Questõessobre Funções morfossintáticas da palavra QUE

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UEPA 2011, UEPA 2011, UFPA 2011 - Português - Funções morfossintáticas da palavra QUE

Quanto ao texto, só não se pode afirmar:

CARTA DE RECLAMAÇÃO


São Paulo, 22 de março de 2007.

Prezados Senhores,

Esta é a oitava carta jurídica de cobrança que recebo de Vossas Senhorias ... Sei que não estou em dia com meus pagamentos. Acontece que eu estou devendo também em outras lojas e todas esperam que eu lhes pague. Contudo, meus rendimentos mensais não permitem que eu pague mais do que duas prestações no fim de cada mês. As outras ficam para o mês seguinte. Estou ciente de que não sou injusto, daquele tipo que prefere pagar esta ou aquela empresa em detrimento das demais. Ocorre o seguinte ... todo mês, quando recebo meu salário, escrevo o nome dos meus credores em pequenos pedaços de papel, que enrolo e coloco dentro de uma caixinha. Depois, olhando para o outro lado, retiro dois papéis, que são os dois “sortudos” que irão receber o meu rico dinheirinho. Os outros, paciência. Ficam para o mês seguinte. Afirmo aos senhores, com toda certeza, que sua empresa vem constando todos os meses na minha caixinha. Se não os paguei ainda, é porque os senhores estão com pouca sorte. Finalmente, faço-lhes uma advertência: se os senhores continuarem com essa mania de me enviar cartas de cobrança ameaçadoras e insolentes, como a última que recebi, serei obrigado a excluir o nome de Vossa Senhoria dos meus sorteios mensais.

Sem mais,

Obrigado.


(Texto adaptado; divulgado pelo Clube de Diretores Lojistas e publicado, em 2007, na Folha do Estado de São Paulo)  
A
A mescla de pessoas do discurso (segunda pessoa do plural e terceira pessoa do singular) não constitui erro, pois, nesse tipo de texto, ela se torna um padrão.
B
As reticências presentes em “Ocorre o seguinte ... todo mês,” podem ser substituídas, sem alteração de sentido, por dois-pontos (:).
C
O trecho “Os outros, paciência. Ficam para o mês seguinte.” pode ser reescrito, mantendo-se a sua ideia original, da seguinte maneira: “Os outros credores devem ter paciência, pois ficarão para o mês seguinte.” 
D
O texto é heterogêneo quanto ao seu modo de organização. Isto é, apresenta, além de outros, trechos do modo de organização narrativo.
E
Os conectores grifados em “Esta é a oitava carta jurídica de cobrança que recebo de Vossas Senhorias” e “Sei que não estou em dia com meus pagamentos.”, são, respectivamente, pronomes relativos anafóricos de a oitava carta jurídica de cobrança e de sei.
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FMO 2019 - Português - Funções morfossintáticas da palavra QUE

Leia os trechos a seguir.

I. “[...] uma substância psicoativa que afeta a função e neurotransmissão cerebral, [...]” (1º§)

II. “[...] que possui propriedades intrínsecas capazes de levar à dependência.” (1º§)

III. “[...] circunstâncias que apelam ao consumo de bebidas alcoólicas, [...]” (2º§)


De acordo com as funções sintáticas que as palavras podem exercer, pode-se afirmar que:

Texto para responder à questão.

Verão agrava consumo excessivo de álcool

    As bebidas alcoólicas caracterizam-se por conter etanol, uma substância psicoativa que afeta a função e neurotransmissão cerebral, e que possui propriedades intrínsecas capazes de levar à dependência. De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 3,3 milhões de pessoas morrem anualmente devido ao consumo desmedido de álcool, sendo este a quarta maior causa de morte em todo o mundo.
    Com a chegada do bom tempo e do período de férias, chegam também as atividades ao ar livre, as festas regionais e os festivais de música, circunstâncias que apelam ao consumo de bebidas alcoólicas, tradicionalmente associado ao relaxamento e à diversão. O efeito de desinibição social intrínseco ao álcool pode também ser motivo de procura em pessoas com maiores limitações na interação social, sobretudo jovens, como os que sofrem de fobia social, grupo de risco para desenvolver problemas relacionados com o álcool.
     O consumo excessivo de álcool constitui atualmente um sério problema de saúde pública, aumentando exponencialmente o risco de acidentes em meio aquático, de acidentes de viação, de consumo de outras substâncias estupefacientes, de comportamentos sexuais de risco e de comportamentos violentos.
    O abuso de bebidas alcoólicas no período de férias de verão é sobretudo preocupante nas faixas etárias mais jovens por múltiplas razões, das quais se deve realçar o potencial para precipitar um padrão de consumo regular e problemático que se perpetua após este período. (Dra. Mônica Almeida – Psiquiatra da Unidade Psiquiátrica Privada de Coimbra.

Disponível em: https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/veraoagrava-consumo-excessivo-de-alcool.)
A
Nos trechos I e III os complementos verbais possuem a mesma classificação.
B
No trecho II o emprego do verbo impessoal caracteriza a oração sem sujeito.
C
Apenas no trecho II pode se identificar um exemplo de sujeito indeterminado.
D
A palavra “que”, nos três trechos destacados, desempenha a mesma função sintática.
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MACKENZIE 2013 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Colocação Pronominal, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Funções morfossintáticas da palavra QUE, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Funções da Linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética., Morfologia - Pronomes

Assinale a alternativa INCORRETA.

Texto para a questão
Diário de bordo

Carlos Heitor Cony
A
O texto apresenta elementos que indiciam a presença da função expressiva da linguagem, presente, por exemplo, no uso da primeira pessoa.
B
Em onde Penélope fiava e confiava em Ulisses (linha 09), o tempo verbal denota ação contínua no passado.
C
A palavra legaram (linha 22) pode ser substituída por “transmitiram”, sem prejuízo ao sentido original do trecho.
D
O trecho aqui teria se passado (linha 25) poderia ser reescrito como “aqui se teria passado”, sem que houvesse desvio em relação à norma culta da escrita.
E
O valor relativo da partícula que em os judeus, que viveram numa terra de pedras (linhas 15-16) está presente também em “Elas sabiam que ele saíra cedo”.
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UEAP 2009, UEAP 2009 - Português - Funções morfossintáticas da palavra QUE

Das afirmativas abaixo, assinale a única que apresenta o que como pronome relativo.


A
Conta uma antiga fábula que, depois de muito fugir de uma cruel serpente, o vaga-lume se rendeu... (L.1/2).
B
o vaga-lume se rendeu, pedindo apenas para que ela lhe respondesse três perguntas, antes de devorá-lo (L.2/3).
C
Rapidamente, ela respondeu que não fazia (L.6).
D
Percebendo que não se tratava de uma questão alimentar, o vaga-lume tentou puxar pela memória algo pessoal (L.6/7).
E
Confuso e sem entender o que se passava, ele perguntou... (L.9/10).
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UEPA 2011 - Português - Funções morfossintáticas da palavra QUE

A alternativa, em cujo vocábulo o que se equivale morfossintaticamente ao utilizado em "Acho que foi um professor de cursinho ...” (1º parágrafo), é:

A solidão essencial

O amor que nos resolve a vida é uma promessa enganosa

Acho que foi um professor de cursinho quem contou em classe o mito dos andróginos. Parte homem e parte mulher, esses seres eram tão completos e tão felizes que despertaram a inveja de Zeus. Irado, o patriarca do Olimpo disparou raios que separaram em duas cada uma das criaturas perfeitas. Desde então, elas vagam pelo mundo em busca de sua metade. São solitárias e incompletas. Somos nós.

Não sei o que os gregos queriam dizer ao criar essa lenda, mas a maneira como nós a interpretamos, modernamente, é muito clara: existe alguém lá fora que nasceu para nós. Enquanto não acharmos essa metade (o amor verdadeiro), jamais seremos felizes.

Muitos de nós acreditamos nisso o tempo todo. Outros acreditam apenas de vez em quando. Raro é encontrar alguém totalmente imune a essa espécie de esperança (ou seria armadilha?) romântica.

Mas eu às vezes me pergunto se essa é uma ideia construtiva. É saudável imaginar que a nossa felicidade não depende de nós, mas, sim, de outra pessoa qualquer? Mesmo sem tomar o mito dos andróginos ao pé da letra, milhões de pessoas adiam o futuro diariamente à espera de que a vida lhes traga um grande amor, aquele que vai colocar tudo nos eixos.

Eu pergunto de novo: essa é uma ideia saudável?

Há um livro do qual eu gosto muito que trata dessa questão – a ideia do amor romântico – como nenhum outro. Chama-se “Sem fraude nem favor, estudos sobre o amor romântico” e foi escrito pelo psiquiatra e psicanalista pernambucano Jurandir Freire Costa, uma das pessoas que melhor fala dos sentimentos e das emoções no mundo real (que é o contrário do mundo idealizado no qual a gente, sem perceber, passa a maior parte da nossa vida).

Nesse livro, Jurandir afirma que o amor romântico – ao contrário de tudo que nos dizem – não é natural e universal, não é incontrolável e nem é condição essencial à felicidade humana. Isso seriam apenas coisas em que se acredita.

Não vou reproduzir os argumentos minuciosos e nem a prosa erudita do escritor, mas essencialmente ele afirma que o amor exaltado, sublime e raro que nós endeusamos é uma invenção social (como a música) e uma crença (como a religião) que pode perfeitamente ser questionada e modificada. Não existe um jeito eterno e imutável de amar, diz ele. O amor e a forma de encará-lo sempre variaram ao longo da história. Se nosso jeito atual de amar nos parece opressivo, antiquado ou insatisfatório, que tal tentar outra forma de amar?

É estranho pensar no amor dessa maneira, não? Estamos acostumados a vê-lo como algo imutável, quase sagrado, que as pessoas têm ou não têm, conseguem ou não conseguem. Mas claramente não é assim. Ao redor de nós existem pessoas que tratam o amor de forma muito diferente entre si. Fulano é muito romântico, quase tonto, enquanto fulana é de um pragmatismo inquietante: sabe exatamente o que deseja e vai atrás. Essas são diferenças reais, que mostram que o bicho amor não é exatamente o mesmo para todo o mundo.

Quando se compara o nosso modo de agir e pensar com o das outras culturas, as diferenças ficam ainda mais óbvias.

Nos últimos dias, eu tenho pensado muito em um aspecto particular da nossa ideologia do amor, aquele que diz que é impossível ser feliz sozinho. Não é só a música de Tom Jobim que afirma isso. Tudo que nos circunda brada a mesma mensagem. Ela está nos filmes, nas novelas, nas conversas. Ausência de parceiro é sinônimo de infelicidade, fracasso ou esquisitice. Ou tudo isso junto. Talvez seja verdade que a maioria das pessoas sem parceiros tendem a serem menos felizes, mas o contrário certamente é falso: estar com alguém, ter alguém, não é garantia de felicidade. A gente sabe disso, a gente vive isso, mas, socialmente, a gente não divide essa informação. Para todos os efeitos públicos, vale o seguinte combinado: se a pessoa está casada, ou tem um namorado bacana, sua vida está “resolvida”. Mas isso é falso, não? 

Namorei uma vez uma moça cujo pai, um sujeito espetacular, casado com uma mulher encantadora, estava há meses numa terrível depressão. Eu olhava para o sujeito e não entendia. Ele tinha mulher, filhos, casa, profissão, amigos e... tinha desmoronado. Os motivos íntimos da derrocada talvez nem ele soubesse, mas a lição para mim foi clara: nossas questões interiores não se resolvem com a parceria amorosa, nem mesmo com a família.

Não adianta nos cercamos de um cenário de propaganda de margarina (mulher, filhos, cachorro, condomínio) porque, ao final, nossa felicidade depende de nós, das forças interiores que nós somos capazes de mobilizar. As pessoas que amamos nos ajudam, mas elas não substituem nosso amor próprio, nossa motivação e a nossa estabilidade. Precisamos das pessoas, mas precisamos ainda mais de nós mesmos.

É por isso que a promessa de felicidade amorosa às vezes me incomoda. Ela é falsa. Ela é uma forma de propaganda enganosa. Ele conduz as pessoas numa procura inútil por alguém que as faça sentir inteiras e completas, quando, na verdade, essa sensação de inteireza talvez seja inalcançável.

Se a gente olhar de novo para o mito do andrógino, talvez haja nele outra sabedoria a ser extraída: a de que nós, homens e mulheres, somos criaturas intrinsecamente solitárias. Vivemos em grupo, precisamos do grupo e buscamos conforto na intimidade do outro, no amor. Mas talvez seja da nossa natureza jamais nos sentirmos inteiros e completos.

Talvez haja em nós uma inquietação inextinguível e uma angústia que advêm da nossa própria consciência e que nos torna humanos. O amor seria então um alento, um consolo, uma fogueira que nos protege do frio. Mas o frio está lá. E a melhor medida da felicidade talvez seja a forma como lidamos com ele. Como indivíduos, não como casais.

(Ivan Martins. Época on line, 06/01/2010.)
A
esses seres eram tão completos e tão felizes que despertaram a inveja de Zeus.” (1º parágrafo).
B
“...existe alguém lá fora que nasceu para nós.” (2º parágrafo).
C
“É saudável imaginar que a nossa felicidade não depende de nós,...” (4º parágrafo).
D
“...Jurandir Freire Costa, uma das pessoas que melhor fala dos sentimentos e das emoções...” (6º parágrafo).
E
“Talvez haja em nós uma inquietação inextinguível e uma angústia que advêm da nossa própria consciência...” (16º parágrafo).
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UEPA 2009 - Português - Funções morfossintáticas da palavra QUE

Com base no texto e em seus conhecimentos sobre morfossintaxe, analise as proposições abaixo, assinalando a alternativa correta.


 Autor: S.I. Revista Língua Portuguesa (2005), nº 2, p.: 10. 

A
As palavras desleixada (L.3), desempenho (L.6) e desrespeitosa (L.11), por apresentarem o mesmo processo de formação lingüística, foram utilizadas com o objetivo de atribuir uma qualidade, delimitando o sentido dos vocábulos forma (L.3), importantíssima (L.6) e mensagem (L.11), respectivamente.
B
O vocábulo os, nas ocorrências em destaque nos fragmentos “... 40% dos entrevistados perdem até meia hora...”(L.2-3) e “...80% dos que trabalham em escritórios...”(L.4), se equivalem morfologicamente.
C
Os termos e-mails (L.1), mal-escrito (L.1) e ex-auxiliar(L.13), do ponto de vista da morfologia, pertencem ao paradigma das palavras compostas por justaposição.
D
O vocábulo que, nas ocorrências em destaque nos fragmentos “...Information Mapping revelou que 40% dos...”(L.2); “...80% dos que trabalham em escritórios...”(L.4) e “...acreditam que a habilidade de escrever...”(L.5), funciona como conjunção subordinativa, pronome relativo e conjunção subordinativa, respectivamente.
E
O termo em destaque no fragmento “...as mensagens enviadas por ele a colegas...”(L.15) é um vocábulo que, anaforicamente, substitui os termos em destaque no seguinte fragmento “...2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região...” (L.12).
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UEM 2011, UEM 2011, UEM 2011 - Português - Interpretação de Textos, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Análise sintática, Sintaxe, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia

Existem recursos na língua que permitem ao autor de um texto a inclusão da fala do outro em seu discurso. A respeito disso, assinale o que for correto nos textos 1 e 2.

Em “Fábio disse que aprendeu a cozinhar” (texto 2, linha 90), além do fato de o discurso indireto ser marcado pelo verbo de dizer para anunciar a fala do outro, o período é constituído por uma oração subordinada substantiva objetiva direta, introduzida pela conjunção que.

TEXTO 1
A minha mãe falava sério!

Thalita Rebouças

(Adaptação do capítulo do livro Fala sério, professor! Rio de Janeiro: Rocco, 2006)

TEXTO 2
Estudantes contam como é morar em república

Fernanda Bassette 

Do G1, em São Paulo

26/2/2007 

(Adaptação do texto disponível em <http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0>. Acesso em 23/8/2011)

C
Certo
E
Errado
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UNEB 2016 - Português - Uso dos conectivos, Regência, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Análise sintática, Sintaxe

A análise dos fragmentos retirados do texto está correta em

TEXTO:



CRITELLI, Dulce. Disponível em: http://www.cartaeducacao.com.br/ artigo/somos-todos-testemunhas. Acesso em: 10 fev. 2106. Adaptado.

A
Nas passagens “E, como ele, muitos outros filósofos associam” (l. 2-3) e “Como os homens falam e agem, falar e agir estão sempre associados” (l. 10-11), a palavra “como” expressa ideia de conformidade nas duas situações.
B
A expressão “mas também” (l. 5), em relação à oração anterior, estabelece oposição.
C
A oração reduzida “Ao falar” (l. 8) apresenta um fato que sustenta as ideias do articulista, podendo ser desenvolvida, sem alterar o sentido de sua argumentação.
D
O conector “que” da passagem “que nos torna reais, e que efetiva tudo o que fizemos e dissemos.” (l. 23-24) exerce a mesma função morfossintática nas diferentes colocações.
E
Na passagem “leva as pessoas a se lançarem ávidas sobre qualquer oportunidade” (l. 30-31), as formas verbais “leva” e “lançarem” se apresentam com a mesma regência.
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UECE 2010 - Português - Funções morfossintáticas da palavra QUE

Considere o que é dito sobre a partícula quê empregada várias vezes no texto.

I - É morfologicamente igual nas duas ocorrências seguintes: “Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.” (linhas 30-32).
II - Tem função anafórica e catafórica ao mesmo tempo e serve de complemento verbal na frase a seguir: “Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.” (linhas 6-9).
III - É diferente nos dois enunciados que seguem: “Mas que talento tinha para a crueldade.” (linha 11); “o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte.” (linhas 44-46).

Está correto o que se afirma em

Texto 1
Felicidade clandestina



(Clarice Lispector. Clarice na cabeceira. p. 185-188. Adaptação.)

A
I e II somente.
B
II e III somente.
C
I e III somente.
D
I, II e III.
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Unimontes - MG 2017 - Português - Funções morfossintáticas da palavra QUE, Análise sintática, Sintaxe

Nas quatro orações a seguir, encontra-se em destaque a partícula “que”. Em seu uso, essa partícula desempenha funções sintáticas distintas – de um enunciado para outro –, a depender do contexto e das ocorrências linguísticas presentes.

Assinale, abaixo, apenas a alternativa em que a partícula em destaque apresenta uma função sintática diferente da ocorrida nas demais alternativas dessa questão.



Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2016/04/1761289-quando-ira-a-maquina-superar-os-humanos.shtml>. Acesso em: 14 set.2017. Adaptado. 

A
“O professor, que também tem formação em computação e física, [...]” (Linha 8)
B
“Ele afirma que seu objetivo é lançar as bases para que a colaboração entre indústria e academia se efetive [...]” (Linha 13)
C
“[...] ‘muitas coisas que hoje parecem ficção científica seriam possíveis’”. (Linha 16)
D
“[...] o upload de mentes em computadores e muitas outras aplicações que não dependam de violar as leis da física [...].” (Linhas 17-18)
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UENP 2018 - Português - Interpretação de Textos, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Coesão e coerência

Em relação à partícula “que” em “Eu estou fazendo uma coisa que amo” e “eu digo que estou no período fetal”, considere as afirmativas a seguir.


I. O primeiro “que” é um pronome relativo e retoma o termo “coisa”.

II. O segundo “que” é uma conjunção subordinativa substantiva objetiva direta.

III. O primeiro “que” inicia uma oração subordinada adverbial causal.

IV. O segundo “que” é um pronome relativo e retoma a forma verbal “estou”.


Assinale a alternativa correta.

Leia o texto a seguir e responda à questão. 
Entalhando a felicidade
“Madeira é um elemento que tem que ser respeitado. Eu nasci numa casa de madeira, me criei numa casa de madeira. Ela era feita com árvores retiradas dali, da região”, conta José Belaque, 63. O artesão expõe suas peças no Calçadão de Londrina, esquina com Hugo Cabral, de segunda a sexta. Após uma vida dedicada ao trabalho contínuo e sistemático, Belaque parece ter encontrado, na madeira, a felicidade.
As peças são criadas para discursar. Os móveis para bonecas obedecem à arte vitoriana, período que estudou em um trabalho como guia turístico. Formas, desenhos, cores, tudo leva ao passado. “A minimização, ou seja, a cozinha do adulto que tinha nas fazendas, agora é feita para as bonecas. A criança vai aprendendo, por meio do brinquedo, a história”, afirma.
História na expressão e na própria madeira. “Isso tudo é um resgate. Foi uma árvore que deu frutos, sombra, conforto e de repente ela se torna um elemento positivo”, defende. “Quando eu era criança, não tinha indústria de brinquedos e a gente queria brincar. Então, os avós e pais construíam os brinquedos de uma forma artesanal. Eu quis voltar num tempo em que se construíam os brinquedos, elementos decorativos e móveis dentro de casa”, afirma.
Há quatro anos, tomou a decisão de viver da arte após a constatação de ter realizado bons trabalhos em sua carreira, já satisfeito com o ponto aonde tinha chegado. A oficina funciona no fundo da casa de Belaque. “Eu estou fazendo uma coisa que amo fazer, na hora em que tenho interesse, então eu digo que estou no período fetal. Eu almoço quando tenho fome, levanto quando o corpo pede, trabalho e me estendo até de madrugada quando estou empolgado”, sorri.
E vai criando conforme suas crenças e constatações expressas na madeira. Recicladas e não recicladas, afirma usar mais o pínus por questão de respeito e custo. As madeiras de primeira linha que possui são controladas e faz questão de afirmar: “Eu só trabalho com aquelas que têm o selo de controle, se não tiver eu não aceito, não compro. Não dou força para criar-se esse comércio”, argumenta.
No fim, o resultado é a felicidade baseada no respeito pela natureza, pela arte e pela sua história. “Dinheiro é maravilhoso, mas chega um período em que ele não é mais tão importante, porque a felicidade não é o dinheiro que traz. É você realizar aquilo que gosta de fazer. Isso é felicidade”, acredita.
(Adaptado de: GONÇALVES, É. Entalhando a felicidade. Londrina: Folha de Londrina, Folha Mais, 26 e 27 de maio de 2018, p. 1). 
A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
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UEL 2017 - Português - Pronomes relativos, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Vocativo e Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Diferença entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal, Adjunto Adverbial e Aposto, Análise sintática, Sintaxe, Funções morfossintáticas da palavra ATÉ, Morfologia - Pronomes

Em relação aos recursos linguísticos e morfossintáticos do texto, considere o trecho a seguir.


De acordo com reportagem do jornal O Globo, o alvo do estudo foram os astrócitos, tipo de célula cerebral considerada secundária até há alguns anos. Sem eles, as mensagens químicas que fazem o cérebro comandar o organismo não são enviadas.


Assinale a alternativa correta.

(Disponível em: <https://br.noticias.yahoo.com/cientistas-brasileiros-descobrem-maneira-de-deter-o-mal-de-alzheimer-185422617.html>. Acesso em: 23 jun. 2017.)

A

O sujeito do verbo “foram” está implícito, já que é impossível identificá-lo na oração.

B
A expressão “tipo de célula cerebral considerada secundária” é um aposto do termo anterior.
C
O uso do termo “até” junto à palavra “há” é inadequado, segundo a norma padrão da língua.
D
O pronome “eles” faz referência aos “pesquisadores”, citados anteriormente no texto.
E
O termo “que” pode ser substituído por “o qual”, pois retoma “o cérebro”.
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UEL 2018, UEL 2018 - Português - Formas nominais do verbo (particípio, gerúndio, infinitivo), Morfologia - Verbos, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Sintaxe, Orações coordenadas sindéticas: Aditivas, Adversativas, Alternativas, Conclusivas...

Com base no trecho “Eles acreditam que o passado precisa estar à frente, pois é algo que já não visualizamos. E o futuro, desconhecido, fica atrás, como se estivéssemos de costas para ele”, considere as afirmativas a seguir.


I. No primeiro período, há uma oração coordenada explicativa.

II. A oração subordinada adjetiva “desconhecido” é reduzida de particípio.

III. As duas ocorrências da palavra “que” apontam para classes diferentes.

IV. O conectivo “como se” equivale semanticamente a “assim como”.


Assinale a alternativa correta.

“Tem uma frase boa que diz: uma língua é um dialeto com exércitos. Um idioma só morre se não tiver poder político”, explica Bruno L’Astorina, da Olimpíada Internacional de Linguística. E não dá para discordar. Basta pensar na infinidade de idiomas que existiam no Brasil (ou em toda América Latina) antes da chegada dos europeus – hoje são apenas 227 línguas vivas no país. Dominados, os índios perderam sua língua e cultura. O latim predominava na Europa até a queda do Império Romano. Sem poder, as fronteiras perderam força, os germânicos dividiram as cidades e, do latim, surgiram novos idiomas. Por outro lado, na Espanha, a poderosa região da Catalunha ainda mantém seu idioma vivo e luta contra o domínio do espanhol.

Não é à toa que esses povos insistem em cuidar de seus idiomas. Cada língua guarda os segredos e o jeito de pensar de seus falantes. “Quando um idioma morre, morre também a história. O melhor jeito de entender o sentimento de um escravo é pelas músicas deles”, diz Luana Vieira, da Olimpíada de Linguística. Veja pelo aimará, uma língua falada por mais de 2 milhões de pessoas da Cordilheira dos Andes. Nós gesticulamos para trás ao falar do passado. Esses povos fazem o contrário. “Eles acreditam que o passado precisa estar à frente, pois é algo que já não visualizamos. E o futuro, desconhecido, fica atrás, como se estivéssemos de costas para ele”, explica.

CASTRO, Carol. Blá-blá-blá sem fim. Galileu, ed. 317, dez. 2017, p. 31.

A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
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IFN-MG 2018 - Português - Funções morfossintáticas da palavra QUE

Considerando a função sintática do termo destacado no trecho a seguir:


“(...) e intervêm diretamente na soberania dos países que possuem essa riqueza.” (Linhas 22-23)


Marque a opção cuja ocorrência apresenta a mesma função.


A
“Resoluções das Nações Unidas reconhecem que a água e o esgotamento sanitário são direitos fundamentais.” (Linha 1).
B
“A organização Oxfam denunciou, em 2016, que apenas 8 pessoas no mundo detêm a mesma riqueza (...)” (Linhas 19-20).
C
Empresas transnacionais que usam água como base de produção exercem grande influência nas decisões sobre esse bem nos países”. (Linhas 24-25).
D
“Espera-se que o controle da água, por grandes empresas globais, torne-se uma das principais fontes de conflito neste século.” (Linhas 49-50).
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UNESPAR 2016 - Português - Funções morfossintáticas da palavra QUE

O vocábulo “que” pode desempenhar diferentes funções na língua portuguesa, dentre elas, a de pronome relativo e a de conjunção integrante. Com base em tal afirmação, analise os períodos a seguir e assinale a alternativa CORRETA quanto à classificação do conectivo “que”.


A
Na frase “[...] que parecia o tronco de uma árvore;” (linha 6), o conectivo “que” é um pronome relativo, que se refere à palavra “tronco” e introduz uma oração subordinada adjetiva explicativa;
B
Na frase “[...] que tinham à sua frente” (linha 4), o conectivo “que” é um pronome relativo, que retoma a palavra “animal” e introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva;
C
Na frase “[...] que nosso céu tem mais estrelas [...]” (linha 53), o conectivo “que” é uma conjunção integrante e introduz uma oração subordinada adverbial de lugar;
D
Na frase “[...] que não se parece conosco [...]” (linha 33), o conectivo “que”, embora seja um pronome relativo, não retoma um antecedente e introduz uma oração subordinada substantiva explicativa;
E
Na frase “[...] que discorressem sobre o aspecto do animal [...]” (linhas 3/4), o conectivo “que” é um conjunção integrante e introduz uma oração subordinada substantiva subjetiva.
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UNESP 2016 - Português - Termos integrantes da oração: Objeto direto, Objeto indireto, Complemento nominal, Agente da Passiva, Pronomes relativos, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Análise sintática, Termos essenciais da oração: Sujeito e Predicado, Sintaxe, Morfologia - Pronomes

Em “Tales também previu um eclipse solar que ocorreu no dia 28 de maio de 585 a.C.” (3° parágrafo), o termo destacado exerce função de

Leia o trecho extraído do livro A dança do universo do físico brasileiro Marcelo Gleiser para responder à questão.

      Durante o século VI a.C., o comércio entre os vários Estados gregos cresceu em importância, e a riqueza gerada levou a uma melhoria das cidades e das condições de vida. O centro das atividades era em Mileto, uma cidade-Estado situada na parte sul da Jônia, hoje a costa mediterrânea da Turquia. Foi em Mileto que a primeira escola de filosofia pré-socrática floresceu. Sua origem marca o início da grande aventura intelectual que levaria, 2 mil anos depois, ao nascimento da ciência moderna. De acordo com Aristóteles, Tales de Mileto foi o fundador da filosofia ocidental.

      A reputação de Tales era legendária. Usando seu conhecimento astronômico e meteorológico (provavelmente herdado dos babilônios), ele previu uma excelente colheita de azeitonas com um ano de antecedência. Sendo um homem prático, conseguiu dinheiro para alugar todas as prensas de azeite de oliva da região e, quando chegou o verão, os produtores de azeite de oliva tiveram que pagar a Tales pelo uso das prensas, que acabou fazendo uma fortuna.

      Supostamente, Tales também previu um eclipse solar que ocorreu no dia 28 de maio de 585 a.C., que efetivamente causou o fim da guerra entre os lídios e os persas. Quando lhe perguntaram o que era difícil, Tales respondeu: “Conhecer a si próprio”. Quando lhe perguntaram o que era fácil, respondeu: “Dar conselhos”. Não é à toa que era considerado um dos Sete Homens Sábios da Grécia Antiga. No entanto, nem sempre ele era prático. Um dia, perdido em especulações abstratas, Tales caiu dentro de um poço. Esse acidente aparentemente feriu os sentimentos de uma jovem escrava que estava em frente ao poço, a qual comentou, de modo sarcástico, que Tales estava tão preocupado com os céus que nem conseguia ver as coisas que estavam a seus pés.

                                                             (A dança do universo, 2006. Adaptado.)

A
adjunto adnominal.
B
adjunto adverbial.
C
sujeito.
D
objeto indireto.
E
objeto direto.
6b7cedc8-24
PUC-GO 2015 - Português - Funções morfossintáticas da palavra QUE

Sobre as funções da palavra “que”, no Texto 2, assinale a alternativa correta:

TEXTO 2

                                          VI

      Para entenderes bem o que é a morte e a vida, basta contar-te como morreu minha avó.

      — Como foi?

      — Senta-te.

      Rubião obedeceu, dando ao rosto o maior interesse possível, enquanto Quincas Borba continuava a andar.

      — Foi no Rio de Janeiro, começou ele, defronte da Capela Imperial, que era então Real, em dia de grande festa; minha avó saiu, atravessou o adro, para ir ter à cadeirinha, que a esperava no Largo do Paço. Gente como formiga. O povo queria ver entrar as grandes senhoras nas suas ricas traquitanas. No momento em que minha avó saía do adro para ir à cadeirinha, um pouco distante, aconteceu espantar-se uma das bestas de uma sege; a besta disparou, a outra imitou-a, confusão, tumulto, minha avó caiu, e tanto as mulas como a sege passaram-lhe por cima. Foi levada em braços para uma botica da Rua Direita, veio um sangrador, mas era tarde; tinha a cabeça rachada, uma perna e o ombro partidos, era toda sangue; expirou minutos depois.

      — Foi realmente uma desgraça, disse Rubião.

      — Não.

      — Não?

      — Ouve o resto. Aqui está como se tinha passado o caso. O dono da sege estava no adro, e tinha fome, muita fome, porque era tarde, e almoçara cedo e pouco. Dali pôde fazer sinal ao cocheiro; este fustigou as mulas para ir buscar o patrão. A sege no meio do caminho achou um obstáculo e derribou-o; esse obstáculo era minha avó. O primeiro ato dessa série de atos foi um movimento de conservação: Humanitas tinha fome. Se em vez de minha avó, fosse um rato ou um cão, é certo que minha avó não morreria, mas o fato era o mesmo; Humanitas precisa comer. Se em vez de um rato ou de um cão, fosse um poeta, Byron ou Gonçalves Dias diferia o caso no sentido de dar matéria a muitos necrológios; mas o fundo subsistia. O universo ainda não parou por lhe faltarem alguns poemas mortos em flor na cabeça de um varão ilustre ou obscuro; mas Humanitas (e isto importa, antes de tudo) Humanitas precisa comer.

      Rubião escutava, com a alma nos olhos, sinceramente desejoso de entender; mas não dava pela necessidade a que o amigo atribuía a morte da avó. Seguramente o dono da sege, por muito tarde que chegasse à casa, não morria de fome, ao passo que a boa senhora morreu de verdade, e para sempre. Explicou-lhe, como pôde, essas dúvidas, e acabou perguntando-lhe:

      — E que Humanitas é esse?

      — Humanitas é o princípio. Mas não, não digo nada, tu não és capaz de entender isto, meu caro Rubião; falemos de outra coisa.

      — Diga sempre.

      Quincas Borba, que não deixara de andar, parou alguns instantes.

      — Queres ser meu discípulo?

      — Quero.

      — Bem, irás entendendo aos poucos a minha filosofia; no dia em que a houveres penetrado inteiramente, ah! nesse dia terás o maior prazer da vida, porque não há vinho que embriague como a verdade. Crê-me, o Humanitismo é o remate das coisas; e eu, que o formulei, sou o maior homem do mundo. Olha, vês como o meu bom Quincas Borba está olhando para mim? Não é ele, é Humanitas...

      — Mas que Humanitas é esse?

      — Humanitas é o principio. Há nas coisas todas certa substância recôndita e idêntica, um princípio único, universal, eterno, comum, indivisível e indestrutível, — ou, para usar a linguagem do grande Camões:

      Uma verdade que nas coisas anda,

      Que mora no visíbil e invisíbil. 

      Pois essa sustância ou verdade, esse princípio indestrutível é que é Humanitas. Assim lhe chamo, porque resume o universo, e o universo é o homem. Vais entendendo?

      — Pouco; mas, ainda assim, como é que a morte de sua avó...

      — Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o carácter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

      — Mas a opinião do exterminado?

      — Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água. Os indivíduos são essas bolhas transitórias.

      — Bem; a opinião da bolha...

      — Bolha não tem opinião. Aparentemente, há nada mais contristador que uma dessas terríveis pestes que devastam um ponto do globo? E, todavia, esse suposto mal é um benefício, não só porque elimina os organismos fracos, incapazes de resistência, como porque dá lugar à observação, à descoberta da droga curativa. A higiene é filha de podridões seculares; devemo-la a milhões de corrompidos e infectos. Nada se perde, tudo é ganho. Repito, as bolhas ficam na água. Vês este livro? É Dom Quixote. Se eu destruir o meu exemplar, não elimino a obra, que continua eterna nos exemplares subsistentes e nas edições posteriores. Eterna e bela, belamente eterna, como este mundo divino e supradivino.

(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. 18. ed. São Paulo: Ática, 2011. p. 26-28.)

A
Em “seguramente o dono da sege [...] não morria de fome, ao passo que a boa senhora morreu de verdade”, a palavra “que” introduz, por ela mesma, uma oração subordinada que explica a relação de oposição entre a vitalidade de uma pessoa e a morte de outra no texto por meio de um fato.
B
Em “Crê-me, o Humanitismo é o remate das coisas; e eu, que o formulei, sou o maior homem do mundo”, a palavra “que” substitui o nome “Humanitismo” com o objetivo de evitar repetições desnecessárias no decorrer do texto, garantindo-lhe coesão.
C
Em “mas que Humanitas é esse?”, a palavra “que” tem a função de omitir o significado real da palavra “Humanitas” por meio de uma pergunta, com o propósito de causar suspense e, consequentemente, seduzir o leitor a ler toda a obra.
D
Em “has de lembrar-te que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água”, a palavra “que” introduz o complemento oracional do verbo ‘lembrar’. Esse complemento é esclarecedor do fundamento da filosofia humanitista de que, quando duas expansões se encontram, há conservação de uma delas e eliminação da outra.
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FGV 2015 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes relativos, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Preposições, Redação - Reescritura de texto, Morfologia, Morfologia - Pronomes

Das seguintes propostas de substituição para o trecho sublinhado em “os poucos de que dispomos”, a única que requer o uso de preposição antes do pronome “que”, tal como ocorre no referido trecho, é:  

                 À margem de Memórias de um sargento de milícias

      É difícil associar à impressão deixada por essa obra divertida e leve a ideia de um destino trágico. Foi, entretanto, o que coube a Manuel Antônio de Almeida, nascido em 1831 e morto em 1861. A simples justaposição dessas duas datas é bastante reveladora: mais alguns dados, os poucos de que dispomos, apenas servem para carregar nas cores, para tornar a atmosfera do quadro mais deprimente. Que é que cabe num prazo tão curto?

      Uma vida toda em movimento, uma série tumultuosa de lutas, malogros e reerguimentos, as reações de uma vontade forte contra os golpes da fatalidade, os heroicos esforços de ascensão de um self-made man esmagado pelas circunstâncias. Ignoramos quase totalmente seus começos de menino pobre, mas talvez seja possível reconstruí-los em parte pelas cenas tão vivas em que apresenta o garoto Leonardo lançado de chofre nas ruas pitorescas da indolente cidadezinha que era o Rio daquela época. Basta enumerar todas as profissões que o escritor exerceu em seguida para adivinhar o ambiente. Estudante na Escola de Belas-Artes e na Faculdade de Medicina, jornalista e tradutor, membro fundador da Sociedade das Belas-Artes, administrador da Tipografia Nacional, diretor da Academia Imperial da Ópera Nacional, Manuel Antônio provavelmente não se teria candidatado ainda a uma cadeira da Assembleia Provincial se suas ocupações sucessivas lhe garantissem uma renda proporcional ao brilho de seus títulos. Achava-se justamente a caminho da “sua” circunscrição, quando, depois de tantos naufrágios no sentido figurado, pereceu num naufrágio concreto, deixando saudades a um reduzido círculo de amigos, um medíocre libreto de ópera e algumas traduções, do francês, de romances de cordel, aos pesquisadores de curiosidade, e as Memórias de um sargento de milícias ao seu país.

                                     Paulo Rónai, Encontros com o Brasil. Rio de Janeiro:

                                                                                   Edições de Janeiro, 2014. 

A
que podemos nos valer.
B
que resgatamos.
C
que sobrevivem.
D
que nos restam.
E
que podemos consultar.
9139f95f-80
UDESC 2011 - Português - Por que- porque/ porquê/ por quê, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Problemas da língua culta

Por meio das falas e rubricas apresentadas na peça O pagador de promessas, Dias Gomes procurou evidenciar alguns problemas socioculturais da vida brasileira.
Analise o diálogo abaixo e escolha os operadores que o completam de acordo com as recomendações da língua escrita. 
Sacristão: Também ________ a senhora vem logo na missa das seis? ________ não vem mais tarde? Beata: ________quero. ________ não é da sua conta. (Aponta para a cruz.) ________ é isso? Sacristão: Isso o ________ ? [...] Sacristão: (Apura a vista.) Ah, sim... agora percebo... É uma cruz de madeira... e parece . ________ há um homem dormindo junto dela. Beata: Vista prodigiosa a sua! Claro .............. é uma cruz de madeira e que há um homem junto dela . O ________ eu quero saber é a razão disso. Sacristão: Não sei. Como quer que eu saiba? ________ a senhora não pergunta a ele? GOMES, Dias. O pagador de promessas. 50ª ed. Rio de Janeiro: Bertranda Brasil, 2009, p. 52-53. 

Assinale a alternativa que completa corretamente os espaços, de cima para baixo.

A
porque – Por que – Por que – Porque – Que – que – que – que – quê – Por que
B
 porque – Porque – Porquê – Por que – Que – quê – que – quê – que – Porque
C
por que – Porquê – Porque – Porque – Quê – quê – que – que – quê – Por quê
D
 por que – Por que – Por que – Porquê – Quê – que – quê – que – que – Porquê
E
por que – Por que – Porque – Porque – Que – quê – que – que – que – Por que
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UNESP 2010 - Português - Funções morfossintáticas da palavra QUE

Em todos esses contextos, o relativo que exerce a mesma função sintática nas orações de que faz parte. Indique-a.

Instrução: A questão  toma por base o seguinte fragmento do diálogo Fedro, de Platão (427-347 a.C.).

                                                                        Fedro

SÓCRATES: – Vamos então refletir sobre o que há pouco estávamos discutindo; examinaremos o que seja recitar ou escrever bem um discurso, e o que seja recitar ou escrever mal.

FEDRO: – Isso mesmo.

SÓCRATES: – Pois bem: não é necessário que o orador esteja bem instruído e realmente informado sobre a verdade do assunto de que vai tratar?

FEDRO: – A esse respeito, Sócrates, ouvi o seguinte: para quem quer tornar-se orador consumado não é indispensável conhecer o que de fato é justo, mas sim o que parece justo para a maioria dos ouvintes, que são os que decidem; nem precisa saber tampouco o que é bom ou belo, mas apenas o que parece tal – pois é pela aparência que se consegue persuadir, e não pela verdade.

SÓCRATES: – Não se deve desdenhar, caro Fedro, da palavra hábil, mas antes refletir no que ela significa. O que acabas de dizer merece toda a nossa atenção.

FEDRO: – Tens razão.

SÓCRATES: – Examinemos, pois, essa afirmação.

FEDRO: – Sim.

SÓCRATES: – Imagina que eu procuro persuadir-te a comprar um cavalo para defender-te dos inimigos, mas nenhum de nós sabe o que seja um cavalo; eu, porém, descobri por acaso uma coisa: “Para Fedro, o cavalo é o animal doméstico que tem as orelhas mais compridas”...

FEDRO: – Isso seria ridículo, querido Sócrates.

SÓCRATES: – Um momento. Ridículo seria se eu tratasse seriamente de persuadir-te a que escrevesses um panegírico do burro, chamando-o de cavalo e dizendo que é muitíssimo prático comprar esse animal para o uso doméstico, bem como para expedições militares; que ele serve para montaria de batalha, para transportar bagagens e para vários outros misteres.

FEDRO: – Isso seria ainda ridículo.

SÓCRATES: – Um amigo que se mostra ridículo não é preferível ao que se revela como perigoso e nocivo?

FEDRO: – Não há dúvida.

SÓCRATES: – Quando um orador, ignorando a natureza do bem e do mal, encontra os seus concidadãos na mesma ignorância e os persuade, não a tomar a sombra de um burro por um cavalo, mas o mal pelo bem; quando, conhecedor dos preconceitos da multidão, ele a impele para o mau caminho,– nesses casos, a teu ver, que frutos a retórica poderá recolher daquilo que ela semeou?

FEDRO: – Não pode ser muito bom fruto.

SÓCRATES: – Mas vejamos, meu caro: não nos teremos excedido em nossas censuras contra a arte retórica? Pode suceder que ela responda: “que estais a tagarelar, homens ridículos? Eu não obrigo ninguém – dirá ela – que ignore a verdade a aprender a falar. Mas quem ouve o meu conselho tratará de adquirir primeiro esses conhecimentos acerca da verdade para, depois, se dedicar a mim. Mas uma coisa posso afirmar com orgulho: sem as minhas lições a posse da verdade de nada servirá para engendrar a persuasão”.

FEDRO: – E não teria ela razão dizendo isso?

SÓCRATES: – Reconheço que sim, se os argumentos usuais provarem que de fato a retórica é uma arte; mas, se não me engano, tenho ouvido algumas pessoas atacá-la e provar que ela não é isso, mas sim um negócio que nada tem que ver com a arte. O lacônio declara: “não existe arte retórica propriamente dita sem o conhecimento da verdade, nem haverá jamais tal coisa”.

(Platão. Diálogos. Porto Alegre: Editora Globo, 1962.).

... para quem quer tornar-se orador consumado não é indispensável conhecer o que de fato é justo, mas sim o que parece justo para a maioria dos ouvintes, que são os que decidem; nem precisa saber tampouco o que é bom ou belo, mas apenas o que parece tal ...

Neste trecho da tradução da segunda fala de Fedro, observa-se uma frase com estruturas oracionais recorrentes, e por isso plena de termos repetidos, sendo notável, a este respeito, a retomada do demonstrativo o e do pronome relativo que em que de fato é justo, o que parece justo, os que decidem, o que é bom ou belo, o que parece tal.
A
Sujeito.
B
Predicativo do sujeito.
C
Adjunto adnominal.
D
Objeto direto.
E
Objeto indireto.