Em relação à partícula “que” em “Eu estou fazendo uma coisa que amo” e “eu digo que estou no período
fetal”, considere as afirmativas a seguir.
I. O primeiro “que” é um pronome relativo e retoma o termo “coisa”.
II. O segundo “que” é uma conjunção subordinativa substantiva objetiva direta.
III. O primeiro “que” inicia uma oração subordinada adverbial causal.
IV. O segundo “que” é um pronome relativo e retoma a forma verbal “estou”.
Assinale a alternativa correta.
Em relação à partícula “que” em “Eu estou fazendo uma coisa que amo” e “eu digo que estou no período fetal”, considere as afirmativas a seguir.
I. O primeiro “que” é um pronome relativo e retoma o termo “coisa”.
II. O segundo “que” é uma conjunção subordinativa substantiva objetiva direta.
III. O primeiro “que” inicia uma oração subordinada adverbial causal.
IV. O segundo “que” é um pronome relativo e retoma a forma verbal “estou”.
Assinale a alternativa correta.
Leia o texto a seguir e responda à questão. Entalhando a felicidade“Madeira é um elemento que tem que ser respeitado. Eu nasci numa casa de madeira, me criei numa
casa de madeira. Ela era feita com árvores retiradas dali, da região”, conta José Belaque, 63. O artesão
expõe suas peças no Calçadão de Londrina, esquina com Hugo Cabral, de segunda a sexta. Após
uma vida dedicada ao trabalho contínuo e sistemático, Belaque parece ter encontrado, na madeira, a
felicidade.
As peças são criadas para discursar. Os móveis para bonecas obedecem à arte vitoriana, período que
estudou em um trabalho como guia turístico. Formas, desenhos, cores, tudo leva ao passado. “A minimização, ou seja, a cozinha do adulto que tinha nas fazendas, agora é feita para as bonecas. A criança
vai aprendendo, por meio do brinquedo, a história”, afirma.
História na expressão e na própria madeira. “Isso tudo é um resgate. Foi uma árvore que deu frutos,
sombra, conforto e de repente ela se torna um elemento positivo”, defende. “Quando eu era criança, não
tinha indústria de brinquedos e a gente queria brincar. Então, os avós e pais construíam os brinquedos
de uma forma artesanal. Eu quis voltar num tempo em que se construíam os brinquedos, elementos
decorativos e móveis dentro de casa”, afirma.
Há quatro anos, tomou a decisão de viver da arte após a constatação de ter realizado bons trabalhos
em sua carreira, já satisfeito com o ponto aonde tinha chegado. A oficina funciona no fundo da casa de
Belaque. “Eu estou fazendo uma coisa que amo fazer, na hora em que tenho interesse, então eu digo
que estou no período fetal. Eu almoço quando tenho fome, levanto quando o corpo pede, trabalho e me
estendo até de madrugada quando estou empolgado”, sorri.
E vai criando conforme suas crenças e constatações expressas na madeira. Recicladas e não recicladas, afirma usar mais o pínus por questão de respeito e custo. As madeiras de primeira linha que possui
são controladas e faz questão de afirmar: “Eu só trabalho com aquelas que têm o selo de controle, se
não tiver eu não aceito, não compro. Não dou força para criar-se esse comércio”, argumenta.
No fim, o resultado é a felicidade baseada no respeito pela natureza, pela arte e pela sua história. “Dinheiro é maravilhoso, mas chega um período em que ele não é mais tão importante, porque a felicidade
não é o dinheiro que traz. É você realizar aquilo que gosta de fazer. Isso é felicidade”, acredita.
(Adaptado de: GONÇALVES, É. Entalhando a felicidade. Londrina: Folha de Londrina, Folha Mais, 26 e 27 de maio de 2018, p.
1).
Gabarito comentado
Tema central: Funções morfossintáticas da palavra “que”
A questão exige reconhecer as funções que o termo “que” pode desempenhar: ora pronome relativo, ora conjunção integrante. Para responder, devemos analisar o papel do “que” em diferentes contextos da norma-padrão.
Afirmativa I: Correta. Em “Eu estou fazendo uma coisa que amo”, o “que” retoma o termo “coisa” (substantivo), formando uma oração subordinada adjetiva. Pronomes relativos são conectores que substituem ou retomam um substantivo antecedente. Bechara (Moderna Gramática Portuguesa) destaca: “O pronome relativo liga a oração subordinada ao termo antecedente”.
Afirmativa II: Correta. Em “eu digo que estou no período fetal”, o “que” introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta, completando o sentido do verbo “digo”. Aqui, o “que” tem função de conjunção integrante, pois integra a oração que funciona como objeto direto. Cunha & Cintra observam que: “Conjunções integrantes introduzem orações subordinadas substantivas, funcionando como objeto, sujeito etc.”
Afirmativa III: Incorreta. O primeiro “que” não inicia oração adverbial causal. Trata-se de oração adjetiva, pois caracteriza o substantivo “coisa”. A oração causal geralmente se inicia por “porque”, “já que”, “visto que”, entre outros.
Afirmativa IV: Incorreta. O segundo “que” não é pronome relativo: não retoma “estou” (um verbo), mas sim introduz a oração substantiva, atuando como conjunção integrante.
Alternativa correta: letra A (Somente as afirmativas I e II são corretas).
Estratégia para provas: Sempre observe o termo anterior ao “que”. Se for substantivo e o “que” puder ser trocado por “o qual”, “a qual”, é pronome relativo. Se o “que” introduz uma oração com função de sujeito ou objeto do verbo de que depende, trata-se de conjunção integrante.
Referências: Bechara, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Cunha & Cintra. Nova Gramática do Português Contemporâneo.
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