Com base no trecho “Eles acreditam que o passado precisa estar à frente, pois é algo que já não visualizamos.
E o futuro, desconhecido, fica atrás, como se estivéssemos de costas para ele”, considere as afirmativas a
seguir.
I. No primeiro período, há uma oração coordenada explicativa.
II. A oração subordinada adjetiva “desconhecido” é reduzida de particípio.
III. As duas ocorrências da palavra “que” apontam para classes diferentes.
IV. O conectivo “como se” equivale semanticamente a “assim como”.
Assinale a alternativa correta.
Com base no trecho “Eles acreditam que o passado precisa estar à frente, pois é algo que já não visualizamos. E o futuro, desconhecido, fica atrás, como se estivéssemos de costas para ele”, considere as afirmativas a seguir.
I. No primeiro período, há uma oração coordenada explicativa.
II. A oração subordinada adjetiva “desconhecido” é reduzida de particípio.
III. As duas ocorrências da palavra “que” apontam para classes diferentes.
IV. O conectivo “como se” equivale semanticamente a “assim como”.
Assinale a alternativa correta.
“Tem uma frase boa que diz: uma língua é um dialeto com exércitos. Um idioma só morre se não tiver poder
político”, explica Bruno L’Astorina, da Olimpíada Internacional de Linguística. E não dá para discordar. Basta
pensar na infinidade de idiomas que existiam no Brasil (ou em toda América Latina) antes da chegada dos
europeus – hoje são apenas 227 línguas vivas no país. Dominados, os índios perderam sua língua e cultura.
O latim predominava na Europa até a queda do Império Romano. Sem poder, as fronteiras perderam força, os
germânicos dividiram as cidades e, do latim, surgiram novos idiomas. Por outro lado, na Espanha, a poderosa
região da Catalunha ainda mantém seu idioma vivo e luta contra o domínio do espanhol.
Não é à toa que esses povos insistem em cuidar de seus idiomas. Cada língua guarda os segredos e o jeito
de pensar de seus falantes. “Quando um idioma morre, morre também a história. O melhor jeito de entender
o sentimento de um escravo é pelas músicas deles”, diz Luana Vieira, da Olimpíada de Linguística. Veja pelo
aimará, uma língua falada por mais de 2 milhões de pessoas da Cordilheira dos Andes. Nós gesticulamos
para trás ao falar do passado. Esses povos fazem o contrário. “Eles acreditam que o passado precisa estar
à frente, pois é algo que já não visualizamos. E o futuro, desconhecido, fica atrás, como se estivéssemos de
costas para ele”, explica.
CASTRO, Carol. Blá-blá-blá sem fim. Galileu, ed. 317, dez. 2017, p. 31.
“Tem uma frase boa que diz: uma língua é um dialeto com exércitos. Um idioma só morre se não tiver poder político”, explica Bruno L’Astorina, da Olimpíada Internacional de Linguística. E não dá para discordar. Basta pensar na infinidade de idiomas que existiam no Brasil (ou em toda América Latina) antes da chegada dos europeus – hoje são apenas 227 línguas vivas no país. Dominados, os índios perderam sua língua e cultura. O latim predominava na Europa até a queda do Império Romano. Sem poder, as fronteiras perderam força, os germânicos dividiram as cidades e, do latim, surgiram novos idiomas. Por outro lado, na Espanha, a poderosa região da Catalunha ainda mantém seu idioma vivo e luta contra o domínio do espanhol.
Não é à toa que esses povos insistem em cuidar de seus idiomas. Cada língua guarda os segredos e o jeito de pensar de seus falantes. “Quando um idioma morre, morre também a história. O melhor jeito de entender o sentimento de um escravo é pelas músicas deles”, diz Luana Vieira, da Olimpíada de Linguística. Veja pelo aimará, uma língua falada por mais de 2 milhões de pessoas da Cordilheira dos Andes. Nós gesticulamos para trás ao falar do passado. Esses povos fazem o contrário. “Eles acreditam que o passado precisa estar à frente, pois é algo que já não visualizamos. E o futuro, desconhecido, fica atrás, como se estivéssemos de costas para ele”, explica.
CASTRO, Carol. Blá-blá-blá sem fim. Galileu, ed. 317, dez. 2017, p. 31.
Gabarito comentado
Gabarito: D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
Tema central: Análise sintática e morfossintática – foco em orações coordenadas explicativas, orações subordinadas adjetivas reduzidas de particípio, funções da palavra “que” e interpretação semântica de conectivos.
Justificativas:
I – Oração coordenada explicativa: A conjunção “pois” introduz uma oração coordenada explicativa, esclarecendo o motivo da crença. Regra clássica apresentada por Cunha & Cintra: “Orações coordenadas explicativas justificam a ideia da oração anterior, normalmente usando ‘pois’, ‘porque’, ‘porquanto’”.
II – Oração adjetiva reduzida de particípio: Em “o futuro, desconhecido, fica atrás...”, o termo destacado é o particípio do verbo “desconhecer”, funcionando como oração adjetiva reduzida, caracterizando o substantivo “futuro” (cf. Bechara, Moderna Gramática).
III – Funções morfossintáticas do “que”: No trecho, há duas ocorrências de “que” com funções distintas: no primeiro, atua como conjunção integrante (“Eles acreditam que o passado...”); no segundo, como pronome relativo (“algo que já não visualizamos”). Essa diversidade de funções é recorrente em provas! Estratégia: sempre retorne ao texto para verificar a relação do “que” com os termos vizinhos.
Análise das incorretas:
IV – “Como se”: Não equivale a “assim como”. “Como se” indica comparação hipotética, irreal ou suposta; já “assim como” expressa comparação real. Pasquale indica: trocar as expressões altera o sentido do período.
Pegadinha: Atenção às generalizações! Conectivos semelhantes não são necessariamente equivalentes.
Resumo das estratégias:
- Sempre localize no texto os conectivos e observe sua função contextual.
- Releia orações reduzidas e classifique o verbo para identificar a construção.
- Veja como a palavra “que” está ligada ao resto da oração: função de ligação (conjunção) ou retomada (pronome relativo)?
Dominar essas relações, como indicam Bechara e Cunha & Cintra, é fundamental para provas de alto nível.
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