Questõesde UNIFESP sobre Interpretação de Textos
No soneto, a seguinte expressão é empregada pelo eu lírico
em lugar de sua musa Sílvia:
A sinestesia consiste em transferir percepções de um
sentido para as de outro, resultando um cruzamento de
sensações.
(Celso Cunha. Gramática essencial, 2013.)
Verifica-se a ocorrência desse recurso no seguinte verso:
Mais recorrente na poesia arcádica, verifica-se neste soneto
barroco o recurso, sobretudo, ao seguinte lema latino:
Em “A Espanha e Portugal são, com a Rússia e os países
balcânicos (e em certo sentido também a Inglaterra), um
dos territórios-ponte pelos quais a Europa se comunica com
os outros mundos.” (3º
parágrafo), o pronome destacado
refere-se a
Examine a tira do cartunista argentino Quino (1932- ).

As frases citadas pela personagem Mafalda no início de sua
fala foram extraídas de

Nesta obra, o observador é atraído por uma ideia poética:
a de um objeto que assume a substância do material em que
se sente à vontade.
(Marcel Paquet. René Magritte: o pensamento tornado
visível, 2000. Adaptado.)
Tal comentário aplica-se à seguinte obra do pintor belga René
Magritte (1898-1967):
Personificação: recurso expressivo que consiste em atribuir propriedades humanas a uma coisa, a um ser inanimado
ou abstrato.
(Dicionário Porto Editora da Língua Portuguesa.
www.infopedia.pt. Adaptado.)
Verifica-se a ocorrência desse recurso no seguinte verso:
O pronome “te”, empregado no segundo verso da última
estrofe, refere-se a
Constituem termos que reforçam o tom pessimista do poema:
Leia a seguinte sinopse do livro 24/7: capitalismo tardio e os
fins do sono:
O livro faz um panorama vertiginoso de um mundo cuja
lógica não se prende mais a limites de tempo e espaço,
funcionando ininterruptamente sob uma lógica para a qual
o próprio ser humano é um empecilho. Para o autor, nossa necessidade de repouso e sono é a última fronteira ainda
não ultrapassada pela lógica da mercadoria. O capitalismo,
no entanto, já se movimenta no sentido de colonizar mais
essa esfera da vida e hoje financia extensamente pesquisas
científicas que buscam a fórmula para criar o “homem sem
sono”, capaz de trabalhar e consumir sob a lógica 24/7. Ainda
assim, o livro recupera toda uma tradição da cultura ocidental
que sempre viu no sono e no sonho possibilidades utópicas.
24/7 é um dos diagnósticos mais agudos do mundo contemporâneo.
Com base na leitura do excerto e da sinopse acima, é correto
concluir que os números “24/7”, que integram o título do livro,
indicam
Leia um trecho do “Manifesto do Futurismo” publicado por
Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944) no ano de 1909.
Nós cantaremos as grandes multidões movimentadas
pelo trabalho, pelo prazer ou pela revolta; as marés multicoloridas e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; a
vibração noturna dos arsenais e dos estaleiros sob suas luas
elétricas; as estações glutonas comedoras de serpentes que
fumam; as usinas suspensas nas nuvens pelos barbantes de
suas fumaças; os navios aventureiros farejando o horizonte;
as locomotivas de grande peito, que escoucinham os trilhos,
como enormes cavalos de aço freados por longos tubos, e o
voo deslizante dos aeroplanos, cuja hélice tem os estalos da
bandeira e os aplausos da multidão entusiasta.
(Apud Gilberto Mendonça Teles.
Vanguarda europeia e modernismo brasileiro, 1992. Adaptado.)
Em consonância com este preceito do Futurismo estão os seguintes versos, extraídos da produção poética de Fernando
Pessoa (1888-1935):
Ontem à tarde um homem das cidades
Falava à porta da estalagem.
Falava comigo também.
Falava da justiça e da luta para haver justiça
E dos operários que sofrem,
E do trabalho constante, e dos que têm fome,
E dos ricos, que só têm costas para isso.
E, olhando para mim, viu-me lágrimas nos olhos
E sorriu com agrado, julgando que eu sentia
O ódio que ele sentia, e a compaixão
Que ele dizia que sentia
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento –
Este momento em que sossegadamente não cremos em
[nada,
Pagãos inocentes da decadência.
E erguendo, como um nome, alto o pendão
Do Império,
Foi-se a última nau, ao sol aziago
Erma, e entre choros de ânsia e de pressago
Mistério.
Não voltou mais. A que ilha indescoberta
Aportou? Voltará da sorte incerta
Que teve?
Amo-vos carnivoramente,
Pervertidamente e enroscando a minha vista
Em vós, ó coisas grandes, banais, úteis, inúteis,
Ó coisas todas modernas,
Ó minhas contemporâneas, forma atual e próxima
Do sistema imediato do Universo!
Nova Revelação metálica e dinâmica de Deus!