Questão 9a80e4e4-b6
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Ao apresentar informações sobre a
premiação do filme Tropa de Elite, no Festival
de Berlim, o texto 1:
Ao apresentar informações sobre a
premiação do filme Tropa de Elite, no Festival
de Berlim, o texto 1:
Leia os textos a seguir e responda a questão.
Texto 1
Charge do cartunista Clayton: Padilha e o saco de plástico do Capitão Nascimento.
O melhor comentário sobre o Urso de Ouro conquistado por “Tropa de Elite”, no Festival de Berlim, não veio de um crítico de cinema, nem de um repórter especializado. Veio de um chargista cearense: Clayton. O artista gráfico, cujo nome completo é Clayton Rebouças Mota, tem 47 anos e é o principal chargista do jornal “O Povo” (...). Enquanto o país comemorava o triunfo de “Tropa de Elite”, Clayton arrasava com charge das mais inventivas e inteligentes. Nela, vê-se o diretor José Padilha segurando, orgulhoso, o seu Urso de Ouro. Só que o troféu, objeto de cobiça dos maiores cineastas do mundo, acaba vítima do principal instrumento de tortura do Capitão Nascimento e de seus seguidores (no Bope): o saco plástico.CAETANO, Maria do Rosário.Disponível em: http://revistadecinema.uol.com.br/pagina_conteudo_listag em.asp?id_pagina=113&func=1&id=672 Acesso em: 06 de maio de 2011.
Texto 2
Ibase – O que pretendia com as cenas de tortura que o filme mostrou?
José Padilha – A tortura é tão hedionda e bárbara que a sua simples exposição já constitui uma crítica. Quando optamos por mostrar a tortura, mostrar que uma pessoa normal, com juízo médio do senso comum, como o personagem Nascimento, é capaz de embarcar na tortura, tentamos fazer as pessoas pensarem exatamente sobre isso (...). O Brasil é um país que institucionalizou a tortura, o Estado brasileiro sancionou a tortura e isso é um fato.
Ibase – Há comentários de que jovens se identificaram com policiais do Bope, como heróis. Como vê essa identificação?
José Padilha – Quem é o capitão Nascimento? O Capitão Nascimento é apresentado, desde o início, como alguém que investiu na sua carreira, que tortura e mata. E o que está acontecendo com ele no filme? Está percebendo que isso não é possível. E como percebe isso? Pelo fato de não conseguir conciliar sua família com o que faz. Ele é um personagem angustiado, com síndrome de pânico, que está o tempo inteiro querendo sair da Tropa de Elite, esse é o dilema dele. O Nascimento não é um policial que deu certo, pelo contrário, é um policial que deu errado. E isso é muito claro no filme. Então, se identificar com o Nascimento não é se identificar com o Bope: o Nascimento quer sair do Bope.Flávia Mattar (2008). Entrevista: José Padilha.(Adaptado). Disponível em: http://www.ibase.org.br/modules.php?name=Conteudo&pi d=2017.Acesso em: 06 de maio de 2011.
Leia os textos a seguir e responda a questão.
Texto 1
Charge do cartunista Clayton: Padilha e o saco de plástico do Capitão Nascimento.
O melhor comentário sobre o Urso de Ouro conquistado por “Tropa de Elite”, no Festival de Berlim, não veio de um crítico de cinema, nem de um repórter especializado. Veio de um chargista cearense: Clayton. O artista gráfico, cujo nome completo é Clayton Rebouças Mota, tem 47 anos e é o principal chargista do jornal “O Povo” (...).
Enquanto o país comemorava o triunfo de “Tropa de Elite”, Clayton arrasava com charge das mais inventivas e inteligentes. Nela, vê-se o diretor José Padilha segurando, orgulhoso, o seu Urso de Ouro. Só que o troféu, objeto de cobiça dos maiores cineastas do mundo, acaba vítima do principal instrumento de tortura do Capitão Nascimento e de seus seguidores (no Bope): o saco plástico.
CAETANO, Maria do Rosário.Disponível em: http://revistadecinema.uol.com.br/pagina_conteudo_listag em.asp?id_pagina=113&func=1&id=672 Acesso em: 06 de maio de 2011.
Texto 2
Ibase – O que pretendia com as cenas de tortura que o filme mostrou?
José Padilha – A tortura é tão hedionda e bárbara que a sua simples exposição já constitui uma crítica. Quando optamos por mostrar a tortura, mostrar que uma pessoa normal, com juízo médio do senso comum, como o personagem Nascimento, é capaz de embarcar na tortura, tentamos fazer as pessoas pensarem exatamente sobre isso (...). O Brasil é um país que institucionalizou a tortura, o Estado brasileiro sancionou a tortura e isso é um fato.
Ibase – Há comentários de que jovens se identificaram com policiais do Bope, como heróis. Como vê essa identificação?
José Padilha – Quem é o capitão Nascimento? O Capitão Nascimento é apresentado, desde o início, como alguém que investiu na sua carreira, que tortura e mata. E o que está acontecendo com ele no filme? Está percebendo que isso não é possível. E como percebe isso? Pelo fato de não conseguir conciliar sua família com o que faz. Ele é um personagem angustiado, com síndrome de pânico, que está o tempo inteiro querendo sair da Tropa de Elite, esse é o dilema dele. O Nascimento não é um policial que deu certo, pelo contrário, é um policial que deu errado. E isso é muito claro no filme. Então, se identificar com o Nascimento não é se identificar com o Bope: o Nascimento quer sair do Bope.
Flávia Mattar (2008). Entrevista: José Padilha.
(Adaptado). Disponível em: http://www.ibase.org.br/modules.php?name=Conteudo&pi d=2017.
Acesso em: 06 de maio de 2011.
A
faz uma leitura literal da charge de Clayton
como um protesto contra a premiação do
filme.
B
evidencia o talento do chargista em
detrimento das habilidades do diretor.
C
estabelece um paralelo entre a realidade
vivida pela indústria cinematográfica e as
ações da polícia brasileira.
D
revela um ponto de vista negativo sobre a
forma como os filmes são selecionados para
premiação no festival.
E
elogia a crítica feita pelo chargista à temática
de um filme que retrata a violência policial.