Questõessobre Problemas da norma culta
Há algumas delas que começam
largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas. Dadas as proposições
abaixo, marque a opção que preenche corretamente as lacunas:
Major Quaresma
saiu ____ alguns minutos.
O mapa indica que o subúrbio fica ____ meia hora
daqui.
Daqui ____ um ano iremos viajar.
Não vejo Ricardo Coração dos Outros
____ dias.
Há algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas. Dadas as proposições abaixo, marque a opção que preenche corretamente as lacunas:
Major Quaresma saiu ____ alguns minutos.
O mapa indica que o subúrbio fica ____ meia hora daqui.
Daqui ____ um ano iremos viajar.
Não vejo Ricardo Coração dos Outros ____ dias.
ESPINHOS E FLORES
Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa cousa em matéria de edificação de cidade. A topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram, porém, os azares das construções. Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiam como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado. Às vezes se sucedem na mesma direção com uma frequência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.
Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas. Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras na cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau-a-pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno da qual formiga uma população; adiante, é uma velha casa de roça, com varanda e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada a querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos. Não há nos nossos subúrbios cousa alguma que nos lembre os famosos das grandes cidades européias, com as suas vilas de ar repousado e satisfeito, as suas estradas e ruas macadamizadas e cuidadas, nem mesmo se encontram aqueles jardins, cuidadinhos, aparadinhos, penteados, porque os nossos, se os há, são em geral pobres, feios e desleixados.
Os cuidados municipais também são variáveis e caprichosos. Às vezes, nas ruas, há passeios em certas partes e outras não; algumas vias de comunicação são calçadas e outras da mesma importância estão ainda em estado de natureza. Encontra-se aqui um pontilhão bem cuidado sobre um rio seco e passos além temos que atravessar um ribeirão sobre uma pinguela de trilhos mal juntos. Há pelas ruas damas elegantes, com sedas e brocados, evitando a custo que a lama ou o pó lhes empane o brilho do vestido; há operário de tamancos; há peralvilhos à última moda; há mulheres de chita; e assim pela tarde, quando essa gente volta do trabalho ou do passeio, a mescla se faz numa mesma rua, num quarteirão, e quase sempre o mais bem posto não é que entra na melhor casa. Além disto, os subúrbios têm mais aspectos interessantes, sem falar no namoro epidêmico e no espiritismo endêmico; as casas de cômodos (quem as suporia lá!) constituem um deles bem inédito. Casas que mal dariam para uma pequena família, são divididas, subdivididas, e os minúsculos aposentos assim obtidos, alugados à população miserável da cidade. Aí, nesses caixotins humanos, é que se encontra a fauna menos observada da nossa vida, sobre a qual a miséria paira com um rigor londrino. Não se podem imaginar profissões mais tristes e mais inopinadas da gente que habita tais caixinhas. Além dos serventes de repartições, contínuos de escritórios, podemos deparar velhas fabricantes de rendas de bilros, compradores de garrafas vazias, castradores de gatos, cães e galos, mandingueiros, catadores de ervas medicinais, enfim, uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande burguesias não podem adivinhar. Às vezes, num cubículo desses se amontoa uma família, e há ocasiões em que os seus chefes vão a pé para a cidade por falta do níquel do trem. Ricardo Coração dos Outros morava em uma pobre casa de cômodos de um dos subúrbios. Não era das sórdidas, mas era uma casa de cômodos dos subúrbios. Desde anos que ele a habitava e gostava da casa que ficava trepada sobre uma colina, olhando da janela do seu quarto para uma ampla extensão edificada que ia da Piedade a Todos os Santos.
Vistos assim do alto, os subúrbios têm a sua graça. As casas pequeninas, pintadas de azul, de branco, de oca, engastadas nas comas verde-negras das mangueiras, tendo de permeio, aqui e ali, um coqueiro ou uma palmeira, alta e soberba, fazem a vista boa e a falta de percepção do desenho das ruas põe no programa um sabor de confusão democrática, de solidariedade perfeita entre as gentes que as habitavam; e o trem minúsculo, rápido, atravessa tudo aquilo, dobrando à esquerda, inclinando-se para a direita, muito flexível nas suas grandes vértebras de carros, como uma cobra entre pedrouços. Era daquela janela que Ricardo espraiava as suas alegrias, as suas satisfações, os seus triunfos e também os seus sofrimentos e mágoas. Ainda agora estava ele lá, debruçado no peitoril, com a mão em concha no queixo, colhendo com a vista uma grande parte daquela bela, grande e original cidade, capital de um grande país, de que ele a modos que era e se sentia ser, a alma, consubstanciado os seus tênues sonhos e desejos em versos discutíveis, mas que a plangência do violão, se não lhes dava sentido, dava um quê de balbucio, de queixume dorido da pátria criança ainda, ainda na sua formação... Em que pensava ele? Não pensava só, sofria também. Aquele tal preto continuava na sua mania de querer fazer a modinha dizer alguma cousa, e tinha adeptos. Alguns já o citavam como rival dele, Ricardo; outros já afirmavam que o tal rapaz deixava longe o Coração dos Outros, e alguns mais – ingratos! – já esqueciam os trabalhos, o tenaz trabalhar de Ricardo Coração dos Outros em prol do levantamento da modinha e do violão, e nem nomeavam o abnegado obreiro.
(Triste Fim de Policarpo Quaresma, pp.160-165)
Analise as proposições em relação ao conto Os mortos não têm desejos (Roteiro de uma vida
inútil), à obra O conto da mulher brasileira / Edla van Steen, ao Texto, e assinale (V) para
verdadeira e (F) para falsa.
( ) No período “Quer saber por quê” (linha 11) o uso do por quê, separado e com acento,
justifica-se por estar no final da oração, e se substituído por qual motivo ou por qual
razão mantém a coerência e o sentido no texto.
( )As temáticas predominantes nos contos, que compõem a Antologia, são desencanto,
desilusão, desesperança, existência vã, bem como a frustração existencial e a
decepção amorosa, provocadas pela relação homem/mulher, que é, também, bastante
comum na maioria das narrativas.
( ) Na estrutura “Não fui hoje, nem nunca mais” (linha 11) as palavras destacadas, quanto
à classe gramatical, são advérbios, na sequência, de negação, de tempo, de dúvida e
de afirmação. E, quanto à sintaxe, há duas orações, e os termos destacados
constituem adjuntos adverbiais.
( ) A importância do tempo, nesta obra, é fator preponderante, pois apesar de serem
contos, observa-se uma grande influência desse no enredo de alguns contos,
possibilitando que alguns personagens se desloquem para outros contos, desvelando
ao leitor a verdadeira personalidade.
( ) Por ser uma coletânea, ela mostra-se multifacetada. Outra vertente, marcada nesta
antologia, diz respeito à abordagem de questões políticas, em especial, àquelas em
que a presença feminina tinha papel de destaque, devido à popularidade e participação
da mulher no campo político.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Analise as proposições em relação ao conto Os mortos não têm desejos (Roteiro de uma vida inútil), à obra O conto da mulher brasileira / Edla van Steen, ao Texto, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
( ) No período “Quer saber por quê” (linha 11) o uso do por quê, separado e com acento, justifica-se por estar no final da oração, e se substituído por qual motivo ou por qual razão mantém a coerência e o sentido no texto.
( )As temáticas predominantes nos contos, que compõem a Antologia, são desencanto, desilusão, desesperança, existência vã, bem como a frustração existencial e a decepção amorosa, provocadas pela relação homem/mulher, que é, também, bastante comum na maioria das narrativas.
( ) Na estrutura “Não fui hoje, nem nunca mais” (linha 11) as palavras destacadas, quanto à classe gramatical, são advérbios, na sequência, de negação, de tempo, de dúvida e de afirmação. E, quanto à sintaxe, há duas orações, e os termos destacados constituem adjuntos adverbiais.
( ) A importância do tempo, nesta obra, é fator preponderante, pois apesar de serem contos, observa-se uma grande influência desse no enredo de alguns contos, possibilitando que alguns personagens se desloquem para outros contos, desvelando ao leitor a verdadeira personalidade.
( ) Por ser uma coletânea, ela mostra-se multifacetada. Outra vertente, marcada nesta antologia, diz respeito à abordagem de questões políticas, em especial, àquelas em que a presença feminina tinha papel de destaque, devido à popularidade e participação da mulher no campo político.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Para ______, disse o patrão, o criado visava ____
tostões______ vários anos.
Completa-se corretamente a frase acima com as
palavras da alternativa
Papéis Velhos
Vou ocupar o tempo em reler uns papéis velhos que o meu criado José achou dentro de uma velha mala e me trouxe agora. A cara dele tinha a expressão de prazer que dá o serviço inesperado; aquele gosto de descobrir papéis que podem ser importantes fazia-o risonho, olhos escancarados, quase comovidos.
- Vossa Excelência talvez os procure há muito tempo.
Eram cartas, apontamentos, minutas, contas, um inferno de lembranças que era melhor não se terem achado. Que perdia eu sem elas? Já não curava delas; provavelmente não me fariam falta. Agora estou entre estes dois extremos, ou lê-las, primeiro, ou queimá-las já. Inclino-me ao segundo. Ante mim continuava o meu José com a mesma expressão de gosto que lhe deu o achado. Naturalmente agradecia à sua boa Fortuna que lhe deparou; contará que é mais um elo que nos prende. Talvez a ideia que o levou à mala fosse a esperança de algum valor extraviado, uma joia, por exemplo, ou ainda menos, uma camisa, um colete, e sendo assim o silêncio era mui possível. Achou papéis velhos, veio fielmente entregar-mos.
Não lhe quero mal por isso. Não lhe quis no dia em que descobri que ele me levava dos coletes, ao escová-los, dois ou três tostões por dia. Foi há dois meses, e possivelmente já o faria antes, desde que entrou cá em casa. Não me zanguei com ele; tratei de acautelar os níqueis, isso sim; mas, para que não se creia descoberto, lá deixei alguns, uma vez ou outra, que ele pontualmente diminui; não me vendo zangar é provável que me chame nomes feios, descuidado, tonto, papalvo que seja... Não lhe quero mal do furto nem dos nomes.
Ele serve bem e gosta de mim; podia levar mais e chamar-me pior.
Resolvo mandar queimar os papéis, ainda que dê grande mágoa ao José que imaginou haver achado recordações grandes e saudades. Poderia dizer-lhe que a gente traz na cabeça outros papéis velhos que não ardem nunca nem se perdem por malas antigas; não me entenderia.
(Machado de Assis)
Assinale a alternativa que apresenta um período escrito de acordo com a norma padrão da língua portuguesa.
Prevalece, na parte verbal do Texto, o emprego da norma culta da língua. Nesse contexto, é
CORRETO afirmar que
O Texto serve de base para a questão.
Texto
Disponível em: https://redeglobo.globo.com/sp/eptv/eptv-na-escola-ribeirao/noticia/a-leitura-como-aliada-da-boa-redacao.ghtml
A frase, titulo do filme, reproduz uma variedade
linguística recorrente na fala de muitos brasileiros.
Essa estrutura caracteriza-se pelo(a)
A frase, titulo do filme, reproduz uma variedade linguística recorrente na fala de muitos brasileiros.
Essa estrutura caracteriza-se pelo(a)
Assinale a frase que está de acordo com a norma padrão escrita da língua portuguesa.
Considerando que os fragmentos incluídos nos itens
seguintes são partes de um texto adaptado (Internet:<http://revistapesquisa.fapesp.br/2017/10/25/dois-passos-para-tras-um-para-frente/>
), qual a opção em que
foi atendida a norma-padrão da Língua Portuguesa?
Assinale a frase na qual os termos destacados em negrito estão corretos.
Assinale a frase elaborada em conformidade com as normas da língua-padrão.
A Bela e a Fera
Uma bela atriz reaparece em um famoso programa de auditório.
Os telespectadores vibram com os olhos da musa, que responde às perguntas do
apresentador.
Como está o seu relacionamento com a imprensa?, pergunta a fera.
Há repórteres bons e maus. Eu prefiro muito mais me lembrar das pessoas sérias do que
das outras.
(Luis Carlos Rocha. Norma culta escrita: tentativa de caracterização.)
O uso que a atriz fez do verbo preferir
A Bela e a Fera
Uma bela atriz reaparece em um famoso programa de auditório. Os telespectadores vibram com os olhos da musa, que responde às perguntas do apresentador.
Como está o seu relacionamento com a imprensa?, pergunta a fera. Há repórteres bons e maus. Eu prefiro muito mais me lembrar das pessoas sérias do que das outras.
(Luis Carlos Rocha. Norma culta escrita: tentativa de caracterização.)
O uso que a atriz fez do verbo preferir
Como em “Para mim, uma das coisas mais lindas do Brasil é a mistura das raças” (linhas 23-24), também
está conforme a norma padrão o emprego do pronome pessoal de 1ª pessoa do singular em:
Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/05/150428_parainglesver_adamsmith2_ss. Acesso em 25 ago. 2016.
Com base no texto 02, da Língua Portuguesa I, responda à questão.
Faz o plural como “vira-latas” (linha 32) o vocábulo:
Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/05/150428_parainglesver_adamsmith2_ss. Acesso em 25 ago. 2016.
Com base no texto 02, da Língua Portuguesa I, responda à questão.
Marque a alternativa na qual as palavras completam, corretamente, as lacunas do período a seguir: “____ muitas pessoas no ________ do ________ pianista, visto que trata-se de uma ___________ beneficente.”
Em relação ao emprego dos verbos e pronomes do poema,
é correto afirmar:
GUIMARAENS, Alphonsus. Hão de chorar por ela os cinamomos.
Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/literatura/cinco-poemasalphonsus-guimaraens.htm>;. Acesso em: 22 set. 2016.
Em um hipotético diálogo, um
matuto diz a seguinte frase: Nóis apricêia muito os
concêio que tu qué dá pra nóis.
Para grafarmos este trecho em conformidade com a
norma-padrão da linguagem, teríamos:
Em relação ao uso do por que, assinale a alternativa incorreta:
Tendo em vista o tom de crônica que a colunista imprime a seu artigo, ela se sente livre para
utilizar elementos linguísticos que não se enquadram nas normas da língua escrita padrão.
Dos elementos citados abaixo, o único que NÃO tem essa característica, isto é, o único que
preserva a norma-padrão é o emprego
Analise a reescrita dos textos dos ditados populares,
de acordo com a norma padrão, após feitas as modificações solicitadas entre parênteses. Assinale a alternativa
correta.
Quando vires a barba do vizinho arder, põe a tua de molho. (3a pessoa do singular)
Quando ver a barba do vizinho arder, ponha a sua de
molho.
Há males que vêm para o bem. (singular)
Há mal que vêm para o bem.
Antes que cases, vê o que fazes. (3ª pessoa singular)
Antes que case, veja o que faz.