Questõesde UEG sobre Interpretação de Textos

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Foram encontradas 197 questões
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UEG 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A cidade de Salvador, fundada em 1549 pelos portugueses, tinha como objetivo servir de capital ao governo geral instalado no Brasil. A poesia de Gregório de Matos retrata Salvador durante o século XVII, período em que a cidade apresentava uma organização social que o poeta descreve de maneira

A
verbalmente rebuscada e ideologicamente filiada ao poder colonial.
B
minuciosa e crítica, já que se opõe aos desmandos do governo geral.
C
neutra e marcada pelo lirismo, porque preferia se omitir do debate político.
D
superficial e apologética, uma vez que dependia das benesses do governo.
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Leia o excerto abaixo.

Havia que aprender da vida,
Do inimigo, da escuridão,
Com seus textos,
E ali estava Mao ensinando
E ali estava o partido
Com sua severidade e sua ternura,
E agora rapazes chineses,
Dos campos,
Musa jovem,
Não esqueçamos:
Tudo parece simples
Como a água.
Não é verdade.
A luta não é a água,
É o sangue.

NERUDA, Pablo. Tudo é tão simples. In: As Uvas e o Vento, Porto Alegre: L&PM, 2004. p. 37.

Esse trecho pertence ao poema “Tudo é tão simples”, em que se alude a um momento da história chinesa contemporânea. Considerando as peculiaridades desse momento histórico e os recursos poéticos utilizados, nota-se que o eu lírico retrata a Revolução

A
Meiji, recorrendo a rimas toantes.
B
Gloriosa, utilizando rimas consoantes.
C
dos Boxers, por meio de versos brancos.
D
Cultural, valendo-se de versos irregulares.
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O islamismo surge na península arábica no século 7 d.C. Dentre as obras literárias que surgiram no mundo islâmico, influenciadas pela religião muçulmana, destaca-se a obra:

A
os Vedas
B
os Upanishades
C
os Contos de Grimm
D
As mil e uma noites
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Leia os quadrinhos a seguir.
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QUINO, Mafalda 10. São Paulo: Martins Fontes, 2010. p. 20.

Nos quadrinhos acima, destaca-se a seguinte ideia:

A
a constatação de que existem erros de impressão num conhecido jornal forma o efeito humorístico da tira.
B
a notícia de jornal é compreendida de forma diferente, conforme a faixa etária e a perspectiva do leitor.
C
a formatação diferenciada do jornal, no terceiro quadrinho, enfatiza a falta de objetividade da notícia.
D
a semelhança entre a perspectiva do adulto e a das crianças fica evidente no quarto quadrinho.
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ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Egéria, 1978. p. 100-101.

A aproximação entre o título “O velho diálogo de Adão e Eva” e a imagem acima ocorre pela

A
retomada do diálogo entre homem e mulher presente na história bíblica e na relação entre Brás Cubas e Virgília.
B
sublimação dos pensamentos pecaminosos e purificação espiritual de Brás Cubas e Virgília.
C
demonstração do amor incondicional de Brás Cubas por Virgília desde a adolescência.
D
sugestão da paixão contínua e sem entraves na relação entre Brás Cubas e Virgília.
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Leia o trecho abaixo.

Muitas vezes, à mesa, depois de Baco ter bebido, o rosado Amor envolveu-o em seus braços delicados, segurou firme os cornos do deus e quando o vinho tornou pesadas as asas agitadas de Cupido, obrigou-o à imobilidade no lugar que escolheu. Então agita rápido suas asas úmidas, mas as gotas que o Amor esparge fazem seu mau efeito. O vinho dispõe os ânimos e torna-os propícios aos ardores amorosos; as preocupações desaparecem e afogam-se nas múltiplas libações.

OVÍDIO. A Arte de Amar. São Paulo: Martin Claret, 2003. p. 32-33.

No trecho selecionado, o escritor romano Ovídio descreve os benefícios do vinho para as relações amorosas, demonstrando alguns valores cultuados pela sociedade romana e que são destacados em sua literatura. Esses valores são:

A
o hermetismo e a cupidez
B
o estoicismo e a frugalidade
C
o hedonismo e a prodigalidade
D
o existencialismo e a sensatez
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Leia o trecho abaixo.

Na tal Fundação Abrigo ao Menor Abandonado havia um campo de futebol bem razoável para os padrões da época, com um gramado regular, traves, redes e tal. Fausto conseguiu de graça o uso do campo para treinos e jogos, com a condição de convocar para seu escrete alguns dos meninos da instituição. Ele aceitou (até porque isso já fazia mesmo parte dos seus planos) e, em breve, estava fundado o glorioso Selefama Esporte Clube.
CARNEIRO, Flávio. Selefama Esporte Clube. In: Passe de letra. Rio de Janeiro: Rocco, 2009. p. 12-13.

Na crônica intitulada “Selefama Esporte Clube”, de que o trecho faz parte, o narrador, então com onze anos,

A
toma um banho de chuva, em decorrência do qual adoece e não participa de um jogo no Olímpico e nem vê o jogo de Pelé, nesse mesmo estádio.
B
narra a dissolução do Selefama Esporte Clube, que havia sido criado por Fausto, ex-jogador do Vila Nova, no bairro Fama, em Goiânia.
C
descobre que seu sonho era ser escritor, atribuindo esse desejo ao pai, contador de histórias, ou à mãe, que elogiava seus escritos.
D
conta a história de como seu time conquista, após vencer o Goiás no Serrinha, a taça de campeão goiano de “Tampinhas”.
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DEBRET, Jean Baptiste. Início séc. XIX. Disponível em: Imagem 011.jpg. Acesso em: 28 ago. 2010.

Durante os nove dias que precediam ao Espírito Santo, ou mesmo não sabemos se antes disso, saía pelas ruas da cidade um rancho de meninos, todos de nove a onze anos, caprichosamente vestidos à pastora: sapatos de cor-de-rosa, meias brancas, calção da cor do sapato, faixas à cintura, camisa branca de longos e caídos colarinhos, chapéus de palha de abas largas, ou forrados de seda, tudo isso enfeitado com grinaldas de flores e com uma quantidade prodigiosa de laços de fita encarnada. Cada um desses meninos levava um instrumento pastoril em que tocavam, pandeiro, machete e tamboril. Caminhavam formando um quadrado, no meio do qual ia o chamado imperador do Divino, acompanhados por uma música de barbeiros, e precedidos e cercados por uma chusma de irmãos de opa levando bandeiras encarnadas e outros emblemas, os quais tiravam esmolas enquanto eles cantavam e tocavam.

ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Moderna, 1993. p. 66-67.

A relação entre a gravura de Debret e o fragmento ocorre pela descrição

A
das festas de casamento ricamente ornamentadas.
B
das comemorações tradicionais da alta burguesia.
C
das regalias concedidas às pessoas religiosas.
D
dos costumes ligados às tradições religiosas.
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O excerto constitui, por parte do eu poético, uma

Leia o trecho abaixo para responder às questões 12 e 13.

– Desde que estou retirando
só a morte vejo ativa,
só a morte deparei
e às vezes até festiva;
só morte tem encontrado
quem pensava encontrar vida,
e o pouco que não foi morte
foi de vida severina
(aquela vida que é menos
vivida que defendida,
e é ainda mais severina
para o homem que retira).

NETO, João Cabral de Melo. Morte e vida severina. Rio de Janeiro: MEDIAfashion, 2008. p. 82.

A
expressão de esperança em relação à vida.
B
avaliação sobre a condição miserável do sertanejo.
C
lamentação em virtude da peregrinação do retirante.
D
reflexão acerca da sua relação cotidiana com a morte.
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Analise a imagem de Borges e o fragmento, extraído de Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto.

Imagem 006.jpg
CATÁLOGO DA MOSTRA DE REDESCOBRIMENTO – Arte Popular. Anos Artes Visuais do Brasil. Fundação Bienal de São Paulo.
Xilogravura de J. Borges. O Presépio. São Paulo, 2000. p. 219.

COMEÇAM A CHEGAR PESSOAS TRAZENDO PRESENTES PARA O RECÉM-NASCIDO

– Minha pobreza tal é
que não trago presente grande:
trago para a mãe caranguejos
pescados por esses mangues;
mamando leite de lama
conservará nosso sangue.
– Minha pobreza tal é
que coisa não posso ofertar:
somente o leite que tenho
para meu filho amamentar;
aqui são todos irmãos,
de leite, de lama, de ar.
– Minha pobreza tal é
que não tenho presente melhor:
trago papel de jornal
para lhe servir de cobertor;
cobrindo-se assim de letras
vai um dia ser doutor.
[...]

NETO, João Cabral de Melo. Morte e vida severina e outros poemas em voz alta. Rio de Janeiro: José Olympio, 1991. p. 105-106.

A gravura e o texto se aproximam ao

A
repetir incessantemente o espírito natalino, concretizado pela falta de esperança na vida dos retirantes.
B
realizarem uma releitura do nascimento de Jesus e da história bíblica, com base na realidade nordestina.
C
representar o presépio para negar as mensagens cristãs, que não resolvem a situação de miséria dos retirantes.
D
descrever a paisagem física e humana de forma fantasiosa, fugindo dos verdadeiros dramas e conflitos dos nordestinos.
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Levando-se em conta a leitura de Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, e de “Os irmãos Dagobé”, de Guimarães Rosa, nota-se que,

A
no primeiro texto, a morte surge relacionada à pobreza no Nordeste brasileiro, ao passo que, no segundo, surge relacionada à crueldade dos irmãos Dagobé.
B
na primeira obra, narram-se crenças e costumes nordestinos, e, na segunda, narra-se a fuga dos três irmãos Dagobé, que fogem da tirania do irmão mais velho.
C
tanto em um texto quanto no outro, o tema da seca é uma constante, já que é em razão da falta de chuva que as personagens saem do sertão rumo à cidade.
D
em ambos os textos, o sertão é descrito como um espaço de atraso e de pobreza mas, também, como o único lugar em que o sertanejo pode alcançar felicidade.
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A gente se esfriou, se afundou – um instantâneo. A gente... E foi sem combinação, nem ninguém entendia o que se fizesse: todos, de uma vez, de dó do Sorôco, principiaram também a acompanhar aquele canto sem razão. E com as vozes tão altas! Todos caminhando, com ele, Sorôco, e canta que cantando, atrás dele, os mais de detrás quase que corriam, ninguém deixasse de cantar. Foi o de não sair mais da memória. Foi um caso sem comparação.
A gente estava levando agora o Sorôco para a casa dele, de verdade. A gente, com ele, ia até aonde que ia aquela cantiga.

ROSA, João Guimarães. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, s/d. p. 21.

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O grupo “Teia de Aranha”, a partir das obras de Guimarães Rosa, cria representações em bordado. O fragmento acima, extraído do conto “Sorôco, sua mãe, sua filha”, e o bordado, inspirado no mesmo conto,

A
tematizam a loucura de Sorôco e a falta de comunhão dos outros moradores da pequena cidade mineira com o seu destino.
B
descrevem acontecimentos e paisagens mineiras, partindo de uma composição sem inovações estéticas.
C
apresentam a ideia de tecitura composicional, acenando para a estética artesanal de ambos.
D
representam a loucura da mãe e da filha de Sorôco, com rigor científico e formas arcaicas.
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Leia a tira abaixo.
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COUTINHO, Laerte. Striptiras 3. Porto Alegre L&PM, 2008. p. 39.

A linguagem presente nos quadrinhos

A
usa predominantemente elementos não verbais para a produção do sentido.
B
caracteriza-se pelo registro formal da língua, típico das conversas cotidianas.
C
tem seu sentido construído pela mescla de elementos oriundos da informática e das histórias infantis.
D
usa inadequadamente termos estrangeiros que não são utilizados nem compreendidos no uso cotidiano.
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UEG 2010 - Português - Interpretação de Textos

O conto “Famigerado”, presente no livro Primeiras estórias, de Guimarães Rosa, aborda um tema comum ao processo de modernização do sertão brasileiro, pois retrata

A
a história de Damázio Siqueira, um dos últimos fazendeiros de Minas Gerais a ter jagunços.
B
a vida de uma menina milagreira, que, após realizar alguns milagres, morre repentinamente.
C
o embate entre o poder da palavra e o da truculência física.
D
o declínio do antigo poderio da oligarquia rural mineira.
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UEG 2010 - Português - Interpretação de Textos

Verifica-se, em termos estruturais, uma

Leia o trecho abaixo para responder às questões 12 e 13.

– Desde que estou retirando
só a morte vejo ativa,
só a morte deparei
e às vezes até festiva;
só morte tem encontrado
quem pensava encontrar vida,
e o pouco que não foi morte
foi de vida severina
(aquela vida que é menos
vivida que defendida,
e é ainda mais severina
para o homem que retira).

NETO, João Cabral de Melo. Morte e vida severina. Rio de Janeiro: MEDIAfashion, 2008. p. 82.

A
aliteração no penúltimo verso.
B
anáfora no segundo e terceiro versos.
C
comparação no quinto verso.
D
metáfora no terceiro e quarto versos.
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No primeiro parágrafo, o autor usa uma

Leia o texto a seguir para responder às questões de 7 a 10.

VOCÊ SABE COMO FUNCIONA O GOVERNO? 

As eleições seriam mais efetivas se todos conhecessem bem o funcionamento da administração. Mas não é tão fácil conhecer os meandros dos governos. Primeiro, porque a maioria não tem tempo para se informar e adquirir conhecimento sobre todas as partes que compõem a administração pública. Segundo, pela dificuldade óbvia de explicar assunto tão complexo para grupos menos escolarizados. E, terceiro, pela profusão de especialidades que se transforma em obstáculo para quem quer ter uma visão mais sistêmica do Estado. São economistas, cientistas políticos e administradores que muitas vezes apresentam diagnósticos díspares sobre os problemas e dialogam pouco entre si.

[...]

O senso comum diz que o maior problema da política brasileira está na corrupção. É uma visão equivocada. Muito mais do que a roubalheira, o que mais aflige nosso sistema político é o amadorismo e o despreparo de boa parte dos eleitos. O resultado é a ineficiência, que também favorece os corruptos e espertalhões, muitos deles localizados no “outro lado do balcão”: nas empresas, nos sindicatos e nas associações civis.

O pouco conhecimento dos políticos acerca de administração é tanto maior no Poder Legislativo e nos níveis subnacionais, particularmente nos lugares menos desenvolvidos. Uma forma de combater esse mal seria os partidos políticos darem cursos a todos os seus candidatos e filiados sobre políticas públicas. [...]

Tão importante quanto o aperfeiçoamento dos políticos é a pedagogia eleitoral dos cidadãos. Parto da premissa que a realização de eleições regulares, livres e competitivas, como tem ocorrido no Brasil, já é uma forma de instrução cidadã. Daí concluo que os eleitores hoje são melhores do que no passado. Contudo, o voto será sempre mais efetivo quanto mais informado for o eleitor. E o que mais falta ser conhecido pela sociedade é o funcionamento efetivo da administração, inclusive para abandonar a postura meramente demandante em prol da pressão qualificada por mudanças nas políticas públicas. [...].

ABRUCIO, Fernando. Você sabe como funciona o governo? Época. São Paulo, 9 ago. 2010. p. 41. (Adaptado).

A
exemplificação a partir da qual reforça sua tese inicial.
B
enumeração de razões que explicam a ideia inicial do texto.
C
comparação entre várias ideias que apontam direções argumentativas diferentes.
D
oposição, que apresenta tanto argumentos favoráveis quanto contrários à sua tese.
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O autor defende a seguinte ideia:

Leia o texto a seguir para responder às questões de 7 a 10.

VOCÊ SABE COMO FUNCIONA O GOVERNO? 

As eleições seriam mais efetivas se todos conhecessem bem o funcionamento da administração. Mas não é tão fácil conhecer os meandros dos governos. Primeiro, porque a maioria não tem tempo para se informar e adquirir conhecimento sobre todas as partes que compõem a administração pública. Segundo, pela dificuldade óbvia de explicar assunto tão complexo para grupos menos escolarizados. E, terceiro, pela profusão de especialidades que se transforma em obstáculo para quem quer ter uma visão mais sistêmica do Estado. São economistas, cientistas políticos e administradores que muitas vezes apresentam diagnósticos díspares sobre os problemas e dialogam pouco entre si.

[...]

O senso comum diz que o maior problema da política brasileira está na corrupção. É uma visão equivocada. Muito mais do que a roubalheira, o que mais aflige nosso sistema político é o amadorismo e o despreparo de boa parte dos eleitos. O resultado é a ineficiência, que também favorece os corruptos e espertalhões, muitos deles localizados no “outro lado do balcão”: nas empresas, nos sindicatos e nas associações civis.

O pouco conhecimento dos políticos acerca de administração é tanto maior no Poder Legislativo e nos níveis subnacionais, particularmente nos lugares menos desenvolvidos. Uma forma de combater esse mal seria os partidos políticos darem cursos a todos os seus candidatos e filiados sobre políticas públicas. [...]

Tão importante quanto o aperfeiçoamento dos políticos é a pedagogia eleitoral dos cidadãos. Parto da premissa que a realização de eleições regulares, livres e competitivas, como tem ocorrido no Brasil, já é uma forma de instrução cidadã. Daí concluo que os eleitores hoje são melhores do que no passado. Contudo, o voto será sempre mais efetivo quanto mais informado for o eleitor. E o que mais falta ser conhecido pela sociedade é o funcionamento efetivo da administração, inclusive para abandonar a postura meramente demandante em prol da pressão qualificada por mudanças nas políticas públicas. [...].

ABRUCIO, Fernando. Você sabe como funciona o governo? Época. São Paulo, 9 ago. 2010. p. 41. (Adaptado).

A
a corrupção, especialmente aquela que favorece políticos ligados a empresas, sindicados e associações civis, é o maior problema da política brasileira e deve ser combatida por meio da conscientização dos eleitores.
B
a participação regular em eleições livres e competitivas em nada contribui para a melhoria dos eleitores, pois o que importa é o conhecimento do funcionamento da administração e o nível de informação dos cidadãos.
C
o conhecimento sobre o funcionamento da administração pública é necessário tanto para os políticos que ocupam cargos eletivos quanto para o eleitor, já que isso melhoraria o voto e tornaria as eleições mais efetivas.
D
a presença de profissionais de áreas diferentes, como economistas, cientistas políticos, administradores, enriquece o debate político e ajuda tanto o eleitor quanto o ocupante de cargo eletivo a ter uma visão mais sistêmica do Estado.