:

Texto 15

PRISÃO
Cecília Meireles

Nesta cidade
quatro mulheres estão no cárcere.
Apenas quatro.
Uma na cela que dá para o rio,
outra na cela que dá para o monte,
outra na cela que dá para a igreja
e a última na do cemitério
ali embaixo.

[...]

Quatrocentas mulheres
quatrocentas, digo, estão presas:
cem por ódio, cem por amor,
cem por orgulho, cem por desprezo
em celas de ferro, em celas de fogo,
em celas sem ferro nem fogo, somente
de dor e silêncio,
quatrocentas mulheres, numa outra cidade,
quatrocentas, digo, estão presas. 

Quatro mil mulheres, no cárcere,
e quatro milhões – e já nem sei a conta,
em cidades que não se dizem,
em lugares que ninguém sabe,
estão presas, estão para sempre –
sem janela e sem esperança,
umas voltadas para o presente,
outras para o passado, e as outras
para o futuro, e o resto – o resto,
sem futuro, passado ou presente,
presas em prisão giratória,
presas em delírio, na sombra,
presas por outros e por si mesmas,
tão presas que ninguém as solta,
e nem o rubro galo do sol
nem a andorinha azul da lua
podem levar qualquer recado
à prisão por onde as mulheres
se convertem em sal e muro.

MEIRELES, Cecília. Prisão. Excertos. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104- 83332006000200013&script=sci_arttext Acesso em: 08/08/2020.


Texto 16

GRANDE DESEJO

Adélia Prado

Não sou matrona, mãe dos Gracos, Cornélia,
sou é mulher do povo, mãe de filhos, Adélia.
Faço comida e como.
Aos domingos bato o osso no prato pra chamar
o cachorro
e atiro os restos.
Quando dói, grito ai,
quando é bom, fico bruta,
as sensibilidades sem governo.
Mas tenho meus prantos,
claridades atrás do meu estômago humilde
e fortíssima voz pra cânticos de festa.
Quando escrever o livro com o meu nome
e o nome que eu vou pôr nele, vou com ele a uma
igreja,
a uma lápide, a um descampado,
para chorar, chorar e chorar,
requintada e esquisita como uma dama.

Disponível em: https://www.tudoepoema.com.br/adelia-prado-grande-desejo/ Acesso em: 08/08/2020.


Texto 17

"Estou consciente de que tudo o que sei não posso dizer, só sei pintando ou pronunciando, sílabas cegas de sentido. [...] Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não palavra – a entrelinha – morde a isca, alguma coisa se escreveu."

LISPECTOR, Clarice. Água viva. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1993. Excertos. pp.15-25. (Adaptado)


A
1, 2, 3 e 4.
B
1 e 2, apenas.
C
2 e 3, apenas.
D
1, 3 e 4, apenas.
E
2 e 4, apenas.
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UPE 2021 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Análise sintática, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Também os textos literários são elaborados com enunciados nos quais geralmente podemos reconhecer algumas relações semânticas. Acerca dessas relações, assinale a alternativa CORRETA.

Texto 7

— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
[...]
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.
[...]
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar terra sempre mais extinta,
[...]

MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina. Excertos. Disponível em: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/morte_e_vida_severina/ Acesso em: 30/07/2020. 



Texto 9

A COMPADECIDA – João foi um pobre como nós, meu filho. Teve de suportar as maiores dificuldades, numa terra seca e pobre como a nossa. Não o condene, deixe João ir para o purgatório.

JOÃO GRILO – Para o purgatório? Não, não faça isso assim não. [Chamando a Compadecida à parte]. Não repare eu dizer isso, mas é que o diabo é muito negociante e com esse povo a gente pede o mais para impressionar. A senhora pede o céu, porque aí o acordo fica mais fácil a respeito do purgatório. 

A COMPADECIDA – Isso dá certo lá no sertão, João! Aqui se passa tudo de outro jeito! Que é isso? Não confia mais na sua advogada?

JOÃO GRILO – Confio, Nossa Senhora, mas esse camarada enrolando nós dois.

A COMPADECIDA – Deixe comigo. [a Manuel]. Peço-lhe então, muito simplesmente, que não condene João.

SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. Rio de Janeiro, Agir, 2005. Excertos. Disponível em: https://vermelho.org.br/2014/07/25/auto-dacompadecida/ Acesso em: 09/08/2020. 


A
"Como há muitos Severinos, / que é santo de romaria, / deram então de me chamar / Severino de Maria;". Nesse trecho do Texto 7, o conjunto dos dois primeiros versos mantém com os versos subsequentes uma relação de causa.
B
"Somos muitos Severinos / iguais em tudo e na sina: / a de abrandar estas pedras / suando-se muito em cima,". Nesse trecho do Texto 7, o conjunto dos dois versos finais mantém com os versos anteriores uma relação de consequência.
C
"Não repare eu dizer isso, mas é que o diabo é muito negociante [...]". Nesse trecho do Texto 9, a relação que se percebe entre os segmentos é de conclusão, embora eles estejam conectados por um "mas".
D
"Peço-lhe então, muito simplesmente, que não condene João.". Nesse trecho do Texto 9, o conectivo "então" explicita uma relação semântica de condição.
E
No Texto 10, entre "O auto da compadecida" e "A comédia mais engraçada do ano." está implícita uma relação semântica de comparação.
412dcbb9-6a
URCA 2021 - Português - Análise sintática, Sintaxe

letra: Observe o trecho a seguir e assinale a alternativa que, sob o aspecto das relações semânticas e sintáticas, expressa uma declaração INCORRETA:

“Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, — algumas vezes gemendo, — mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um — “ai, nhonhô!” — ao que eu retorquia: — ‘Cala a boca, besta!’”

(ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Disponível em
<https://docente.ifrn.edu.br/paulomartins/classicos-da-literatura-brasileira-e-portuguesa/memorias-postumas-de- bras-cubas-de-machado-de-assis/view>)

A
A palavra cordel é diminutivo de corda e funciona, no trecho, como núcleo de objeto direto.
B
A palavra cavalo, núcleo do predicativo do sujeito, não possui conotação depreciativa no trecho.
C
O vocativo nhonhô é derivado do termo senhor e expressa submissão.
D
O termo besta funciona como vocativo e serve, no trecho, para expressar um insulto desumanizante.
E
Prudêncio, cognato de prudência, funciona como sujeito dos verbos era, punha e recebia.
40fd8998-6a
URCA 2021 - Português - Interpretação de Textos, Colocação Pronominal, Análise sintática, Coesão e coerência, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Leia o trecho a seguir e assinale a alternativa que contém uma assertiva ERRADA sobre o texto: “Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem – ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! – é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco – é alta mercê que me faz: e pedir posso, encarecido.” (ROSA, J. G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. p. 10).

A
O emprego de vocábulos como “vige”, “mercê” e as inversões sintáticas nos autorizam a afirmar que o texto é marcado por um certo arcaísmo.
B
Somente o contexto da situação comunicativa permite que classifiquemos “cidadão” como aposto ou vocativo.
C
A próclise em “Me declare tudo” confere ao texto marcas de oralidade e deve ser entendida como um fenômeno do estilo e não como desvio sintático.
D
A palavra “crespos” retoma a ideia de interioridade contida em “dentro”, acrescentando à ideia de interioridade o contexto semântico de malignidade, contido em diabo.
E
O emprego do verbo ter, em lugar de haver, é uma marca da rigorosa atenção que o autor dedica ao respeito das convenções da norma escrita padrão.
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UPE 2021 - Português - Regência, Crase, Sintaxe

Analisando a aplicação de algumas regularidades sintáticas da norma padrão aos Textos 7, 8 e 10, é correto afirmar:

Texto 7


XVII – DO TRAPÉZIO E OUTRAS COISAS

[...]

    "... Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. Meu pai, logo que teve aragem dos onze contos, sobressaltou-se deveras; achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil. [...]"


ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ática, 1997. p. 44. Excertos.


Texto 8


XXVII – VIRGÍLIA?


    "Virgília? Mas então era a mesma senhora que alguns anos depois...? A mesma; era justamente a senhora que em 1869 devia assistir aos meus últimos dias, e que antes, muito antes, teve larga parte nas minhas mais íntimas sensações. Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. Era isto Virgília, e era clara, muito clara, faceira, ignorante, pueril, cheia de uns ímpetos misteriosos; muita preguiça e alguma devoção, — devoção, ou talvez medo; creio que medo. [...]"

ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ática, 1997. p. 59. Excertos. 

Texto 9



Texto 10

    "Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada.‘ Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...
[...] 

    E bem, qualquer que seja a solução, uma coisa fica e é a suma das sumas, ou o resto dos restos, a saber, que a minha primeira amiga e o meu maior amigo, tão extremosos ambos e tão queridos também, quis o destino que acabassem juntando-se e enganando-me... [...]"

ASSIS, Machado de. D. Casmurro. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 67; p. 232-233. Excertos.


A
Em: "o caso excedia as raias de um capricho juvenil" (Texto 7), o emprego da crase em "as raias" é facultativo, isto é, também estaria em conformidade com a norma-padrão: "o caso excedia às raias de um capricho juvenil".
B
No trecho: "a senhora que em 1869 devia assistir aos meus últimos dias" (Texto 8), a opção por "assistir aos", em vez de "assistir os", conforme a norma-padrão, indica que o autor quer dizer: "A senhora que em 1869 devia presenciar os meus últimos dias".
C
O trecho "fecha os olhos às sardas e espinhas" (Texto 8) também estaria em conformidade com as regras de uso da crase em: "fecha os olhos à manchas e erupções".
D
O trecho: "Virgília era cheia de uns ímpetos misteriosos" (Texto 8) também atenderia às normas da regência nominal em: "Virgília era tomada com uns ímpetos misteriosos".
E
O trecho: "e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos" (Texto 10) mantém o mesmo sentido em: "e após isto atribuo que entrassem a ficar crescidos".
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UPE 2021 - Português - Uso dos conectivos, Sintaxe

No trecho: "E, de fato, aquele episódio alterou radicalmente a direção da minha vida." (Texto 1), o termo destacado acrescenta ao trecho em questão um/uma:

Texto 1 


13 DE MAIO


Foi quando eu era seminarista no interior de São Paulo. Era 13 de maio de 1966 e os meus colegas de seminário, quase todos descendentes de italianos ou alemães, resolveram homenagear o dia da abolição dos escravos com um almoço. Nós, os poucos negros ou pardos da turma, fomos "convidados" a sentar na mesa central do refeitório, decorada com as palavras 'Navio Negreiro'. Quando vi aquilo me recusei e me sentei numa mesa lateral, com todos os outros colegas. Pois os organizadores daquilo me pegaram à força, me arrastaram e me fizeram sentar na marra junto aos outros negros, no que considerei uma ofensa gravíssima. Arrumei as malas para ir embora, mas fui convencido a ficar pelo padre do local. Ele me recomendou que deixasse o ódio passar e que tomasse aquele episódio como bandeira de luta para um mundo melhor. E, de fato, aquele episódio alterou radicalmente a direção da minha vida. Foi a partir de então que tirei a foto do meu pai, que era negro, do fundo da minha mala, e coloquei-a ao lado da fotografia da minha mãe, branca, com os meus objetos pessoais.


Frei David Raimundo dos Santos, 63 anos, frade, fundador da ONG Educafro. Disponível em: www.educafro.org.br Acesso em: 15 set. 2020. Adaptado.

A
confirmação.
B
atenuação.
C
contraste.
D
dúvida.
E
ironia.
fe8caa74-6a
UNESP 2021 - Português - Análise sintática, Sintaxe

Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida.” (8° parágrafo)


Em relação à oração que a sucede, a oração sublinhada expressa ideia de

Leia a narrativa “O leão, o burro e o rato”, de Millôr Fernandes,


    Um leão, um burro e um rato voltaram, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos1 e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou:
    — Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforço conjunto. Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três, com licença do compadre rato, você, compadre burro, vai fazer a partilha desta caça em três partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o rio, beber um pouco de água, deixando nosso grande amigo burro em paz para deliberar.
    Os dois se afastaram, foram até o rio, beberam água2 e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caça em três partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leão:
    — Pronto, compadre leão, aí está: que acha da partilha?
    O leão não disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no chão, morto.
    Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse:
    — Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impressão de que concorda em que não podíamos suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice. Desculpe eu ter perdido a paciência, mas não havia outra coisa a fazer. Há muito que eu não suportava mais o compadre burro. Me faça um favor agora — divida você o bolo da caça, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou até o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberação sensata.
    Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois: de um lado, toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro, apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio, quando o rato o chamou:
    — Compadre leão, está pronta a partilha!
    O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato:
    — Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa?
    E o rato respondeu:
    — Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu — é claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha — é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha — e, evidentemente, a partilha só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual, sou todo espírito! — Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia! — exclamou o leão, realmente admirado. — Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria?
    — Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto.


Moral: Só um burro tenta ficar com a parte do leão.


1 A conjugação de esforços tão heterogêneos na destruição do meio ambiente é coisa muito comum.

2 Enquanto estavam bebendo água, o leão reparou que o rato estava sujando a água que ele bebia. Mas isso já é outra fábula.


(100 fábulas fabulosas, 2012.)


A
consequência.
B
tempo.
C
concessão.
D
condição.
E
causa.
21539f55-65
UNESP 2021 - Português - Análise sintática, Sintaxe

Em “Inútil dormir que a dor não passa” (1ª estrofe), o termo sublinhado introduz uma oração que expressa, em relação à anterior, ideia de

Para responder à questão, leia a letra da canção “Bom conselho”, de Chico Buarque, composta em 1972.


Ouça um bom conselho

Que eu lhe dou de graça

Inútil dormir que a dor não passa

Espere sentado

Ou você se cansa

Está provado:

Quem espera nunca alcança 


Venha, meu amigo

Deixe esse regaço

Brinque com meu fogo

Venha se queimar

Faça como eu digo

Faça como eu faço

Aja duas vezes antes de pensar 


Corro atrás do tempo

Vim de não sei onde

Devagar é que não se vai longe

Eu semeio vento na minha cidade

Vou pra rua e bebo a tempestade


(www.chicobuarque.com.br)

A
condição.
B
consequência.
C
concessão.
D
proporção.
E
explicação.
1144005f-03
UniREDENTOR 2020 - Português - Regência, Sintaxe

Há uma passagem do texto que foge à norma gramatical, e cuja correção reescreve o desvio. Assinale a alternativa que corresponde ao desvio e à respectiva correção entre parênteses.

Texto: Aos estudantes de Medicina

Na coluna de hoje vou resumir-lhes as lições mais importantes que aprendi em quarenta anos de atividade clínica. Na verdade, a ideia de reuni-las surgiu semanas atrás quando o diretor Wolf Maia me convidou para fazer uma pequena palestra para atrizes e atores que interpretavam papéis de estudantes de medicina numa cena da novela das nove. “Haverá uma classe com alunos e nenhuma dramaturgia, diga o que quiser”, propôs ele. Hesitei diante do convite inusitado, mas no fim achei que seria boa oportunidade para dizer aos alunos: 1- Tenham sempre em mente que encontrarão mais dificuldade para receber os cuidados de vocês justamente as pessoas que mais necessitarão deles. O médico deve lutar por condições dignas de trabalho e por remuneração condizente com as exigências do exercício profissional, mas sem esquecer de cobrar da sociedade o acesso universal dos brasileiros ao sistema de saúde. 2- É fundamental ouvir as queixas dos doentes. Sem ouvi-las com atenção, como descobrir o mal que os aflige? Embora as características do atendimento em ambulatórios, hospitais e unidades de saúde criem restrições de tempo, cabe a nós exigirmos para cada consulta a duração mínima que nos permita recolher as informações imprescindíveis. Com a prática vocês verão que ficará mais fácil, porque aprenderão a orientar o interrogatório, especialmente no caso de pessoas prolixas e pouco objetivas. O desconhecimento da história e da evolução da enfermidade é causa de erros graves. 3- Medicina se faz com as mãos. Os exames laboratoriais e as imagens radiológicas ajudam bastante, mas não substituem o exame físico. Esse ensinamento dos tempos de Hipócrates deve ser repetido à exaustão, porque a tendência do ensino nas faculdades tem sido a ênfase nos exames subsidiários em prejuízo da palpação, da ausculta e da observação atenta aos sinais que o corpo emite. Como consequência, cada vez são mais frequentes as queixas de que o médico pediu e analisou os exames e preencheu a prescrição sem chegar perto do doente. Não culpem a falta de tempo nem tenham preguiça, em cinco minutos é possível fazer um exame físico razoável. Tocar o corpo do outro faz parte dos fundamentos de nossa profissão. 4- Procurem colocar-se na pele da pessoa enferma. Quanto mais empatia houver, mais fácil será compreender suas angústias, seus desejos e seu modo de encarar a vida. Não cabe ao médico fazer julgamentos morais, impor soluções nem decidir por ela, mas orientá-la para encontrar o caminho que mais atenda suas necessidades. 5- Medicina é profissão para quem gosta muito. Exige do estudante bem mais do que as outras: são seis anos de graduação, dos quais os dois últimos dedicados ao internato, que não por acaso recebeu esse nome. Depois vem a residência, com três, quatro e até cinco anos de duração. O dia inteiro nos hospitais públicos, os plantões de vinte e quatro horas, as jornadas intermináveis. É a única profissão que obriga o trabalhador a cumprir horários que a abolição da escravatura eliminou. Por exemplo, trabalhar o dia inteiro, entrar no plantão noturno e emendar o expediente do dia seguinte; trinta e seis horas sem dormir. Existe outra categoria de profissionais em que essa prática desumana faça parte da rotina? Se o exercício da medicina já é árduo para os apaixonados por ela, é possível que se torne insuportável para os demais. Se vocês escolheram segui-la apenas em busca de reconhecimento social ou recompensa financeira, estão no caminho errado, existem opções menos sacrificadas e bem mais vantajosas. 6- Medicina é para quem pretende estudar a vida inteira. É para gente curiosa que tem fascínio pelo funcionamento corpo humano e quer aprender como ele reage nas diversas circunstâncias que se apresentam. O médico que não estuda é mais do que irresponsável, coloca em risco a vida alheia. 7- Finalmente, para que foi criada a medicina? Qual a função desse ofício que resiste à passagem dos séculos? Embora a arte de curar encante os jovens e encha de prazer os mais experientes, não é esse o papel mais importante do médico. É interminável a lista de doenças que não sabemos curar. A finalidade primordial de nossa profissão é aliviar o sofrimento humano. (Drauzio Varella é médico cancerologista e escritor. Foi um dos pioneiros no tratamento da aids no Brasil. Disponível em https://drauziovarella.uol.com.br/dra uzio/aos-estudantes-de-medicina/)
A
Procurem colocar-se na pele da pessoa enferma. (se colocar)
B
Existe outra categoria de profissionais em que essa prática desumana faça parte da rotina? (que essa prática)
C
É para gente curiosa que tem fascínio pelo funcionamento corpo humano e quer aprender como ele reage nas diversas circunstâncias que se apresentam. (reage às diversas circunstâncias)
D
Qual a função desse ofício que resiste à passagem dos séculos? (resiste a)
E
É interminável a lista de doenças que não sabemos curar. (a qual não sabemos)
113d9915-03
UniREDENTOR 2020 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Coesão e coerência, Sintaxe

Usando um conectivo para unir as orações em: “O médico que não estuda é mais do que irresponsável, coloca em risco a vida alheia”, temse:

Texto: Aos estudantes de Medicina

Na coluna de hoje vou resumir-lhes as lições mais importantes que aprendi em quarenta anos de atividade clínica. Na verdade, a ideia de reuni-las surgiu semanas atrás quando o diretor Wolf Maia me convidou para fazer uma pequena palestra para atrizes e atores que interpretavam papéis de estudantes de medicina numa cena da novela das nove. “Haverá uma classe com alunos e nenhuma dramaturgia, diga o que quiser”, propôs ele. Hesitei diante do convite inusitado, mas no fim achei que seria boa oportunidade para dizer aos alunos: 1- Tenham sempre em mente que encontrarão mais dificuldade para receber os cuidados de vocês justamente as pessoas que mais necessitarão deles. O médico deve lutar por condições dignas de trabalho e por remuneração condizente com as exigências do exercício profissional, mas sem esquecer de cobrar da sociedade o acesso universal dos brasileiros ao sistema de saúde. 2- É fundamental ouvir as queixas dos doentes. Sem ouvi-las com atenção, como descobrir o mal que os aflige? Embora as características do atendimento em ambulatórios, hospitais e unidades de saúde criem restrições de tempo, cabe a nós exigirmos para cada consulta a duração mínima que nos permita recolher as informações imprescindíveis. Com a prática vocês verão que ficará mais fácil, porque aprenderão a orientar o interrogatório, especialmente no caso de pessoas prolixas e pouco objetivas. O desconhecimento da história e da evolução da enfermidade é causa de erros graves. 3- Medicina se faz com as mãos. Os exames laboratoriais e as imagens radiológicas ajudam bastante, mas não substituem o exame físico. Esse ensinamento dos tempos de Hipócrates deve ser repetido à exaustão, porque a tendência do ensino nas faculdades tem sido a ênfase nos exames subsidiários em prejuízo da palpação, da ausculta e da observação atenta aos sinais que o corpo emite. Como consequência, cada vez são mais frequentes as queixas de que o médico pediu e analisou os exames e preencheu a prescrição sem chegar perto do doente. Não culpem a falta de tempo nem tenham preguiça, em cinco minutos é possível fazer um exame físico razoável. Tocar o corpo do outro faz parte dos fundamentos de nossa profissão. 4- Procurem colocar-se na pele da pessoa enferma. Quanto mais empatia houver, mais fácil será compreender suas angústias, seus desejos e seu modo de encarar a vida. Não cabe ao médico fazer julgamentos morais, impor soluções nem decidir por ela, mas orientá-la para encontrar o caminho que mais atenda suas necessidades. 5- Medicina é profissão para quem gosta muito. Exige do estudante bem mais do que as outras: são seis anos de graduação, dos quais os dois últimos dedicados ao internato, que não por acaso recebeu esse nome. Depois vem a residência, com três, quatro e até cinco anos de duração. O dia inteiro nos hospitais públicos, os plantões de vinte e quatro horas, as jornadas intermináveis. É a única profissão que obriga o trabalhador a cumprir horários que a abolição da escravatura eliminou. Por exemplo, trabalhar o dia inteiro, entrar no plantão noturno e emendar o expediente do dia seguinte; trinta e seis horas sem dormir. Existe outra categoria de profissionais em que essa prática desumana faça parte da rotina? Se o exercício da medicina já é árduo para os apaixonados por ela, é possível que se torne insuportável para os demais. Se vocês escolheram segui-la apenas em busca de reconhecimento social ou recompensa financeira, estão no caminho errado, existem opções menos sacrificadas e bem mais vantajosas. 6- Medicina é para quem pretende estudar a vida inteira. É para gente curiosa que tem fascínio pelo funcionamento corpo humano e quer aprender como ele reage nas diversas circunstâncias que se apresentam. O médico que não estuda é mais do que irresponsável, coloca em risco a vida alheia. 7- Finalmente, para que foi criada a medicina? Qual a função desse ofício que resiste à passagem dos séculos? Embora a arte de curar encante os jovens e encha de prazer os mais experientes, não é esse o papel mais importante do médico. É interminável a lista de doenças que não sabemos curar. A finalidade primordial de nossa profissão é aliviar o sofrimento humano. (Drauzio Varella é médico cancerologista e escritor. Foi um dos pioneiros no tratamento da aids no Brasil. Disponível em https://drauziovarella.uol.com.br/dra uzio/aos-estudantes-de-medicina/)
A
O médico que não estuda é mais do que irresponsável, embora coloque em risco a vida alheia.
B
O médico que não estuda é mais do que irresponsável, todavia coloque em risco a vida alheia.
C
O médico que não estuda é mais do que irresponsável, pois coloca em risco a vida alheia.
D
O médico que não estuda é mais do que irresponsável, entretanto coloca em risco a vida alheia.
E
O médico que não estuda é mais do que irresponsável, ainda que coloque em risco a vida alheia.
112ed04f-03
UniREDENTOR 2020 - Português - Sintaxe, Orações subordinadas adverbiais: Causal, Comparativa, Consecutiva, Concessiva, Condicional...

No período: “Quanto mais empatia houver, mais fácil será compreender suas angústias, seus desejos e seu modo de encarar a vida”, a relação estabelecida pelas orações está presente na opção:

Texto: Aos estudantes de Medicina

Na coluna de hoje vou resumir-lhes as lições mais importantes que aprendi em quarenta anos de atividade clínica. Na verdade, a ideia de reuni-las surgiu semanas atrás quando o diretor Wolf Maia me convidou para fazer uma pequena palestra para atrizes e atores que interpretavam papéis de estudantes de medicina numa cena da novela das nove. “Haverá uma classe com alunos e nenhuma dramaturgia, diga o que quiser”, propôs ele. Hesitei diante do convite inusitado, mas no fim achei que seria boa oportunidade para dizer aos alunos: 1- Tenham sempre em mente que encontrarão mais dificuldade para receber os cuidados de vocês justamente as pessoas que mais necessitarão deles. O médico deve lutar por condições dignas de trabalho e por remuneração condizente com as exigências do exercício profissional, mas sem esquecer de cobrar da sociedade o acesso universal dos brasileiros ao sistema de saúde. 2- É fundamental ouvir as queixas dos doentes. Sem ouvi-las com atenção, como descobrir o mal que os aflige? Embora as características do atendimento em ambulatórios, hospitais e unidades de saúde criem restrições de tempo, cabe a nós exigirmos para cada consulta a duração mínima que nos permita recolher as informações imprescindíveis. Com a prática vocês verão que ficará mais fácil, porque aprenderão a orientar o interrogatório, especialmente no caso de pessoas prolixas e pouco objetivas. O desconhecimento da história e da evolução da enfermidade é causa de erros graves. 3- Medicina se faz com as mãos. Os exames laboratoriais e as imagens radiológicas ajudam bastante, mas não substituem o exame físico. Esse ensinamento dos tempos de Hipócrates deve ser repetido à exaustão, porque a tendência do ensino nas faculdades tem sido a ênfase nos exames subsidiários em prejuízo da palpação, da ausculta e da observação atenta aos sinais que o corpo emite. Como consequência, cada vez são mais frequentes as queixas de que o médico pediu e analisou os exames e preencheu a prescrição sem chegar perto do doente. Não culpem a falta de tempo nem tenham preguiça, em cinco minutos é possível fazer um exame físico razoável. Tocar o corpo do outro faz parte dos fundamentos de nossa profissão. 4- Procurem colocar-se na pele da pessoa enferma. Quanto mais empatia houver, mais fácil será compreender suas angústias, seus desejos e seu modo de encarar a vida. Não cabe ao médico fazer julgamentos morais, impor soluções nem decidir por ela, mas orientá-la para encontrar o caminho que mais atenda suas necessidades. 5- Medicina é profissão para quem gosta muito. Exige do estudante bem mais do que as outras: são seis anos de graduação, dos quais os dois últimos dedicados ao internato, que não por acaso recebeu esse nome. Depois vem a residência, com três, quatro e até cinco anos de duração. O dia inteiro nos hospitais públicos, os plantões de vinte e quatro horas, as jornadas intermináveis. É a única profissão que obriga o trabalhador a cumprir horários que a abolição da escravatura eliminou. Por exemplo, trabalhar o dia inteiro, entrar no plantão noturno e emendar o expediente do dia seguinte; trinta e seis horas sem dormir. Existe outra categoria de profissionais em que essa prática desumana faça parte da rotina? Se o exercício da medicina já é árduo para os apaixonados por ela, é possível que se torne insuportável para os demais. Se vocês escolheram segui-la apenas em busca de reconhecimento social ou recompensa financeira, estão no caminho errado, existem opções menos sacrificadas e bem mais vantajosas. 6- Medicina é para quem pretende estudar a vida inteira. É para gente curiosa que tem fascínio pelo funcionamento corpo humano e quer aprender como ele reage nas diversas circunstâncias que se apresentam. O médico que não estuda é mais do que irresponsável, coloca em risco a vida alheia. 7- Finalmente, para que foi criada a medicina? Qual a função desse ofício que resiste à passagem dos séculos? Embora a arte de curar encante os jovens e encha de prazer os mais experientes, não é esse o papel mais importante do médico. É interminável a lista de doenças que não sabemos curar. A finalidade primordial de nossa profissão é aliviar o sofrimento humano. (Drauzio Varella é médico cancerologista e escritor. Foi um dos pioneiros no tratamento da aids no Brasil. Disponível em https://drauziovarella.uol.com.br/dra uzio/aos-estudantes-de-medicina/)
A
temporalidade;
B
condicionalidade;
C
finalidade;
D
consequência;
E
proporcionalidade.
4ec308d6-33
IF-PE 2019 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Sintaxe

No TEXTO 3, os recursos visuais e verbais criam um contraste entre a data de validade (19/10/1998) e o pacote “totalmente intacto”, relação expressa pelo conectivo “sendo que”. Escolha, nas alternativas a seguir, outro conectivo com sentido equivalente.

JÚLIA. Hoje eu achei um pacotinho de rufles no chão aq da floresta da tijuca, com a validade de 19/10/1998, sendo que o pacote tava totalmente intacto... pra vcs verem né. Rio de Janeiro, 1 mar. 2019. Twitter: @darkwside. Disponível em: . Acesso em: 27 out. 2019. 

A
Desde que.
B
Por isso.
C
Porque.
D
Porém.
E
Portanto.
4eaaa2c8-33
IF-PE 2019 - Português - Regência, Sintaxe

Observe o segundo quadrinho do TEXTO 2.
Oração 1 – Porque não cuida da sua vida?... Guri!
Oração 2 – Estou cuidando!
Sabendo que o verbo “cuidar”, no sentido em que aparece no texto, é transitivo indireto, é CORRETO afirmar que, na oração 2, o verbo utilizado

A
também é transitivo indireto, levando em conta que uma parte da Oração 2 está oculta.
B
é intransitivo, ou seja, não necessita de complemento verbal.
C
é transitivo direto, já que não exige preposição.
D
é, ao mesmo tempo, transitivo direto e indireto, pois aceita qualquer tipo de complemento verbal.
E
pode variar a transitividade dependendo da oração apresentada no 3º quadrinho.
2141ab7e-32
UEL 2019 - Português - Análise sintática, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal

Acerca do último parágrafo “O projeto é uma parceria da Universidade Federal de Sergipe com a prefeitura e delegacia da cidade de Lagarto. Começou há seis anos e, nesse tempo, foi registrado apenas um caso de feminicídio na cidade. Pelo grupo já passaram mais de 300 homens e muitas foram as lições. ‘Estou aprendendo várias coisas. Se eu pudesse não errar, voltava para trás’, disse o homem”, considere as afirmativas a seguir.

I. O trecho “um caso de feminicídio” é complemento verbal nesse período.
II. O sujeito do verbo “começou” foi citado anteriormente: “projeto”.
III. O verbo “passaram” concorda com o sujeito “mais de 300 homens”.
IV. A expressão “as lições” é sujeito do verbo “foram”.

Assinale a alternativa correta.

Leia o texto a seguir e responda à questão.

Projeto ajuda a interromper ciclo de violência contra mulheres

Em Sergipe, um projeto tem ajudado a interromper o ciclo de violência contra mulheres. Foram 16 anos sofridos em silêncio até que ela resolveu dar um basta. “Quando eu saí de casa, fui para a casa de minha mãe. Ele me ligou, esculhambou de tudo, falou que estava indo para a casa da minha mãe para me bater, para quebrar meus dentes, para fazer o que ele queria. Foi nessa hora que resolvi ir para a delegacia e prestei queixa”, disse a mulher.
A queixa virou um acordo entre o casal. Ao invés de responder a um inquérito, uma vez por semana, o ex-marido frequenta um grupo só para homens. Antes do primeiro empurrão, do tapa, geralmente existe a agressão verbal seguida de ameaça. Os homens que foram denunciados por esse tipo de agressão estão no grupo para aprender a enxergar a mulher com outros olhos, com respeito. Uma mudança de comportamento que fez romper o ciclo da violência doméstica. 
“A ideia do grupo é uma mudança de atitude, de comportamento, mesmo que você não concorde. Está na lei”, diz a psicóloga aos homens. Sandra Aiaish Menta, doutora em psicologia da Universidade Federal de Sergipe, tem um papel fundamental. “Quando eles chegam ao grupo, a gente tem que sensibilizá-los de que aquilo que eles fizeram é algo que é uma agressão ao outro”, disse.
A cada encontro, novas descobertas. Um homem que sequer admitia que era agressor está na sexta reunião e já mudou de atitude. “Reconheço sim, reconheço que errei com ela. O grupo ajudou muito, graças a Deus”, disse. Mas se ele voltar a ser violento, não tem acordo.
“A gente vai trabalhando numa escalada: para os crimes mais simples, oferecendo a mediação. Houve descumprimento, a gente vai para investigação com medida protetiva. Se ele descumprir, a gente pede a prisão”, disse a delegada Ana Carolina Machado Jorge.
O projeto é uma parceria da Universidade Federal de Sergipe com a prefeitura e delegacia da cidade de Lagarto. Começou há seis anos e, nesse tempo, foi registrado apenas um caso de feminicídio na cidade. Pelo grupo já passaram mais de 300 homens e muitas foram as lições. “Estou aprendendo várias coisas. Se eu pudesse não errar, voltava para trás”, disse o homem.

Adaptado de: g1.globo.com
A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
212e1f79-32
UEL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Análise sintática, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Acerca dos recursos morfossintáticos presentes no trecho “O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó”, considere as afirmativas a seguir.

I. Em “O tímido, em suma, é uma pessoa convencida”, a oração funciona como principal.
II. A oração “de que é o centro do Universo” funciona como complemento nominal do adjetivo “convencida”.
III. Na oração “quando as estrelas virarem pó”, o termo “pó” caracteriza o sujeito “estrelas”.
IV. No fragmento “e que seu vexame ainda será lembrado”, a oração tem sentido consecutivo.

Assinale a alternativa correta.

Leia a crônica a seguir, de Luis Fernando Veríssimo, e responda à questão:

Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico: só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre quebram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando “Não me olhem! Não me olhem!”, só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.
VERISSIMO, Luis Fernando. Da Timidez. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 111-112.
A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.