Questõesde IFAL sobre Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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Foram encontradas 38 questões
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IFAL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Análise sintática, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Era a morte que, incandescente e perversa, a alcançava, alterando a sua inconfundível beleza animal, tumultuando-lhe o sangue, destruindo a sua ardente harmonia de movimentos, tornando vítrea a sua visão da manhã cristalina e fantasmagórica.” Em relação à oração “a morte a alcançava”, os verbos grifados estabelecem ideia de

Abaixo segue um trecho do romance “Ninho de cobras”, do escritor Lêdo Ivo. Leia-o e, depois, responda ao que se pede na questão.


    E, num fiapo de tempo, bem menor do que aquele em que um estilhaço de estrela resvala no céu escuro e cego, a raposa conheceu a morte, algo atordoador e fulgente que só poderia ser a morte, caso esta existisse em toda a sua absurda plenitude e dura magnificência, e não fosse apenas uma ficção ou um ponto de referência dos vivos deixados repentinamente de amar e odiar, demitidos de súbito de sua grandeza e miséria. Era a morte que, incandescente e perversa, a alcançava, alterando a sua inconfundível beleza animal, tumultuando-lhe o sangue, destruindo a sua ardente harmonia de movimentos, tornando vítrea a sua visão da manhã cristalina e fantasmagórica.

    Desfigurada pelos golpes que os homens lhe haviam vibrado, ela ficou jazendo durante mais de uma hora sobre as pedras da rua. Era um montão de carnes e pelos informes e ensanguentados, e em torno dela se revezava um círculo de curiosos, cambiando os comentários mais variados. Quando o dia já clareava por completo, uma carroça de lixo parou perto do ajuntamento, e o cadáver da raposa foi jogado entre os monturos.


(IVO, Lêdo. Ninho de cobras: uma história mal contada. Maceió: Imprensa Oficial Graciliano Ramos, 2015, p. 21-22)

A
adversidade.
B
explicação.
C
consequência.
D
concessão.
E
proporção.
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IFAL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No texto “A propósito de uma raposa: reflexões de um romancista”, o escritor Lêdo Ivo observou, acerca de seu romance “Ninho de cobras”, o seguinte: “[...] ao lado dos que me apontavam como sendo autor de um romance poético, enraizado em minha condição fundamental de poeta, e ligado ao sonho e ao pesadelo, havia os que me acusavam de ser demasiado realista.” Os juízos críticos a que se refere o autor, atribuídos por ele a dois grupos distintos de leitores de sua obra, podem estar relacionados a qual dos pares de características, verificados, inclusive, no excerto de “Ninho de cobras” acima exposto?

Abaixo segue um trecho do romance “Ninho de cobras”, do escritor Lêdo Ivo. Leia-o e, depois, responda ao que se pede na questão.


    E, num fiapo de tempo, bem menor do que aquele em que um estilhaço de estrela resvala no céu escuro e cego, a raposa conheceu a morte, algo atordoador e fulgente que só poderia ser a morte, caso esta existisse em toda a sua absurda plenitude e dura magnificência, e não fosse apenas uma ficção ou um ponto de referência dos vivos deixados repentinamente de amar e odiar, demitidos de súbito de sua grandeza e miséria. Era a morte que, incandescente e perversa, a alcançava, alterando a sua inconfundível beleza animal, tumultuando-lhe o sangue, destruindo a sua ardente harmonia de movimentos, tornando vítrea a sua visão da manhã cristalina e fantasmagórica.

    Desfigurada pelos golpes que os homens lhe haviam vibrado, ela ficou jazendo durante mais de uma hora sobre as pedras da rua. Era um montão de carnes e pelos informes e ensanguentados, e em torno dela se revezava um círculo de curiosos, cambiando os comentários mais variados. Quando o dia já clareava por completo, uma carroça de lixo parou perto do ajuntamento, e o cadáver da raposa foi jogado entre os monturos.


(IVO, Lêdo. Ninho de cobras: uma história mal contada. Maceió: Imprensa Oficial Graciliano Ramos, 2015, p. 21-22)

A
escassez de adjetivos / tom melancólico na descrição do espaço narrativo
B
ancoragem lírica na composição do evento / plasticidade da cena
C
presença regular de rimas ao longo do texto /
objetividade do relato
D
preferência pelo monólogo interior / uso de linguagem coloquial
E
ausência de encadeamento lógico das frases / adoção de estilo jornalístico ao narrar os fatos
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IFAL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes relativos, Pronomes pessoais retos, Pronomes possessivos, Pronomes pessoais oblíquos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Considerando as relações de coesão referencial estabelecidas pelos pronomes no excerto de “Ninho de cobras”, marque a opção que aponta uma leitura EQUIVOCADA dessas relações.

Abaixo segue um trecho do romance “Ninho de cobras”, do escritor Lêdo Ivo. Leia-o e, depois, responda ao que se pede na questão.


    E, num fiapo de tempo, bem menor do que aquele em que um estilhaço de estrela resvala no céu escuro e cego, a raposa conheceu a morte, algo atordoador e fulgente que só poderia ser a morte, caso esta existisse em toda a sua absurda plenitude e dura magnificência, e não fosse apenas uma ficção ou um ponto de referência dos vivos deixados repentinamente de amar e odiar, demitidos de súbito de sua grandeza e miséria. Era a morte que, incandescente e perversa, a alcançava, alterando a sua inconfundível beleza animal, tumultuando-lhe o sangue, destruindo a sua ardente harmonia de movimentos, tornando vítrea a sua visão da manhã cristalina e fantasmagórica.

    Desfigurada pelos golpes que os homens lhe haviam vibrado, ela ficou jazendo durante mais de uma hora sobre as pedras da rua. Era um montão de carnes e pelos informes e ensanguentados, e em torno dela se revezava um círculo de curiosos, cambiando os comentários mais variados. Quando o dia já clareava por completo, uma carroça de lixo parou perto do ajuntamento, e o cadáver da raposa foi jogado entre os monturos.


(IVO, Lêdo. Ninho de cobras: uma história mal contada. Maceió: Imprensa Oficial Graciliano Ramos, 2015, p. 21-22)

A
“...algo atordoador e fulgente que só poderia ser a morte...” / que = “algo
B
“... demitidos de súbito de sua grandeza e miséria...” / sua = “os vivos”
C
“Era a morte que, incandescente e perversa, a alcançava...” / a = “a raposa”
D
“... e em torno dela se revezava um círculo de curiosos...” / dela = “ela” (“a raposa”)
E
“que os homens lhe haviam vibrado, ela ficou jazendo...” / lhe = “golpes”
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IFAL 2019 - Português - Flexão verbal de número (singular, plural), Interpretação de Textos, Flexão verbal de pessoa (1ª, 2ª, 3ª pessoa), Morfologia - Verbos, Coesão e coerência, Travessão, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Quanto aos aspectos linguístico-discursivos do texto, assinale a alternativa que apresenta uma afirmação INCORRETA.

Para responder à questão, leia o texto seguinte.

Sobre a alagoanidade
Extraído do livro “Notas Sobre Leitura”, de Sidney Wanderley 

    Certa feita, em conversa com a jornalista Janayna Ávila, disse-lhe considerar a alagoanidade um nativismo para broncos. De fato, exaspera-me esta questão – monocórdia, obsessiva, recorrente e estéril – da identidade de um povo, qualquer que seja ele. Acrescentei gaiatamente que a viçosanidade – atributo inconfundível de qualquer bípede implume nascido em Viçosa de Alagoas – consiste no amor desmedido às bolachas de padaria, à xistose e à zabumba. Aliás, esse troço de amor desmedido e acrítico ao torrão natal é coisa que fede e da qual desconfio visceralmente.
    Tomo sempre um susto danado quando meu interlocutor, com ares de sociólogo, antropólogo, etnólogo ou besteirólogo, invariavelmente posudo e sisudo, assevera-me existir a ironia tipicamente alagoana, a maledicência inconfundivelmente caeté ou o humor característico de quem por aqui nasceu. Não ignoro que há uma diferença nítida e notória entre o humor inglês e o humor italiano; mas o que diferencia o humor de um alagoano do humor de um capixaba ou de um sergipano? Acaso rimos mais graciosamente que esses outros, ou emitimos algum som inconfundível quando gargalhamos?
    Haver uma ironia, um humor, uma maledicência, uma violência ou um ressentimento inconfundivelmente alagoanos parece-me um disparate tão considerável quanto haver um futebol alagoano, uma poesia alagoana ou uma cardiologia alagoana. O que há é gente a jogar bola, a compor poemas ou a distrair-se remuneradamente com  cateteres nos limites desta modestíssima unidade federativa.
    Arrisco imaginar o muxoxo de desdém e o coice de impaciência que Graciliano Ramos, nosso ícone maior, não dispensaria a quem fosse importuná-lo com essa conversa mole de alagoanidade. A alagoanidade do caráter predatório e tirânico de Paulo Honório; a alagoanidade lastimável e prepotente do soldado amarelo; a alagoanidade agônica da cachorra Baleia, à beira da morte, a sonhar com um mundo repleto de preás; a alagoanidade adiposa e burguesa de Julião Tavares acoplada à alagoanidade ressentida e assassina de Luís da Silva; a alagoanidade mendicante e fétida de Venta-Romba... Melhor deixar em paz o homo quebrangulensis.
    Ocorre-me agora um dilema visceral: opto pela concisão (“as mesmas vinte palavras”) de nosso romancista maior ou pela incontinência verbal de nosso poeta maior, o palmarino Jorge de Lima? Deverei, de imediato, atribuir alguma média ponderada a suas obras e a seus espíritos e obter algum valor que exprima com exatidão e fidedignidade a alma média do homo alagoensis, afogada por inteiro numa mescla de nossos pontos/homens culminantes. Assim, decerto obterei por fim essa tão apregoada quanto fictícia alagoanidade – força vital, espírito motor, éter, suprassumo, élan, quinta-essência – que nos desconfunde e anima.
    Que pecado para um alagoano típico preferir o primeiro (“há sempre um copo de mar” – não necessariamente alagoano – “para um homem navegar”) e o quarto cantos de Invenção de Orfeu (“O perigo da vida são os vácuos”), bem como a difícil decifração do Livro de sonetos, ao Jorge de Lima dengoso e aliciante dos Poemas negros e ao devoto fervoroso de A túnica inconsútil. Que ato bárbaro de antialagoanidade – digno talvez de um fim similar ao que obtiveram Zumbi, Julião Tavares, Baleia e Calabar – preferir a viagem ao lado da vaca palustre e bela e do cavalo erudito e em chamas, ao passeio pelo parnasianismo sentencioso e de fácil consagração de “O acendedor de lampiões”!
    Advogo, sim, uma alagoanidade esculhambada, disforme, banguela, antropofágica (com direito a sardinhas e Sardinha), macunaímica (“Ai! que preguiça!” desse papo infausto e broncoposudo de identidade cultural etc. e coisa e tal), desbragadamente inclusiva e insaciavelmente cosmofágica. Uma alagoanidade tal a de dona Nise da Silveira, que soube unir os tórridos loucos e os gatos tupiniquins à psicologia dos arquétipos junguianos, oriundos da fria e fleumática Suíça. Uma alagoanidade que acolha o cego Homero e o boêmio Zé do Cavaquinho, os epilépticos Dostoiévski e Machado de Assis e o desassossegado Breno Accioly, a mitologia nórdica e o reisado, a madeleine proustiana e as bolachas Pirauê da padaria de Viçosa, o puteiro do finado Mossoró e as libidinagens de Molly Bloom, os travestis da Pajuçara e os versos de Whitman e Lorca, os labirintos borgianos e os descaminhos da feira do Rato, o mujique russo e o sertanejo de Dois Riachos, os feitiços verbais de Guimarães Rosa e o segredo sagrado do camarão do Bar das Ostras, o decassílabo camoniano e o martelo agalopado dos cantadores de viola da minha já recuada infância.
    Uma alagoanidade que me permita ser os trezentos, os trezentos e cinquenta que trago em mim desde a nascença e que se finarão em breve, felizmente, pois viver por vezes é um bocado custoso e prolongado. Ai, que preguiça! e que vontade de adormecer, profundamente, em Viçosa, na confluência dos rios Paraíba, Tejo, Ganges, Mississippi e Eufrates.

P.S.: Dez ou doze coisas em que creio piamente: 1) na metempsicose; 2) nas almas motrizes dos planetas e do Sol; 3) no dilúvio universal; 4) nos vórtices cartesianos; 5) na hereditariedade dos caracteres adquiridos; 6) no geocentrismo: 7) na finitude do universo: 8) na teoria do flogisto; 9) no saci-pererê, no lobisomem e na caipora; e, last but not least, 10) na alagoanidade.

(Disponível em:<http://www.agendaa.tnh1.com.br/vida/literatura/7576/2018/12/1existe-uma-alagoanidade-leia-artigo-do-poeta-sidney-wanderleyem-livro-lancado-nesta-quarta>. Acesso em 5/3/2018)
A
Apesar de o texto ser escrito em primeira pessoa, seu foco não é o sujeito que escreve, mas o objeto sobre o qual o autor se detém, isto é, o assunto abordado; predomina nele, pois, a função referencial da linguagem.
B
No trecho “De fato, exaspera-me esta questão – monocórdia, obsessiva, recorrente e estéril – da identidade de um povo, qualquer que seja ele.”, os travessões poderiam ser substituídos por parênteses; mas isso provocaria efeito de sentido diferente no excerto.
C
Dado o nível informacional do texto, espera-se do interlocutor a partilha, com o autor, de certos conhecimentos específicos relativos à literatura e à história, por exemplo; o que não impede que, sem tais conhecimentos, uma compreensão global das ideias se efetive na leitura.
D
Haja vista seu título, o texto manifesta sua intenção comunicativa ao narrar os fatos que caracterizam a literatura e a história alagoanas; para isso, o autor optou pela estrutura do texto em prosa, dividido em parágrafos e organizado, do ponto de vista da composição, em tese, argumentos e conclusão.
E
Marcadores discursivos como “Certa feita”, “De fato”, “Aliás”, “Assim”, “decerto”, “bem como”, dispostos ao longo do texto, permitem ao autor fazer suas ideias progredirem à medida que ele amplia a discussão e, ainda, possibilitam-lhe marcar sua subjetividade nos enunciados que produz.
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IFAL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Qual das afirmações abaixo configura uma leitura CORRETA do texto do Sidney Wanderley?

Para responder à questão, leia o texto seguinte.

Sobre a alagoanidade
Extraído do livro “Notas Sobre Leitura”, de Sidney Wanderley 

    Certa feita, em conversa com a jornalista Janayna Ávila, disse-lhe considerar a alagoanidade um nativismo para broncos. De fato, exaspera-me esta questão – monocórdia, obsessiva, recorrente e estéril – da identidade de um povo, qualquer que seja ele. Acrescentei gaiatamente que a viçosanidade – atributo inconfundível de qualquer bípede implume nascido em Viçosa de Alagoas – consiste no amor desmedido às bolachas de padaria, à xistose e à zabumba. Aliás, esse troço de amor desmedido e acrítico ao torrão natal é coisa que fede e da qual desconfio visceralmente.
    Tomo sempre um susto danado quando meu interlocutor, com ares de sociólogo, antropólogo, etnólogo ou besteirólogo, invariavelmente posudo e sisudo, assevera-me existir a ironia tipicamente alagoana, a maledicência inconfundivelmente caeté ou o humor característico de quem por aqui nasceu. Não ignoro que há uma diferença nítida e notória entre o humor inglês e o humor italiano; mas o que diferencia o humor de um alagoano do humor de um capixaba ou de um sergipano? Acaso rimos mais graciosamente que esses outros, ou emitimos algum som inconfundível quando gargalhamos?
    Haver uma ironia, um humor, uma maledicência, uma violência ou um ressentimento inconfundivelmente alagoanos parece-me um disparate tão considerável quanto haver um futebol alagoano, uma poesia alagoana ou uma cardiologia alagoana. O que há é gente a jogar bola, a compor poemas ou a distrair-se remuneradamente com  cateteres nos limites desta modestíssima unidade federativa.
    Arrisco imaginar o muxoxo de desdém e o coice de impaciência que Graciliano Ramos, nosso ícone maior, não dispensaria a quem fosse importuná-lo com essa conversa mole de alagoanidade. A alagoanidade do caráter predatório e tirânico de Paulo Honório; a alagoanidade lastimável e prepotente do soldado amarelo; a alagoanidade agônica da cachorra Baleia, à beira da morte, a sonhar com um mundo repleto de preás; a alagoanidade adiposa e burguesa de Julião Tavares acoplada à alagoanidade ressentida e assassina de Luís da Silva; a alagoanidade mendicante e fétida de Venta-Romba... Melhor deixar em paz o homo quebrangulensis.
    Ocorre-me agora um dilema visceral: opto pela concisão (“as mesmas vinte palavras”) de nosso romancista maior ou pela incontinência verbal de nosso poeta maior, o palmarino Jorge de Lima? Deverei, de imediato, atribuir alguma média ponderada a suas obras e a seus espíritos e obter algum valor que exprima com exatidão e fidedignidade a alma média do homo alagoensis, afogada por inteiro numa mescla de nossos pontos/homens culminantes. Assim, decerto obterei por fim essa tão apregoada quanto fictícia alagoanidade – força vital, espírito motor, éter, suprassumo, élan, quinta-essência – que nos desconfunde e anima.
    Que pecado para um alagoano típico preferir o primeiro (“há sempre um copo de mar” – não necessariamente alagoano – “para um homem navegar”) e o quarto cantos de Invenção de Orfeu (“O perigo da vida são os vácuos”), bem como a difícil decifração do Livro de sonetos, ao Jorge de Lima dengoso e aliciante dos Poemas negros e ao devoto fervoroso de A túnica inconsútil. Que ato bárbaro de antialagoanidade – digno talvez de um fim similar ao que obtiveram Zumbi, Julião Tavares, Baleia e Calabar – preferir a viagem ao lado da vaca palustre e bela e do cavalo erudito e em chamas, ao passeio pelo parnasianismo sentencioso e de fácil consagração de “O acendedor de lampiões”!
    Advogo, sim, uma alagoanidade esculhambada, disforme, banguela, antropofágica (com direito a sardinhas e Sardinha), macunaímica (“Ai! que preguiça!” desse papo infausto e broncoposudo de identidade cultural etc. e coisa e tal), desbragadamente inclusiva e insaciavelmente cosmofágica. Uma alagoanidade tal a de dona Nise da Silveira, que soube unir os tórridos loucos e os gatos tupiniquins à psicologia dos arquétipos junguianos, oriundos da fria e fleumática Suíça. Uma alagoanidade que acolha o cego Homero e o boêmio Zé do Cavaquinho, os epilépticos Dostoiévski e Machado de Assis e o desassossegado Breno Accioly, a mitologia nórdica e o reisado, a madeleine proustiana e as bolachas Pirauê da padaria de Viçosa, o puteiro do finado Mossoró e as libidinagens de Molly Bloom, os travestis da Pajuçara e os versos de Whitman e Lorca, os labirintos borgianos e os descaminhos da feira do Rato, o mujique russo e o sertanejo de Dois Riachos, os feitiços verbais de Guimarães Rosa e o segredo sagrado do camarão do Bar das Ostras, o decassílabo camoniano e o martelo agalopado dos cantadores de viola da minha já recuada infância.
    Uma alagoanidade que me permita ser os trezentos, os trezentos e cinquenta que trago em mim desde a nascença e que se finarão em breve, felizmente, pois viver por vezes é um bocado custoso e prolongado. Ai, que preguiça! e que vontade de adormecer, profundamente, em Viçosa, na confluência dos rios Paraíba, Tejo, Ganges, Mississippi e Eufrates.

P.S.: Dez ou doze coisas em que creio piamente: 1) na metempsicose; 2) nas almas motrizes dos planetas e do Sol; 3) no dilúvio universal; 4) nos vórtices cartesianos; 5) na hereditariedade dos caracteres adquiridos; 6) no geocentrismo: 7) na finitude do universo: 8) na teoria do flogisto; 9) no saci-pererê, no lobisomem e na caipora; e, last but not least, 10) na alagoanidade.

(Disponível em:<http://www.agendaa.tnh1.com.br/vida/literatura/7576/2018/12/1existe-uma-alagoanidade-leia-artigo-do-poeta-sidney-wanderleyem-livro-lancado-nesta-quarta>. Acesso em 5/3/2018)
A
Para o autor, a ideia de alagoanidade não se coaduna com uma noção fechada de identidade, resultante da fixação de estereótipos que realçam um modo de ser alagoano que não dialogaria com elementos associados a outras culturas.
B
O autor defende a tese de que ser alagoano é uma condição que resulta do enaltecimento de personalidades locais, como Nise da Silveira e os travestis da Pajuçara, os quais, segundo ele, traduzem com mais fidelidade a cor local do que, por exemplo, Dostoiévski e Guimarães Rosa.
C
Conforme sustenta no texto, Sidney Wanderley crê que, com a morte, encerra-se a capacidade de o sujeito influenciar a construção das identidades culturais de um povo.
D
Não existe uma identidade alagoana, segundo advoga o autor, haja vista que ele desconfia do “amor desmedido e acrítico ao torrão natal”.
E
Para Wanderley, não são elementos próprios da identidade cultural do alagoano a ironia, a maledicência ou o humor, assim como não são traços comuns a esse povo, no esporte, o gosto pelo futebol ou, no campo das artes, a produção de poesia.
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IFAL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No livro intitulado “A poesia lírica”, a autora Angélica Soares afirma que o “lirismo é uma maneira especial de recorte do mundo e de arranjo de linguagem” e, também, que o “fenômeno lírico [...] responde a um certo ‘horizonte possível’, determinado pelo seu tempo e contexto”, sendo “preciso perseguir as relações entre expressão lírica e história, observando seus modos de expressão nos vários momentos.” (SOARES, Angélica. A poesia lírica. São Paulo: Ática, 1986, p. 7 e 61) Quanto às características do lirismo que caracteriza a produção literária do autor do texto III, assinale a alternativa que traz uma informação ERRADA.

Considere os textos abaixo para responder à questão.

I)
Consolo na praia (Carlos Drummond de Andrade)

Vamos, não chores
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não está perdida.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.

[...]
(ADNRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética.
39. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998, p. 26)

II)
Velha chácara (Manuel Bandeira)

A casa era por aqui...
Onde? Procuro-a e não acho.
Ouço uma voz que esqueci:
É a voz deste mesmo riacho.

Ah quanto tempo passou!
(Foram mais de cinquenta anos.)
Tantos que a morte levou!
(E a vida... nos desenganos...)

A usura fez tábua rasa
Da velha chácara triste:
Não existe mais a casa...

– Mas o menino ainda existe.

(BANDEIRA, Manuel. Lira dos cinquent’anos. In: Bandeira de bolso:uma antologia poética. Porto Alegre: L&PM, 2008, 111-112.)

III)
Quarenta anos (Olavo Bilac)

Sim! Como um dia de verão, de acesa
Luz, de acesos e cálidos fulgores,
Como os sorrisos da estação das flores,
Foi passando também tua beleza.

Hoje, das garras da descrença presa,
Perdes as ilusões. Vão-se-te as cores
Da face. E entram-te n’alma os dissabores,
Nublam-te o olhar as sombras da tristeza.

Expira a primavera. O sol fulgura
Com o brilho extremo... E aí vêm as noites frias,
Aí vem o inverno da velhice escura...

Ah! pudesse eu fazer, novo Ezequias,
Que o sol poente dessa formosura
Volvesse à aurora dos primeiros dias!
(BILAC, Olavo. Poesias. São Paulo:
Martin Claret: 2006, p. 70.)

IV)
Adeus, meus sonhos! (Álvares de Azevedo)

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
A minh’alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta, meu Deus? morra comigo
A estrela de meus cândidos amores
Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!
(AZEVEDO, Álvares. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 224.)

A
O poeta cultivou o gosto pela harmonia rítmica do verso neoclássico, de melodia linear.
B
Trata-se de obra em que o esmero formal, a presença da descrição e o apelo sensual constituem ferramentas para a composição dos textos.
C
Avesso às inovações modernas, Bilac preferiu o rigor da métrica, da rima e dos esquemas rítmicos tradicionais, tendo cultivado, nos sonetos, a chamada “chave de ouro”.
D
O lirismo bilaquiano busca, por exemplo, a exaltação da pátria, a beleza física da mulher e os assuntos de tom crepuscular e saudosista.
E
Na poesia de Bilac, convivem harmoniosamente o rebuscamento formal próprio dos melhores poetas barrocos e o frescor do verso livre frequente nos poemas dos modernistas, de que resulta a riqueza estética de sua obra.
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IFAL 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Analise as afirmações abaixo e, depois, assinale a alternativa correta.

I – Os quatro poemas tematizam liricamente a passagem do tempo, valendo-se de recursos estilísticos diversos, apresentando, cada um, uma visão particular da vida.
II – No texto IV, o eu lírico manifesta, na linguagem, o egocentrismo caro aos poetas da segunda geração romântica, levando ao extremo o foco da mensagem na figura do emissor, o que fica expresso, entre outros, pela recorrência do sinal de exclamação e pelo tom dramático assumido ao longo do poema.
III – No texto I, como nos demais poemas de Drummond, fala um eu lírico comprometido com a esperança na vida, ainda que, nem sempre, esta pareça fácil, posição que se evidencia pela escolha de vocabulário simples e encadeamento frasal sem torneios sintáticos.
IV – O poema de Bandeira, texto II, faz-se da dialética lírica que atualiza, esteticamente, o olhar da criança na experiência vital do adulto, processo que implica uma relação entre fatalismo da vida e saudosismo da memória do passado.

Estão CORRETAS as afirmações feitas apenas em:

Considere os textos abaixo para responder à questão.

I)
Consolo na praia (Carlos Drummond de Andrade)

Vamos, não chores
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não está perdida.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.

[...]
(ADNRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética.
39. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998, p. 26)

II)
Velha chácara (Manuel Bandeira)

A casa era por aqui...
Onde? Procuro-a e não acho.
Ouço uma voz que esqueci:
É a voz deste mesmo riacho.

Ah quanto tempo passou!
(Foram mais de cinquenta anos.)
Tantos que a morte levou!
(E a vida... nos desenganos...)

A usura fez tábua rasa
Da velha chácara triste:
Não existe mais a casa...

– Mas o menino ainda existe.

(BANDEIRA, Manuel. Lira dos cinquent’anos. In: Bandeira de bolso:uma antologia poética. Porto Alegre: L&PM, 2008, 111-112.)

III)
Quarenta anos (Olavo Bilac)

Sim! Como um dia de verão, de acesa
Luz, de acesos e cálidos fulgores,
Como os sorrisos da estação das flores,
Foi passando também tua beleza.

Hoje, das garras da descrença presa,
Perdes as ilusões. Vão-se-te as cores
Da face. E entram-te n’alma os dissabores,
Nublam-te o olhar as sombras da tristeza.

Expira a primavera. O sol fulgura
Com o brilho extremo... E aí vêm as noites frias,
Aí vem o inverno da velhice escura...

Ah! pudesse eu fazer, novo Ezequias,
Que o sol poente dessa formosura
Volvesse à aurora dos primeiros dias!
(BILAC, Olavo. Poesias. São Paulo:
Martin Claret: 2006, p. 70.)

IV)
Adeus, meus sonhos! (Álvares de Azevedo)

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
A minh’alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta, meu Deus? morra comigo
A estrela de meus cândidos amores
Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!
(AZEVEDO, Álvares. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 224.)

A
I, II, III e IV.
B
II e III.
C
I, II e IV.
D
II, III e IV
E
I e IV.
166efc65-e6
IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Marque a alternativa abaixo que apresenta análise incoerente com esse texto de Drummond, escrito em 1984, pouco antes de sua morte, o qual, além de profético quanto à recente tragédia que vitimou o Rio Doce, em Minas Gerais, faz referência à comercialização da mineradora brasileira Vale do Rio Doce.

A
Critica o fato de a Companhia Vale do Rio Doce ter sido criada para a exploração das minas de ferro na região de Itabira, em Minas Gerais, o que se comprova pelo tom de lamento presente no poema.
B
Sugere, nos dois primeiros versos, um paradoxo entre a finalidade natural do rio e o uso que os homens fazem dele: “O Rio? É doce. / A Vale? Amarga.”
C
Insinua, na segunda estrofe, um sentimento de pesar pela indiferença humana diante dos impactos negativos que os interesses econômicos e políticos provocam no meio ambiente e na vida social.
D
Menciona, na terceira estrofe, as três dívidas que o Brasil adquiriu, após a privatização da estatal brasileira, considerada, por muitos setores da sociedade, uma forma lesiva ao patrimônio do país: “A dívida interna. A dívida externa. A dívida eterna.”
E
Aventa, na última estrofe, que, ao chorarem a perda da estatal, os brasileiros tornaram evidente a insatisfação pela exportação de toneladas de minério de ferro, produzidas anualmente pela empresa.
1672ae36-e6
IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando o sentido metafórico da segunda palavra “doce”, no texto que subscreve a paisagem, o referido rio não mais terá justificado o seu nome porque será

A
um rio de água estéril.
B
um rio de água potável.
C
um rio de água tranquila.
D
um rio de água navegável.
E
um rio de água saudável.
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IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Análise sintática, Sintaxe, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ainda quanto à natureza semântica (de significado) e sintática (de relação gramatical) dos elementos presentes no texto, há, a seguir, apenas uma alternativa errada. Assinale-a.


A
O termo “de idosos” caracteriza o substantivo “abrigo”, funcionando como adjunto adnominal deste.
B
"de doações” é complemento do verbo “precisa”, denominando-se objeto indireto, por ser introduzido por preposição.
C
Sintaticamente, no anúncio, a palavra “contar” está para “fazer”, assim como “O segredo” está para “Nosso objetivo”.
D

“Chegar”, “compartilhar” e “doar” são verbos de primeira conjugação e, no anúncio, estão no modo imperativo.

E
“ser uma rede de solidariedade” e “apoiar instituições de diversos segmentos divulgando as suas necessidades” indicam as finalidades para a existência do grupo.
1662bac3-e6
IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Artigos, Advérbios, Substantivos, Coesão e coerência, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando o anúncio, assinale a alternativa falsa quanto às análises sintática, semântica e morfológica dos elementos textuais.


A
Ainda que nomeie uma “rede de solidariedade”, a palavra “Fortalece”, em “O Fortalece Aí...”, é masculina, pois a ela antepõe-se o artigo “o”.
B
Por ser tomada materialmente, a palavra “Fortalece”, em “O Fortalece Aí”, mudou a sua classificação de verbo para substantivo.
C
A voz a que o texto faz menção é apenas a que compõe o balão de fala no alto do anúncio, ou seja, a voz dos idosos, cujo abrigo precisa de doações.
D
O termo “dessas pessoas” faz referência a todos os integrantes das instituições de diversos segmentos sociais, apoiadas pela rede de solidariedade “Fortalece Aí”.
E
No alto-falante, há um período simples formado por um verbo no imperativo e um advérbio de lugar, que alude ao receptor da mensagem, indicando que este deve, de onde estiver, colaborar com o grupo “Fortalece Aí”.
1658272d-e6
IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Todos os alunos demonstram alegria com o anúncio da professora, entretanto, pelo terceiro quadrinho, esta só parece se aborrecer com o comportamento do Menino Maluquinho porque

A
entendeu que o aluno pensara em fazer peraltice no zoológico e acabou agindo energicamente com ele.
B
percebeu que as palavras do menino tinham tom crítico à sua decisão de levar a turma ao jardim zoológico.
C
observou que o Menino Maluquinho é o líder da bagunça na sala de aula.
D
reconheceu que a sugestão do garoto inflamou toda a turma, que formaria conjunto com ele na bagunça no zoológico.
E
sentiu-se contrariada com o fato de o moleque não ter entendido a finalidade da visita didático-pedagógica.
16502338-e6
IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ainda que o Menino Maluquinho tenha dado à professora a desculpa de que seu modo de falar fora “só gíria”, suas palavras, no segundo quadro da tira “A palavra é gíria”, só não sugerem

A
reprovação sutil ao fato de o zoológico ser uma prisão para os animais, razão por que, com a visita ao lugar, os alunos abrirão as jaulas, proporcionando a liberdade aos bichos.
B
juízo negativo em relação ao fato de o jardim zoológico ser um lugar de diversão para as pessoas, à custa do sofrimento dos animais que, ali enclausurados, vivem fora do seu habitat natural.
C
ironia com o contraste entre o ofício da professora, que deveria ser o de ajudar os alunos na formação da opinião crítica acerca da realidade, e a ordem dela para que os alunos “se preparem” para a visita ao zoológico, onde terão a oportunidade de exporem o lado rude da personalidade humana, regozijando-se com os animais ali encarcerados.
D
censura à irracionalidade humana, que parece ser maior do que a dos animais irracionais, os quais, privados da liberdade pelos homens, a estes servem de satisfação e lazer em cativeiro público
E
atitude de júbilo com a decisão da professora em proporcionar aos alunos a visita ao jardim zoológico, circunstância oportuna para conhecerem a vida dos animais em cativeiro e poderem se divertir com eles livremente e em local seguro.
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IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Marque abaixo a única alternativa que não está de acordo com o texto.

A
Os verbos “acender” e “apagar”, tendo em vista o contexto em que aparecem, têm como objeto a chama que é produzida no isqueiro do homem, que não aparece no texto por acaso.
B
Na charge, a figura que representa a pedra de crack aparece sorrindo, em oposição ao estado de abatimento do sujeito que está prestes a consumi-la, denunciando, no conjunto, a propaganda enganosa que está por trás do uso dessa droga.
C
A fala presente no balão utiliza expedientes linguísticos da comunicação poética para impactar o leitor e dar maior expressividade à mensagem, que tem um viés educativo.
D
Os elementos não verbais que servem para compor a imagem do sujeito que consome a droga evidenciam os impactos socioeconômicos gerados por essa prática, os quais vão além dos efeitos meramente individuais de ordem psíquica.
E
No tocante ao uso dos pronomes no texto, se a fala dentro do balão fosse produzida em contexto formal – e não em situação coloquial –, deveria adequar-se linguisticamente, podendo fazer-se assim: “Hoje tu me acendes, amanhã eu te apago.”
163c339d-e6
IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Funções da Linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética., Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

As funções da linguagem relacionam-se conceitualmente à ideia de que, nas diversas situações de comunicação, um dos seis elementos que compõem esse processo – a saber, emissor, receptor, mensagem, código, referente e canal – prevalece sobre os demais. Em relação ao texto acima, no tocante a esse fenômeno, indique a alternativa correta.

Texto 2


Será que os dicionários liberaram o ‘dito-cujo’?


Por Sérgio Rodrigues


Brasileirismo informal, termo não está proibido, mas deve ser usado de forma brincalhona


O registro num dicionário não dá certificado automático de adequação a expressão alguma: significa apenas que ela é usada com frequência suficiente para merecer a atenção dos lexicógrafos.

O substantivo “dito-cujo”, que substitui o nome de uma pessoa que já foi mencionada ou que por alguma razão não se deseja mencionar, é um brasileirismo antigo e, de certa forma, consagrado, mas aceitável apenas na linguagem coloquial.

Mais do que isso: mesmo em contextos informais seu emprego deve ser sempre “jocoso”, ou seja, brincalhão, como anotam diversos lexicógrafos, entre eles o Houaiss e o Francisco Borba. Convém que quem fala ou escreve “dito-cujo” deixe claro que está se afastando conscientemente do registro culto.

Exemplo: “O leão procurou o gerente da Metro e se ofereceu para leão da dita-cuja, em troca de alimentação”, escreveu Millôr Fernandes numa de suas “Fábulas fabulosas”.  



(http://veja.abril.com.br/blog/sobrepalavras/consultorio/sera-que-os-dicionarios-liberaram-odito-cujo/>. Acesso em 13/11/2015. Texto adaptado) 

A
A função da linguagem predominante é a fática, que testa o canal, pois se verifica no texto uma reflexão sobre esse elemento, isto é, a língua.
B
A predominância é da mensagem, para a qual o autor chama a atenção, pretendendo ensinar um conteúdo de forma didática.
C
Visto que se trata de uma problematização sobre o próprio código, o texto tem caráter eminentemente metalinguístico.
D
Como há uma preocupação do autor em revelar suas ideias e emoções no texto, a centralidade da mensagem recai sobre o emissor.
E
Porque mantém um tom literário, o texto tem como função da linguagem predominante a poética, o que justifica as metáforas presentes nele.
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IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Entre as alternativas abaixo, apenas uma não está de acordo com o que se expõe no texto. Marque-a.

Texto 2


Será que os dicionários liberaram o ‘dito-cujo’?


Por Sérgio Rodrigues


Brasileirismo informal, termo não está proibido, mas deve ser usado de forma brincalhona


O registro num dicionário não dá certificado automático de adequação a expressão alguma: significa apenas que ela é usada com frequência suficiente para merecer a atenção dos lexicógrafos.

O substantivo “dito-cujo”, que substitui o nome de uma pessoa que já foi mencionada ou que por alguma razão não se deseja mencionar, é um brasileirismo antigo e, de certa forma, consagrado, mas aceitável apenas na linguagem coloquial.

Mais do que isso: mesmo em contextos informais seu emprego deve ser sempre “jocoso”, ou seja, brincalhão, como anotam diversos lexicógrafos, entre eles o Houaiss e o Francisco Borba. Convém que quem fala ou escreve “dito-cujo” deixe claro que está se afastando conscientemente do registro culto.

Exemplo: “O leão procurou o gerente da Metro e se ofereceu para leão da dita-cuja, em troca de alimentação”, escreveu Millôr Fernandes numa de suas “Fábulas fabulosas”.  



(http://veja.abril.com.br/blog/sobrepalavras/consultorio/sera-que-os-dicionarios-liberaram-odito-cujo/>. Acesso em 13/11/2015. Texto adaptado) 

A
O uso da expressão “dito-cujo” deve ser feito com parcimônia, pois não está adequado a qualquer situação de uso da língua.
B
A expressão “dito-cujo” funciona como referente, em alguns casos, e integra o vocabulário do português brasileiro.
C
Lexicógrafos como Houaiss e Francisco Borba ratificam o ponto de vista do autor do texto.
D
Na linguagem coloquial, o uso da língua é sempre jocoso, razão por que se pode usar, nesse nível de linguagem, o termo “dito-cujo”.
E
O dicionário, por si só, não constitui um instrumento capaz de chancelar a adequação das palavras e expressões que já são usadas na língua.
16435e2d-e6
IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Qual das afirmações a seguir dialoga, em seu sentido, com a visão do eu-lírico do poema “Minha vida”?

Texto 3


Minha vida


Minha vida

não é tempo que corre

do meu natal

à minha morte


Minha vida é o meu dia de natal

- Dia da minha morte


In: COOPER, Jorge. Poesia Completa.

Maceió: Cepal, 2010, p. 41.

A
Nada na vida é por acaso; por isso, é necessário aproveitar as oportunidades que o destino nos proporciona.
B
É necessário fazer o tempo parar, a fim de preservarmos o quanto pudermos a nossa juventude.
C
O natal é uma data simbólica, porque representa o nascimento de Jesus, fonte de vida
D
É preciso viver cada dia como se ele fosse o primeiro e o último de nossas vidas.
E
O natal nos leva a refletir sobre a força inexorável do tempo, que reúne vida e morte.
164001fb-e6
IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em vista da intenção do autor – refletir sobre o uso da expressão “dito-cujo” –, o texto se organiza linguisticamente observando certas propriedades de estilo. Quanto a essas propriedades, apenas está correto o que se afirma em:

Texto 2


Será que os dicionários liberaram o ‘dito-cujo’?


Por Sérgio Rodrigues


Brasileirismo informal, termo não está proibido, mas deve ser usado de forma brincalhona


O registro num dicionário não dá certificado automático de adequação a expressão alguma: significa apenas que ela é usada com frequência suficiente para merecer a atenção dos lexicógrafos.

O substantivo “dito-cujo”, que substitui o nome de uma pessoa que já foi mencionada ou que por alguma razão não se deseja mencionar, é um brasileirismo antigo e, de certa forma, consagrado, mas aceitável apenas na linguagem coloquial.

Mais do que isso: mesmo em contextos informais seu emprego deve ser sempre “jocoso”, ou seja, brincalhão, como anotam diversos lexicógrafos, entre eles o Houaiss e o Francisco Borba. Convém que quem fala ou escreve “dito-cujo” deixe claro que está se afastando conscientemente do registro culto.

Exemplo: “O leão procurou o gerente da Metro e se ofereceu para leão da dita-cuja, em troca de alimentação”, escreveu Millôr Fernandes numa de suas “Fábulas fabulosas”.  



(http://veja.abril.com.br/blog/sobrepalavras/consultorio/sera-que-os-dicionarios-liberaram-odito-cujo/>. Acesso em 13/11/2015. Texto adaptado) 

A
A linguagem é culta, com traços de erudição que restringem a abrangência de interlocutores do texto, conforme objetiva o autor.
B
O texto compõe-se em estilo formal, sem perder de vista a proximidade com o leitor, recurso que está adequado à finalidade didática da mensagem.
C
Desde o título, que vem em forma de pergunta, o texto busca o coloquialismo, em diálogo simples com o leitor.
D
O texto é formal e coloquial ao mesmo tempo, pois se vale de seriedade e de jocosidade para discutir o tema.
E
O uso exagerado de palavras próprias da linguagem oral deixa o texto leve e informal, garantindo a compreensão geral deste pelo leitor.
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IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Das afirmações abaixo, apenas uma está de acordo com o que se expõe no texto. Indique-a.

Texto 1 


À beira da extinção, ave saíra apunhalada tem rara chance de se recuperar na natureza


       A saíra apunhalada (o nome faz referência à mancha vermelha no peito do pássaro, que se assemelha a uma "punhalada") é uma ave simpática de dez centímetros, com plumagem branca e cinza. A alcunha, que na origem só fazia referência ao visual da espécie, agora serve bem como indicação simbólica do perigo pelo qual passa a saíra: estimativas indicam que só existem 50 delas na natureza. Para protegê-la, ONGs e órgãos ambientalistas do governo lutam para que seja criada uma reserva florestal de 5 mil hectares na região serrana capixaba.

     A saíra apunhalada vive em bandos e se alimenta de pequenos insetos e frutos. Ela vive no alto de florestas da Mata Atlântica, e está aí a sua maior fraqueza, já que 90% dessa vegetação foi destruída pelo homem. A ave, que também era encontrada em Minas Gerais, hoje só pode ser vista no Espírito Santo.

     "A extinção está associada à destruição secular da Mata Atlântica, porque a espécie só sobrevive em florestas muito bem conservadas", diz o biólogo Edson Ribeiro Luiz, coordenador de projetos da SAVE Brasil, ONG ligada à Bird Life International, que tem como foco a proteção das aves brasileiras. "Em território capixaba, onde existe apenas um bloco de vegetação preservado, elas tendem a ficar ilhadas."

     A luta para proteger a ave ganhou força no mês passado, quando aconteceu no Estado o Avistar, principal evento de observação de pássaros do país. Tendo na saíra apunhalada o seu símbolo, a festa foi o incentivo que faltava para que o Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA) estabelecesse o prazo de março de 2016 para a constituição da reserva. A decisão final, porém, continua nas mãos do governo. 



(Disponível em:

<http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/ambientalistaspressionam-governo-capixaba-a-proteger-ave-sairaapunhalada>. Acesso em 13/11/2015. Texto adaptado)

A
Há um risco iminente de extinção da ave saíra apunhalada, conquanto ainda haja chance de reverter esse quadro.
B
Sem as florestas de Mata Atlântica, a saíra não tem como se alimentar, o que provocará sua extinção.
C
O nome da ave deve-se, simbolicamente, ao perigo de extinção em que ela se encontra.
D
Embora a constituição de uma reserva florestal tenha sido indicada pelo governo, ela só será implantada em março de 2016.
E
O fato de a saíra viver apenas em lugares muito altos a torna uma espécie fraca, o que dificulta sua sobrevivência.
a3880acb-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A palavra “escolarização” significa, de acordo com o Dicionário Aurélio, “s.f. Ação ou efeito de escolarizar”, e esta, por sua vez, significa “v.t.d. Submeter ao ensino escolar”. Baseado nesses conceitos, assinale a única alternativa que não corresponde a uma leitura possível da charge.

A
A animação do primeiro garoto diante da manchete do periódico deve-se ao fato de que quase todos os brasileiros, entre 5 e 17 anos, são alfabetizados, porque se submeteram ao ensino escolar.
B
Porque compra e lê jornal, entendendo claramente o conteúdo das notícias nele contidas, o primeiro garoto é, necessariamente, um intelectual e tem padrão de vida melhor que o do amigo.
C
A informação do jornal na charge considera a escolarização apenas como um dado estatístico e não como um processo de produção de conhecimento aliado ao de transformação social dos indivíduos.
D
Pela fala do segundo garoto, que demonstra falta de capacidade efetiva de leitura, para além da decodificação, expõe-se a ideia de que a escolarização, considerada simplesmente como o acesso à escola formal, não diminui os antagonismos sociais.
E
O fato de ambos os garotos saberem ler sugere que eles têm ou tiveram acesso ao ensino escolar, mas que a aprendizagem se deu diferenciadamente entre os dois.