Questõessobre Figuras de Linguagem

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UNICENTRO 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

"Mar, belo mar selvagem

das nossas praias solitárias. Tigre

a que as brisas da terra o sono embalam

a que o vento do largo eriça o pelo.”

                                  (Vicente de Carvalho)



A palavra “Tigre”, em relação a ”mar selvagem”, representa uma imagem figurativa conhecida como

A
Catacrese.
B
Eufemismo.
C
Metáfora.
D
Prosopopeia.
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UNICENTRO 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Relacione as figuras de linguagem indicadas à direita com os seus respectivos exemplos, à esquerda, assinaladas com grifo.


1. Antítese

2. Antonomásia

3. Catacrese

4. Metáfora

5. Metonímia

6. Sinestesia


( ) Nascia o Sol, leão dourado, emoldurando a aurora.

( ) Vivemos um mundo de desencontros: uns caem, outros se levantam; uns creem em Deus, outros são ateus.

( ) O hóspede de Santa Helena se autonomeou Imperador da França.

( ) Ela, enfim, experimentou o doce e amargo de suas paixões.

( ) Só poderia estar muito alcoolizado para estacionar o carro na boca do Túnel Américo Simas.

( ) Os jovens devem ser orientados a ler Machado de Assis, um dos gênios da Literatura Universal. 



A alternativa correta, marcada de cima para baixo, é a


A
3 5 2 6 4 1
B
2 1 3 6 4 5
C
4 1 2 6 3 5
D
1 5 2 4 3 6
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UNICENTRO 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são importantes recursos expressivos recorridos pelo autor. No trecho: “Quando o entorno é conflagrado, a agressividade e a intimidação adentram as escolas – se não for pelas portas ou pelas janelas, será pelas frestas”. O termo em destaque pode ser considerado.

Leia o texto a seguir para responder a questão


O ambiente escolar é um excelente laboratório para a vida adulta de nossas crianças e adolescentes. Entre inúmeras virtudes, a escola desenvolve resiliência às frustrações e propicia a convivência com a diversidade, pois é um espaço de aprendizado e alegria.

Ademais, a escola tem legitimidade e autoridade intelectual e moral para ser um agente de transformação da comunidade na qual está inserida. Desgraçadamente, no entanto, não é isso que ocorre em uma boa parte de nossos estabelecimentos de ensino. Mesmo reconhecida por uma maioria como a “nova riqueza das nações”, a escola, no Brasil, tem sido exacerbadamente o espaço de frequentes agressões físicas e morais, muito acima da média mundial, como bem demonstram estatísticas comparativas internacionais.

Sem forças para reverter uma dura realidade boa parte de nossas escolas é um escoadouro das mazelas sociais e éticas. Destarte, vivenciam-se a violência física e o bullying, cuja frequência e intensidade indicam o quanto a escola está moralmente comprometida, como decorrência da falta de regras claras e de punição adequada, conflitos mal resolvidos e ausência de uma cultura mais humana no colégio ou em casa.

[...] Além disso, nos últimos anos temos passado por um agravamento de toda essa problemática, uma vez que o Brasil vivencia a imbricação de três graves crises: econômica, política e, a mais avassaladora delas, a crise moral. E, como professa Aristóteles, “o homem guiado pela ética é o melhor dos animais; quando sem ela, é o pior”.

Assim, quando os valores, virtudes, mérito, dedicação aos estudos e ao trabalho duro são relegados por uma boa parcela de nossos políticos e da população, cabe à pergunta: que força tem a escola para romper os grilhões de violências físicas e morais? Quando o entorno é conflagrado, a agressividade e a intimidação adentram as escolas – se não for pelas portas ou pelas janelas, será pelas frestas. E como estancar essa invasão indesejada e deletéria?[...] Um bom educador é comprometido com a sua comunidade escolar, pois ele carrega dentro de si a chama esplendorosa do entusiasmo em promover o ser humano nos espectros ético, cognitivo, social e espiritual. (Gazeta do Povo, Jacir J. Venturi, coordenador da Universidade Positivo, 10 set. 2017, com adaptações

A
Paradoxo
B
Antítese
C
Metáfora
D
Comparação
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UNICENTRO 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No trecho “Uma ínfima parcela da população pode se dar ao luxo de não ter que caçar seu mamute diariamente”, o termo em destaque, refere-se a

Leia o texto a seguir para responder a questão

      Um humano sai em busca de um mamute, persegue-o durante o dia, arma a emboscada e, depois de inúmeras tentativas, consegue matá-lo e abocanhar seu quinhão de carne.
      Em seguida, exausto, volta para casa com o firme propósito de deitar e rolar no tapete com o filho, contar historinhas repetitivas e ignorar a bronca merecida do pimpolho, pois, afinal, trata-se de um pai/mãe ausente o dia todo.
      Antes de dormir, ainda se verá no espelho com um olhar de feroz reprovação pela falta de tempo e de pique para a ginástica, para o sexo e para a vida social.
  Bem-vindo à geração cem por cento, que acredita que pode e deve dar conta de tudo e de fazer escolhas que não impliquem perdas.
      Uma aluna comentou esse fenômeno sabiamente: "Escolha sua perda!". Sim, é disso que se trata. Uma ínfima parcela da população pode se dar ao luxo de não ter que caçar seu mamute diariamente. Além disso, temos outras aspirações, que nos fazem mais do que caçadores, que nos fazem humanos.
  Ainda assim, somos assombrados pela ideia de que nossos filhos serão traumatizados pela nossa ausência. Aqui funciona a lógica de que pai e mãe são oxigênio, de que qualquer outro adulto cuidando deles será fatal. [...]
      Nossos filhos viverão em média 4 a 5 décadas mais do que nós -ou seja, os deixaremos órfãos, na melhor das hipóteses. Ausência fundamental que marca o sentido da parentalidade, pois acarreta criar sujeitos rumo à autonomia.
[...]
   Há, ainda, outras ausências, menos radicais do que a morte, com as quais devemos aprender a lidar. Ausentamonos trabalhando, amando outras pessoas, amando outras coisas e amando a nós mesmos. [...] Ninguém merece ser tudo para um pai ou uma mãe. Por outro lado, nenhum adulto merece criar uma criança sem ajuda, sem respiro, tendo que gostar de brincar por obrigação. [...]
      A tarefa parental é imensa e vitalícia. Será exercida por quem assumir essa responsabilidade radical, não cabendo aqui fazer diferença entre homens e mulheres, pais e mães. Quem tomar para si essa missão só poderá cumpri-la a partir de suas escolhas e consequentes perdas, sem fazer da parentalidade um poço de ressentimento e culpas, cuja conta quem paga são os filhos.
      Então, façamos a lição de casa. O que realmente é possível para cada família específica, para além de um mundo fantasioso no qual os pais se dedicariam integralmente aos filhos como se isso fosse bom para as crianças? Perguntemo-nos também o que é desejável para nós, pois a presença ressentida não passa desapercebida aos pequenos.
      Ao deixá-los com outros, sejam familiares ou profissionais, cabe assumir essa escolha, não valendo controlar à distância avós, babás e professores, o que é enlouquecedor. Enfim, escolha sua perda e aprenda a se ausentar.
(Folha de São Paulo, VERA IACONELLI, 10 set. 2017, com adaptações)
A
Uma aliteração, dados os efeitos sonoros.
B
Um eufemismo, já que pressupõe uma atenuação do impacto do conteúdo exposto.
C
Um paradoxo que faz alusão ao dilema enfrentado pelos pais.
D
Uma metáfora que faz alusão aos compromissos da vida diária.
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FUVEST 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

No texto de Sarapalha, constitui exemplo de personificação o seguinte trecho:

 


 Guimarães Rosa, Sagarana.

A
“No rio ninguém não anda” (L. 10).
B
“só a maleita é quem sobe e desce” (L. 10-11).
C
“O senhor já sabe as palavras todas de cabeça” (L. 17).
D
“e com a viola enfeitada de fitas” (L. 19).
E
“ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa” (L. 32).
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UECE 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

No poema O Açúcar, encontram-se figuras de linguagem como recursos que ampliam as possibilidades de construção do significado. Assim, relacionam-se, a seguir, trechos do poema a uma figura de linguagem. Considerando esse aspecto, atente para as seguintes afirmações:


I. Os versos “Vejo-o puro / e afável ao paladar / como beijo de moça, água / na pele, flor / que se dissolve na boca” (linhas 145-149) representam uma metáfora.

II. Os versos “Em usinas escuras, / homens de vida amarga / e dura / produziram este açúcar / branco e puro / com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.” (linhas 170-176) contêm antítese.

III. Os versos “Em lugares distantes, onde não há hospital / nem escola, / homens que não sabem ler e morrem de fome / aos 27 anos [...]” (linhas 163-167) apresentam eufemismo.


Estão corretas as assertivas contidas em

A
I e II apenas.
B
I e III apenas.
C
II e III apenas.
D
I, II e III.
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UNICENTRO 2016 - Português - Flexão verbal de número (singular, plural), Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Flexão verbal de pessoa (1ª, 2ª, 3ª pessoa), Morfologia - Verbos, Regência, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Funções morfossintáticas da palavra SE, Sintaxe, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre o poema, é correto afirmar:

ANDRADE, Carlos Drummond de. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar,

1964. p. 70.

A
As expressões “compor um poema” (v. 1) e “escrever um poema” (v. 2) são semanticamente opostas e possuem estruturas morfossintáticas diferentes.
B
O sujeito poético, nos versos 5 e 16, explora um recurso de linguagem conhecido por pleonasmo..
C
As formas verbais “declarou” (v.10) e “melhoram” (v. 13) apresentam a mesma conjugação verbal e a mesma exigência em relação à sua regência.
D
O “se” dos versos 14 e 17 exercem, respectivamente, funções morfossintáticas de elemento reflexivo e conectivo condicional.
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UNICENTRO 2016 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

A caracterização do amor e da amada, nos poemas I e II, comprova-se, respectivamente, com a utilização constante das figuras de linguagem denominadas de

TEXTO I.


SEUS OLHOS

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

De vivo luzir,

São meigos infantes, gentis, engraçados

Brincando a sorrir.

                              [...].

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

assim é que são.

Às vezes luzindo, serenos, tranquilos,

Às vezes vulcão!


Às vezes oh! Sim, derramam tão fraco,

Tão frouxo brilhar,

Que a mim me parece que o ar lhe falece.

E os olhos tão meigos, que o pranto umedece

Me fazem chorar.”


Dias, Gonçalves. Seus olhos. Disponível em:

http://www.vidaempoesia.com.br/goncalvesdias.htm.

Acesso em: 22 set.2016. Adaptado.



TEXTO II.

O GONDOLEIRO DO AMOR

Teus olhos são negros, negros
Como as noites sem luar...
São ardentes, são profundos,
Como o negrume do mar;
                  [...]
Teu seio é vaga dourada
Ao tíbio clarão da lua,
Que, ao murmúrio das volúpias,
Arqueja, palpita nua;

Como é doce, em pensamento,
Do teu colo no langor
Vagar, naufragar, perder-se
O Gondoleiro do amor!?
                   [...]
Por isso eu te amo, querida,
Quer no prazer, quer na dor...
Rosa! Canto! Sombra! Estrela!
Do Gondoleiro do amor.

ALVES, Castro. In: Presença da Literatura Brasileira: D
Romantismo ao Simbolismo. 9. ed. São Paulo: DIFEL, 198 p. 60-2..
Adaptado.
A
metáfora e gradação.
B
personificação e hipérbole.
C
comparação e assíndeto.
D
hipérbole e paradoxo.
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FUVEST 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O oxímoro é uma “figura em que se combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir‐se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam a expressão” (HOUAISS, 2001). No poema “Sonetilho do falso Fernando Pessoa”, o emprego dessa figura de linguagem ocorre em:

Carlos Drummond de Andrade.

Claro Enigma.


Ulisses


O mito é o nada que é tudo.

O mesmo sol que abre os céus

É um mito brilhante e mudo ‐ 

O corpo morto de Deus,

Vivo e desnudo.


Este, que aqui aportou,

Foi por não ser existindo.

Sem existir nos bastou.

Por não ter vindo foi vindo

E nos criou.


Assim a lenda se escorre

A entrar na realidade,

E a fecundá‐la decorre.

Em baixo, a vida, metade

De nada, morre.


Fernando Pessoa. Mensagem


*conversa íntima entre casais.

A
“Onde morri, existo” (L. 2).
B
“E das peles que visto / muitas há que não vi” (L. 3‐4).
C
“Desisto / de tudo quanto é misto / e que odiei ou senti” (L. 6‐8).
D
“à deusa que se ri / deste nosso oaristo” (L. 10‐11).
E
“mas não sou eu, nem isto” (L. 14).
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FGV 2015 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Embora tenha sido publicado em jornal, o texto contém recursos mais comuns na linguagem literária do que na jornalística. Exemplificam tais recursos a hipérbole e a metáfora, que ocorrem, respectivamente, nos seguintes trechos:

Para responder à questão, leia o seguinte texto, em que a autora, colunista de gastronomia, recorda cenas de sua infância: 


Uma tia-avó 


    Fico abismada de ver de quanta coisa não me lembro. Aliás, não me lembro de nada.
    Por exemplo, as férias em que eu ia para uma cidade do interior de Minas, acho que nem cidade era, era uma rua, e passava por Belo Horizonte, onde tinha uma tia-avó. 
    Não poderia repetir o rosto dela, sei que muito magra, vestido até o chão, fantasma em cinzentos, levemente muda, deslizando por corredores de portas muito altas. 
    O clima da casa era de passado embrulhado em papel de seda amarfanhado, e posto no canto para que não se atrevesse a voltar à tona. Nem um riso, um barulho de copos tinindo. Quem estava ali sabia que quanto menos se mexesse menor o perigo de sofrer. Afinal o mundo era um vale de lágrimas. 
    A casa dava para a rua, não tinha jardim, a não ser que você se aventurasse a subir uma escada de cimento, lateral, que te levava aos jardins suspensos da Babilônia. 
    Nem precisava ser sensível para sentir a secura, a geometria esturricada dos canteiros sob o céu de anil de Minas. Nada, nem uma flor, só coisas que espetavam e buxinhos com formatos rígidos e duras palmas e os urubus rodando alto, em cima, esperando… O quê? Segredos enterrados, medo, sentia eu destrambelhando escada abaixo. 
    Na sala, uma cristaleira antiga com um cacho enorme de uvas enroladas em papel brilhante azul. 
    Para mim, pareciam uvas de chocolate, recheadas de bebida, mas não tinha coragem de pedir, estavam lá ano após ano, intocadas. A avó, baixinho, permitia, “Quer, pode pegar”, com voz neutra, mas eu declinava, doida de desejo. 
    Das comidas comuns da casa, não me lembro de uma couvinha que fosse, não me lembro de empregadas, cozinheiras, sala de jantar, nada. 
    Enfim, Belo Horizonte para mim era uma terra triste, de mulheres desesperadas e mudas enterradas no tempo, chocolates sedutores e proibidos. Só valia como passagem para a roça brilhante de sol que me esperava. 

Nina Horta, Folha de S. Paulo, 17/07/2013. Adaptado.
A
“corredores de portas muito altas”; “fantasma em cinzentos”.
B
“vale de lágrimas”; “passado embrulhado em papel de seda”.
C
“doida de desejo”; “um barulho de copos tinindo”.
D
“mulheres desesperadas”; “sob o céu de anil de Minas”.
E
“roça brilhante de sol”; “chocolates sedutores e proibidos”.
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UNIFESP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Em “Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que só queria comer Van Gogh” (5° parágrafo), o cronista recorre à figura de linguagem denominada:

Leia a crônica “Inconfiáveis cupins”, de Moacyr Scliar, para responder à questão.

   Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido, pobre, atribuía todas suas frustrações ao artista holandês. Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador.
   Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de Van Gogh, onde quer que estivessem. Começaria pelas mais próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
   Seu plano era de uma simplicidade diabólica. Não faria como outros destruidores de telas que entram num museu armados de facas e atiram-se às obras, tentando destruí-las; tais insanos não apenas não conseguem seu intento, como acabam na cadeia. Não, usaria um método científico, recorrendo a aliados absolutamente insuspeitados: os cupins.
   Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessário treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para isso, recorreu a uma técnica pavloviana. Reproduções das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução açucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais obras de outras.
   Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que só queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso era o que importava.
   Conseguiu introduzir os cupins no museu e ficou à espera do que aconteceria. Sua decepção, contudo, foi enorme. Em vez de atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentação do prédio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram detectados.
   O homem ficou furioso. Nem nos cupins se pode confiar, foi a sua desconsolada conclusão. É verdade que alguns insetos foram encontrados próximos a telas de Van Gogh. Mas isso não lhe serviu de consolo. Suspeitava que os sádicos cupins estivessem querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a mesma coisa.
(O imaginário cotidiano, 2002.)
A
metonímia.
B
hipérbole.
C
eufemismo.
D
personificação.
E
pleonasmo.
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UNIFESP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Substantivos, Morfologia

Observa-se a elipse de um substantivo no trecho:

Leia a crônica “Inconfiáveis cupins”, de Moacyr Scliar, para responder à questão.

   Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido, pobre, atribuía todas suas frustrações ao artista holandês. Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador.
   Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de Van Gogh, onde quer que estivessem. Começaria pelas mais próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
   Seu plano era de uma simplicidade diabólica. Não faria como outros destruidores de telas que entram num museu armados de facas e atiram-se às obras, tentando destruí-las; tais insanos não apenas não conseguem seu intento, como acabam na cadeia. Não, usaria um método científico, recorrendo a aliados absolutamente insuspeitados: os cupins.
   Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessário treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para isso, recorreu a uma técnica pavloviana. Reproduções das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução açucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais obras de outras.
   Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que só queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso era o que importava.
   Conseguiu introduzir os cupins no museu e ficou à espera do que aconteceria. Sua decepção, contudo, foi enorme. Em vez de atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentação do prédio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram detectados.
   O homem ficou furioso. Nem nos cupins se pode confiar, foi a sua desconsolada conclusão. É verdade que alguns insetos foram encontrados próximos a telas de Van Gogh. Mas isso não lhe serviu de consolo. Suspeitava que os sádicos cupins estivessem querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a mesma coisa.
(O imaginário cotidiano, 2002.)
A
“Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso era o que importava” (5°parágrafo)
B
“Começaria pelas mais próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo” (2°parágrafo)
C
“Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de Van Gogh” (2° parágrafo)
D
“Seu plano era de uma simplicidade diabólica” (3° parágrafo)
E
“Reproduções das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução açucarada” (4° parágrafo)
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UFT 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia os minicontos, de Dalton Trevisan, para responder a QUESTÃO.

9
A menina ao pai divorciado:
- Pai. Me diga, pai.
- Sim, filhinha.
- Você já tem namorada?
- Não, ainda não.
- Sabe, pai...
- O que é?
-...minha mãe está livre.

27
O casal divorciado assim que a filha nasceu. Aos três anos, ela passa férias com o pai, morando noutra cidade. De volta, com a mãe, folheia um álbum de fotos.
- Olha só, mãe. Esse aqui com você...
Gritinho de espanto:
- Ei, você conhece meu pai!


Fonte: TREVISAN, Dalton. Pico na veia. Rio de Janeiro: Record, 2008, p. 13 e 34.




Considerando-se os dois minicontos, assinale a opção CORRETA.

A
Apresentam situações cotidianas, tendo predileção pelo fluxo de consciência.
B
Apresentam um cenário mítico, tendo predileção pela descrição do espaço urbano.
C
Apresentam um estilo marcante, tendo predileção pela linguagem concisa e elipses.
D
Apresentam uma galeria de personagens estereotipadas, tendo predileção pelo uso de nomes próprios.
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FUVEST 2016 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Dentre os recursos expressivos empregados no texto, tem papel preponderante

A
metonímia (uso de uma palavra fora do seu contexto semântico normal, com base na relação de contiguidade existente entre ela e o referente).
B
hipérbole (ênfase expressiva resultante do exagero da significação linguística).
C
alegoria (sequência de metáforas logicamente ordenadas).
D
sinestesia (associação de palavras ou expressões em que ocorre combinação de sensações diferentes numa só impressão).
E
prosopopeia (atribuição de sentimentos humanos ou de palavras a seres inanimados ou a animais).
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UERJ 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

No título Soneto da hora final, para revelar o tema do poema, recorre-se à figura de linguagem denominada:

O POEMA A SEGUIR FOI RETIRADO DO LIVRO DE SONETOS, DE VINICIUS DE MORAES ( Sâo Paulo: Companhia das letras, 2009).


A
eufemismo
B
metonímia
C
hipérbole
D
ironia
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UERJ 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Com base nas ideias apresentadas no texto, a metáfora um raro malabarista (l. 22) sugere que o poeta articula os seguintes aspectos em sua poesia:

A
humor e seriedade
B
tradição e inovação
C
erudição e formalismo
D

musicalidade e silêncio

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PUC - SP 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

• O romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, faz significativo uso da linguagem figurada, o que dá ao texto uma fina dimensão estética. Assim, indique a alternativa em que o fragmento não está corretamente classificado, de acordo com a figura que nele ocorre.

A
Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. – Metáfora,
B
E estando a recordá-lo, ouço um ranger de porta, um farfalhar de saias... - onomatopeia.
C
Quincas Borba não só estava louco, mas sabia que estava louco, e esse resto de consciência, como uma frouxa lamparina no meio das trevas, complicava muito o horror da situação. - Eufemismo.
D
Marcela morria de amores pelo Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a mesma coisa que morrer. - Antítese.
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Esamc 2015 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

“Outra pergunta: por que Ruy Castro estranha os sentidos analógicos (no caso, a extensão de uma disputa turfística para uma futebolística), que são uma das principais características das línguas humanas? Será que ele pensa, por exemplo, que uma pessoa doce vem coberta de açúcar?”


Sírio Possenti sugere que Ruy Castro não compreende uma figura de linguagem muito comum na língua, trata-se:

Da arte de citar
SÍRIO POSSENTI


     No texto, chamado ‘Com o sentido que você quiser’, publicado na Folha de S. Paulo de 25/04/2012, Ruy Castro estranha o emprego de ‘dérbi’ para designar embates como Guarani X Ponte Preta e cita uma série de dicionários que não anotam a acepção relativa a confrontos futebolísticos.
     Cita o Aurélio, que informa que dérbi é a “mais importante e tradicional carreira inglesa, disputada em Epsom pela primeira vez no século 18, e que veio a dar o nome ao primeiro clube de corrida de cavalos do Brasil, no RJ, depois incorporado ao Jóquei Clube”. Não há referências ao futebol, o que o deixou tranquilo.
     Para mostrar que aqueles jornalistas estão mesmo errados, consultou também o Webster’s Dictionary, cujas informações traduz: “1. Corrida de cavalos em Epsom, Inglaterra, patrocinada pelo 12º conde de Derby em 1780, daí o nome. Por extensão, corrida de cachorros (sic). 2. Chapéu-coco. 3. Um certo tipo de sapato com fivela para homens”. Ruy não lamenta os sentidos 2 e 3, nem explica suas razões.
     O final da coluna dele é irônico: “Ora, que besteira. Por que não fui logo ao Google ou à Wikipédia? Neles tem ‘dérbi’ à vontade, e com o sentido que você quiser” (anote-se a ocorrência de ‘tem’, embora a questão seja outra).
     O brilhante Ruy Castro erra pelo menos três vezes (imaginem os outros!): a) não se chateia com o fato de ‘dérbi’ signifi car chapéu-coco ou um tipo de sapato, mas acha estapafúrdio que designe uma partida de futebol; b) diz que se pode atribuir à palavra o sentido que se quiser; c) não consultou outros dicionários (ou não contou ao leitor o que eles dizem).
     Começo pelo final, que cobre as outras questões. Consultar outras fontes pode ser revelador. Vamos lá.
     O Houaiss informa que dérbi é um “jogo, partida ou competição esportiva de grande destaque (como o Derby de Epsom, na Inglaterra)”. Como se vê, ele não o restringe ao turfe; só menciona o evento ‘original’ entre parênteses.
     O Petit Larousse (traduzo) diz que é um “encontro esportivo entre equipes vizinhas” (como Ponte e Guarani, portanto). Segundo o Petit Robert, é um “encontro de futebol entre duas cidades vizinhas”.
     O McMillan anota: “um jogo entre dois times da mesma cidade” (nada de cavalos, como se vê) e o YOURDictionary repete a mesma informação (ou será o contrário?).
     Finalmente, o Diccionario de La Lengua Española (da Real Academia) informa que dérby é um “encontro, geralmente futebolístico, entre duas equipes cujos torcedores mantêm permanente rivalidade”. De novo, nada de cavalos. E prioriza claramente o futebol!
     Gostaria muito de conseguir entender outras coisas (que dérbi não significa só corridas de cavalos está mais do que claro; já entendi). Uma: por que será que dérbi significa chapéu-coco e um tipo de sapato com fivela para homens? Meu faro diz que eram peças usadas para ir aos dérbis.
    Pergunta: por que Ruy Castro teve a má sorte de só conhecer dicionários que, casualmente, não citam o sentido relativo a encontros futebolísticos?
     Outra pergunta: por que Ruy Castro estranha os sentidos analógicos (no caso, a extensão de uma disputa turfística para uma futebolística), que são uma das principais características das línguas humanas? Será que ele pensa, por exemplo, que uma pessoa doce vem coberta de açúcar?
    Finalmente, queria entender como Ruy Castro consegue não entender que, se todo mundo emprega ‘dérbi’ para falar de certos jogos de futebol e os dicionários que ele consultou não registram o fato, o problema deve ser dos dicionários.
(Ciência Hoje, 24/04/2015. Disponível em http://cienciahoje.uol.com.br/ colunas/palavreado/da-arte-de-citar, acesso em 02/09/2015. Adaptado.)
A
da anáfora;
B
do paradoxo;
C
da metáfora;
D
da antítese;
E
da aliteração.
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UECE 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Na primeira parte do texto, o autor fala em paradoxo (linha 54), palavra que pode ser entendida como uma contradição entre opiniões divergentes de uma mesma pessoa; entre opinião e comportamento ou entre os termos de uma proposição. Assinale a opção que expressa corretamente, no texto, os elementos que formam o paradoxo.

O texto 2 (subdividido em seções) faz uma reflexão sobre a maneira como se comporta, em determinado momento, a sociedade brasileira, que, mais cedo ou mais tarde, teria que integrar negros e mulatos.

Texto 2

A
O racismo das classes mais altas e a prática do futebol por negros e pobres.
B
O futebol, por um lado, profissão de negros e pobres e, por outro, profissão de marginais.
C
O futebol, considerado profissão dos marginalizados, mas com a responsabilidade de representar o país.
D
Entidade conhecida como boa sociedade e a segregação que ela impunha aos negros.
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UECE 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre o trecho seguinte: “Há um tipo de vaia que explode como uma força da natureza. Sim. Uma vaia que venta, chove, troveja e relampeja” (linhas 14-16), é INCORRETO afirmar que


A
o excerto se inicia com uma metáfora, a que se seguem quatro metonímias em uma gradação ascendente.
B
a série de verbos “venta, chove, troveja, relampeja” forma uma gradação.
C
é hiperbólico e, por isso, retrata o estado emocional do enunciador quando trata de futebol.
D
o isolamento do advérbio “sim”, quebrando o encadeamento sintático, funciona como um índice da ansiedade do enunciador.