Questõesde UNESP sobre Interpretação de Textos

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Foram encontradas 107 questões
44ebd58f-3c
UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos

Ao dizer, em voz baixa, para Madalena, “Tenho medo desta criança”, Jorge sugere que

Cena V – JORGE, MADALENA E MARIA
JORGE – Ora seja Deus nesta casa!
(Maria beija-lhe o escapulário1 e depois a mão; Madalena somente o escapulário.)
MADALENA – Sejais bem-vindo, meu irmão!
MARIA – Boas tardes, tio Jorge!
JORGE – Minha senhora mana! A bênção de Deus te cubra, filha! Também estou desassossegado como vós, mana Madalena: mas não vos aflijais, espero que não há de ser nada. É certo que tive umas notícias de Lisboa...
MADALENA (assustada) – Pois que é, que foi?
JORGE – Nada, não vos assusteis; mas é bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade... é um capricho verdadeiro... Depois de aturarem metidos ali dentro toda a força da peste, agora que ela está, se pode dizer, acabada, que são raríssimos os casos, é que por força querem mudar de ares.
MADALENA – Pois coitados!...
MARIA – Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraças assim, eu entendia, se governasse, que o serviço de Deus e do rei me mandava ficar, até a última, onde a miséria fosse mais e o perigo maior, para atender com remédio e amparo aos necessitados. Pois, rei não quer dizer pai comum de todos?
JORGE – A minha donzela Teodora! Assim é, filha, mas o mundo é doutro modo: que lhe faremos?
MARIA – Emendá-lo.
JORGE (para Madalena, baixo) – Sabeis que mais? Tenho medo desta criança.
MADALENA (do mesmo modo) – Também eu.
JORGE (alto) – Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais que, para corte e “buen retiro” dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu à fama de suas águas sadias, ares lavados e graciosa vista.
MADALENA – Deixá-los vir.
JORGE – Assim é: que remédio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de São Paulo tem de hospedar o senhor arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom prelado é ele; e, se não fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e príncipe secular... o mais, paciência. Pior é o vosso caso...
MADALENA – O meu!
JORGE – O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros quatro governadores – e aqui está o que me mandaram dizer em muito segredo de Lisboa – dizem que querem vir para esta casa, e pôr aqui aposentadoria2 .
MARIA (com vivacidade) – Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro – o terço3 de meu pai tem mais de seiscentos homens – e defendemo-nos. Pois não é uma tirania?... E há de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for que se pareça com uma batalha! 
JORGE – Louquinha!
MADALENA – Mas que mal fizemos nós ao conde de Sabugal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? Não há por aí outras casas; e eles não sabem que nesta há senhoras, uma família... e que estou eu aqui?... (Teatro, vol. 3, 1844.)
1 escapulário: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens religiosas cristãs usam pendente sobre o peito.
2 pôr aposentadoria: ficar, morar.
3 terço: corpo de tropas dos exércitos português e espanhol dos séculos XVI e XVII.
A
as falas de Maria apresentam indícios de insanidade e loucura.
B
as opiniões de Maria revelam uma menina desobediente e irresponsável.
C
Maria começa a manifestar propensão para a carreira militar.
D
Maria não acredita na religião nem na misericórdia divina.
E
as opiniões de Maria podem atrair a ira dos governantes.
44e603c0-3c
UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos

Focalizando eventos do final do século XVI e início do século XVII português, a passagem procura destacar

Cena V – JORGE, MADALENA E MARIA
JORGE – Ora seja Deus nesta casa!
(Maria beija-lhe o escapulário1 e depois a mão; Madalena somente o escapulário.)
MADALENA – Sejais bem-vindo, meu irmão!
MARIA – Boas tardes, tio Jorge!
JORGE – Minha senhora mana! A bênção de Deus te cubra, filha! Também estou desassossegado como vós, mana Madalena: mas não vos aflijais, espero que não há de ser nada. É certo que tive umas notícias de Lisboa...
MADALENA (assustada) – Pois que é, que foi?
JORGE – Nada, não vos assusteis; mas é bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade... é um capricho verdadeiro... Depois de aturarem metidos ali dentro toda a força da peste, agora que ela está, se pode dizer, acabada, que são raríssimos os casos, é que por força querem mudar de ares.
MADALENA – Pois coitados!...
MARIA – Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraças assim, eu entendia, se governasse, que o serviço de Deus e do rei me mandava ficar, até a última, onde a miséria fosse mais e o perigo maior, para atender com remédio e amparo aos necessitados. Pois, rei não quer dizer pai comum de todos?
JORGE – A minha donzela Teodora! Assim é, filha, mas o mundo é doutro modo: que lhe faremos?
MARIA – Emendá-lo.
JORGE (para Madalena, baixo) – Sabeis que mais? Tenho medo desta criança.
MADALENA (do mesmo modo) – Também eu.
JORGE (alto) – Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais que, para corte e “buen retiro” dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu à fama de suas águas sadias, ares lavados e graciosa vista.
MADALENA – Deixá-los vir.
JORGE – Assim é: que remédio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de São Paulo tem de hospedar o senhor arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom prelado é ele; e, se não fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e príncipe secular... o mais, paciência. Pior é o vosso caso...
MADALENA – O meu!
JORGE – O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros quatro governadores – e aqui está o que me mandaram dizer em muito segredo de Lisboa – dizem que querem vir para esta casa, e pôr aqui aposentadoria2 .
MARIA (com vivacidade) – Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro – o terço3 de meu pai tem mais de seiscentos homens – e defendemo-nos. Pois não é uma tirania?... E há de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for que se pareça com uma batalha! 
JORGE – Louquinha!
MADALENA – Mas que mal fizemos nós ao conde de Sabugal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? Não há por aí outras casas; e eles não sabem que nesta há senhoras, uma família... e que estou eu aqui?... (Teatro, vol. 3, 1844.)
1 escapulário: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens religiosas cristãs usam pendente sobre o peito.
2 pôr aposentadoria: ficar, morar.
3 terço: corpo de tropas dos exércitos português e espanhol dos séculos XVI e XVII.
A
os abusos de poder da aristocracia governante.
B
as sábias e justas decisões dos governantes.
C
o desejo das pessoas de agradar os poderosos.
D
a tranquilidade e a despreocupação da existência.
E
a admiração indiscriminada dos súditos pelo poder real.
44e07031-3c
UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos

O tema abordado pela tira é tratado de modo

Ao Príncipe
Pela estrada da vida subi morros,
Desci ladeiras e, afinal, te digo
Que, se entre amigos encontrei cachorros,
Entre os cachorros encontrei-te, amigo!

Para insultar alguém hoje recorro
A novos nomes feios, porque vi
Que elogio a quem chame de cachorro,
Depois que este cachorro conheci.

(Fernando Góes (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.)

A
esperançoso.
B
afetivo.
C
sarcástico.
D
ilógico.
E
otimista.
44dd79ca-3c
UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Com a frase “a recíproca não é verdadeira”, a personagem da tira sugere que

Ao Príncipe
Pela estrada da vida subi morros,
Desci ladeiras e, afinal, te digo
Que, se entre amigos encontrei cachorros,
Entre os cachorros encontrei-te, amigo!

Para insultar alguém hoje recorro
A novos nomes feios, porque vi
Que elogio a quem chame de cachorro,
Depois que este cachorro conheci.

(Fernando Góes (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.)

A
os cães não são amigos entre si.
B
a amizade entre homens e cães é ilusória.
C
os homens são mais egoístas do que os cães.
D
o homem só é amigo de si mesmo.
E
o homem não é o melhor amigo do cão.
44e336cd-3c
UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos

Ao contradizer a mãe, após ouvir esta dizer “Pois coitados!...”, a personagem Maria manifesta

Cena V – JORGE, MADALENA E MARIA
JORGE – Ora seja Deus nesta casa!
(Maria beija-lhe o escapulário1 e depois a mão; Madalena somente o escapulário.)
MADALENA – Sejais bem-vindo, meu irmão!
MARIA – Boas tardes, tio Jorge!
JORGE – Minha senhora mana! A bênção de Deus te cubra, filha! Também estou desassossegado como vós, mana Madalena: mas não vos aflijais, espero que não há de ser nada. É certo que tive umas notícias de Lisboa...
MADALENA (assustada) – Pois que é, que foi?
JORGE – Nada, não vos assusteis; mas é bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade... é um capricho verdadeiro... Depois de aturarem metidos ali dentro toda a força da peste, agora que ela está, se pode dizer, acabada, que são raríssimos os casos, é que por força querem mudar de ares.
MADALENA – Pois coitados!...
MARIA – Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraças assim, eu entendia, se governasse, que o serviço de Deus e do rei me mandava ficar, até a última, onde a miséria fosse mais e o perigo maior, para atender com remédio e amparo aos necessitados. Pois, rei não quer dizer pai comum de todos?
JORGE – A minha donzela Teodora! Assim é, filha, mas o mundo é doutro modo: que lhe faremos?
MARIA – Emendá-lo.
JORGE (para Madalena, baixo) – Sabeis que mais? Tenho medo desta criança.
MADALENA (do mesmo modo) – Também eu.
JORGE (alto) – Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais que, para corte e “buen retiro” dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu à fama de suas águas sadias, ares lavados e graciosa vista.
MADALENA – Deixá-los vir.
JORGE – Assim é: que remédio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de São Paulo tem de hospedar o senhor arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom prelado é ele; e, se não fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e príncipe secular... o mais, paciência. Pior é o vosso caso...
MADALENA – O meu!
JORGE – O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros quatro governadores – e aqui está o que me mandaram dizer em muito segredo de Lisboa – dizem que querem vir para esta casa, e pôr aqui aposentadoria2 .
MARIA (com vivacidade) – Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro – o terço3 de meu pai tem mais de seiscentos homens – e defendemo-nos. Pois não é uma tirania?... E há de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for que se pareça com uma batalha! 
JORGE – Louquinha!
MADALENA – Mas que mal fizemos nós ao conde de Sabugal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? Não há por aí outras casas; e eles não sabem que nesta há senhoras, uma família... e que estou eu aqui?... (Teatro, vol. 3, 1844.)
1 escapulário: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens religiosas cristãs usam pendente sobre o peito.
2 pôr aposentadoria: ficar, morar.
3 terço: corpo de tropas dos exércitos português e espanhol dos séculos XVI e XVII.
A
uma ingenuidade natural de jovem diante dos problemas dos adultos.
B
um conceito do que deveria ser bom e justo no modo de governar.
C
a mania costumeira de sempre fazer reparos às opiniões maternas.
D
um desejo de discutir com o tio e demonstrar que o julgamento deste está errado.
E
a indignação natural de quem não consegue entender bem a realidade.
44d7aeca-3c
UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos

Indique a situação existencial de mendigos e cachorros de rua, implícita na tira, que leva a personagem a equipará-los.

Ao Príncipe
Pela estrada da vida subi morros,
Desci ladeiras e, afinal, te digo
Que, se entre amigos encontrei cachorros,
Entre os cachorros encontrei-te, amigo!

Para insultar alguém hoje recorro
A novos nomes feios, porque vi
Que elogio a quem chame de cachorro,
Depois que este cachorro conheci.

(Fernando Góes (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.)

A
Livre-arbítrio.
B
Malandragem.
C
Conforto.
D
Liberalidade.
E
Abandono.
44da89c2-3c
UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos

No contexto do poema, “estrada da vida” é uma imagem que significa

Ao Príncipe
Pela estrada da vida subi morros,
Desci ladeiras e, afinal, te digo
Que, se entre amigos encontrei cachorros,
Entre os cachorros encontrei-te, amigo!

Para insultar alguém hoje recorro
A novos nomes feios, porque vi
Que elogio a quem chame de cachorro,
Depois que este cachorro conheci.

(Fernando Góes (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.)

A
a existência do eu lírico.
B
as traições de amigos.
C
a proximidade da morte.
D
os trajetos em estradas íngremes.
E
as decepções do eu lírico.
44cc43b8-3c
UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos

Indique a expressão empregada pelo cronista que ilustra seu argumento sobre a adoção do futebol no sertão:

Para chegar ao soberbo resultado de transformar a banha em fibra, aí vem o futebol.
Mas por que o futebol?
Não seria, porventura, melhor exercitar-se a mocidade em jogos nacionais, sem mescla de estrangeirismo, o murro, o cacete, a faca de ponta, por exemplo?
Não é que me repugne a introdução de coisas exóticas entre nós. Mas gosto de indagar se elas serão assimiláveis ou não.
No caso afirmativo, seja muito bem-vinda a instituição alheia, fecundemo-la, arranjemos nela um filho híbrido que possa viver cá em casa. De outro modo, resignemo-nos às broncas tradições dos sertanejos e dos matutos. Ora, parece- -me que o futebol não se adapta a estas boas paragens do cangaço. É roupa de empréstimo, que não nos serve.
Para que um costume intruso possa estabelecer-se definitivamente em um país é necessário, não só que se harmonize com a índole do povo que o vai receber, mas que o lugar a ocupar não esteja tomado por outro mais antigo, de cunho indígena. É preciso, pois, que vá preencher uma lacuna, como diz o chavão.
O do futebol não preenche coisa nenhuma, pois já temos a muito conhecida bola de palha de milho, que nossos amadores mambembes1 jogam com uma perícia que deixaria o mais experimentado sportman britânico de queixo caído.
Os campeões brasileiros não teriam feito a figura triste que fizeram em Antuérpia se a bola figurasse nos programas das Olimpíadas e estivessem a disputá-la quatro sujeitos de pulso. Apenas um representante nosso conseguiu ali distinguir-se, no tiro de revólver, o que é pouco lisonjeiro para a vaidade de um país em que se fala tanto. Aqui seria muito mais fácil o indivíduo salientar-se no tiro de espingarda umbiguda, emboscado atrás de um pau.
Temos esportes em quantidade. Para que metermos o bedelho em coisas estrangeiras?
O futebol não pega, tenham a certeza. Não vale o argumento de que ele tem ganho terreno nas capitais de importância. Não confundamos.
As grandes cidades estão no litoral; isto aqui é diferente, é sertão.
As cidades regurgitam de gente de outras raças ou que pretende ser de outras raças; nós somos mais ou menos botocudos, com laivos de sangue cabinda e galego.
Nas cidades os viciados elegantes absorvem o ópio, a cocaína, a morfina; por aqui há pessoas que ainda fumam liamba².
1 mambembe: medíocre, reles, de baixa condição.
2 liamba: cânhamo, maconha.
(Linhas tortas, 1971.)
A
“amadores mambembes”.
B
“roupa de empréstimo”.
C
“de cunho indígena”.
D
“broncas tradições”.
E
“índole do povo”.
44cef4d6-3c
UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos

A argumentação construída ao longo da crônica estabelece uma oposição entre

Para chegar ao soberbo resultado de transformar a banha em fibra, aí vem o futebol.
Mas por que o futebol?
Não seria, porventura, melhor exercitar-se a mocidade em jogos nacionais, sem mescla de estrangeirismo, o murro, o cacete, a faca de ponta, por exemplo?
Não é que me repugne a introdução de coisas exóticas entre nós. Mas gosto de indagar se elas serão assimiláveis ou não.
No caso afirmativo, seja muito bem-vinda a instituição alheia, fecundemo-la, arranjemos nela um filho híbrido que possa viver cá em casa. De outro modo, resignemo-nos às broncas tradições dos sertanejos e dos matutos. Ora, parece- -me que o futebol não se adapta a estas boas paragens do cangaço. É roupa de empréstimo, que não nos serve.
Para que um costume intruso possa estabelecer-se definitivamente em um país é necessário, não só que se harmonize com a índole do povo que o vai receber, mas que o lugar a ocupar não esteja tomado por outro mais antigo, de cunho indígena. É preciso, pois, que vá preencher uma lacuna, como diz o chavão.
O do futebol não preenche coisa nenhuma, pois já temos a muito conhecida bola de palha de milho, que nossos amadores mambembes1 jogam com uma perícia que deixaria o mais experimentado sportman britânico de queixo caído.
Os campeões brasileiros não teriam feito a figura triste que fizeram em Antuérpia se a bola figurasse nos programas das Olimpíadas e estivessem a disputá-la quatro sujeitos de pulso. Apenas um representante nosso conseguiu ali distinguir-se, no tiro de revólver, o que é pouco lisonjeiro para a vaidade de um país em que se fala tanto. Aqui seria muito mais fácil o indivíduo salientar-se no tiro de espingarda umbiguda, emboscado atrás de um pau.
Temos esportes em quantidade. Para que metermos o bedelho em coisas estrangeiras?
O futebol não pega, tenham a certeza. Não vale o argumento de que ele tem ganho terreno nas capitais de importância. Não confundamos.
As grandes cidades estão no litoral; isto aqui é diferente, é sertão.
As cidades regurgitam de gente de outras raças ou que pretende ser de outras raças; nós somos mais ou menos botocudos, com laivos de sangue cabinda e galego.
Nas cidades os viciados elegantes absorvem o ópio, a cocaína, a morfina; por aqui há pessoas que ainda fumam liamba².
1 mambembe: medíocre, reles, de baixa condição.
2 liamba: cânhamo, maconha.
(Linhas tortas, 1971.)
A
tradição e retrocesso.
B
amadorismo e profissionalismo.
C
esporte e conservadorismo.
D
nacionalismo e estrangeirismo.
E
cultura e modernização.
44d1b291-3c
UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

Na oração “O do futebol não preenche coisa nenhuma” (7o parágrafo) é omitida, por elipse, uma palavra empregada anteriormente:

Para chegar ao soberbo resultado de transformar a banha em fibra, aí vem o futebol.
Mas por que o futebol?
Não seria, porventura, melhor exercitar-se a mocidade em jogos nacionais, sem mescla de estrangeirismo, o murro, o cacete, a faca de ponta, por exemplo?
Não é que me repugne a introdução de coisas exóticas entre nós. Mas gosto de indagar se elas serão assimiláveis ou não.
No caso afirmativo, seja muito bem-vinda a instituição alheia, fecundemo-la, arranjemos nela um filho híbrido que possa viver cá em casa. De outro modo, resignemo-nos às broncas tradições dos sertanejos e dos matutos. Ora, parece- -me que o futebol não se adapta a estas boas paragens do cangaço. É roupa de empréstimo, que não nos serve.
Para que um costume intruso possa estabelecer-se definitivamente em um país é necessário, não só que se harmonize com a índole do povo que o vai receber, mas que o lugar a ocupar não esteja tomado por outro mais antigo, de cunho indígena. É preciso, pois, que vá preencher uma lacuna, como diz o chavão.
O do futebol não preenche coisa nenhuma, pois já temos a muito conhecida bola de palha de milho, que nossos amadores mambembes1 jogam com uma perícia que deixaria o mais experimentado sportman britânico de queixo caído.
Os campeões brasileiros não teriam feito a figura triste que fizeram em Antuérpia se a bola figurasse nos programas das Olimpíadas e estivessem a disputá-la quatro sujeitos de pulso. Apenas um representante nosso conseguiu ali distinguir-se, no tiro de revólver, o que é pouco lisonjeiro para a vaidade de um país em que se fala tanto. Aqui seria muito mais fácil o indivíduo salientar-se no tiro de espingarda umbiguda, emboscado atrás de um pau.
Temos esportes em quantidade. Para que metermos o bedelho em coisas estrangeiras?
O futebol não pega, tenham a certeza. Não vale o argumento de que ele tem ganho terreno nas capitais de importância. Não confundamos.
As grandes cidades estão no litoral; isto aqui é diferente, é sertão.
As cidades regurgitam de gente de outras raças ou que pretende ser de outras raças; nós somos mais ou menos botocudos, com laivos de sangue cabinda e galego.
Nas cidades os viciados elegantes absorvem o ópio, a cocaína, a morfina; por aqui há pessoas que ainda fumam liamba².
1 mambembe: medíocre, reles, de baixa condição.
2 liamba: cânhamo, maconha.
(Linhas tortas, 1971.)
A
país.
B
povo.
C
lugar.
D
costume.
E
chavão.
44c955eb-3c
UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos

No contexto da crônica, “transformar a banha em fibra” significa converter

Para chegar ao soberbo resultado de transformar a banha em fibra, aí vem o futebol.
Mas por que o futebol?
Não seria, porventura, melhor exercitar-se a mocidade em jogos nacionais, sem mescla de estrangeirismo, o murro, o cacete, a faca de ponta, por exemplo?
Não é que me repugne a introdução de coisas exóticas entre nós. Mas gosto de indagar se elas serão assimiláveis ou não.
No caso afirmativo, seja muito bem-vinda a instituição alheia, fecundemo-la, arranjemos nela um filho híbrido que possa viver cá em casa. De outro modo, resignemo-nos às broncas tradições dos sertanejos e dos matutos. Ora, parece- -me que o futebol não se adapta a estas boas paragens do cangaço. É roupa de empréstimo, que não nos serve.
Para que um costume intruso possa estabelecer-se definitivamente em um país é necessário, não só que se harmonize com a índole do povo que o vai receber, mas que o lugar a ocupar não esteja tomado por outro mais antigo, de cunho indígena. É preciso, pois, que vá preencher uma lacuna, como diz o chavão.
O do futebol não preenche coisa nenhuma, pois já temos a muito conhecida bola de palha de milho, que nossos amadores mambembes1 jogam com uma perícia que deixaria o mais experimentado sportman britânico de queixo caído.
Os campeões brasileiros não teriam feito a figura triste que fizeram em Antuérpia se a bola figurasse nos programas das Olimpíadas e estivessem a disputá-la quatro sujeitos de pulso. Apenas um representante nosso conseguiu ali distinguir-se, no tiro de revólver, o que é pouco lisonjeiro para a vaidade de um país em que se fala tanto. Aqui seria muito mais fácil o indivíduo salientar-se no tiro de espingarda umbiguda, emboscado atrás de um pau.
Temos esportes em quantidade. Para que metermos o bedelho em coisas estrangeiras?
O futebol não pega, tenham a certeza. Não vale o argumento de que ele tem ganho terreno nas capitais de importância. Não confundamos.
As grandes cidades estão no litoral; isto aqui é diferente, é sertão.
As cidades regurgitam de gente de outras raças ou que pretende ser de outras raças; nós somos mais ou menos botocudos, com laivos de sangue cabinda e galego.
Nas cidades os viciados elegantes absorvem o ópio, a cocaína, a morfina; por aqui há pessoas que ainda fumam liamba².
1 mambembe: medíocre, reles, de baixa condição.
2 liamba: cânhamo, maconha.
(Linhas tortas, 1971.)
A
amadores em profissionais.
B
um esporte em outro.
C
gordura em músculo.
D
força em agilidade.
E
sossego em atividade.
44d4e265-3c
UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos

No poema de Belmiro Braga, a diferença expressiva mais relevante entre as duas ocorrências da palavra “cachorros” consiste no fato de que:

Ao Príncipe
Pela estrada da vida subi morros,
Desci ladeiras e, afinal, te digo
Que, se entre amigos encontrei cachorros,
Entre os cachorros encontrei-te, amigo!

Para insultar alguém hoje recorro
A novos nomes feios, porque vi
Que elogio a quem chame de cachorro,
Depois que este cachorro conheci.

(Fernando Góes (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.)

A
no terceiro verso, a palavra se encontra no final; no quarto, no meio do verso.
B
ocorre rima acidental entre os dois empregos “cachorros” / “cachorros”.
C
no terceiro verso, a palavra é empregada como núcleo do objeto direto; no quarto, como núcleo do sujeito da oração.
D
no terceiro verso, a palavra é empregada metaforicamente; no quarto, em sentido próprio.
E
no terceiro verso, a palavra não tem significado definido; no quarto, o significado é claro.
44c67340-3c
UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos

No fragmento da crônica, publicada pela primeira vez em 1921, o cronista considerava que:

Para chegar ao soberbo resultado de transformar a banha em fibra, aí vem o futebol.
Mas por que o futebol?
Não seria, porventura, melhor exercitar-se a mocidade em jogos nacionais, sem mescla de estrangeirismo, o murro, o cacete, a faca de ponta, por exemplo?
Não é que me repugne a introdução de coisas exóticas entre nós. Mas gosto de indagar se elas serão assimiláveis ou não.
No caso afirmativo, seja muito bem-vinda a instituição alheia, fecundemo-la, arranjemos nela um filho híbrido que possa viver cá em casa. De outro modo, resignemo-nos às broncas tradições dos sertanejos e dos matutos. Ora, parece- -me que o futebol não se adapta a estas boas paragens do cangaço. É roupa de empréstimo, que não nos serve.
Para que um costume intruso possa estabelecer-se definitivamente em um país é necessário, não só que se harmonize com a índole do povo que o vai receber, mas que o lugar a ocupar não esteja tomado por outro mais antigo, de cunho indígena. É preciso, pois, que vá preencher uma lacuna, como diz o chavão.
O do futebol não preenche coisa nenhuma, pois já temos a muito conhecida bola de palha de milho, que nossos amadores mambembes1 jogam com uma perícia que deixaria o mais experimentado sportman britânico de queixo caído.
Os campeões brasileiros não teriam feito a figura triste que fizeram em Antuérpia se a bola figurasse nos programas das Olimpíadas e estivessem a disputá-la quatro sujeitos de pulso. Apenas um representante nosso conseguiu ali distinguir-se, no tiro de revólver, o que é pouco lisonjeiro para a vaidade de um país em que se fala tanto. Aqui seria muito mais fácil o indivíduo salientar-se no tiro de espingarda umbiguda, emboscado atrás de um pau.
Temos esportes em quantidade. Para que metermos o bedelho em coisas estrangeiras?
O futebol não pega, tenham a certeza. Não vale o argumento de que ele tem ganho terreno nas capitais de importância. Não confundamos.
As grandes cidades estão no litoral; isto aqui é diferente, é sertão.
As cidades regurgitam de gente de outras raças ou que pretende ser de outras raças; nós somos mais ou menos botocudos, com laivos de sangue cabinda e galego.
Nas cidades os viciados elegantes absorvem o ópio, a cocaína, a morfina; por aqui há pessoas que ainda fumam liamba².
1 mambembe: medíocre, reles, de baixa condição.
2 liamba: cânhamo, maconha.
(Linhas tortas, 1971.)
A
nas Olimpíadas de Antuérpia, os brasileiros haviam obtido destaque no futebol.
B
no sertão, seria recomendável a prática de esportes genuinamente nacionais.
C
os brasileiros eram um povo indolente, avesso aos esportes internacionais.
D
os estrangeirismos eram maléficos ao país e deviam ser combatidos.
E
nas capitais, a prática de esportes exóticos resultava do consumo de drogas.
44b77b4d-3c
UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Além de outras características, a presença de dois vocábulos contribui para identificar o aspecto neoclássico desta modinha, a saber:

Protestos a Arminda

    Conheço muitas pastoras
Que beleza e graça têm,
Mas é uma só que eu amo
Só Arminda e mais ninguém.

    Revolvam meu coração
Procurem meu peito bem,
Verão estar dentro dele
Só Arminda e mais ninguém.

    De tantas, quantas belezas
Os meus ternos olhos veem,
Nenhuma outra me agrada
Só Arminda e mais ninguém.

    Estes suspiros que eu solto
Vão buscar meu doce bem,
É causa dos meus suspiros
Só Arminda e mais ninguém.

Os segredos de meu peito
Guardá-los nele convém,
Guardá-los aonde os veja
Só Arminda e mais ninguém.

    Não cuidem que a mim me importa
Parecer às outras bem,
Basta que de mim se agrade
Só Arminda e mais ninguém.

    Não me alegra, ou me desgosta
Doutra o mimo, ou o desdém,
Satisfaz-me e me contenta
Só Arminda e mais ninguém.

    Cantem os outros pastores
Outras pastoras também,
Que eu canto e cantarei sempre
Só Arminda e mais ninguém.

(Viola de Lereno, 1980.)
A
“alegra” e “desgosta”.
B
“mimo” e “desdém”.
C
“suspiros” e “segredos”.
D
“canto” e “cantarei”.
E
“pastores” e “pastoras”.
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UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos

Na segunda estrofe, o eu lírico explora, seguindo a tradição poética, uma concepção sobre a sede dos sentimentos humanos. Segundo tal concepção, o amor

Protestos a Arminda

    Conheço muitas pastoras
Que beleza e graça têm,
Mas é uma só que eu amo
Só Arminda e mais ninguém.

    Revolvam meu coração
Procurem meu peito bem,
Verão estar dentro dele
Só Arminda e mais ninguém.

    De tantas, quantas belezas
Os meus ternos olhos veem,
Nenhuma outra me agrada
Só Arminda e mais ninguém.

    Estes suspiros que eu solto
Vão buscar meu doce bem,
É causa dos meus suspiros
Só Arminda e mais ninguém.

Os segredos de meu peito
Guardá-los nele convém,
Guardá-los aonde os veja
Só Arminda e mais ninguém.

    Não cuidem que a mim me importa
Parecer às outras bem,
Basta que de mim se agrade
Só Arminda e mais ninguém.

    Não me alegra, ou me desgosta
Doutra o mimo, ou o desdém,
Satisfaz-me e me contenta
Só Arminda e mais ninguém.

    Cantem os outros pastores
Outras pastoras também,
Que eu canto e cantarei sempre
Só Arminda e mais ninguém.

(Viola de Lereno, 1980.)
A
situa-se na imaginação dos homens.
B
é um corpo estranho que passa a residir no de quem ama.
C
mora com a inveja e é irmão gêmeo do ódio.
D
localiza-se no coração dos homens.
E
nasce no paraíso e conduz para lá quem ama.
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UNESP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sob o ponto de vista expressivo, a repetição do último verso de todas as estrofes tem a função de

Protestos a Arminda

    Conheço muitas pastoras
Que beleza e graça têm,
Mas é uma só que eu amo
Só Arminda e mais ninguém.

    Revolvam meu coração
Procurem meu peito bem,
Verão estar dentro dele
Só Arminda e mais ninguém.

    De tantas, quantas belezas
Os meus ternos olhos veem,
Nenhuma outra me agrada
Só Arminda e mais ninguém.

    Estes suspiros que eu solto
Vão buscar meu doce bem,
É causa dos meus suspiros
Só Arminda e mais ninguém.

Os segredos de meu peito
Guardá-los nele convém,
Guardá-los aonde os veja
Só Arminda e mais ninguém.

    Não cuidem que a mim me importa
Parecer às outras bem,
Basta que de mim se agrade
Só Arminda e mais ninguém.

    Não me alegra, ou me desgosta
Doutra o mimo, ou o desdém,
Satisfaz-me e me contenta
Só Arminda e mais ninguém.

    Cantem os outros pastores
Outras pastoras também,
Que eu canto e cantarei sempre
Só Arminda e mais ninguém.

(Viola de Lereno, 1980.)
A
enfatizar o grande afeto do eu lírico por Arminda.
B
assinalar o caráter inacessível de Arminda.
C
atribuir um tom fortemente lamentoso à modinha.
D
ironizar a distância do eu lírico em relação a Arminda.
E
insistir na ideia do amor como uma fantasia irrealizável.
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UNESP 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Folha – Qual é a sua maior preocupação com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, conhecido como a “bíblia da psiquiatria”)? Corremos o risco de todos sermos considerados doentes mentais?

Allen Frances – O DSM-5 expandiu ainda mais o que já era um sistema de diagnóstico muito vagamente definido. Tristeza normal, como o luto, por exemplo, torna-se transtorno depressivo maior; comer em excesso, torna-se transtorno da compulsão alimentar; ataques de birras de crianças podem se tornar “transtorno do temperamento irregular”; o esquecimento na velhice passa a ser transtorno neurocognitivo leve; e as crianças normais são diagnosticadas com déficit de atenção e hiperatividade.

Folha – Qual a influência que as grandes farmacêuticas exercem nessa tendência?

Allen Frances – As multinacionais farmacêuticas não têm qualquer influência direta sobre as decisões do DSM, mas aproveitam qualquer oportunidade para criar novas desordens psiquiátricas. Eu acredito, por exemplo, que as farmacêuticas sejam as responsáveis por essas falsas epidemias de TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade) e transtorno bipolar.

(Cláudia Colucci. “Gastamos muito dinheiro para tratar pessoas normais, diz psiquiatra”. www.folha.uol.com.br, 11.09.2016.)

De acordo com o texto,

A
o problema mais importante na área da psiquiatria é a universalização do acesso a tratamentos médicos.
B
o progresso científico no diagnóstico psiquiátrico pressupõe a autonomia absoluta de cada indivíduo.
C
há tendências preocupantes de patologização e medicalização de comportamentos cotidianos.
D
os critérios de diagnóstico da psiquiatria são diretamente condicionados pelo mercado farmacêutico.
E
a medicalização da vida é guiada por critérios científicos e filosoficamente indiscutíveis.
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UNESP 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

      Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater: uma, pelas leis, outra, pela força. A primeira é própria do homem; a segunda, dos animais. Como, porém, muitas vezes a primeira não seja suficiente, é preciso recorrer à segunda. Ao príncipe torna-se necessário, porém, saber empregar convenientemente o animal e o homem. [...] Nas ações de todos os homens, máxime dos príncipes, onde não há tribunal para que recorrer, o que importa é o êxito bom ou mau. Procure, pois, um príncipe, vencer e conservar o Estado.

                                                                        (Nicolau Maquiavel. O príncipe, 1983.)

O texto, escrito por volta de 1513, em pleno período do Renascimento italiano, orienta o governante a

A
defender a fé e honrar os valores morais e sagrados.
B
valorizar e priorizar as ações armadas em detrimento do respeito às leis.
C
basear suas decisões na razão e nos princípios éticos.
D
comportar-se e tomar suas decisões conforme a circunstância política.
E
agir de forma a sempre proteger e beneficiar os governados.
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UNESP 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

      Os deuses disseram entre si depois de criar o homem: “O que os homens comerão, oh deuses? Vamos já todos buscar o alimento.” Enquanto isso, as formigas vermelhas estavam colhendo e carregando os grãos de milho que traziam de dentro do Tonacatepetl (Montanha do Sustento). O deus Quetzalcoatl encontrou as formigas e lhes disse: “Digam-me, onde vocês colheram os grãos de milho?”. Muitas vezes lhes perguntou, mas as formigas não quiseram responder. Algum tempo depois, as formigas disseram a Quetzalcoatl: “Lá.” E apontaram o lugar. Quetzalcoatl se transformou em formiga negra e as acompanhou. Desse modo, Quetzalcoatl acompanhou as formigas vermelhas até o depósito, arranjou o milho e em seguida o levou a Tamoanchan (moradia dos deuses e onde o homem havia sido criado). Ali os deuses o mastigaram e o puseram na nossa boca para nos robustecer.

(Apud Eduardo Natalino dos Santos. Cidades pré-hispânicas do México e da América Central, 2004.)

O texto asteca

A
promove a divulgação das qualidades nutricionais do milho para o fortalecimento dos guerreiros mesoamericanos.
B
oferece uma explicação mítica para a importância do milho na base da alimentação dos povos mesoamericanos.
C
demonstra sustentação histórica e claro desenvolvimento de pensamento lógico e racional.
D
procura justificar o fato de apenas os governantes dos povos mesoamericanos poderem exercer atividades agrícolas.
E
revela a influência das fábulas europeias na construção do imaginário dos povos mesoamericanos.
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UNESP 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

      Em Aire-sur-la-Lys, em 15 de agosto de 1335, Jean de Picquigny, governador do condado de Artois, permite ao “maior, aos almotacés1 e à comunidade da cidade construir uma torre com um sino especial, por causa do mister da tecelagem e de outros misteres em que vários operários deslocam-se habitualmente em certas horas do dia”.

                                   (Jacques Le Goff. Por uma outra Idade Média, 2013. Adaptado.)

1 almotacé: inspetor municipal.

O texto revela

A
a persistência da concepção antiga de emprego do tempo, associada aos ciclos da natureza.
B
a persistência da concepção artesanal de emprego do tempo, associada à busca de maior qualidade.
C
o surgimento de uma nova concepção de emprego do tempo, associada ao exercício do trabalho.
D
o surgimento de uma nova concepção de emprego do tempo, associada à valorização do ócio.
E
a persistência da concepção eclesiástica de emprego do tempo, associada à ditadura do relógio.