Questõesde IF-GO sobre Português

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IF-GO 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nos textos 4 e 5, os autores utilizam a descrição para:

TEXTO 4

Auto-retrato

Provinciano que nunca soube

Escolher bem uma gravata;

Pernambucano a quem repugna

A faca do pernambucano;

Poeta ruim que na arte da prosa

Envelheceu na infância da arte,

E até mesmo escrevendo crônicas

Ficou cronista de província; 

Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.”
(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1983)

TEXTO 5

Felicidade clandestina (excerto)

    Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
    Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.
    Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.”

(Clarice Lispector. Felicidade clandestina: contos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998) 
A
Explorar os aspectos físicos e comportamentais, traços que permitem justificar a atitude irônica do eu-lírico no texto 3 e sádica da personagem descrita no texto 4.
B
De forma realista, retratar exatamente os aspectos físicos dos sujeitos a fim de associar suas atitudes às características físicas que lhe são típicas.
C
Apresentar o estado de espírito dos sujeitos descritos: no poema, a tristeza do eu-lírico; no conto, a alegria da narradora.
D
Enumerar um grande número de detalhes e assinalar os traços mais singulares dos sujeitos, sem se importar com a exatidão e a relevância de tais detalhes para a compreensão dos textos.
E
Apresentar um julgamento moral de sujeitos que, limitados por suas características físicas e psicológicas, ficam imobilizados diante das dificuldades enfrentadas.
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IF-GO 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere as afirmativas a seguir.

I. No poema Auto-retrato, como em boa parte de sua obra, Manuel Bandeira apresenta uma visão bem humorada dos sofrimentos e descontentamentos do ser humano diante de suas limitações.

II. Clarice Lispector escreveu contos e romances que discutem a relevância do contexto social para os personagens de suas narrativas, com uma perspectiva politicamente engajada.

III. Escritores brasileiros do século XX, Clarice Lispector e Manuel Bandeira se aproximam pela tendência negativista, apresentando sempre o homem por seus hábitos e características mais condenáveis.

IV. Manuel Bandeira é considerado um autor da primeira geração modernista, enquanto Clarice Lispector filia-se à terceira geração de autores do modernismo brasileiro.  


Estão corretas: 

TEXTO 4

Auto-retrato

Provinciano que nunca soube

Escolher bem uma gravata;

Pernambucano a quem repugna

A faca do pernambucano;

Poeta ruim que na arte da prosa

Envelheceu na infância da arte,

E até mesmo escrevendo crônicas

Ficou cronista de província; 

Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.”
(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1983)

TEXTO 5

Felicidade clandestina (excerto)

    Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
    Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.
    Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.”

(Clarice Lispector. Felicidade clandestina: contos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998) 
A
Apenas I e II.
B
Apenas II, III e IV.
C
Apenas I e IV.
D
Apenas I, III e IV.
E
Apenas II e III.
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IF-GO 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No texto, o autor afirma que a imagem do novo trabalhador:

Polivalência: do mito... para a realidade

    A modernidade, ao flexibilizar a divisão de tarefas no interior dos processos produtivos, estaria cumprindo com o papel de substituir o desqualificado e descomprometido “apertador de parafusos” por um funcionário que pensa e molda seu próprio emprego, à medida em que é chamado a experimentar novos métodos de trabalho capazes de garantir ao mesmo tempo a sua realização pessoal e o crescimento da empresa. Desta forma, graças à polivalência, o ser humano estaria deixando de ser um mero apêndice das máquinas para reencontrar no trabalho o caminho de sua própria humanização.

    Mas será que é isso mesmo? Com a polivalência, o capital estaria mesmo abrindo mão da crescente submissão do homem à máquina que, aliás, é um dos elementos que lhe garantem a progressiva exploração da força de trabalho? A polivalência que tem sua origem na flexibilização e na automação dos processos produtivos estaria gerando uma maior qualificação do trabalhador coletivo?

    O novo trabalhador, a ser moldado de acordo com as necessidades dos sistemas informatizados, teria que ser jovem, polivalente, sem tradição de luta, com estudos que lhe fornecessem conhecimentos gerais mais amplos (o segundo grau, por exemplo) ou, no limite, as noções técnicas básicas que podem ser assimiladas através dos cursos de SENAI.

    Ou seja, o perfil da grande maioria dos trabalhadores, que do final da década de 80 até os nossos dias começam a compor o quadro de funcionários das grandes empresas, tem como traços fundamentais a ausência de uma militância política e de uma qualificação efetiva, ao lado de uma bagagem de conhecimentos que serve apenas para proporcionar-lhes uma leitura rápida e segura das informações que aparecem nos sistemas de controle dos equipamentos automatizados e para garantir uma rápida operacionalização das ordens recebidas.

    Se tivermos que descrever em poucas palavras o perfil de um trabalhador polivalente, diríamos que ele não passa de um “pau pra toda obra” que, diante do aumento do desemprego e da ameaça constante que isso traz à manutenção de suas condições de vida, percebe uma sensação de alívio ao aderir, ora ativa ora passivamente, aos objetivos e aos limites impostos pela lógica das mudanças no interior do sistema capitalista. Lógica que tem na polivalência e na flexibilização dos processos de trabalho dois importantes instrumentos para ocultar a continuidade histórica da necessidade da classe dominante ir adequando a organização do trabalho às exigências da acumulação do capital e para apagar nas classes trabalhadoras a memória coletiva de sua tradição de lutas e, com ela, a necessidade de construir uma nova ordem social.

(GENNARI, Emílio. Automação, Terceirização e Programas de Qualidade Total: os fatos e a lógica das mudanças nos processos de trabalho. São Paulo: CPV, 1997. Adaptado) 

A
Acaba elegendo critérios de sólida competência profissional.
B
Revela o sentido formativo que a educação para o trabalho deve assegurar.
C
Acentua o interesse pessoal de qualificação para todas as faixas etárias.
D
Garante a plena realização das iniciativas políticas de quem deseja construir uma nova ordem social.
E
Expõe o baixo grau de qualificação exigido pelos sistemas produtivos.
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IF-GO 2012 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Pronomes possessivos, Preposições, Coesão e coerência, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Com relação ao sentido e às estruturas linguísticas do texto, assinale a alternativa correta.

Polivalência: do mito... para a realidade

    A modernidade, ao flexibilizar a divisão de tarefas no interior dos processos produtivos, estaria cumprindo com o papel de substituir o desqualificado e descomprometido “apertador de parafusos” por um funcionário que pensa e molda seu próprio emprego, à medida em que é chamado a experimentar novos métodos de trabalho capazes de garantir ao mesmo tempo a sua realização pessoal e o crescimento da empresa. Desta forma, graças à polivalência, o ser humano estaria deixando de ser um mero apêndice das máquinas para reencontrar no trabalho o caminho de sua própria humanização.

    Mas será que é isso mesmo? Com a polivalência, o capital estaria mesmo abrindo mão da crescente submissão do homem à máquina que, aliás, é um dos elementos que lhe garantem a progressiva exploração da força de trabalho? A polivalência que tem sua origem na flexibilização e na automação dos processos produtivos estaria gerando uma maior qualificação do trabalhador coletivo?

    O novo trabalhador, a ser moldado de acordo com as necessidades dos sistemas informatizados, teria que ser jovem, polivalente, sem tradição de luta, com estudos que lhe fornecessem conhecimentos gerais mais amplos (o segundo grau, por exemplo) ou, no limite, as noções técnicas básicas que podem ser assimiladas através dos cursos de SENAI.

    Ou seja, o perfil da grande maioria dos trabalhadores, que do final da década de 80 até os nossos dias começam a compor o quadro de funcionários das grandes empresas, tem como traços fundamentais a ausência de uma militância política e de uma qualificação efetiva, ao lado de uma bagagem de conhecimentos que serve apenas para proporcionar-lhes uma leitura rápida e segura das informações que aparecem nos sistemas de controle dos equipamentos automatizados e para garantir uma rápida operacionalização das ordens recebidas.

    Se tivermos que descrever em poucas palavras o perfil de um trabalhador polivalente, diríamos que ele não passa de um “pau pra toda obra” que, diante do aumento do desemprego e da ameaça constante que isso traz à manutenção de suas condições de vida, percebe uma sensação de alívio ao aderir, ora ativa ora passivamente, aos objetivos e aos limites impostos pela lógica das mudanças no interior do sistema capitalista. Lógica que tem na polivalência e na flexibilização dos processos de trabalho dois importantes instrumentos para ocultar a continuidade histórica da necessidade da classe dominante ir adequando a organização do trabalho às exigências da acumulação do capital e para apagar nas classes trabalhadoras a memória coletiva de sua tradição de lutas e, com ela, a necessidade de construir uma nova ordem social.

(GENNARI, Emílio. Automação, Terceirização e Programas de Qualidade Total: os fatos e a lógica das mudanças nos processos de trabalho. São Paulo: CPV, 1997. Adaptado) 

A
No texto, o uso dos verbos no futuro do pretérito do subjuntivo, como “estaria cumprindo”, “estaria deixando de ser”, “estaria gerando”, é indicação de certeza em relação ao processo em curso.
B
) O pronome “isso”, no 2º parágrafo, é usado para resumir a ideia de que “graças à polivalência, o ser humano estaria deixando de ser um mero apêndice das máquinas”.
C
No 3º parágrafo, a substituição da preposição “de”, em “dos” sistemas informatizados” por “com que”, preservaria a correção e a coerência textuais.
D
O pronome “suas”, no 5º parágrafo, relaciona-se com a manutenção de condições das formas de organização do trabalho.
E
As expressões “informatizados“ e “automatizados”, grifadas no texto, identificam características referentes aos sistemas e aos equipamentos dos processos produtivos.
19533157-b6
IF-GO 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto 3 é criação de uma agência publicitária alemã para a chapelaria Hut Weber. Para divulgar o produto, a propaganda vale-se de:

A
Negação do papel histórico vivenciado por Hitler e Chaplin, especialmente ao utilizar a abreviação da palavra “versus” em latim.
B
Uma comparação entre duas personalidades do século XX, indicando que pequenos detalhes podem representar grandes diferenças de caráter. 
C
Uma visão irônica e cética sobre os eventos que circundaram os dois sujeitos representados no desenho.
D
Elementos gráficos que representam Hitler e Chaplin, evidenciando as semelhanças de suas atitudes.
E
Linguagem não-verbal que nega os papéis desempenhados por Hitler e Chaplin durante a Segunda Guerra Mundial.
195745c7-b6
IF-GO 2012 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A expressão “É o chapéu”, na propaganda, tem o mesmo efeito de sentido que a expressão sublinhada em:

A
“O presidente dos Estados Unidos brindou o colega Luiz Inácio Lula da Silva com a frase “Esse é o cara”.
B
“Preste atenção, o mundo é um moinho.”
C
“O Brasil é o país mais desigual da América Latina, onde os 10% mais ricos concentram 50,6% da renda.”
D
“A voz do povo é a voz de Deus.” 
E
“Cada pássaro é um milagre.”
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IF-GO 2012 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O tema básico do texto, em torno do qual o autor organiza seus argumentos, pode ser expresso pelas seguintes proposições, exceto uma. Assinale-a.

Polivalência: do mito... para a realidade

    A modernidade, ao flexibilizar a divisão de tarefas no interior dos processos produtivos, estaria cumprindo com o papel de substituir o desqualificado e descomprometido “apertador de parafusos” por um funcionário que pensa e molda seu próprio emprego, à medida em que é chamado a experimentar novos métodos de trabalho capazes de garantir ao mesmo tempo a sua realização pessoal e o crescimento da empresa. Desta forma, graças à polivalência, o ser humano estaria deixando de ser um mero apêndice das máquinas para reencontrar no trabalho o caminho de sua própria humanização.

    Mas será que é isso mesmo? Com a polivalência, o capital estaria mesmo abrindo mão da crescente submissão do homem à máquina que, aliás, é um dos elementos que lhe garantem a progressiva exploração da força de trabalho? A polivalência que tem sua origem na flexibilização e na automação dos processos produtivos estaria gerando uma maior qualificação do trabalhador coletivo?

    O novo trabalhador, a ser moldado de acordo com as necessidades dos sistemas informatizados, teria que ser jovem, polivalente, sem tradição de luta, com estudos que lhe fornecessem conhecimentos gerais mais amplos (o segundo grau, por exemplo) ou, no limite, as noções técnicas básicas que podem ser assimiladas através dos cursos de SENAI.

    Ou seja, o perfil da grande maioria dos trabalhadores, que do final da década de 80 até os nossos dias começam a compor o quadro de funcionários das grandes empresas, tem como traços fundamentais a ausência de uma militância política e de uma qualificação efetiva, ao lado de uma bagagem de conhecimentos que serve apenas para proporcionar-lhes uma leitura rápida e segura das informações que aparecem nos sistemas de controle dos equipamentos automatizados e para garantir uma rápida operacionalização das ordens recebidas.

    Se tivermos que descrever em poucas palavras o perfil de um trabalhador polivalente, diríamos que ele não passa de um “pau pra toda obra” que, diante do aumento do desemprego e da ameaça constante que isso traz à manutenção de suas condições de vida, percebe uma sensação de alívio ao aderir, ora ativa ora passivamente, aos objetivos e aos limites impostos pela lógica das mudanças no interior do sistema capitalista. Lógica que tem na polivalência e na flexibilização dos processos de trabalho dois importantes instrumentos para ocultar a continuidade histórica da necessidade da classe dominante ir adequando a organização do trabalho às exigências da acumulação do capital e para apagar nas classes trabalhadoras a memória coletiva de sua tradição de lutas e, com ela, a necessidade de construir uma nova ordem social.

(GENNARI, Emílio. Automação, Terceirização e Programas de Qualidade Total: os fatos e a lógica das mudanças nos processos de trabalho. São Paulo: CPV, 1997. Adaptado) 

A
O discurso da modernização propõe a qualificação para a polivalência, mas o que de fato é exigido é o exercício de várias funções repetitivas.
B
Um dos mais tentadores mitos do século XXI é o de que a evolução tecnológica vai garantir nossa realização pessoal e crescimento profissional.
C
Pode-se depreender que, para a maioria da população, os avanços tecnológicos têm servido majoritariamente para subordinar as pessoas ao processo de produção.
D
As características atuais do setor produtivo levam à ampliação de atividades que abrangem a valorização da cultura do trabalho e a mobilização política dos trabalhadores.
E
Os discursos em torno de um novo perfil do trabalhador colocam a polivalência e a flexibilidade como elementos para uma qualificação profissional adequada.
19403f1a-b6
IF-GO 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Tendo em vista os significados implícitos na tira, assinale a afirmação incorreta.


A
Ao referir-se ao mesmo tempo à infância e à guerra, o cartunista chama atenção para o fato de que as crianças não são imunes à influência de complexas conjunturas sociais e políticas.
B
Ao representar uma brincadeira infantil com a guerra nuclear, o texto sugere que as crianças devem conviver com armas durante a infância.
C
O mundo moderno avança rápido, condicionando as pessoas a usar táticas e estratégias cada vez mais abruptas.
D
No universo infantil, o imaginário distingue-se pouco da realidade, o que permite à tirinha explorar, pela comicidade, a tragédia da guerra nuclear em uma brincadeira.
E
A narrativa traz à tona a irracionalidade de uma guerra nuclear, que destrói a continuidade de qualquer forma de existência.
9ac3edd8-b6
IF-GO 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Brasil pioneiro no plástico verde: uma alternativa limpa

    A partir do etanol da cana-de-açúcar, a petroquímica brasileira Braskem produz eteno e, a partir deste, fabrica o polietileno, que serve de insumo para filmes, embalagens de alimentos e bebidas. Quando comparado com as resinas obtidas de combustíveis fósseis como o petróleo, o “polietileno verde”, devido ao processo de fotossíntese, tem a vantagem de remover 2,5 toneladas de CO2 da atmosfera por cada tonelada de resina produzida. Esse valor é resultado da diferença entre a quantidade que a cana absorve na fotossíntese (7,4 toneladas de CO2) e as emissões oriundas da produção do polietileno verde. O polietileno obtido a partir do petróleo emite CO2 ao longo de todo o seu ciclo de produção.
    Atualmente, a Braskem produz 200.000 toneladas dessa resina o que equivale a 7% da sua produção total de polietileno, atendendo mais da metade do mercado nacional de resinas termoplásticas (modeladas quando amolecidas e recicláveis) fabricadas a partir do petróleo.
    Em 2008, a plantação de cana-de-açúcar era de aproximadamente 7 milhões de hectares, bem abaixo da área de pastagem e pecuária, com 220 milhões de hectares, sendo que 50% são de áreas degradadas que poderiam ser direcionadas para o cultivo da cana.

Disponível em: http://www.oeco.com.br/ana-claudianioac/18308-oeco (Adaptado). Acesso em: 06 de maio de 2011.

A partir das informações apresentadas no texto, é correto afirmar que:

A
A produção total de polietileno da Braskem é de 200.000 toneladas.
B
O processo de produção de uma tonelada de polietileno verde promove a emissão de 4,9 toneladas de CO2.  
C
A produção total de polietileno no Brasil é de aprox. 3.000.000 toneladas.
D
O processo de produção de uma tonelada de polietileno verde promove a emissão de 7,4 toneladas de CO2.  
E
Em 2008 a área destinada a pastagem e pecuária era poucos menos de 30 vezes a área destinada à plantação de cana.
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IF-GO 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

De acordo com as estruturas linguísticas e os sentidos dos textos 6 e 7, assinale a alternativa incorreta:

Leia os textos a seguir para responder a questão. 


Texto 6  


QUINO. Toda Mafalda. Editora Martins Fontes, 1999. p. 172. 


Texto 7

Cidadezinha Qualquer


Casas entre bananeiras

Mulheres entre laranjeiras

Pomar amor cantar.


Um homem vai devagar

Um cachorro vai devagar.

Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.

Êta vida besta, meu Deus.


DRUMMOND, Carlos. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2009. 

A
O comportamento das personagens e sua movimentação, em ambos os textos, apresentam uma ideia de limitação da vida, mas também revelam o desejo de existência para além da rotina que as cerca.
B
No verso “Devagar... as janelas olham” há um recurso metafórico evidenciado por uma comparação de ordem subjetiva.
C
As repetições do verbo “devagar”, no texto 7, são redundantes e minimizam os elementos significativos para a interpretação do poema.
D
No poema, os versos confirmam, pelo ritmo, o tom de tédio da rotina interiorana; na tira, a sequência dos quadros ilustra, pelos espaços e objetos da casa, a monotonia vivida pela mãe da personagem.
E
Na tira, os balões que encerram a fala das personagens, constituem um recurso gráfico indicador do discurso direto, introduzindo o diálogo.
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IF-GO 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Texto 5


O Sertanejo Falando 


                     1.

A fala a nível do sertanejo engana:

as palavras dele vêm, como rebuçadas

(palavras confeito, pílula), na glace

de uma entonação lisa, de adocicada.

Enquanto que sob ela, dura e endurece

o caroço de pedra, a amêndoa pétrea,

dessa árvore pedrenta (o sertanejo)

incapaz de não se expressar em pedra. 

                      2

Daí porque o sertanejo fala pouco:

as palavras de pedra ulceram a boca

e no idioma pedra se fala doloroso;

o natural desse idioma fala à força.

Daí também porque ele fala devagar:

tem de pegar as palavras com cuidado,

confeitá-la na língua, rebuçá-las;

pois toma tempo todo esse trabalho.

NETO, João Cabral de Melo. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2008.


Sobre o poema, assinale a alternativa que apresenta a afirmativa incorreta:  

A
A expressão “idioma pedra”, utilizada na segunda estrofe, reforça a necessidade de um intenso exercício cerebral para se comunicar com o mundo.
B
O verso “as palavras de pedra ulceram a boca” expressa a dificuldade que o sertanejo tem em usar de forma competente a língua portuguesa.
C
Ao comparar a palavra a “uma amêndoa com cobertura adocicada”, o eu lírico metaforiza a busca de construir um poema sem sentimentalismo, mas com muita beleza.
D
No contexto do poema, a palavra “pedra” tem um sentido positivo, associado ao trabalho necessário para uma comunicação eficiente entre emissor e receptor.
E
Ao nomear o sertanejo como “árvore pedrenta”, o poeta apresenta uma visão de solidez e força no modo de vida de tal sujeito.
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IF-GO 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A tirinha e o poema apresentam uma reflexão sobre o sentido da existência humana. É correto concluir que os dois textos:

Leia os textos a seguir para responder a questão. 


Texto 6  


QUINO. Toda Mafalda. Editora Martins Fontes, 1999. p. 172. 


Texto 7

Cidadezinha Qualquer


Casas entre bananeiras

Mulheres entre laranjeiras

Pomar amor cantar.


Um homem vai devagar

Um cachorro vai devagar.

Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.

Êta vida besta, meu Deus.


DRUMMOND, Carlos. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2009. 

A
transmitem uma mensagem de otimismo sobre a rotina do cotidiano.
B
acreditam que o dinamismo na vida diária é inatingível.
C
julgam que vencer a mesmice da vida na cidade é uma tarefa fácil.
D
têm visões diferentes sobre uma possível mudança da realidade.
E
evocam a própria monotonia da vida que parece não ter sentido.
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IF-GO 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A respeito dos textos 3 e 4, julgue os itens a seguir:

I. Os textos têm em comum a ideia de que um mundo melhor se faz coletivamente, como resultado da responsabilidade e da participação de todos.
II. No texto 3, a expressão “extremo ambiente” estabelece um diálogo com a imagem apresentada. Por isso, é necessária a interação entre a linguagem verbal e a nãoverbal para as ideias se completarem.
III. A declaração sobre o código florestal defendido pelo IBAMA, no texto 3, antagoniza-se com a problematização sobre os limites da tolerância diante da devastação da natureza.
IV. A utilização de expressões e verbos na 3ª pessoa, no texto 4, evidencia que o autor deixa de lado sua subjetividade na discussão do tema.

Estão corretas:

Leia os textos a seguir para responder a questão. (Para facilitar a leitura, as legendas estão reproduzidas logo abaixo do texto 3.) 

Texto 3 

Revista Trip. Editora Trip. Ano 24, nº 198, abril de 2011,p. 92.

Legendas:

① “Tudo tem limites, também a tolerância,pois nem tudo vale neste mundo. Os profetas de ontem e de hoje sacrificaram suas vidas porque ergueram sua voz e tiveram a coragem de dizer: ‘não te é permitido fazer o que fazes’.
    Há situações em que a tolerância significa cumplicidade com o crime, omissão culposa,insensibilidade ética ou comodismo. (...)
    Onde estão então os limites da tolerância?No sofrimento, nos direitos humanos e nos direitos da natureza. Lá onde as pessoas são desumanizadas, ali termina a tolerância.Ninguém tem o direito de impor sofrimento injusto ao outro.”
Leonardo Boff


② “Meio Ambiente não é religião, não é dogma, não é reserva de mercado. Não concordaremos mais com o autoritarismo ambiental.”

Kátia Abreu, senadora (DEM/GO), apelidada de Miss Desmatamento, em resposta ao código florestal defendido pelo Ibama.


③ Esta é uma árvore ocupada em 1996 na região de Berkshire, Inglaterra. Parte de um dos maiores protestos da história europeia. Para construir a estrada de Newbury, as empreiteiras devastariam mais de 120 acres de árvores de grande porte. Por três meses, 7 mil pessoas bloquearam estradas, acamparam na mata e causaram um prejuízo estimado em 24 milhões de libras. Oitocentas pessoas foram presas, o exército mobilizado e a estrada, enfim, construída.

Texto 4  

   Todos nós desejamos viver em um mundo melhor, mais pacífico, mais fraterno e ecológico. O problema é que as pessoas sempre esperam que esse mundo melhor comece no outro. É comum ouvir pessoas dizendo que têm boa vontade para ajudar, mas, como ninguém as convida para nada, nem se organizam, então não podem contribuir como gostariam para um mutirão de limpeza da rua, por exemplo, ou para o plantio de árvores. Pessoas assim acabam achando mais fácil reclamar que ninguém faz nada ou que a culpa é do “sistema”, dos governantes ou empresas, mas sem perguntar se estão fazendo a parte que lhes cabe.

   Por outro lado, é importante não ficar esperando a perfeição individual - pois isso é inatingível. O fato de adquirirmos consciência ambiental não nos faz perfeitos. O importante é que tenhamos o compromisso de ser melhores todo dia, procurando sempre nos superar.

BERNA, Vilmar. A mudança começa em nós. In:Páginas Abertas, A. 27, nº11, 2001, p.44 (Adaptado). 

A
Somente as alternativas II, III e IV.
B
Somente as alternativas I, II e III.
C
Somente as alternativas II e IV.
D
Somente as alternativas III e IV.
E
Somente as alternativas I e II.
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IF-GO 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere as afirmações a seguir:
I. O título, no texto 3, chama a atenção do leitor não só pelo emprego de letras grandes, em forma de manchete, mas também pela alusão a um topônimo.
II. A utilização de pontos de vista antagônicos na elaboração da mensagem, no texto 3, finda por enfraquecer a estratégia de convencimento do autor.
III. No texto 4, o autor reconhece um desejo comum aos indivíduos e critica o comportamento coletivo em relação à tomada de posição para realizá-lo.
IV. O texto 4 oscila entre o depoimento de caráter autobiográfico e o testemunho crítico da realidade.

Estão corretas:

Leia os textos a seguir para responder a questão. (Para facilitar a leitura, as legendas estão reproduzidas logo abaixo do texto 3.) 

Texto 3 

Revista Trip. Editora Trip. Ano 24, nº 198, abril de 2011,p. 92.

Legendas:

① “Tudo tem limites, também a tolerância,pois nem tudo vale neste mundo. Os profetas de ontem e de hoje sacrificaram suas vidas porque ergueram sua voz e tiveram a coragem de dizer: ‘não te é permitido fazer o que fazes’.
    Há situações em que a tolerância significa cumplicidade com o crime, omissão culposa,insensibilidade ética ou comodismo. (...)
    Onde estão então os limites da tolerância?No sofrimento, nos direitos humanos e nos direitos da natureza. Lá onde as pessoas são desumanizadas, ali termina a tolerância.Ninguém tem o direito de impor sofrimento injusto ao outro.”
Leonardo Boff


② “Meio Ambiente não é religião, não é dogma, não é reserva de mercado. Não concordaremos mais com o autoritarismo ambiental.”

Kátia Abreu, senadora (DEM/GO), apelidada de Miss Desmatamento, em resposta ao código florestal defendido pelo Ibama.


③ Esta é uma árvore ocupada em 1996 na região de Berkshire, Inglaterra. Parte de um dos maiores protestos da história europeia. Para construir a estrada de Newbury, as empreiteiras devastariam mais de 120 acres de árvores de grande porte. Por três meses, 7 mil pessoas bloquearam estradas, acamparam na mata e causaram um prejuízo estimado em 24 milhões de libras. Oitocentas pessoas foram presas, o exército mobilizado e a estrada, enfim, construída.

Texto 4  

   Todos nós desejamos viver em um mundo melhor, mais pacífico, mais fraterno e ecológico. O problema é que as pessoas sempre esperam que esse mundo melhor comece no outro. É comum ouvir pessoas dizendo que têm boa vontade para ajudar, mas, como ninguém as convida para nada, nem se organizam, então não podem contribuir como gostariam para um mutirão de limpeza da rua, por exemplo, ou para o plantio de árvores. Pessoas assim acabam achando mais fácil reclamar que ninguém faz nada ou que a culpa é do “sistema”, dos governantes ou empresas, mas sem perguntar se estão fazendo a parte que lhes cabe.

   Por outro lado, é importante não ficar esperando a perfeição individual - pois isso é inatingível. O fato de adquirirmos consciência ambiental não nos faz perfeitos. O importante é que tenhamos o compromisso de ser melhores todo dia, procurando sempre nos superar.

BERNA, Vilmar. A mudança começa em nós. In:Páginas Abertas, A. 27, nº11, 2001, p.44 (Adaptado). 

A
Somente as alternativas I, II e IV.
B
Somente as alternativas II e III.
C
Somente as alternativas I e IV.
D
Somente as alternativas I e III.
E
Somente as alternativas I, II e III.
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IF-GO 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A entrevista do Ibase com o diretor José Padilha permite depreender que:

Leia os textos a seguir e responda a questão. 


Texto 1 

Charge do cartunista Clayton: Padilha e o saco de plástico do Capitão Nascimento.

    O melhor comentário sobre o Urso de Ouro conquistado por “Tropa de Elite”, no Festival de Berlim, não veio de um crítico de cinema, nem de um repórter especializado. Veio de um chargista cearense: Clayton. O artista gráfico, cujo nome completo é Clayton Rebouças Mota, tem 47 anos e é o principal chargista do jornal “O Povo” (...).
    Enquanto o país comemorava o triunfo de “Tropa de Elite”, Clayton arrasava com charge das mais inventivas e inteligentes. Nela, vê-se o diretor José Padilha segurando, orgulhoso, o seu Urso de Ouro. Só que o troféu, objeto de cobiça dos maiores cineastas do mundo, acaba vítima do principal instrumento de tortura do Capitão Nascimento e de seus seguidores (no Bope): o saco plástico.
CAETANO, Maria do Rosário.Disponível em: http://revistadecinema.uol.com.br/pagina_conteudo_listag em.asp?id_pagina=113&func=1&id=672 Acesso em: 06 de maio de 2011.  

Texto 2 

Ibase – O que pretendia com as cenas de tortura que o filme mostrou?
José Padilha – A tortura é tão hedionda e bárbara que a sua simples exposição já constitui uma crítica. Quando optamos por mostrar a tortura, mostrar que uma pessoa normal, com juízo médio do senso comum, como o personagem Nascimento, é capaz de embarcar na tortura, tentamos fazer as pessoas pensarem exatamente sobre isso (...). O Brasil é um país que institucionalizou a tortura, o Estado brasileiro sancionou a tortura e isso é um fato.
Ibase – Há comentários de que jovens se identificaram com policiais do Bope, como heróis. Como vê essa identificação?
José Padilha – Quem é o capitão Nascimento? O Capitão Nascimento é apresentado, desde o início, como alguém que investiu na sua carreira, que tortura e mata. E o que está acontecendo com ele no filme? Está percebendo que isso não é possível. E como percebe isso? Pelo fato de não conseguir conciliar sua família com o que faz. Ele é um personagem angustiado, com síndrome de pânico, que está o tempo inteiro querendo sair da Tropa de Elite, esse é o dilema dele. O Nascimento não é um policial que deu certo, pelo contrário, é um policial que deu errado. E isso é muito claro no filme. Então, se identificar com o Nascimento não é se identificar com o Bope: o Nascimento quer sair do Bope.
Flávia Mattar (2008). Entrevista: José Padilha.
(Adaptado). Disponível em: http://www.ibase.org.br/modules.php?name=Conteudo&pi d=2017.
Acesso em: 06 de maio de 2011. 

A
Padilha condena os atos de violência policial, mas justifica tais ações pelas péssimas condições de trabalho.
B
o filme é uma apologia à violência policial institucionalizada pelo Estado e revelada pelas cenas de tortura.
C
Padilha critica a tortura dentro do sistema de segurança pública, mas defende a humanização dos policiais.
D
para o diretor, o personagem Nascimento representa os policiais destreinados e malpagos da corporação.
E
segundo o cineasta, no filme Tropa de Elite há uma condescendência com as ações policiais na execução da tortura.
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IF-GO 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ao apresentar informações sobre a premiação do filme Tropa de Elite, no Festival de Berlim, o texto 1:

Leia os textos a seguir e responda a questão. 


Texto 1 

Charge do cartunista Clayton: Padilha e o saco de plástico do Capitão Nascimento.

    O melhor comentário sobre o Urso de Ouro conquistado por “Tropa de Elite”, no Festival de Berlim, não veio de um crítico de cinema, nem de um repórter especializado. Veio de um chargista cearense: Clayton. O artista gráfico, cujo nome completo é Clayton Rebouças Mota, tem 47 anos e é o principal chargista do jornal “O Povo” (...).
    Enquanto o país comemorava o triunfo de “Tropa de Elite”, Clayton arrasava com charge das mais inventivas e inteligentes. Nela, vê-se o diretor José Padilha segurando, orgulhoso, o seu Urso de Ouro. Só que o troféu, objeto de cobiça dos maiores cineastas do mundo, acaba vítima do principal instrumento de tortura do Capitão Nascimento e de seus seguidores (no Bope): o saco plástico.
CAETANO, Maria do Rosário.Disponível em: http://revistadecinema.uol.com.br/pagina_conteudo_listag em.asp?id_pagina=113&func=1&id=672 Acesso em: 06 de maio de 2011.  

Texto 2 

Ibase – O que pretendia com as cenas de tortura que o filme mostrou?
José Padilha – A tortura é tão hedionda e bárbara que a sua simples exposição já constitui uma crítica. Quando optamos por mostrar a tortura, mostrar que uma pessoa normal, com juízo médio do senso comum, como o personagem Nascimento, é capaz de embarcar na tortura, tentamos fazer as pessoas pensarem exatamente sobre isso (...). O Brasil é um país que institucionalizou a tortura, o Estado brasileiro sancionou a tortura e isso é um fato.
Ibase – Há comentários de que jovens se identificaram com policiais do Bope, como heróis. Como vê essa identificação?
José Padilha – Quem é o capitão Nascimento? O Capitão Nascimento é apresentado, desde o início, como alguém que investiu na sua carreira, que tortura e mata. E o que está acontecendo com ele no filme? Está percebendo que isso não é possível. E como percebe isso? Pelo fato de não conseguir conciliar sua família com o que faz. Ele é um personagem angustiado, com síndrome de pânico, que está o tempo inteiro querendo sair da Tropa de Elite, esse é o dilema dele. O Nascimento não é um policial que deu certo, pelo contrário, é um policial que deu errado. E isso é muito claro no filme. Então, se identificar com o Nascimento não é se identificar com o Bope: o Nascimento quer sair do Bope.
Flávia Mattar (2008). Entrevista: José Padilha.
(Adaptado). Disponível em: http://www.ibase.org.br/modules.php?name=Conteudo&pi d=2017.
Acesso em: 06 de maio de 2011. 

A
faz uma leitura literal da charge de Clayton como um protesto contra a premiação do filme.
B
evidencia o talento do chargista em detrimento das habilidades do diretor.
C
estabelece um paralelo entre a realidade vivida pela indústria cinematográfica e as ações da polícia brasileira.
D
revela um ponto de vista negativo sobre a forma como os filmes são selecionados para premiação no festival.
E
elogia a crítica feita pelo chargista à temática de um filme que retrata a violência policial.
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IF-GO 2012 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

De acordo com a Linguística Textual, as relações de sentido de um texto são manifestadas por certas categorias de palavras, denominadas elementos de coesão. Considerando o contexto da charge lida, indique a única alternativa que expressa o referente do elemento de coesão sublinhado na frase: “E quanto eu levo nisso?”  

Leia a charge a seguir para responder à questão.

A
Reprodução das práticas corruptoras pelo personagem que, paradoxalmente, parecia presentear a sociedade com o fim da corrupção.
B
Fim real da corrupção no Brasil, empreendido por toda a sociedade.
C
Boa fé dos cidadãos, que desejam o fim das falcatruas políticas.
D
Certeza de que a corrupção pode vir a ser erradicada do país.
E
Eliminação da desonestidade em uma sociedade que naturalizou a busca por vantagens pessoais.
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IF-GO 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa que expressa a ideia implícita na charge.

Leia a charge a seguir para responder à questão.

A
O fim da corrupção é algo difícil de ser alcançado, pois ela está arraigada em vários segmentos da sociedade.
B
O desaparecimento da corrupção depende do esforço pessoal de cada um.
C
Só mesmo Papai Noel poderia livrar a sociedade brasileira das práticas de corrupção.
D
A classe política é a principal responsável pela difusão das práticas corruptoras que imperam no país.
E
O fim da corrupção é uma realidade possível, com que todos nós devemos sonhar.
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IF-GO 2012 - Português - Interpretação de Textos, Denotação e Conotação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Na oração “[...] dinamitar a ilha de Manhattan” (último verso) tem-se

A questão toma por base o texto a seguir, de Carlos Drummond de Andrade.  

Elegia 1938

Trabalhas sem alegria para um mundo caduco, onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo. Praticas laboriosamente os gestos universais, sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.

Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas, e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção. À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.

Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer. Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.

Caminhas entre mortos e com eles conversas sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito. A literatura estragou tuas melhores horas de amor. Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.

Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota e adiar para outro século a felicidade coletiva. Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poética. 47

ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Vocabulário:

Elegia – Poema lírico, cujo tom é quase sempre terno e triste. 

A
a duplicidade de sentido, pois o eu lírico defende, por meio da linguagem denotativa, a aniquilação do capitalismo e a destruição da cidade de Nova Iorque.
B
o sentido conotativo, figurado, que remete à ruptura com o sistema capitalista.
C
o sentido denotativo, limitado à realidade física da cidade de Nova Iorque.
D
uma referência à cidade de Nova Iorque, centro financeiro do mundo, que, segundo o texto, precisa ser preservado dos ataques terroristas.
E
o uso denotativo da linguagem para condenar uma ação destruidora.
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IF-GO 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.”

Nesses versos destacados do texto de Drummond, o emprego figurado dos termos “Grande Máquina” e “pequenino” realiza uma oposição entre:

A questão toma por base o texto a seguir, de Carlos Drummond de Andrade.  

Elegia 1938

Trabalhas sem alegria para um mundo caduco, onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo. Praticas laboriosamente os gestos universais, sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.

Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas, e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção. À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.

Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer. Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.

Caminhas entre mortos e com eles conversas sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito. A literatura estragou tuas melhores horas de amor. Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.

Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota e adiar para outro século a felicidade coletiva. Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poética. 47

ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Vocabulário:

Elegia – Poema lírico, cujo tom é quase sempre terno e triste. 

A
O capitalismo desumanizador e o trabalhador explorado.
B
A tecnologia redentora e o homem libertado.
C
A industrialização e o operário motivado.
D
O progresso e o homem livre.
E
A exploração do trabalho e a soberba do revolucionário.