Questão 092d2ba6-da
Prova:UNIFESP 2016
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Personificação: recurso expressivo que consiste em atribuir propriedades humanas a uma coisa, a um ser inanimado ou abstrato.


                                        (Dicionário Porto Editora da Língua Portuguesa.
                                                                        www.infopedia.pt. Adaptado.)

Verifica-se a ocorrência desse recurso no seguinte verso:

Para responder à, leia o poema “Dissolução”, de Carlos Drummond de Andrade (1902- 1987), que integra o livro Claro enigma, publicado originalmente em 1951. 

Escurece, e não me seduz 
tatear sequer uma lâmpada. 
Pois que aprouve1 ao dia findar, 
aceito a noite.

E com ela aceito que brote 
uma ordem outra de seres 
e coisas não figuradas. 
Braços cruzados. 

Vazio de quanto amávamos, 
mais vasto é o céu. Povoações 
surgem do vácuo. 
Habito alguma?

E nem destaco minha pele 
da confluente escuridão. 
Um fim unânime concentra-se 
e pousa no ar. Hesitando.

E aquele agressivo espírito 
que o dia carreia2 consigo, 
já não oprime. Assim a paz,
destroçada.

Vai durar mil anos, ou 
extinguir-se na cor do galo? 
Esta rosa é definitiva, 
ainda que pobre.

Imaginação, falsa demente, 
já te desprezo. E tu, palavra. 
No mundo, perene trânsito, 
calamo-nos.
E sem alma, corpo, és suave.

(Claro enigma, 2012.)

1 aprazer: causar ou sentir prazer; contentar(-se).
2 carrear: carregar. 

A
“Vazio de quanto amávamos,” (3a estrofe)
B
“E nem destaco minha pele” (4a estrofe)
C
“Esta rosa é definitiva,” (6a estrofe)
D
“Pois que aprouve ao dia findar,” (1a estrofe)
E
“No mundo, perene trânsito,” (7a estrofe)

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