ASSINALE a alternativa em que o referente da palavra que, em destaque, está corretamente indicado.
Texto III
Dependência Digital
Por Gabriela Cabral
A dependência digital é a busca incessante pela utilização da internet que age de forma semelhante à
dependência química, pois ocorre como consequência do uso prolongado da internet que, por sua vez,
proporciona prazer físico à pessoa. Tal prazer está relacionado a fatos e reações simples como downloads,
interatividades, e-mails, que em contato direto com o organismo originam descargas elétricas entre os
neurônios através da dopamina.
A dopamina é um neurotransmissor que antecede naturalmente a adrenalina e a noradrenalina que atuam
no organismo como estimulantes do sistema nervoso central. A dependência digital estimula a produção da
dopamina e provoca uma grande sensação de prazer resultando na busca por tais momentos.
Em pesquisa realizada no ano de 1997, pela pesquisadora Diane Wieland, dos Estados Unidos, foi afirmado
que o uso prolongado desta ferramenta facilitadora de buscas e pesquisas promove além do estado vicioso
de dependência, relacionamentos interpessoais baseados em fatores supérfluos e sem envolvimentos. Na
pesquisa, foi comprovado que pessoas que utilizam a internet em grande escala se tornam virtuais, pois
aderem a relacionamentos íntimos, de amizade e de competições virtuais transformando o próprio
organismo num organismo virtual.
A dependência digital provoca compulsão, depressão, TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), agitação,
irritabilidade, perda de sentimentos e perturbação. A perturbação está ligada às preocupações com a rede,
com o tempo em que está on-line, com a percepção de sua necessidade de permanecer na internet, o
distanciamento de amigos e familiares e ainda com o refúgio que a rede lhe proporciona diante de
problemas.
Do ponto de vista psicológico, a dependência digital é uma patologia e ocorre em alguns casos, não
acometendo todos os usuários. Quando se transforma em patologia, deve ser percebida e encaminhada
para um profissional competente para que esse auxilie o indivíduo na busca do autocontrole.
Fonte: DANTAS, Gabriela Cabral da Silva. "Dependência Digital"; Brasil Escola.Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/dependencia-digital.htm> .Acesso em 28 de julho de 2018.
Gabarito comentado
Tema central: Função morfossintática do pronome relativo “que” e a correta identificação de seu referente na oração subordinada adjetiva.
A questão testa sua habilidade de reconhecer para qual termo antecedente o pronome relativo “que” faz referência em orações adjetivas. Como destacam Cunha & Cintra, o pronome relativo “que” retoma um substantivo anterior e introduz oração que atribui uma característica, funcionando normalmente como sujeito ou objeto dessa oração subordinada.
Análise da alternativa correta (B):
Frase: “A dopamina é um neurotransmissor que antecede naturalmente a adrenalina e a noradrenalina que atuam no organismo como estimulantes do sistema nervoso central.”
No trecho destacado, “que” introduz a oração “que atuam no organismo como estimulantes...” e refere-se diretamente a “a adrenalina e a noradrenalina”. Se substituirmos “que” por estes termos, a frase conserva seu sentido: “a adrenalina e a noradrenalina atuam...”. Isso caracteriza o uso correto do pronome relativo, conforme a norma-padrão (“que” com valor de sujeito plural, concordando com o antecedente plural).
Análise das alternativas incorretas:
A) “que” = internet. — Correto quanto ao referente, mas não tão adequado quanto a opção B, que exige análise de contexto para garantir precisão na função sintática.
C) “que” = e-mails. — O trecho anterior traz “downloads, interatividades, e-mails”, todos no plural, por isso “que” refere-se ao conjunto desses elementos, e não apenas “e-mails”.
D) “que” = o uso. — Aqui, o “que” não é pronome relativo, mas conjunção integrante introduzindo oração subordinada substantiva. Portanto, não há referente nominal a ser identificado.
Dicas para provas: Verifique sempre o termo imediatamente anterior ao “que” e troque o “que” pelo possível antecedente. Atenção a substantivos compostos e a listas, pois o pronome relativo pode referir-se ao conjunto. Fique atento para não confundir conjunção integrante (sem referente) com pronome relativo (sempre retoma um substantivo).
Referência: Cunha, Celso & Cintra, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Bechara, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa.
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