Questõessobre Funções morfossintáticas da palavra QUE
Entre as orações abaixo, assinaladas de (a) a (d) no texto, identifique a única em que a
palavra “que” tem função diferente das demais:
Deuses e Demônios.
A possessão constituía um fenômeno familiar no mundo grego. Gente de todas as camadas sociais consultava o oráculo de Apolo, em Delfos, onde a pitonisa, em transe, oferecia respostas – por vezes enigmáticas e ambíguas – às questões apresentadas. O domínio dos corpos pela divindade era habitual nos rituais sagrados, como o de Dionísio, (a)que deu origem ao teatro. Por sua vez, Platão chegou a afirmar (b)que muitos poetas criavam sob o domínio das Musas e de outras deidades, sem controle sobre as palavras proferidas.
Milênios depois, os principais estudiosos do psiquismo empreenderam o exame da possessão. Jung, por exemplo, abordou o fenômeno já na sua tese de doutoramento, focalizando o caso de uma adolescente (c)que dizia “receber” o espírito do avô já falecido. Mais tarde, o criador da psicologia analítica desenvolveria o conceito de arquétipos – representações inatas e específicas da humanidade (d)que são o correspondente psíquico dos instintos –, que se revelaria de enorme valor no estudo das mais diversas manifestações culturais. O culto a Dionísio, por exemplo, foi considerado um arquétipo da fertilidade humana. O pensador suíço também escreveu sobre o oráculo de Delfos, relacionando a obscuridade das respostas com as mensagens ambíguas do inconsciente.
O cenário da possessão esteve igualmente presente no desenvolvimento de outro conceito junguiano fundamental: os complexos, “ilhas de fantasia” psíquicas (e)que atuam sobre o eu e chegam a dominá-lo. Tornam-se nocivos quando ganham autonomia, sem se integrar à estrutura do psiquismo; Jung chegou a comparar o controle do eu pelos complexos autônomos com a noção medieval de possessão demoníaca (Mente, Cérebro e Filosofia, nº1, Duetto)
Leia o poema Gato que brincas na rua, de Fernando
Pessoa.
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Fernando Pessoa, Obra Poética.
No poema de Fernando Pessoa, o eu lírico lamenta-se sobre a sua condição de humano que o
obriga a um angustiante questionamento sobre
si mesmo contrariamente à condição do gato,
que, por não ter consciência da sua natureza,
vive apenas em função de sensações e instintos e
não fica sujeito a crises de identidade.
Analise o verso “Gato que brincas na rua”
A palavra “que” constante no verso, pode ser
classificada como
Leia o poema Gato que brincas na rua, de Fernando Pessoa.
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Fernando Pessoa, Obra Poética.
No poema de Fernando Pessoa, o eu lírico lamenta-se sobre a sua condição de humano que o obriga a um angustiante questionamento sobre si mesmo contrariamente à condição do gato, que, por não ter consciência da sua natureza, vive apenas em função de sensações e instintos e não fica sujeito a crises de identidade.
Analise o verso “Gato que brincas na rua”
A palavra “que” constante no verso, pode ser
classificada como
Assinale a alternativa na qual o termo sublinhado tem valor de substantivo.
Assinale a alternativa em que a palavra que é uma conjunção integrante introduzindo uma oração
subordinada substantiva objetiva direta.
Assinale a alternativa que classifica corretamente a
forma grifada em: “...que poderia expressar a mudança
já realizada” (linhas 06-07).
Adaptado de: ARIAS, Juan. O mundo das mulheres tem que fazer a revolução da linguagem. El país.
Disponível em:
Com base no texto 02, responda à questão.
Assinale a alternativa em que a classe gramatical do conectivo que é a mesma do sublinhado na frase:
“lembram que grande parte desse gás tem origem na concentração de vapor de água (linhas 04-05).
Há correlação entre a função sintática do que (v.8) e a do termo
transcrito em:
Observe os elementos destacados na passagem: “Sempre passo no curral antes do manejo, observo tudo, dizem
que tenho olho biônico, e ela notou uma coisa que eu não tinha visto”, presente no primeiro parágrafo.
As palavras destacadas exercem
Com base no texto e em seus conhecimentos sobre morfossintaxe, analise as
proposições abaixo, assinalando a alternativa correta.
Leia os trechos a seguir.
I. “[...] uma substância psicoativa que afeta a função e neurotransmissão cerebral, [...]” (1º§)
II. “[...] que possui propriedades intrínsecas capazes de levar à dependência.” (1º§)
III. “[...] circunstâncias que apelam ao consumo de bebidas alcoólicas, [...]” (2º§)
De acordo com as funções sintáticas que as palavras podem exercer, pode-se afirmar que:
As bebidas alcoólicas caracterizam-se por conter etanol, uma substância psicoativa que afeta a função e neurotransmissão cerebral, e que possui propriedades intrínsecas capazes de levar à dependência. De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 3,3 milhões de pessoas morrem anualmente devido ao consumo desmedido de álcool, sendo este a quarta maior causa de morte em todo o mundo.
Assinale a alternativa cujo “que” em destaque funcione como conjunção integrante, ou seja, tem a
função de introduzir oração subordinada substantiva.
Assinale a alternativa na qual o vocábulo que pertence à mesma classe gramatical
que em “(…) uso minhas mãos e os músculos do braço quando datilografo estas
páginas, que vou pensando” [9º parágrafo].
ASSINALE a alternativa em que o referente da palavra que, em destaque, está corretamente indicado.
Sobre os recursos linguísticos e textuais, assinale a afirmativa correta.
(CIPRO NETO, P. e INFANTE, U. Gramática da língua portuguesa. São Paulo: Scipione, 2003, p. 406.)
Em relação aos recursos lingüísticos e textuais, assinale a afirmativa correta.
Leia a tira abaixo e responda à questão.
Em “... confesso QUE nunca cheguei a me
impressionar...” (linhas 12-13), a classe gramatical do
termo sublinhado é
Leia o texto a seguir.
O MENINO E O INFINITO
Em “... o leito de mármore dos que ali dormem...”
(parte VII, linha 3), a classe gramatical do termo
sublinhado é
Leia o texto a seguir.
ANGELINA
I
É assim que emurchece a campainha dos vales; é assim que morre a abelha que não lhe encontra no seio o último favo de mel.
A alma da criança voara de seus lábios sorrindo e parecia adejar ainda em torno daquela cabeça emoldurada em ouro.
É que as almas das moças bonitas são como as mariposas da noite, amam as rosas mesmo depois que se esfolham.
E a dor prostrara a todos naquela casa, porque ninguém supunha que ela morresse; tão linda que era, tão cheia de vida!
A família não se animara a vê-la no leito de defunta.
Apenas de joelhos junto à cabeceira, chorava uma pobre escrava que a trouxera aos peitos, quando pequena, e chorava com a eloqüência dessas agonias maternais que não se explicam.
Era em vão que as lágrimas caíam sobre as mãos frias da criança; o sono dos que vão para o céu é tão suave que os próprios espíritos aprazem-se em fazê-lo eterno!
Nunca mais a alegria voltou à estância.
Durante um ano e mais, os escravos supersticiosos imaginavam ver a figura branca e vaporosa de Nhannhanzinha, altas horas da noite, voltear sorrindo por entre as cravinas e as rosas do canteiro grande ao pé da casa!
A função sintática da palavra sublinhada em Uma
notícia que dói! (v..40) é
LOBO DA COSTA, Francisco. Auras do sul. Rio Grande: Pinto & Cia, 1914.
Em "Dizia-se que o homenzinho arranjava causas para
advogados sem clientela ...," a palavra destacada
classifica-se gramaticalmente como
DR. FLORISMAL
Florismal!... Para Eugênio, aquele nome tinha um secreto encanto. Florismal aparecia quase todas as noites, chegava muito calmo, fumando o seu charuto de tostão e ia logo sentando na cadeira de balanço. Era um homem baixo, de cabelos ralos, quase calvo. No rosto gorducho e redondo, a barba forte era sempre uma sombra azulada, mesmo quando ele se escanhoava. Os dentes eram maus e miúdos. Florismal tinha uma voz macia e uma certa dignidade de estadista. Era um espírito conciliador e gabava-se de ter muita lábia. Nasci para advogado dizia. Se eu tivesse tido mais um pouco de juízo quando moço ... Calava-se, entortava a cabeça, batia a cinza do charuto e ficava em atitude sonhadora. Decerto a ver mentalmente o seu passado, os seus erros e uma carreira perdida. Ou então pensava apenas no efeito que aquelas palavras e aquela postura podiam estar produzindo nos interlocutores. A verdade era que amigos e conhecidos de Florismal sempre o chamavam para dar sentenças, e resolver questões. Diziase que o homenzinho arranjava causas para advogados sem clientela e ganhava com isso gordas comissões. Muito figurão tirava o chapéu ao cumprimentá-lo na rua. Florismal fazia até discursos políticos. Por isso tudo, os amigos lhe chamavam Dr. Florismal. A princípio, diziam doutor com uma pontinha de ironia. Florismal aceitava o título sorrindo, entre lisonjeado e divertido. Acabou ficando mesmo Dr. Florismal. Com o tempo, os amigos que gostavam dele esqueceram que aquilo era uma brincadeira e acabaram acreditando no título.
VERÍSSIMO, Érico. Olhai os lírios do campo. Rio de Janeiro:
Editora José Aguilar, 1966