Questõessobre Morfologia

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UNESP 2021 - Português - Formação das Palavras: Composição, Derivação, Hibridismo, Onomatopeia e Abreviação, Morfologia

Para a formação do neologismo “vivimento”, o narrador recorreu ao mesmo processo de formação de palavras observado em

Para responder à questão, leia o trecho do romance Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa. Sei que estou contando errado, pelos altos.


    Desemendo. Mas não é por disfarçar, não pense. De grave, na lei do comum, disse ao senhor quase tudo. Não crio receio. O senhor é homem de pensar o dos outros como sendo o seu, não é criatura de pôr denúncia. E meus feitos já revogaram, prescrição dita. Tenho meu respeito firmado. Agora, sou anta empoçada, ninguém me caça. Da vida pouco me resta — só o deo-gratias; e o troco. Bobeia. Na feira de São João Branco, um homem andava falando: — “A pátria não pode nada com a velhice...” Discordo. A pátria é dos velhos, mais. Era um homem maluco, os dedos cheios de anéis velhos sem valor, as pedras retiradas — ele dizia: aqueles todos anéis davam até choque elétrico... Não. Eu estou contando assim, porque é o meu jeito de contar. Guerras e batalhas? Isso é como jogo de baralho, verte, reverte. Os revoltosos depois passaram por aqui, soldados de Prestes, vinham de Goiás, reclamavam posse de todos os animais de sela. Sei que deram fogo, na barra do Urucuia, em São Romão, aonde aportou um vapor do Governo, cheio de tropas da Bahia. Muitos anos adiante, um roceiro vai lavrar um pau, encontra balas cravadas. O que vale, são outras coisas. A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem não misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. De cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido desgovernado. Assim eu acho, assim é que eu conto. [...] Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe.

(Grande sertão: veredas, 2015.) 

A
“desemendo”.
B
“velhice”.
C
“denúncia”.
D
“reverte”.
E
“adiante”.
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UNESP 2021 - Português - Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Observa-se rima entre palavras de classes gramaticais diferentes em

Para responder à questão, leia a letra da canção “Bom conselho”, de Chico Buarque, composta em 1972.


Ouça um bom conselho

Que eu lhe dou de graça

Inútil dormir que a dor não passa

Espere sentado

Ou você se cansa

Está provado:

Quem espera nunca alcança 


Venha, meu amigo

Deixe esse regaço

Brinque com meu fogo

Venha se queimar

Faça como eu digo

Faça como eu faço

Aja duas vezes antes de pensar 


Corro atrás do tempo

Vim de não sei onde

Devagar é que não se vai longe

Eu semeio vento na minha cidade

Vou pra rua e bebo a tempestade


(www.chicobuarque.com.br)

A
“graça”/“passa” (1ª estrofe) e “regaço”/“faço” (2ª estrofe).
B
“regaço”/“faço” (2ª estrofe) e “onde”/“longe” (3ª estrofe).
C
“onde”/“longe” (3ª estrofe) e “cidade”/“tempestade” (3ª estrofe).
D
“sentado”/“provado” (1ª estrofe) e “cansa”/“alcança” (1ª estrofe).
E
“cansa”/“alcança” (1ª estrofe) e “graça”/“passa” (1ª estrofe).
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IF-PE 2019 - Português - Estrutura das Palavras: Radical, Desinência, Prefixo e Sufixo, Morfologia

Para destacar a possibilidade de inserir o lixo novamente no ciclo produtivo, o TEXTO 1 utiliza bastante o prefixo re-, com o sentido de “voltar a fazer” ou “repetir”, como no caso da palavra “reutilização” (parágrafo 3). Identifica-se o uso desse mesmo prefixo, com sentido equivalente, em

TEXTO 1
LIXO: UM GRAVE PROBLEMA DO MUNDO MODERNO
(1) Até meados do século XIX, o lixo gerado – restos de comida, excrementos de animais e outros materiais orgânicos – reintegrava-se aos ciclos naturais e servia como adubo para a agricultura. Mas, com a industrialização e a concentração da população nas grandes cidades, o lixo foi se tornando um problema.
(2) A sociedade moderna rompeu os ciclos da natureza: por um lado, extraímos mais e mais matériasprimas, por outro, fazemos crescer montanhas de lixo. E, como todo esse rejeito não retorna ao ciclo natural, transformando-se em novas matérias-primas, pode tornar-se uma perigosa fonte de contaminação para o meio ambiente ou de doenças.
(3) Recentemente, começamos a perceber que, assim como não podemos deixar o lixo acumular dentro de nossas casas, é preciso conter a geração de resíduos e dar um tratamento adequado ao lixo no nosso planeta. Para isso, será preciso conter o consumo desenfreado, que gera cada vez mais lixo, e investir em tecnologias que permitam diminuir a geração de resíduos, além da reutilização e da reciclagem dos materiais em desuso.
(4) Precisamos, ainda, reformular nossa concepção a respeito do lixo. Não podemos mais encarar todo lixo como “resto inútil”, mas, sim, como algo que pode ser transformado em nova matéria-prima para retornar ao ciclo produtivo.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Lixo um grave problema no mundo moderno. Disponível em: . Acesso em: 27 out. 2019 (adaptado). 
A
reciclagem.
B
rejeito.
C
resíduo.
D
recentemente.
E
resto.
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IF-PE 2019 - Português - Análise sintática, Sintaxe, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia

Sobre as relações sintático-semânticas estabelecidas entre os períodos do TEXTO 2, analise as proposições a seguir e assinale a alternativa CORRETA.

I. No trecho: “E se, na vertente econômica, os números ditam a narrativa, criativamente, contudo, é mais difícil perceber na prática essa exclusão de fronteiras” (3º parágrafo), a conjunção em destaque expressa a ideia de contraste.
II. Em: “São enredos que funcionam não só nos filmes, mas também em livros e videogames” (4º parágrafo), as conjunções coordenativas em destaque provocam uma alternância entre o que funciona nos filmes, nos livros e nos videogames.
III. Em: “Eu ia amar, mesmo que não fosse uma adaptação boa, ia popularizar meu trabalho” (6º parágrafo), a conjunção subordinativa destaca uma razão pela qual a autora Barbara Morais ficaria feliz caso uma de suas obras literárias fosse adaptada para outros meios, caracterizando uma oração explicativa.
IV. No trecho: “Segundo o professor do departamento de comunicação da Universidade Católica de Brasília, Ciro Inácio Marcondes, a ideia de uma consciência ‘transmídia’ não é algo novo” (7º parágrafo), o termo sublinhado expressa uma ideia de conformidade. V. No trecho: “essas narrativas transmídias passam não só pelos meios que foram criados, mas também por redes sociais” (7º parágrafo), as conjunções coordenativas destacadas expressam a ideia de adição.

Estão CORRETAS, apenas, as proposições

TEXTO 2


FRONTEIRAS ENTRE GAMES, LIVROS E CINEMA ESTÃO CADA VEZ MENORES 


  (1) Interatividade, pioneirismo e criação. Essas são as palavras-chave que designam os meios do videogame, do livro e do cinema, e que levam à seguinte conclusão: o entretenimento contemporâneo nunca esteve em tamanha sincronia. Economicamente, são três plataformas com distâncias pequenas (em determinadas vertentes, até opostas), e criativamente, em consonância, a trindade do entretenimento visual caminha para um mundo com fronteiras cada vez mais ínfimas.

  (2) Recentemente, o ministro da Cultura espanhol, José Guirao, apresentou um dado sucinto, mas reverberante: em menos de cinco anos, espera-se que o faturamento do país europeu em videogames ultrapasse a arrecadação do mercado literário. Atualmente, o setor editorial do país fatura cerca de 2 bilhões de euros por ano, já a indústria de videogames ficou com pouco mais de 700 milhões de euros em 2017. Por essa perspectiva, a diferença pode até parecer inalcançável, mas tudo muda se considerado que os 700 milhões de euros tinham como marca, no ano anterior, “apenas” 300 milhões, ou seja, o faturamento anual do mercado de videogames mais do que dobrou nas terras do Dom Quixote.

  (3) Em geral, a alta de arrecadamento da indústria do videogame mundo afora não é necessariamente uma novidade. O instituto de data base Steam apontou, ainda em maio do ano passado, que, em mídias digitais, os jogos de computadores já rendiam mais do que o streaming de vídeo, livros e música globalmente. E se, na vertente econômica, os números ditam a narrativa, criativamente, contudo, é mais difícil perceber na prática essa exclusão de fronteiras. Mas elas existem. E, para falar sobre isso, nada melhor do que ouvir quem trabalha todo dia nesses meios.

  (4) Felipe Dantas é um desenvolvedor de videogames e explica um fator chave que comunga os três meios de forma bem profunda: a narrativa. “Existem narrativas muitos fortes que ultrapassam qualquer meio. São enredos que funcionam não só nos filmes, mas também em livros e videogames. Ter essa boa narrativa é a principal forma de quebrar fronteiras”, afirma ele.

  (5) Bárbara Morais é uma autora brasiliense que vê essa quebra de fronteiras de uma maneira extremamente positiva: “É super interessante, eu acho que não existem mais barreiras, na verdade. Lembro que um dos meus jogos favoritos tinha uma enciclopédia de personagens e passos, e eu parava para ficar lendo, em um jogo! Eu amava. Eu acho que está tudo integrado, as ideias são contadas de várias formas diferentes e cada meio dá uma roupagem diferente para a história. Cada uma dessas obras acaba completando a outra”.

  (6) Mas existe o risco dos livros perderem público para outros meios? De acordo com a autora, não: “Eu acho que, querendo ou não, sempre vai ter um (meio de entretenimento) mais popular, eu não acho que um interfere na produtividade do outro, os meios e as formas de contar história são independentes e podem se manter”. Bárbara também deixa claro como reagiria caso uma de suas obras literárias fosse adaptada para outros meios: “Eu ia amar, mesmo que não fosse uma adaptação boa, ia popularizar meu trabalho; eu toparia, sim”.

  (7) Segundo o professor do departamento de comunicação da Universidade Católica de Brasília, Ciro Inácio Marcondes, a ideia de uma consciência “transmídia” não é algo novo, pelo contrário, já marca um fluxo de conhecimento da humanidade - “como desde o texto oral para os livros” -, mas, atualmente, ganha um panorama monetário: “Essa questão da intermidialização tem se proliferado no contexto da comunicação, e essas narrativas transmídias passam não só pelos meios que foram criados, mas, também, por redes sociais, marketing, e isso funciona, inclusive, como uma nova economia”.

  (8) Mas, afinal, o fim das fronteiras no entretenimento é para o bem ou para o mal? A questão principal dessa discussão não tem uma solução simples: “Eu, sinceramente, não consigo ter uma opinião qualitativa. É muito complexo “bater o martelo”. É um fenômeno que já acontece, o grande desafio é você marcar cada cultura com uma vertente, e a expectativa é isso aumentar, pois as mídias já são muito manipuláveis e isso não tem como mudar, é um circuito novo que já está aí”, conclui o acadêmico.


NUNES, Ronayre. Fronteiras entre games, livros e cinema estão cada vez menores.

Disponível Em:

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-earte/2019/02/24/interna_diversao_arte,739280/relacao-entre-games-e-filmes.shtml. Acesso em: 25 out. 2019

(adaptado).




A
II, III e V.
B
I, IV e V.
C
I, II, e IV.
D
I, II e III.
E
III, IV e V.
817fe705-02
UECE 2018 - Português - Interpretação de Textos, Formas nominais do verbo (particípio, gerúndio, infinitivo), Morfologia - Verbos, Preposições, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Locução Verbal, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A modalidade é a forma como o enunciador marca sua relação com o conteúdo do que enuncia por meio de alguma categoria gramatical. Na crônica de Veríssimo, aparecem diversas expressões verbais como recurso linguístico para indicar a modalidade. A este respeito, é correto afirmar que

 

 

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Exigências da vida

moderna. Disponível em:

http://www.refletirpararefletir.com.br/4-cronicas-de-luis-fernando-verissimo. Acesso: 22.06.2018.

A
em “Todos os dias deve-se comer fibra” (linha 21), o verbo ‘dever’ traz o sentido de necessidade e, ao mesmo tempo, de possibilidade.
B
no enunciado “Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia” (linhas 41- 42), há uma construção com o verbo ‘haver’ como auxiliar, seguido da preposição ‘de’ e de um verbo no infinitivo, para significar necessidade ou obrigatoriedade.
C
o uso do verbo ‘dever’ nos enunciados “Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro (linhas 1-2) e “Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água (linhas 7-8)” tem sentido diferente para expressar a ideia de obrigação.
D
no trecho “Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana” (linhas 31- 32), a locução verbal indica a possiblidade que o sujeito tem de realizar ou não a ação de escovar os dentes depois das refeições.
b99d90a8-02
UNC 2017 - Português - Regência, Preposições, Sintaxe, Morfologia

Nas frases a seguir, preencha as lacunas com uma das preposições sugeridas entre parênteses e depois assinale a alternativa com a sequência correta.


l Nesse caso, é estranho que o Ministro do Meio Ambiente ignore as informações técnicas _____ que detém a posse. (sobre, com, de)

ll De acordo com as fontes _____ as quais mantive contato ontem, a mudança na legislação eleitoral não valerá para 2018. (com, perante, a)

lll Quando um homem _____ quem eu confiava me disse que havia uma solução para isso, eu acreditei. (a, em, de)

lV Logo cedo chegaram dois gaúchos pilchados e um vizinho meu recente, ____ cuja procedência não me lembro. (em, de, sobre)

V Ontem resolvi mandar uma carta à empresa _____ a qual o jornal fez uma longa reportagem, publicada na semana passada. (com, perante, sobre)

A
sobre - a - de - de - com
B
de - com - em - de - sobre
C
sobre - perante - a - em - perante
D
com - perante - em - sobre - com
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UEMG 2019 - Português - Artigos, Preposições, Morfologia

Setembro tem recorde de calor e de gelo na Antártida


O mês de setembro de 2012 foi o mais quente já registrado, dizem cientistas de uma agência governamental que estuda o clima e o oceano. A média da temperatura global dos continentes e dos oceanos no mês passado foi de 15,67º C ou 0,67º C acima da média geral do século XX. A temperatura média global nos continentes, em setembro, foi a terceira mais quente já registrada para esse mês.

(http://goo.gl/HD7JP. Acesso: 29/10/2012. Adaptado.)


No texto, os termos em negrito apresentam, respectivamente, os sentidos de

A
causa e direção.
B
direção e tempo.
C
instrumento e causa.
D
tempo e lugar.
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FUVEST 2019 - Português - Interpretação de Textos, Denotação e Conotação, Adjetivos, Morfologia - Verbos, Substantivos, Morfologia

Tal como se lê no poema,

 amora                                          

 a palavra amora                          

  seria talvez menos doce               

 e um pouco menos vermelha      

 se não trouxesse em seu corpo  

(como um velado esplendor)      

  a memória da palavra amor         


   a palavra amargo                         

seria talvez mais doce              

e um pouco menos acerba       

se não trouxesse em seu corpo

(como uma sombra a espreitar)

 a memória da palavra amar       

Marco Catalão, Sob a face neutra.

A
a palavra “amora” é substantivo, e “amargo”, adjetivo.
B
o verbo “amar” ameniza o amargor da palavra “amargo”.
C
o substantivo “corpo” apresenta sentido denotativo.
D
o substantivo “amor” intensifica o dulçor da palavra “amora”.
E
o verbo “amar” e o substantivo “amor” são intercambiáveis.
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UEMG 2019 - Português - Interpretação de Textos, Adjetivos, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

(Fonte: Fotografia divulgada na Internet, sem autoria explícita).


No trecho “e outros melhores que este”, o adjetivo destacado faz com que o anúncio se transforme em

A
uma construção que depõe contra o próprio terreno que se pretende vender.
B
uma forma de promoção para forçar um contato com clientes potenciais.
C
um argumento favorável à venda do terreno em questão.
D
um contra-argumento que favorece a venda do terreno apresentado.
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UEMG 2019 - Português - Interpretação de Textos, Preposições, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Morfologia

Eu sei que um outro deve estar falando
Ao seu ouvido
Palavras de amor como eu falei
Mas eu duvido
Duvido que ele tenha tanto amor
E até os erros do meu português ruim.(...)
(Roberto e Erasmo Carlos)


A preposição até tem o mesmo valor semântico do sublinhado no texto em:

A
Até você acha que não compreendo isso?
B
Ela continuou ali até eu acabar de falar.
C
Foram até a sala para receber os convidados.
D
Penso que até lá teremos tempo de sobra.
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IFAL 2019 - Português - Estrutura das Palavras: Radical, Desinência, Prefixo e Sufixo, Morfologia

Assinale a alternativa que apresenta uma compreensão INCORRETA quanto aos efeitos de sentido decorrentes de aspectos morfológicos na formação de algumas palavras presentes no texto.

Para responder à questão, leia o texto seguinte.

Sobre a alagoanidade
Extraído do livro “Notas Sobre Leitura”, de Sidney Wanderley 

    Certa feita, em conversa com a jornalista Janayna Ávila, disse-lhe considerar a alagoanidade um nativismo para broncos. De fato, exaspera-me esta questão – monocórdia, obsessiva, recorrente e estéril – da identidade de um povo, qualquer que seja ele. Acrescentei gaiatamente que a viçosanidade – atributo inconfundível de qualquer bípede implume nascido em Viçosa de Alagoas – consiste no amor desmedido às bolachas de padaria, à xistose e à zabumba. Aliás, esse troço de amor desmedido e acrítico ao torrão natal é coisa que fede e da qual desconfio visceralmente.
    Tomo sempre um susto danado quando meu interlocutor, com ares de sociólogo, antropólogo, etnólogo ou besteirólogo, invariavelmente posudo e sisudo, assevera-me existir a ironia tipicamente alagoana, a maledicência inconfundivelmente caeté ou o humor característico de quem por aqui nasceu. Não ignoro que há uma diferença nítida e notória entre o humor inglês e o humor italiano; mas o que diferencia o humor de um alagoano do humor de um capixaba ou de um sergipano? Acaso rimos mais graciosamente que esses outros, ou emitimos algum som inconfundível quando gargalhamos?
    Haver uma ironia, um humor, uma maledicência, uma violência ou um ressentimento inconfundivelmente alagoanos parece-me um disparate tão considerável quanto haver um futebol alagoano, uma poesia alagoana ou uma cardiologia alagoana. O que há é gente a jogar bola, a compor poemas ou a distrair-se remuneradamente com  cateteres nos limites desta modestíssima unidade federativa.
    Arrisco imaginar o muxoxo de desdém e o coice de impaciência que Graciliano Ramos, nosso ícone maior, não dispensaria a quem fosse importuná-lo com essa conversa mole de alagoanidade. A alagoanidade do caráter predatório e tirânico de Paulo Honório; a alagoanidade lastimável e prepotente do soldado amarelo; a alagoanidade agônica da cachorra Baleia, à beira da morte, a sonhar com um mundo repleto de preás; a alagoanidade adiposa e burguesa de Julião Tavares acoplada à alagoanidade ressentida e assassina de Luís da Silva; a alagoanidade mendicante e fétida de Venta-Romba... Melhor deixar em paz o homo quebrangulensis.
    Ocorre-me agora um dilema visceral: opto pela concisão (“as mesmas vinte palavras”) de nosso romancista maior ou pela incontinência verbal de nosso poeta maior, o palmarino Jorge de Lima? Deverei, de imediato, atribuir alguma média ponderada a suas obras e a seus espíritos e obter algum valor que exprima com exatidão e fidedignidade a alma média do homo alagoensis, afogada por inteiro numa mescla de nossos pontos/homens culminantes. Assim, decerto obterei por fim essa tão apregoada quanto fictícia alagoanidade – força vital, espírito motor, éter, suprassumo, élan, quinta-essência – que nos desconfunde e anima.
    Que pecado para um alagoano típico preferir o primeiro (“há sempre um copo de mar” – não necessariamente alagoano – “para um homem navegar”) e o quarto cantos de Invenção de Orfeu (“O perigo da vida são os vácuos”), bem como a difícil decifração do Livro de sonetos, ao Jorge de Lima dengoso e aliciante dos Poemas negros e ao devoto fervoroso de A túnica inconsútil. Que ato bárbaro de antialagoanidade – digno talvez de um fim similar ao que obtiveram Zumbi, Julião Tavares, Baleia e Calabar – preferir a viagem ao lado da vaca palustre e bela e do cavalo erudito e em chamas, ao passeio pelo parnasianismo sentencioso e de fácil consagração de “O acendedor de lampiões”!
    Advogo, sim, uma alagoanidade esculhambada, disforme, banguela, antropofágica (com direito a sardinhas e Sardinha), macunaímica (“Ai! que preguiça!” desse papo infausto e broncoposudo de identidade cultural etc. e coisa e tal), desbragadamente inclusiva e insaciavelmente cosmofágica. Uma alagoanidade tal a de dona Nise da Silveira, que soube unir os tórridos loucos e os gatos tupiniquins à psicologia dos arquétipos junguianos, oriundos da fria e fleumática Suíça. Uma alagoanidade que acolha o cego Homero e o boêmio Zé do Cavaquinho, os epilépticos Dostoiévski e Machado de Assis e o desassossegado Breno Accioly, a mitologia nórdica e o reisado, a madeleine proustiana e as bolachas Pirauê da padaria de Viçosa, o puteiro do finado Mossoró e as libidinagens de Molly Bloom, os travestis da Pajuçara e os versos de Whitman e Lorca, os labirintos borgianos e os descaminhos da feira do Rato, o mujique russo e o sertanejo de Dois Riachos, os feitiços verbais de Guimarães Rosa e o segredo sagrado do camarão do Bar das Ostras, o decassílabo camoniano e o martelo agalopado dos cantadores de viola da minha já recuada infância.
    Uma alagoanidade que me permita ser os trezentos, os trezentos e cinquenta que trago em mim desde a nascença e que se finarão em breve, felizmente, pois viver por vezes é um bocado custoso e prolongado. Ai, que preguiça! e que vontade de adormecer, profundamente, em Viçosa, na confluência dos rios Paraíba, Tejo, Ganges, Mississippi e Eufrates.

P.S.: Dez ou doze coisas em que creio piamente: 1) na metempsicose; 2) nas almas motrizes dos planetas e do Sol; 3) no dilúvio universal; 4) nos vórtices cartesianos; 5) na hereditariedade dos caracteres adquiridos; 6) no geocentrismo: 7) na finitude do universo: 8) na teoria do flogisto; 9) no saci-pererê, no lobisomem e na caipora; e, last but not least, 10) na alagoanidade.

(Disponível em:<http://www.agendaa.tnh1.com.br/vida/literatura/7576/2018/12/1existe-uma-alagoanidade-leia-artigo-do-poeta-sidney-wanderleyem-livro-lancado-nesta-quarta>. Acesso em 5/3/2018)
A
“alagoanidade” e “viçosanidade” / podendo indicar estado de ser, os sufixos grifados garantem ao autor, mediante o potencial morfológico da língua portuguesa, problematizar o ser alagoano e/ou viçosense.
B
desmedido” e “acrítico” / as formas grifadas indicam privação ou negação e servem para apontar a ausência de juízo adequado daqueles que, diferentemente do autor, acreditam na existência de uma identidade alagoana asséptica em relação a outras culturas.
C
“sociólogo”, “antropólogo”, “etnólogo” e “besteirólogo” / no contexto em que aparecem essas palavras, por meio dos sufixos a elas associados, o autor ironiza a pretensa sabedoria de seu interlocutor quando este lhe assevera existir uma “ironia tipicamente alagoana, a maledicência inconfundivelmente caeté ou o humor característico de quem por aqui nasceu”.
D
desbragadamente inclusiva” “insaciavelmente cosmofágica”, “inconfundivelmente alagoanos” / apesar de o sufixo –mente, de forma ordinária, servir para transformar adjetivos em advérbios de modo, no texto em análise, no contexto em que as palavras em negrito aparecem, pode-se inferir, também, da leitura delas, um efeito de sentido pelo qual esses vocábulos atuam como intensificadores dos adjetivos a que se ligam.
E
“alagoensis” e “quebrangulensis” / o sufixo -ensis, nessas palavras, cria neologismos que, no texto, se unem ao vocábulo homo para defender e exaltar, mediante latinização do português, uma espécie de humano genuinamente alagoano, imitando-se, na forma, expressões como homo sapiens e homo erectus.
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UEMG 2019 - Português - Preposições, Morfologia

33% dos brasileiros têm acesso à internet em casa, diz pesquisa da FGV


Uma pesquisa divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que 33% dos brasileiros têm acesso à internet em seus domicílios. Segundo o estudo chamado de Mapa da Inclusão Digital, o Brasil ocupa a 63ª posição no ranking mundial que avaliou 154 países. O Brasil vence a Argentina nesse ranking: a Argentina está na 66º posição, já que 31% dos argentinos têm acesso à internet em suas casas, em 2012.

(http://goo.gl/Supje. Acesso: 17/07/2012. Adaptado.)


As preposições, negritadas na última linha da notícia, introduzem, respectivamente, a ideia de

A
direção e tempo.
B
instrumento e lugar.
C
lugar e tempo.
D
posse e matéria.
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UNICENTRO 2019 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Pronomes possessivos, Análise sintática, Termos essenciais da oração: Sujeito e Predicado, Coesão e coerência, Sintaxe, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Sobre os recursos sintático-semânticos presentes no texto, a única afirmativa sem suporte gramatical é a que diz respeito à alternativa

A
As formas verbais “tem assistido” (l. 1) e “está atingindo” (l. 3) indicam, respectivamente, que o fato se repete, estando muito próximo do presente, e uma ação contínua.
B
O articulador “pelo” (l. 4) introduz uma expressão com uma função sintática, já a introduzida por “pela” (l. 27) exerce outra.
C
Os pronomes “seu” (l. 16) e “seu” (l. 21) indicam posse de diferentes sujeitos nos contextos em que se inserem.
D
Os vocábulos “bem” (l. 25) e “bem” (l. 35), tal como se apresentam, pertencem à mesma classe de palavras.
E
As expressões “de produção” (l. 27) e “de trabalho” (l. 28) possuem valores diferentes: o primeiro é passivo, e o segundo, restritivo.
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UNICENTRO 2019 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Regência, Flexão de voz (ativa, passiva, reflexiva), Análise sintática, Sintaxe, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O termo transcrito está corretamente explicado na alternativa

A
“se invertem” (v. 2) é uma forma verbal que se apresenta na mesma voz que “se planta” (v. 6).
B
“calor” (v. 3) é o agente da ação expressa por “faz” (v. 3).
C
“que” (v. 6) é, do ponto de vista morfossintático, diferente de “que” (v. 7).
D
“nua” (v. 14) conota destruição do mesmo modo que “chora” (v. 18 ) conota pesar.
E
“deixar” (v. 22) apresenta-se com regência diferente daquela em que está usado o verbo “perpetuar” (v. 23).
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UNICENTRO 2019 - Português - Interpretação de Textos, Adjetivos, Substantivos, Análise sintática, Coesão e coerência, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal, Pontuação, Morfologia, Uso da Vírgula

Quanto aos recursos da língua usados no texto, Identifique com V as afirmativas verdadeiras e com F, as falsas.


( ) A forma verbal “acredita” (l. 1) está no singular, concordando com “maioria” (l. 1), mas poderia ter aparecido no plural, concordando com “pessoas” (l. 1).

( ) A vírgula que isola o termo “Atualmente” (l. 7) foi usada pela mesma razão da que está destacando a expressão “Numa região rica em recursos hídricos” (l. 29).

( ) A oração “que, pelo menos, 90% da energia elétrica consumida em suas cidades venha de fontes limpas, como as hidrelétricas.” (l. 30-32) tem valor adjetivo.

( ) A forma verbal “Há” (l. 34), se substituída por sua correspondente do verbo existir, preservando-se a correspondência modo-temporal, não sofre nenhuma alteração.

( ) Os adjetivos “poluente” (l. 42) e “cara” (l. 42), se deslocados para antes do substantivo que qualificam, não alteram o sentido do contexto em que estão inseridos.


A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a


A
V F V F V
B
F V F V F
C
V V F F V
D
F F V V F
E
V V V V V
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UFTM 2013 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes relativos, Substantivos, Pronomes pessoais oblíquos, Coesão e coerência, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Considere as passagens do texto:

• [...] encarando-o, não como gentil-homem embrionário [...].
• [...] cujo interesse residia precisamente [...].
• [...] como os descreveram cronistas [...].


Os substantivos retomados pelos pronomes sublinhados são, respectivamente,

    Em nossos dias, o neo-indianismo dos modernos de 1922 (precedido por meio século de etnografia sistemática) iria acentuar aspectos autênticos da vida do índio, encarando-o, não como gentil-homem embrionário, mas como primitivo, cujo interesse residia precisamente no que trouxesse de diferente, contraditório em relação à nossa cultura europeia. O indianismo dos românticos, porém, preocupou-se sobremaneira em equipará-lo qualitativamente ao conquistador, realçando ou inventando aspectos do seu comportamento que pudessem fazê-lo ombrear com este – no cavalheirismo, na generosidade, na poesia.
    A altivez, o culto da vindita, a destreza bélica, a generosidade, encontravam alguma ressonância nos costumes aborígines, como os descreveram cronistas nem sempre capazes de observar fora dos padrões europeus e, sobretudo, como os quiseram deliberadamente ver escritores animados do desejo patriótico de chancelar a independência política do país com o brilho de uma grandeza heroica especificamente brasileira.

(Antonio Candido. Formação da literatura brasileira, 2000. Adaptado.)
A
neo-indianismo, índio e índios.
B
neo-indianismo, índio e aborígines.
C
índio, primitivo e aborígines.
D
índio, primitivo e cronistas.
E
índio, neo-indianismo e costumes.
26b41e8f-ff
UFC 2016 - Português - Ortografia, Substantivos, Problemas da língua culta, Morfologia

Faz o plural como “vira-latas” (linha 32) o vocábulo:

Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/05/150428_parainglesver_adamsmith2_ss. Acesso em 25 ago. 2016.


Com base no texto 02, da Língua Portuguesa I, responda à questão.

A
baleia-anã.
B
joão-ninguém.
C
afro-britânico.
D
cana-de-açúcar.
E
castanha-do-pará.
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UFC 2016 - Português - Advérbios, Preposições, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia

Assinale a alternativa que classifica corretamente o termo destacado.

Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/05/150428_parainglesver_adamsmith2_ss. Acesso em 25 ago. 2016.


Com base no texto 02, da Língua Portuguesa I, responda à questão.

A
“adoro o país pela cultura e pelo povo, apesar dos problemas” (linhas 04-05) – conjunção.
B
“parecem ser cegos para tudo exceto o lado negativo” (linhas 06-07) – preposição.
C
“mas será que não há também exagero (...)? (linha 08) – conjunção.
D
“...em que o brasileiro se coloca (...) em face do resto do mundo” (linha 13) – preposição.
E
“É preciso lutar contra o complexo de vira-latas” (linha 34) – advérbio.
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UFC 2016 - Português - Morfologia

Recebe a mesma classificação morfológica que “tudo”, em “parecem ser cegos para tudo” (linha 06), o vocábulo sublinhado em:

Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/05/150428_parainglesver_adamsmith2_ss. Acesso em 25 ago. 2016.


Com base no texto 02, da Língua Portuguesa I, responda à questão.

A
“que parece resumir essa questão” (linha 10).
B
isso pode ser visto nos shoppings” (linha 18).
C
“e com tantos produtos maravilhosos” (linha 20).
D
Destaco aqui o que vejo como uma segunda colonização...” (linha 31).
E
“existe um exagero na rejeição ao Brasil pelos próprios brasileiros” (linhas 33-34).
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UFC 2016 - Português - Morfologia - Verbos, Estrutura das Palavras: Radical, Desinência, Prefixo e Sufixo, Morfologia, Estrutura do verbo (radical, vogal temática, desinências)

Assinale a alternativa em que o elemento destacado em maiúsculas está classificado corretamente.

Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/05/150428_parainglesver_adamsmith2_ss. Acesso em 25 ago. 2016.


Com base no texto 02, da Língua Portuguesa I, responda à questão.

A
complic-A-do – vogal temática.
B
aliá-S – desinência de número.
C
cultur-A – desinência de gênero.
D
ador-O – desinência modo-temporal.
E
estrangul – AR – desinência modo-temporal.