Questõessobre Gêneros Textuais

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FATEC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Dentre as características do texto Incontentado, de Olavo Bilac, temos

Leia o texto de Olavo Bilac para responder à questão.

Incontentado

Paixão sem grita, amor sem agonia, Que não oprime nem magoa o peito, Que nada mais do que possui queria, E com tão pouco vive satisfeito...

Amor, que os exageros repudia, Misturado de estima e de respeito, E, tirando das mágoas alegria, Fica farto, ficando sem proveito...

Viva sempre a paixão que me consome, Sem uma queixa, sem um só lamento! Arda sempre este amor que desanimas!

Eu, eu tenha sempre, ao murmurar teu nome, O coração, malgrado o sofrimento, Como um rosal desabrochado em rimas.

<https://tinyurl.com/nxwg9mp> Acesso em: 17.02.2017. 
A
todas as estrofes com o mesmo número de versos, apresentando temática eminentemente religiosa.
B
o mesmo número de sílabas poéticas em cada verso, descrevendo um suicídio.
C
versos livres com vocabulário popular, contemplando a vida campestre.
D
o uso do soneto, evidenciando uma temática amorosa.
E
vocabulário culto, expressando uma crítica social.
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IF-PE 2017 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

1. A charge caracteriza-se por ser um gênero textual que possui caráter multimodal, ou seja, no qual normalmente interagem as linguagens verbal e não verbal. Com base nessa afirmativa, julgue as afirmativas abaixo sobre a interpretação do TEXTO 1.

I. A repetição da forma verbal “vejo”, na fala de cada uma das personagens em terra firme, aliada à postura física adotada por elas, confirmam o alinhamento ideológico na forma como as três analisam o evento histórico em questão.
II. A postura física da personagem ao centro, com a mão na cabeça, funciona como uma metáfora do posicionamento ideológico adotado pela União Europeia em relação aos imigrantes sírios.
III.O texto proferido pelo personagem representativo dos EUA e o tapa dado nas costas daquele que representa a União Europeia denotam o apoio irrestrito que a nação americana dá à União Europeia no que se refere à crescente imigração síria.
IV.O terceiro personagem não é representativo de nenhuma nação específica, na verdade, funciona como uma metáfora para todos aqueles que possam lucrar com a exploração dos imigrantes.
V. Embora, na charge, o texto não verbal seja muito importante, a notação musical que, no TEXTO 1, representa um assobio expelido pelo personagem EUA, não possui nenhuma importância para construção da crítica feita no texto.

Estão CORRETAS apenas as proposições

Leia o TEXTO 1 para responder à questão.


TEXTO 1

Sírios fogem de guerra civil e partem para Europa
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LATUFF. Sírios fogem de guerra civil e partem para Europa. Operamundi. Disponível em: <http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/41596/charge+do+latuff+sirios+fogem+de+guerra+civil+e+partem+p
ara+europa.shtm>. Acesso: 09 maio 2017.

A
I e III.
B
II, III e IV.
C
I, III e V.
D
III, IV e V.
E
II e IV.
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UFVJM-MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A partir da leitura do texto, é CORRETO afirmar que:

Texto III

A notícia a seguir foi publicada no site Sensacionalista.com em 07/05/2010.

“Um dos maiores sites do mundo publica notícia do Sensacionalista como se fosse real 

Um dos maiores sites do mundo publica notícia do Sensacionalista como se fosse real. O Gizmodo, um dos maiores blogs do mundo, publicou a notícia da mulher que engravidou vendo um filme 3D, do Sensacionalista, como se fosse real. A nota entrou no ar hoje às 4h07 da manhã e pouco tempo depois, alertado por comentários de leitores, o Gizmodo publicou um adendo explicando que a notícia tinha sido publicada por este jornal de humor.
Apesar de estapafúrdia, a notícia que foi publicada no Sensacionalista há três dias e já foi lida por cerca de 150 mil pessoas, acabou reproduzida por vários sites nacionais e estrangeiros como se fosse real. Um jornal português, I, também publicou a história. Horas depois, o I publicou uma errata em seu site afirmando que o Sensacionalista é “um jornal brasileiro que publica notícias falsas”. Não é. O Sensacionalista é um jornal de humor
O Sensacionalista é um site de humor e não tem a intenção de espalhar boatos na internet. Todas as páginas do site tem uma assinatura dizendo que as notícias são fictícias e que o objetivo é meramente humorístico. O próprio nome do site já indica que o seu conteúdo não é confiável. O Sensacionalista lamenta eventuais transtornos que possa ter causado a editores e repórteres.” 

Fonte: https://www.sensacionalista.com.br/2010/05/07/ umdosmaioressitesdomundopublicanoticiadosensacionalistacomosefossereal/
Acesso em: 27/04/2017
A
trata-se de um texto metalinguístico, criticando o uso de humor em reportagens.
B
trata-se de um texto alegadamente fictício, portanto não possui um gênero textual definível.
C
o uso da variante padrão da língua no texto é condizente com o que se espera do gênero textual em questão.
D
o gênero textual do texto, a notícia, tem como características estilísticas principais o uso do humor e do sarcasmo.
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FAG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Pronomes possessivos, Gêneros Textuais, Coesão e coerência, Sintaxe, Morfologia - Pronomes

Leia as afirmações abaixo a respeito do Texto 2:


I. Na linha 2, o autor afirma que “o jornalismo é também um pouco de sociologia”. O uso da palavra também faz pressupor outro significado além do que está explícito no texto, a saber: O jornalismo é tudo e mais um pouco.
II. Na linha 2, ocorre o conectivo ‘‘mas’’, que manifesta uma relação de contradição entre dois enunciados: O jornalismo pode conter sociologia, não como um todo e sim, como parte.
III. Na linha 6, a expressão ‘‘quanto mais’’ manifesta uma relação proporcional entre dois termos, quais sejam: jornalismo racional e jornalismo emocional.
IV. Na linha 9, está dito: “e rachou o seu corpo”; nas linhas 9 e 10 afirma-se: “não era o seu filho”. O pronome possessivo em cada caso refere-se na 1.ª colocação ao corpo do menino P... e na 2.ª colocação está se referindo a do Personagem F... Tais recursos são indispensáveis no texto, caso contrário a coesão e coerência ficariam comprometidas.
V. Na linha 10, afirma-se: “F. descobrira isso poucos minutos antes...”. O caso de coesão por catáfora faz referência à descoberta que o menino P... não era o seu filho.
VI. O texto “O pulo do gato” caracteriza-se como uma resenha crítica.


Está correto o que se afirma em:

Texto 2 - O pulo do gato

    O grande perigo do jornalista que começa é o de cair na presunção sociológica. É claro que, tratando da sociedade, o jornalismo é também um pouco de sociologia — mas a sociologia deve ir para o lugar próprio, os artigos elaborados com mais tempo, os editoriais e tópicos e, bem digerida em um texto fluido, a reportagem.
    Jornalismo é razão e emoção. O texto apenas racional é frio, e só comunica aos que se encontrem diretamente interessados no assunto. O texto deve saber dosar emoção e razão, e é nesse equilíbrio que está o chamado "pulo do gato". Muitos jornalistas acreditam que o adjetivo emociona. Enganam-se. Quanto mais despida uma frase, mais cortante o seu efeito.
    "E amolou o machado, preparou um toco para servir de cepo, chamou o menino, amarrou-lhe as mãos, fez-lhe um sinal para que ficasse calado, e rachou o seu corpo em sete pedaços. O menino P., de cinco anos, não era seu filho e F. descobrira isso poucos minutos antes, quando discutia com a mulher." Leads como esse são sempre possíveis na reportagem de polícia: não necessitam de adjetivos. As tragédias, como os cantores famosos, dispensam apresentações.
Adaptada de : FIORIN, J L.; SAVIOLI, F.P. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo Ática, 2006)
A
I, II e IV.
B
I, III e V.
C
II, III apenas.
D
III, IV e V.
E
II, IV e V.
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UFVJM-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando as características do gênero do texto III, é correto afirmar que a principal intenção da autora é:

Texto III


Dependência Digital

Por Gabriela Cabral

A dependência digital é a busca incessante pela utilização da internet que age de forma semelhante à dependência química, pois ocorre como consequência do uso prolongado da internet que, por sua vez, proporciona prazer físico à pessoa. Tal prazer está relacionado a fatos e reações simples como downloads, interatividades, e-mails, que em contato direto com o organismo originam descargas elétricas entre os neurônios através da dopamina.

A dopamina é um neurotransmissor que antecede naturalmente a adrenalina e a noradrenalina que atuam no organismo como estimulantes do sistema nervoso central. A dependência digital estimula a produção da dopamina e provoca uma grande sensação de prazer resultando na busca por tais momentos.

Em pesquisa realizada no ano de 1997, pela pesquisadora Diane Wieland, dos Estados Unidos, foi afirmado que o uso prolongado desta ferramenta facilitadora de buscas e pesquisas promove além do estado vicioso de dependência, relacionamentos interpessoais baseados em fatores supérfluos e sem envolvimentos. Na pesquisa, foi comprovado que pessoas que utilizam a internet em grande escala se tornam virtuais, pois aderem a relacionamentos íntimos, de amizade e de competições virtuais transformando o próprio organismo num organismo virtual.

A dependência digital provoca compulsão, depressão, TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), agitação, irritabilidade, perda de sentimentos e perturbação. A perturbação está ligada às preocupações com a rede, com o tempo em que está on-line, com a percepção de sua necessidade de permanecer na internet, o distanciamento de amigos e familiares e ainda com o refúgio que a rede lhe proporciona diante de problemas. 

Do ponto de vista psicológico, a dependência digital é uma patologia e ocorre em alguns casos, não acometendo todos os usuários. Quando se transforma em patologia, deve ser percebida e encaminhada para um profissional competente para que esse auxilie o indivíduo na busca do autocontrole.


Fonte: DANTAS, Gabriela Cabral da Silva. "Dependência Digital"; Brasil Escola.Disponível em 

<https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/dependencia-digital.htm> .Acesso em 28 de julho de 2018.

A
enumerar os efeitos negativos da dependência tecnológica.
B
apresentar os resultados da pesquisa feita por Diane Wieland, em 1997.
C
demonstrar que nem todos os casos de dependência tecnológica são de uma patologia.
D
relacionar a dependência tecnológica à dependência química, apresentando sintomas semelhantes entre ambas.
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UFC 2009 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

Pelas marcas textuais apresentadas, o gênero jornalístico em que se enquadra o texto 1 é:

(Agência Estado- 15/05/2009 - Disponível em http://www.opovo.com.br/saude/877865.html)

Com base no TEXTO 1, responda à questão.

A
artigo.
B
notícia.
C
crônica.
D
editorial.
E
carta do leitor.
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FAG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

Do ponto de vista do gênero, o texto 2 é uma:

Texto 2


O que é a síndrome deselfie?

É uma compulsão que consiste em tirar fotos de si em número excessivo. Geralmente, o paciente posta essas selfies em suas redes sociais para receber aceitação por meio de likes e comentários. Apesar de já ser reconhecida por alguns profissionais e debatida em consultório desde 2014, a síndrome de selfie não foi catalogada na quinta e última versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, na sigla em inglês), lançada também naquele ano. Caso uma pessoa perceba os sintomas em si, é importante procurar um especialista. Os tratamentos podem envolver uma diminuição no contato com a tecnologia, além de psicoterapias atreladas a um uso de remédio psiquiátrico.
Gabriela Monteiro - https://mundoestranho.abril.com.br/comportamento/o-que-e-a-sindrome-de-selfie/
A
crônica.
B
lenda.
C
notícia.
D
Reportagem.
E
Nenhuma das anteriores.
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IFAL 2018 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Gêneros Textuais

Marque a alternativa que faz uma afirmação errada quanto aos aspectos linguísticos e/ou discursivos do texto.

Para a questão, leia o texto abaixo.

Qual a nota máxima que alguém já tirou no teste de QI?


    Foi 162. Nos últimos anos, três crianças conseguiram essa pontuação, no processo de avaliação da Mensa, a famosa sociedade exclusiva para pessoas de alto QI.
    Isso não quer dizer que dá para cravar que esses geniozinhos são os mais inteligentes da Terra.
    É que não existe um único teste padronizado para avaliar o nível de inteligência das pessoas. Mesmo entre as oficiais e confirmadas pelas ciências, há um punhado de avaliações diferentes. Só dentro da Mensa, existe três.
    Além disso, essas crianças não passaram pelo mesmo teste que seria aplicado a um adulto. Essas provas levam em conta a faixa etária – só indicam, portanto, que há uma inteligência acima do esperado para determinada fase da vida. Sabendo disso, fica complicado comparar gente de idades muito diferentes.
    Em terceiro lugar, vale lembrar que não existe “nota 10” quando estamos falando de teste de QI.
    No Wais-IV, nome dado ao mais difundido teste de QI, não existe um teto. Pior: quanto maior a pontuação, menos ela diz sobre uma pessoa.
    Uma nota 100 significa uma inteligência mediana. Pessoas de inteligência muito superior tiram a partir de 130. A partir de 160, o teste perde a capacidade de assimilar todas as nuances dessas mentes brilhantes. No fim, todos esses testes de QI têm algo em comum: depende de Quem Indica.
(https://super.abril.com.br/blog/oraculo/qual-a-nota-maxima-que-alguem-jatirou-no-teste-de-qi/. Acesso em 17/9/2018. Texto adaptado)
A
O texto constitui um artigo que visa a vulgarizar conteúdos do domínio das ciências, valendo-se de linguagem simples, do cotidiano, para atingir o leitor comum, como se verifica no trecho “É que não existe...”.
B
Em “Só dentro da Mensa, existe três.”, o verbo grifado não foi flexionado de acordo com a concordância padrão, que supõe, no caso, a flexão na terceira pessoal do plural; se fosse substituído pelo verbo “haver”, este deveria flexionar-se na terceira pessoa do singular.
C
Esse texto não tem caráter opinativo, predominando, nele, a tipologia textual exposição, que se caracteriza, retoricamente, por apresentar ideias construídas em torno de verbos no presente, pelas quais se disserta acerca de um assunto, isto é, fala-se sobre um tema.
D
Embora o texto proponha, em seu título, uma pergunta – que é respondida no primeiro parágrafo –, sua progressão dá-se ampliando-se as informações acerca do que configura seu tema de interesse, a saber, a nota dos testes de QI.
E
Obedecendo às características do gênero notícia, esse texto escreve-se em linguagem padrão do português, mantendo-se a formalidade apropriada à situação comunicativa, procedimento que é responsável pela aproximação entre os interlocutores.
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FEI 2014 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

É possível afirmar que se trata de um poema, porque:

Leia atentamente o poema de Augusto dos Anjos e responda à questão a seguir:

Psicologia de um vencido


A
há a exploração dos recursos expressivos da linguagem, como rima, ritmo, versificação e há profusão de metáforas.
B
identifica-se a intencionalidade de comunicar o estado de espírito do autor em uma linguagem prosaica.
C
há o padrão culto da língua portuguesa, bem como a presença de um “eu”, retratado de modo objetivo.
D
a linguagem formal se mistura com as gírias e os modos de falar mais populares.
E
há uma temática amorosa que projeta um desejo de realização, ainda que no pós-morte.
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FEI 2014 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

Verifica-se no poema:

Leia atentamente o poema de Augusto dos Anjos e responda à questão a seguir:

Psicologia de um vencido


A
Quatorze versos, brancos e livres, distribuídos igualmente entre quatro estrofes.
B
Dois quartetos e dois tercetos, que se apresentam sem metrificação.
C
Versos brancos, mas com métrica, distribuídos aleatoriamente em quatro estrofes.
D
Versos com rimas fixas, mas sem métrica, distribuídos rigorosamente em dois quartetos e dois tercetos.
E
Quatorze versos, com rimas e métrica regular, rigorosamente estruturados em dois quartetos e em dois tercetos.
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FEI 2014 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A forma poética do texto é conhecida como:

Leia atentamente o poema de Augusto dos Anjos e responda à questão a seguir:

Psicologia de um vencido


A
Ode
B
Canção de amigo
C
Canção de amor
D
Soneto
E
Écloga
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FEI 2014 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

As estrofes, lidas em conjunto:

Leia atentamente o poema de Augusto dos Anjos e responda à questão a seguir:

Psicologia de um vencido


A
apresentam uma gradação de ideias, que vai do universal ao particular.
B
apresentam uma gradação de ideias, que vai do particular para as reflexões acerca da condição humana.
C
apresentam um jogo de ideias em que elas são afirmadas para posteriormente serem contestadas.
D
trazem a mesma ideia, ainda que com diferentes ênfases.
E
apresentam ideias que se desenvolvem paralelamente.
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UFAL 2013 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

TEMPO
Arnaldo Antunes / Paulo Miklos

será que a cabeça tem o mesmo tempo que a mão?
o tempo do pensamento, o tempo da ação

será que o teto tem o mesmo tempo que o chão?
o tempo de decompo tempo de decomposição

será que o filho tem o mesmo tempo que o pai?
o tempo do nascimento, crescimento, envelhecimento,

um momento como matar o tempo

Disponível em: http://www.arnaldoantunes.com.br. Acesso em: 18 nov. 2013
(adaptado).

Considerando o gênero textual, pode-se inferir que

A
é evidenciada a função poética da linguagem, uma vez que a intenção dos produtores do texto está voltada para a própria mensagem, para a arrumação das palavras, revelando um cuidado especial com o ritmo das frases.
B
a poesia é considerada metalinguística, porque a intenção dos emissores está voltada para o próprio código utilizado, ou seja, o código é o tema da mensagem.
C
a função conativa da linguagem pode ser bem percebida nesse gênero textual, uma vez que os compositores organizaram a mensagem com o objetivo de influenciar os leitores ou os ouvintes.
D
a intenção dos compositores da mensagem é transmitir dados da realidade aos interlocutores de forma direta e objetiva, sem ambiguidades. Por isso, essa mensagem está centrada no referente, prevalecendo a função referencial.
E
a letra da música foi escrita em primeira pessoa e a mensagem está centrada nos próprios emissores, revelando seus sentimentos e emoções, numa expressão plena de seus mundos interiores. Assim, temos a função expressiva da linguagem.
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CÁSPER LÍBERO 2013 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

Quanto ao gênero do texto, trata-se de:

Leia o texto a seguir e responda à questão:


Muitas regras, poucos direitos

Há um princípio político que nos leva a acreditar que as lutas políticas caminham necessariamente para a institucionalização de direitos adquiridos. Assim, lutamos para ter direitos reconhecidos pelo ordenamento jurídico. Como resultado desse princípio, cada vez mais a vida social fica institucionalizada e regulada por cláusulas que visam dar voz ao direito dos grupos, até então, profundamente vulneráveis.
Esse princípio funcionou para a ampliação de direitos em relação às minorias étnicas, religiosas e sexuais. Ou seja, nestes casos, eram demandas direcionadas ao Estado como ator capaz de garantir a universalização real das condições de liberdade exigidas por seus cidadãos. É inegável que tal processo foi e ainda é importante, mas ele poderia ser radicalizado. No entanto, tal radicalização não passa por um aprofundamento dos mecanismos de institucionalização. Ela passa, ao contrário, por uma profunda desinstitucionalização.
Quando alguém levanta tal ideia, alguns acabam por ver nela uma forma insidiosa de liberalismo. Ou seja, tudo se passa como se estivéssemos diante de uma aplicação do velho mantra: quanto menos Estado melhor. Nesse sentido, desinstitucionalizar significaria deixar a sociedade livre para criar formas de vida, fechando os olhos para experiências de opressão e de vulnerabilidade. Dessa forma, liberais radicais defendem, por exemplo, o direito de uma mulher alugar seu útero, procedimento conhecido como “barriga de aluguel”. Eles afirmam que o Estado não deveria intervir no conteúdo do que sujeitos decidem colocar em relações de contrato, especialmente se ele passa pelo corpo próprio.
Um contraargumento lembraria que a experiência concreta de alugar o útero é feita, normalmente, por mulheres em extrema pobreza e que praticamente ninguém passa por tal experiência se não estiver em grande vulnerabilidade econômica. Desinstitucionalizar tal “possibilidade de escolha” seria permitir e legitimar a pior de todas as espoliações econômicas.
O argumento é válido. Por isso, poderíamos pensar uma versão de políticas de desinstitucionalização distinta de sua versão liberal. Ela passa pelo retraimento das legislações sobre costumes, família e autodeterminação, e pelo fortalecimento da sensibilidade jurídica contra processos de espoliação. Em outras ocasiões, sugeri dois exemplos. Um ligado à desinstitucionalização do casamento.
Processo no interior do qual o Estado deixa de legislar sobre a forma do matrimônio, guardando-se para legislar única e exclusivamente sobre as relações econômicas entre casais ou outras formas de “agrupamentos afetivos”. Esta seria uma maneira de radicalizar o princípio de abertura do casamento a modelos não ligados à família heterossexual burguesa. Em vez de ampliar a lei para casos que ela não contemplava (como os homossexuais), deveríamos simplesmente eliminar a lei, conservando apenas os dispositivos ligados a problemas econômicos (pensão, obrigações financeiras) e guarda de filhos.
Outro exemplo concerne às legislações sobre porte de signos religiosos, como burcas e véus. Em vez de entrar no guarda-roupa de seus cidadãos e decidir o que eles não devem vestir, o Estado deveria simplesmente garantir a liberdade de ninguém, a partir de certa idade, portar o que não quer (o que leva em conta até mesmo uniformes escolares impostos a adolescentes). Ou seja, no lugar de institucionalizar hábitos, como as vestimentas, por meio do discurso de que há roupas mais opressivas que outras, o Estado simplesmente sai, por exemplo, das discussões surreais sobre o significado de uma burca e contenta-se em garantir um quadro formal de liberdade.
Esses processos de desinstitucionalização permitem às sociedades caminharem paulatinamente para um estado de indiferença em relação a questões culturais e de costumes. Pois questões culturais sempre serão espaços de afirmação da multiplicidade de identidades. Mas a política deve, no horizonte, se descolar dessa afirmação. Por mais que isso possa parecer contraintuitivo, a verdadeira política está sempre para além da afirmação das identidades. O que pode soar estranho para alguns, mas parece-me uma proposição necessária. (Vladimir Safatle, Carta Capital n. 768, ano XIX, 2/10/2013, p. 39).  
A
Um artigo argumentativo no qual o autor constrói seu raciocínio a partir de conhecimentos extraídos da Política, da Filosofia e do Direito.
B
Uma resenha de cunho jurídico na qual o autor explana um assunto da história das mentalidades, sob perspectiva notadamente acadêmica.
C
Um ensaio filosófico no qual o autor exercita uma atividade crítica, repudiando o autoritarismo do pensamento do Direito.
D
Uma crítica reflexiva cujo objetivo é guiar o leitor à melhor compreensão e avaliação do que seja a Filosofia do Direito.
E
Uma crônica filosófica na qual prevalece o poder de recriação da realidade (por parte do autor) sobre o de mera transcrição.
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UFJF 2018 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Tipologia Textual

Dos trechos a seguir, qual deles apresenta características predominantemente descritivas?

TEXTO 1



Os não-ditos das leituras silenciosas

Está no papo

25 de junho de 2018 às 09h52

Guimarães Rosa já anunciava em Grande Sertão: Veredas: "O silêncio é a gente mesmo demais". Foi ele mesmo um menino quieto e sensível durante a infância. Do silêncio fizeram-se as palavras. "O silêncio está na constituição da poesia porque é parte integrante de alguns de seus principais elementos: ritmo e imagem. Não há ritmo sem pausas, não há som, sem silêncio. Do mesmo modo, não há imagem sem vazio", explica Cristiane Tavares, especialista em literatura infantil e coordenadora do curso de pós-graduação Livros, crianças e jovens: teoria, mediação e crítica, do Instituto Vera Cruz.

Ela lembra que Guimarães Rosa é um grande representante da tríade literatura, infância e silêncio, tema importante para se discutir as infâncias contemporâneas. "Penso que o silêncio é necessário para as crianças, tanto quanto para a literatura, pois é condição para a criação, é janela para a contemplação. Em tempos de tanta velocidade, de excesso de ruído, profusão de imagens, o silêncio é raridade, deve ser preservado."

Ao mesmo tempo, a especialista reconhece que nem todos os silêncios são poéticos. Cita alguns presentes na infância, advindos de experiências de violência, ausência, solidão e preconceito. "Em todos esses casos, em maior ou menor grau, sempre haverá (quero crer!) pontos de fuga para silêncios poéticos que devolvam a dignidade e a beleza às infâncias. Mas é preciso muito trabalho para desenhar esses pontos de fuga na realidade." São pontos de fuga que, segundo a pesquisadora, alimentam "de dentro para fora a complexidade de existir".

Na literatura, esses silêncios reverberam naqueles textos que não dizem tudo de um modo óbvio, mas abrem espaço para o diálogo com o leitor. Habitam, por exemplo, os livros-álbum, nos quais o texto e a imagem têm uma relação intrínseca. Nessas obras, o silêncio é pré-requisito. São desafiadores porque pedem uma mediação mais silenciosa, sem tanta fala do adulto. "Nem todo leitor gosta de se deparar com esses espaços em branco porque podem ser angustiantes mesmo. Mas a angústia faz parte da experiência leitora e pode levar a lugares pouco visitados por nós."

Daí vem a necessidade de nos silenciarmos após a leitura, sem precisar prestar contas, convencer o outro a ler também ou elaborar rapidamente alguma interpretação do que se leu. Assim também nos conta Teresa Colomer, em Andar entre livros – a leitura literária na escola (Global, 2007): "A leitura autônoma, continuada, silenciosa, de gratificação imediata e livre escolha é imprescindível para que o próprio texto ensine a ler”. 

Leia agora abaixo parte da conversa com Cristiane Tavares sobre silêncio, infância e literatura.

Em artigo publicado na revista Emília, Cecilia Bajour cita Breton: “O silêncio não é nunca o vazio, mas a respiração entre as palavras, a dobra momentânea que permite a fluência dos significados, o intercâmbio de observações e emoções, o equilíbrio das frases que se amontoam nos lábios e o eco de sua recepção, é o tato que cedo ao uso da palavra mediante uma rápida inflexão da voz, explorada de imediato pelo que se espera do momento favorável”. Qual a relação entre silêncio, literatura e infância?

Cristiane Tavares – Quando penso nessa relação entre “silêncio, literatura e infância”, logo me vem uma frase do Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas: “O senhor sabe o que o silêncio é? O silêncio é a gente mesmo demais.” Gosto muito desse modo mineiro e roseano de entender o silêncio. E cito esse autor porque penso que ele traduz muito bem essa tríade – silêncio, literatura e infância – em sua obra. Miguilim é um exemplo: menino quieto, sensível, que armava arapuca e pensava no que deviam sentir os pássaros quando estavam presos, separados dos seus companheiros, e observava como saíam felizes soltos das arapucas. Ele mesmo, o Rosa, foi menino quieto, prezava o silêncio. Esse menino quieto, quando adulto, falava mais de cinco línguas... O silêncio é também condição para a aprendizagem. Da cabeça e do coração desse menino quieto saíram obras-primas como Grande Sertão e Manuelzão e Miguilim. Penso que o silêncio é necessário para as crianças, tanto quanto para a literatura, pois é condição para a criação, é janela para a contemplação. Em tempos de tanta velocidade, de excesso de ruído, profusão de imagens, o silêncio é raridade, deve ser preservado.

[...]

Como o silêncio pode dialogar com a autonomia do jovem leitor?

Cristiane Tavares – Silêncio e autonomia leitora andam lado a lado. Do mesmo modo que é importante compartilhar as leituras e conversar sobre os livros, é fundamental respeitar e proporcionar momentos de silêncio depois da leitura. Ler sem precisar prestar contas, ler sem precisar convencer o outro a ler também, ler sem precisar elaborar rapidamente o que se leu. Uma situação alimenta a outra, a autonomia se constrói firmada na partilha e, em especial na escola, as duas situações precisam ser garantidas: ler com os outros e ler sozinho. Teresa Colomer reflete muito sobre isso em Andar entre livros – a leitura literária na escola (Global, 2007) e destaca a importância de garantir momentos de leitura silenciosa na sala de aula: “A criação de um espaço de leitura individual na escola pretende dar a oportunidade de ler a todos os alunos; aos que têm livros em casa e aos que não os têm, aos que dedicam tempo de lazer à leitura e aos que só leriam nos minutos dedicados a realizar as tarefas escolares na aula. A leitura autônoma, continuada, silenciosa, de gratificação imediata e livre escolha é imprescindível para que o próprio texto ensine a ler.”

(Texto adaptado. Disponível em:http://www.blogdaletrinhas.com.br/conteudos/visualizar/Os-nao-ditos-das-leituras-silenciosas  . Acesso em: 31 jul. 2018.) 




TEXTO 2



Campo Geral

    Um certo Miguilim morava com sua mãe, seu pai e seus irmãos, longe, longe daqui, muito depois da Veredado-Frango-d'Água e de outras veredas sem nome ou pouco conhecidas, em ponto remoto, no Mutúm. No meio dos Campos Gerais, mas num covão em trecho de matas, terra preta, pé de serra. Miguilim tinha oito anos. Quando completara sete, havia saído dali, pela primeira vez: o tio Terêz levou-o a cavalo, à frente da sela, para ser crismado no Sucuriju, por onde o bispo passava. Da viagem, que durou dias, ele guardara aturdidas lembranças, embaraçadas em sua cabecinha. De uma, nunca pôde se esquecer: alguém, que já estivera no Mutúm, tinha dito: ― "É um lugar bonito, entre morro e morro, com muita pedreira e muito mato, distante de qualquer parte; e lá chove sempre..."

    Mas sua mãe, que era linda e com cabelos pretos e compridos, se doía de tristeza de ter de viver ali. Queixava-se, principalmente nos demorados meses chuvosos, quando carregava o tempo, tudo tão sozinho, tão escuro, o ar ali era mais escuro; ou, mesmo na estiagem, qualquer dia, de tardinha, na hora do sol entrar. — "Oê, ah, o triste recanto..." — ela exclamava. Mesmo assim, enquanto esteve fora, só com o tio Terêz, Miguilim padeceu tanta saudade, de todos e de tudo, que às vezes nem conseguia chorar, e ficava sufocado. E foi descobriu, por si, que, umedecendo as ventas com um tico de cuspe, aquela aflição um pouco aliviava. Daí, pedia ao tio Terêz que molhasse para ele o lenço; e tio Terêz, quando davam com um riacho, um minadouro ou um poço de grota, sem se apear do cavalo abaixava o copo de chifre, na ponta de uma correntinha, e subia um punhado d'água. Mas quase sempre eram secos os caminhos, nas chapadas, então tio Terêz tinha uma cabacinha que vinha cheia, essa dava para quatro sedes; uma cabacinha entrelaçada com cipós, que era tão formosa. — "É para beber, Miguilim..." — tio Terêz dizia, caçoando. Mas Miguilim ria também e preferia não beber a sua parte, deixava-a para empapar o lenço e refrescar o nariz, na hora do arrocho. Gostava do tio Terêz, irmão de seu pai.

    Quando voltou para casa, seu maior pensamento era que tinha a boa notícia para dar à mãe: o que o homem tinha falado — que o Mutúm era lugar bonito... A mãe, quando ouvisse essa certeza, havia de se alegrar, ficava consolada. Era um presente; e a ideia de poder trazê-lo desse jeito de cor, como uma salvação, deixava-o febril até nas pernas. Tão grave, grande, que nem o quis dizer à mãe na presença dos outros, mas insofria por ter de esperar; e, assim que pôde estar com ela só, abraçou-se a seu pescoço e contou-lhe, estremecido, aquela revelação. A mãe não lhe deu valor nenhum, mas mirou triste e apontou o morro; dizia: — "Estou sempre pensando que lá por detrás dele acontecem outras coisas, que o morro está tapando de mim, e que eu nunca hei de poder ver..." Era a primeira vez que a mãe falava com ele um assunto todo sério. No fundo de seu coração, ele não podia, porém, concordar, por mais que gostasse dela: e achava que o moço que tinha falado aquilo era que estava com a razão. Não porque ele mesmo Miguilim visse beleza no Mutúm — nem ele sabia distinguir o que era um lugar bonito e um lugar feio. Mas só pela maneira como o moço tinha falado: de longe, de leve, sem interesse nenhum; e pelo modo contrário de sua mãe — agravada de calundú e espalhando suspiros, lastimosa. No começo de tudo, tinha um erro — Miguilim conhecia, pouco entendendo. Entretanto, a mata, ali perto, quase preta, verde-escura, punha-lhe medo.

(ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim. 11.ed. São Paulo: Nova Fronteira, 2001.)

A
Como o silêncio pode dialogar com a autonomia do jovem leitor?
B
Ele mesmo, o Rosa, foi menino quieto, prezava o silêncio. Esse menino quieto, quando adulto, falava mais de cinco línguas...
C
A leitura autônoma, continuada, silenciosa, de gratificação imediata e livre escolha é imprescindível para que o próprio texto ensine a ler.
D
Quando penso nessa relação entre “silêncio, literatura e infância”, logo me vem uma frase do Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas: “O senhor sabe o que o silêncio é? O silêncio é a gente mesmo demais.”
E
Silêncio e autonomia leitora andam lado a lado. Do mesmo modo que é importante compartilhar as leituras e conversar sobre os livros, é fundamental respeitar e proporcionar momentos de silêncio depois da leitura.
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FAINOR 2019 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

Considerando as características do texto, pode-se afirmar que se trata de: 

A
uma anedota.
B
um artigo.
C
uma crônica.
D
um conto.
E
uma fábula. 
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CESMAC 2019 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Tipologia Textual, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A compreensão do Texto requer que o vejamos como um texto: 


Se você parar para pensar...


1. Na correria do dia a dia, o urgente não vem deixando tempo para o importante. Essa constatação, carregada de estranha obviedade, obriga-nos quase a tratar como uma circunstância paralela e eventual aquela que deve ser considerada a marca humana por excelência: a capacidade de reflexão e consciência. Aliás, em alguns momentos, as pessoas usam até uma advertência (quando querem afirmar que algo não vai bem): “Se você parar para pensar...”

2. Por que parar para pensar? Será tão difícil pensar enquanto continua fazendo outras coisas ou, melhor ainda, seria possível fazer sem pensar e, num determinado momento, ter de parar? Ora, pensar é uma atitude contínua, e não um evento episódico! Não é preciso parar – nem se deve fazê-lo – sob pena de romper com nossa liberdade consciente.

3. O escritor francês Anatole França, um mestre da ironia e do ceticismo, dizia: “O pensamento é uma doença peculiar de certos indivíduos, que, ao propagar-se, em breve acabaria com a espécie”.

4. Talvez “pensar mais” não levasse necessariamente ao “término da espécie”, mas, com muita probabilidade, dificultaria a presença daqueles, no mundo dos negócios e da comunicação, que só entendem e tratam as pessoas como consumidores vorazes e insanos. Talvez, um “pensar mais” nos levasse a gritar que basta de tantos imperativos. Compre! Olhe! Veja! Faça! Leia! Sinta! E a vontade própria e o desejo sem contornos? E a liberdade de decidir, escolher, optar, aderir? Será um basta do corpo e da mente que já não mais aguentam tantas medicinas, tantas dietas compulsórias, tantas ordens da moda e admoestações da mídia; corpo e mente que carecem, cada dia mais, de horas de sono complementares, horas de lazer suplementares e horas de sossego regulamentares, quase esgotados na capacidade de persistir, combater e evitar o amortecimento dos sentidos e dos sonhos pessoais e sinceros. Essa demora em “pensar mais”, esse retardamento da reflexão como uma atitude continuada e deliberada, vem produzindo um fenômeno quase coletivo: mais e mais pessoas querendo desistir, com vontade imensa de mudar de vida, transformar-se, livrando-se das pequenas situações que as torturam, que as amarguram, que as esvaem. Vêm à tona impulsos de romper as amarras da civilização e partir, céleres, em direção ao incerto, ao sedutor repouso oferecido pela irracionalidade e pela inconsequência. Cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas? (...)

5. Pouco importa, dado que ser humano é ser capaz de dizer “não” ao que parece não ter alternativa. Apesar dos constrangimentos e da tentativa de sequestro da nossa subjetividade, pensar não é, de fato, crime e, por isso, não se deve parar.

(CORTELLA, Mário Sérgio. Folha de S. Paulo, maio de 2001. Adaptado)

A
do tipo narrativo e do gênero notícia: com detalhes sobre fatos que atingiram pessoas e cenários.
B
do tipo narrativo e do gênero ‘ficção literária’; logo são justas as referências a autores e a obras da Literatura.
C
do tipo expositivo e do gênero ‘lição acadêmica’; por isso, uma abordagem descontextualizada.
D
do tipo dissertativo e do gênero ‘relato’; assim, se justifica a falta de apelo a transformações.
E
do tipo expositivo e do gênero comentário opinativo; daí, críticas a posturas gerais e propostas de mudança.
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Esamc 2019 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

A estrutura linguística predominante no texto acima permite que ele seja entendido como:

A técnica na sofisticada marcha da humanidade em direção ao precipício 
Márcio Seligmann-Silva

    [...] Aparentemente, a marcha incontornável da humanidade em direção ao precipício (em regimes capitalistas puros, nos de capitalismo de Estado e nos que tentaram, de modo infeliz, a ditadura dos partidos comunistas) não pode ser alterada sem um levante de uma população que, lamentavelmente, parece cada vez mais fascinada pelo mundo da técnica dos gadgets.

    Como no mito dos lemingues que se suicidam no mar, nossa espécie supostamente racional faria algo semelhante por meios mais “sofisticados”. [...]

    A chamada “força do mercado”, esse “quarto poder” que efetivamente manda e desmanda no mundo, está calcada nesse modelo de técnica predadora sem o qual as indústrias (e suas ações no mercado) não existiriam. O capitalismo se alimenta da Terra, mas desconsidera que esta mesma Terra é finita e está sendo exaurida.

    O filósofo Hans Jonas dedicou os últimos anos de sua longa vida (1903- 1993) à construção de uma nova ética da responsabilidade à altura desses desafios contemporâneos. Ele afirmava que “não temos o direito de hipotecar a existência das gerações futuras por conta de nosso comodismo” e propôs uma virada.

    Ao invés de construir um modelo calcado no presente, com o objetivo do viver bem e da felicidade conectados ao aqui e agora, estabeleceu o desafio de construir uma ética do futuro: da destruição da casa-Terra, ele deduz o imperativo de salvar essa morada para garantir a possibilidade de vida futura.

    Em vez de apostar no modelo liberal do progresso infinito a qualquer custo ou de acreditar na promessa revolucionária que traria de um golpe o “paraíso sobre a Terra?” ele aposta em um “summum bonum” moderado, modesto, o único possível para a nossa sobrevivência. Fala de um “princípio de moderação”, reconhecendo que a conta deveria ser paga pelos que mais possuem.

    Hoje, podemos dizer que esse futuro que ele desenhava, ou seja, esse tempo já sem muito tempo de sobrevida, tornou-se o nosso tempo. Sua “heurística do medo” — a saber, uma pedagogia da humanidade que se transformaria a partir do confronto com a visão medonha de seu fim muito próximo — soa ainda poderosa, mas um tanto inocente, mesmo reconhecendo que suas ideias influenciaram protocolos como o Acordo de Paris, de 2015.

    Observando a sequência de crimes socioambientais, parece que essa heurística não está rendendo frutos. Não aprendemos com as catástrofes, e isso nos levará, caso não alteremos nosso curso, à catástrofe final. Ou seja, a emoção do medo do Armagedom está sendo vencida pela razão instrumental e sua promessa (distópica) de transformar a natureza em mercadoria.

     [...] Um lamentável e terrível exemplo da situação em que nos encontramos em termos dessa submissão a um determinado modelo liberal associado a uma técnica espoliadora e destrutiva é justamente o que acaba de ocorrer com o rompimento da barragem da empresa Vale em Brumadinho (MG).

    Apenas a arrogância fáustica, a hybris que cega, o sentimento de onipotência podem justificar que essa barragem (como tantas outras) tenha sido construída logo acima de uma área urbana e das instalações dos funcionários da empresa. Novamente a situação de risco associada a esse tipo de tecnologia ficou exposta. Os alarmes que não soaram reproduzem o silêncio da humanidade diante das repetidas manifestações da violência da técnica.
    O cerne do capitalismo é o lucro e isso explica, nesse caso e em outros, tudo de modo simples e direto. O crime de Brumadinho deve ultrapassar 300 vítimas fatais diretas, fora a destruição de toda uma região habitada também por pescadores, ribeirinhos e indígenas pataxó que dependiam diretamente do rio Paraopeba para a sua sobrevivência. Se pensarmos nos inúmeros atingidos, apenas no Brasil, por barragens (de mineradoras e de hidroelétricas), fica claro que não se trata apenas de uma questão de “barragem a montante”.

(Adaptado de “A técnica na sofisticada marcha da humanidade em direção ao precipício”, publicado na FOLHA DE S.PAULO, em 17/02/19, pelo Prof. Dr Márcio Seligmann-Silva, titular de teoria literária do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp.) 
A
artigo de opinião narrativo.
B
artigo de opinião argumentativo.
C
relato pessoal expositivo.
D
relato pessoal argumentativo.
E
reportagem elucidativa.
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CÁSPER LÍBERO 2012 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Quanto ao texto, trata-se de:

Leia o texto a seguir e responda à questão.


Jeitinho e jeitão: uma tentativa de interpretação do caráter brasileiro


Nascido inicialmente das contradições entre uma ordem liberal formal e uma realidade escravista, o jeitinho transformou-se em código geral de sociabilidade.
Recordo um caso pessoal, passado há muito tempo. Eu trabalhava com Celso Furtado (rigorosamente antijeitinho), que recebia um diretor do Banco Interamericano de Desenvolvimento, por sinal um conterrâneo seu. Este, vendo-me por perto, e julgando que eu não era parte da conversa, pediu-me água. Pediu a primeira, a segunda e a terceira vez. Fui obrigado a dizer-lhe que não confundisse gentileza com servilismo, e que da próxima vez ele mesmo se servisse. Não ocorria àquele senhor que alguém que não fosse da sua grei pudesse tomar parte de uma conversa com altos representantes da banca interamericana. A origem do jeitinho, assim como a da cordialidade teorizada por Sérgio Buarque, se explica pela incompletude das relações mercantis capitalistas. Parece sempre que as pessoas estão “sobrando”. Elas são como que resquícios de relações não mercantis, não cabem no universo da civilidade. E às pessoas que sobram pode ser pedida qualquer coisa, já que é obrigação do dominado servir ao dominante.
Qualquer reunião brasileira está cheia de batidinhas nas costas na hora do cumprimento, impondo logo de saída uma intimidade que é intimatória e intimidatória. Um dos cumprimentos mais característicos de Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, é bater com as costas da mão na barriga dos interlocutores. Mesmo em encontros formais, o primeiro gesto de Lula ao se aproximar de qualquer pessoa é tocar-lhe a barriga.
A matriz desses gestos encontra-se evidentemente no longo período escravagista. Nele, o corpo dos negros era propriedade, podia ser tocado e usado. O surpreendente é que esses gestos e costumes tenham persistido ao longo de 100 anos de vigência de um capitalismo pleno. O escravismo e a escravidão não explicam inteiramente a “longa duração” da informalidade generalizada e dos hábitos que a acompanham. Os Estados Unidos tiveram um sistema escravista que chegou até a organizar fazendas de criação de negros. A ruptura com o escravismo custou à nação norte-americana uma guerra civil que deixou marcas até hoje. Mas o jeitinho não foi o expediente que usaram para superar os problemas colocados pelo capitalismo que avança.
Aqui, o jeitinho das classes dominantes se impôs na abolição da escravatura. Primeiro veio a Lei do Ventre Livre: garotos e garotas negros eram libertados em meio à escravidão. Mas como inexistia a perspectiva de terem terra, emprego ou salário, a libertação não lhes servia para quase nada. 
Depois veio a Lei dos Sexagenários. Aos 60 anos, os negros que ainda estivessem vivos eram libertados. Ora, já se sabia que a vida média de um escravo não alcançava os 40 anos. Como mostrou Luiz Felipe de Alencastro em O Tratado dos Viventes, depois de décadas de labuta no eito, o consumo do trabalho pelo capital não era uma metáfora: o negro era um molambo de gente, e não um homem livre, mesmo quando libertado pela Lei dos Sexagenários.
O que parecia cautela e previsão era, na verdade, o jeitinho (e o jeitão) em movimento. Gradualmente, até a chamada Lei Áurea, a escravidão persistiu. Isso criou uma superpopulação trabalhadora que o sistema produtivo não tinha como incorporar. Com a industrialização, tão sonhada pelos modernos, o problema se agravou. Tendo que copiar uma industrialização de matriz exógena, que tende sempre à economia do trabalho, os excedentes populacionais cresceram exponencialmente.
Assim, o chamado trabalho informal tornou-se estrutural no capitalismo brasileiro. É ele que regula a taxa de salários, e não as normas trabalhistas fundadas por Vargas. A partir daí todas as burlas são permitidas e estimuladas. A pergunta que um candidato a emprego mais ouve é: com carteira ou sem carteira? O funcionário com carteira resulta em descontos para a Previdência. Ou, se o salário for um pouquinho melhor, até para o Imposto de Renda. A resposta do candidato ao emprego é óbvia: sem carteira.
Quando o trabalhador ou trabalhadora que têm consciência dos seus direitos recusam o emprego sem carteira, às vezes, escutam “malandro, não quer trabalhar”.
Em qualquer setor, em qualquer atividade, o jeitinho se impõe. O executivo de terno italiano de grife, o apresentador da televisão e a atriz de um musical não são assalariados. São pessoas jurídicas, PJs, unicamente para que empresas paguem menos impostos. Advogados, dentistas e prestadores de serviços oferecem seus préstimos com ou sem recibo, e esse último é mais barato. Bancários, telefonistas, vendedores e outras tantas categorias viram sua profissão periclitar: eles são agora atendentes de call centers, terceirizados por grandes empresas. O jeitinho é a regra não escrita, sem exigência legal, mas seguida ao pé da letra nas relações micro e macrossociais. Está tão estabelecido, é tão natural que estranhá-lo (hoje menos do que ontem, reconheça-se) pode ser entendido como pedantismo, arrogância ou ignorância: “Nego metido a besta”, é a sentença. A não resolução da questão do trabalho, o seu estatuto social, é no fundo a matriz do jeitinho. Simpático, ele é uma das maiores marcas do moderno atraso brasileiro. (Francisco de Oliveira, revista piauí n. 73, outubro 2012, excerto). 
A
um artigo de viés sociológico que aborda um fenômeno reproduzido sistemicamente nas relações sociais e que repercute nas instituições, normas, leis e valores brasileiros.
B
uma crônica satírica por meio da qual o autor explica a natureza do fenômeno do jeitinho brasileiro, desde o período escravista até o governo do presidente Lula.
C
um texto memorialístico, construído em torno de uma singular ocorrência lembrada pelo autor, a partir da qual é apresentada uma visão crítica da sociedade brasileira.
D
uma crônica leve e bem-humorada que apresenta algumas razões de ser do jeitinho brasileiro, sem condenar ou reprovar a prática de antemão.
E
um artigo de cunho político que aborda o jeitinho como um problema a ser combatido não somente nas relações sociais no Brasil, mas, sobretudo, na economia do País.
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IF-TM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto lido fala sobre um gênero digital que tem se popularizado cada vez mais na sociedade. Segundo o site Tecmundo:

O Twitter foi fundado em 2006 por Dorsey, Williams e Stone. A ideia surgiu de Dorsey durante uma reunião de discussão de ideias (brainstorming) em que ele falava sobre um serviço de troca de status, como um SMS. Chamado simplesmente de Status, o pré-Twitter tinha como conceito exatamente o envio de mensagens curtas através do celular, em que você receberia um twich (vibração, em tradução livre) no seu bolso quando um update era enviado. Entretanto, a palavra não agradou, pois não mostrava exatamente o que era o serviço. Ao buscar nomes parecidos no dicionário, Dorsey e os outros encontraram a palavra twitter, que em inglês tem dois significados: “uma pequena explosão de informações inconsequentes” e “pios de pássaros”. Ambos combinavam perfeitamente com o conceito.
(Disponível em: https://www.tecmundo.com.br/redesocial/3667-a-historia-do-twitter.htm. Acesso em 26 set 2018.)

Pela leitura do texto, percebe-se que os gêneros textuais também podem ser entendidos como

A
modos textuais limitados.
B
formas textuais histórica e socialmente situadas.
C
integração de vários textos em um só.
D
textos que têm surgido na internet.
E
categorias textuais específicas da linguagem da internet.