Leia o poema Gato que brincas na rua, de Fernando
Pessoa.
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Fernando Pessoa, Obra Poética.
No poema de Fernando Pessoa, o eu lírico lamenta-se sobre a sua condição de humano que o
obriga a um angustiante questionamento sobre
si mesmo contrariamente à condição do gato,
que, por não ter consciência da sua natureza,
vive apenas em função de sensações e instintos e
não fica sujeito a crises de identidade.
Analise o verso “Gato que brincas na rua”
A palavra “que” constante no verso, pode ser
classificada como
Leia o poema Gato que brincas na rua, de Fernando Pessoa.
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Fernando Pessoa, Obra Poética.
No poema de Fernando Pessoa, o eu lírico lamenta-se sobre a sua condição de humano que o obriga a um angustiante questionamento sobre si mesmo contrariamente à condição do gato, que, por não ter consciência da sua natureza, vive apenas em função de sensações e instintos e não fica sujeito a crises de identidade.
Analise o verso “Gato que brincas na rua”
A palavra “que” constante no verso, pode ser
classificada como
Gabarito comentado
Tema central: A questão aborda o emprego e classificação da palavra “que” no contexto gramatical, mais especificamente sua função morfossintática em um verso do poema de Fernando Pessoa.
O enunciado testa o entendimento sobre pronomes relativos, elementos fundamentais da coesão textual, pois ligam uma oração a um termo antecedente, retomando-o e proporcionando informações adicionais sobre ele.
No verso analisado – “Gato que brincas na rua” –, o termo “que” retoma “gato” e introduz a oração “que brincas na rua”, caracterizando o substantivo antecedente. Segundo a norma-padrão:
“Os pronomes relativos são termos que retomam um antecedente e iniciam uma oração subordinada adjetiva, atribuindo-lhe características.” (Cunha & Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo).
Dentro da oração subordinada, o “que” exerce função de sujeito do verbo “brincas”.
Alternativa correta: B) pronome relativo
Justifica-se porque “que”:
- Retoma o termo antecedente “gato”;
- Introduz oração adjetiva que especifica o substantivo;
- Encaixa-se nas regras dos pronomes relativos: invariável, pode referir-se a pessoas ou coisas.
Análise das incorretas:
- A) conjunção integrante: Incorreto. Conjunções integrantes introduzem orações subordinadas substantivas (Acredito que virás.), o que não ocorre aqui.
- C) pronome demonstrativo: “Que” não indica posição ou demonstração; portanto, não é pronome demonstrativo.
- D) partícula expletiva: “Que” não é dispensável, nem serve de realce, como ocorre em frases com elementos expletivos.
- E) pronome oblíquo átono: Essa função só ocorre, por exemplo, em “me”, “te”, “lhe”, etc. “Que” jamais é considerado pronome oblíquo átono.
Dica de prova: Sempre identifique se o termo “que” retoma um substantivo (antecedente) e se inicia uma oração qualificadora (adjetiva); se sim, é um pronome relativo.
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