Questõesde UNEMAT sobre Literatura

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Foram encontradas 123 questões
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UNEMAT 2016 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

I
Óbito do autor

“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Móises, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.

Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia – peneirava – uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: - ‘Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a Humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à Natureza as mais íntimas entranhas: tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado’.

Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei.” [...]

ASSIS, Machado. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 2. ed. São Paulo; Martin Claret, 2010, página 17. PAZ, Octavio. Signos em rotação. São Paulo: Perspectiva, 2003.

Segundo o mexicano Octavio Paz, os elementos da ironia e do humor são marcas fundantes do romance moderno. A ironia é o elemento que consiste em exprimir o contrário daquilo que se está pensando ou sentindo, e na maioria das vezes traz um toque de sarcasmo ou depreciação, maneira também de fazer críticas a alguma situação ou a algum comportamento de alguém. O humor, enquanto isso, consiste no elemento ou construção de enunciado que aponta para o cômico, o divertido, sendo ele também uma maneira de fazer críticas.

No trecho transcrito do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, constata-se a ironia no seguinte enunciado:

A
“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar meu nascimento ou a minha morte.”
B
“Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara do Catumbi.”
C
“Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos.”
D
“Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à Natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.”
E
“Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei.”
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UNEMAT 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

SAPO-CURURU

Sapo-cururu
Da beira do rio.
Oh que sapo gordo!
Oh que sapo feio!
Sapo-cururu
Da beira do rio.
Quando o sapo coaxa,
Povoléu tem frio.

Que sapo mais danado,
Ó maninha, Ó maninha!
Sapo-cururu é o bicho
Pra comer de sobreposse.

Sapo-cururu
Da barriga inchada.
Vôte! Brinca com ele...
Sapo cururu é senador da República.

BANDEIRA, Manuel. Estrela da Vida Inteira. 20ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.

No texto de Bandeira está explícito o procedimento de intertextualidade caracterizado pelo diálogo que um texto estabelece com outro, o que faz desse poema:

A
uma paródia da cantiga popular “sapo cururu”, em que elementos da canção são mantidos e outros acrescentados com o intuito de satirizar um senador da República.
B
uma paráfrase, pois, embora haja modificações, os sentidos do texto fonte são mantidos, o sapo cururu não é personificado.
C
um hino popular em que se observa que o termo “vôte” não é restrito ao falar cuiabano, pois o autor do texto era um nordestino que vivia em São Paulo e compôs esse poema nas primeiras décadas do século XX.
D
um plágio, pois o autor faz cópia de um texto já existente e isso não é aconselhável.
E
uma apropriação indevida de texto alheio, procedimento comum entre os escritores modernistas.
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UNEMAT 2016 - Literatura - Naturalismo, Escolas Literárias

Mas ao cabo de três meses, João Romão, [...] retornou à sua primitiva preocupação com o Miranda, única rivalidade que verdadeiramente o estimulava. Desde que o vizinho surgiu com o baronato, o vendeiro transformava-se por dentro e por fora a causar pasmo. Mandou fazer boas roupas e aos domingos refestelava-se de casaco branco e de meias, assentado defronte da venda, a ler jornais. Depois deu para sair a passeio, vestido de casemira, calçado e de gravata. [...] Já não era o mesmo lambuzão.

Bertoleza é que continuava na cepa torta, sempre a mesma crioula suja, sempre atrapalhada de serviço, sem domingo nem dia santo; essa, em nada, em nada absolutamente, participava das novas regalias Vestibular 2016/2 Página 15 do amigo; pelo contrário, à medida que ele galgava posição social, a desgraçada fazia-se mais e mais escrava e rasteira. [...] p.142

AZEVEDO, Aluisio. O cortiço. 5ª edição. São Paulo: Martin Claret, 2010.

A composição dos personagens é um dos elementos a serem considerados na interpretação de uma obra narrativa. No excerto destacado, tem-se o caso de um personagem que não se modifica no desenrolar da trama e de outro que se transforma na perspectiva da ascensão social e, sobre essa composição, observa-se que:

A
o português João Romão, no romance, representa um tipo que na vida social contemporânea denomina-se “novo-rico” e que corresponde àquela pessoa que enriquece financeiramente e, na mesma proporção e de modo espontâneo, muda seus hábitos socioculturais, que não se restringem apenas às aparências.
B
o fato de um personagem ascender economicamente e de outro manter-se na marginalidade, no romance em questão, possibilita uma reflexão sobre as complexas relações envolvidas nas discrepâncias entre as classes sociais no Brasil e o modo como a literatura lida com tais relações.
C
uma leitura atenta da obra, desde o começo até o final, permite a afirmação de que João Romão enriquece pelo esforço próprio, sem exploração da mão de obra alheia, e graças aos atributos da raça superior a que pertence.
D
Bertoleza, negra, permanece na marginalidade até o final da obra, quando recebe um desfecho trágico. Essa permanência na marginalidade não pode ser questionada no romance, porque o destino das personagens é algo que não sofre qualquer tipo de determinação e não se discute no plano da referida narrativa.
E
a única motivação de João Romão era o acúmulo de capital. Sua rivalidade com Miranda, que obtivera o título de Barão, não levava em conta o prestígio social advindo do baronato, fato que João Romão desprezava.
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UNEMAT 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

CUNHATÃ


Vinha do Pará

Chamava Siquê.

Quatro anos. Escurinha. O riso gutural da raça.

Piá branca nenhuma corria mais do que ela.


Tinha uma cicatriz no meio da testa:

- Que foi isto, Siquê?

Com voz de detrás da garganta, a boquinha tuíra:

- Minha mãe (a madrasta) estava costurando

Disse vai ver se tem fogo

Eu soprei eu soprei eu soprei não vi fogo

Aí ela se levantou e esfregou com minha cabeça na brasa


Rui, riu, riu


Uêrêquitáua.

O ventilador era a coisa que roda.

Quando se machucava, dizia: Ai Zizus!


BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 20.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993, p. 138.


O poema de Bandeira foi publicado em 1930 e traz algumas palavras da língua indígena misturadas ao português. Já em seu título comparece uma palavra de origem da língua tupi, cunhatã, que significa “menina, moça, mulher adolescente”.


Ao fazer o uso de uma língua indígena nesse poema, observa-se que o autor:

A
Aponta para a questão racial sugerindo a separação entre brancos e negros, sobretudo na primeira estrofe que traz com ênfase as palavras “Escurinha” e “Piá branca”.
B
Ressalta uma marca da cultura indígena, que se mantém bastante presente não somente na produção cultural brasileira, mas também integrada na língua portuguesa do Brasil.
C
Propõe a valorização da língua tupi com o objetivo de dar ênfase à origem do povo brasileiro e de mostrar o valor dos povos da região norte do Brasil, quando cita o lugar de onde veio a menina, Pará.
D
Promove uma crítica com um toque de humor ao português falado fora do padrão culto, ao fazer a reprodução da oralidade.
E
Faz uma crítica bastante severa à violência praticada às crianças no seio familiar.
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UNEMAT 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

[...] Ela veio de longe, do São Francisco. Um dia, tomou caminho, entrou na boca aberta do Pará, e pegou a subir. Cada ano ameaçava um punhado de léguas, mais perto, mais perto, pertinho, fazendo medo no povo, porque era sezão brava – “da tremedeira que não desmontava” – matando muita gente” [...].


Em que conto de Sagarana, de Guimarães Rosa, o tema da malária está presente?.

A
“A volta do marido pródigo”.
B
“ Minha gente”.
C
“Sarapalha”.
D
“Conversa de bois”.
E
“Corpo fechado”
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UNEMAT 2010 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Sobre o romance Dom Casmurro (1865), obra produzida por Machado de Assis, pode-se afirmar que o narrador-personagem, Bento Santiago, expressa o desejo de:

A
recompor a união matrimonial com Capitu.
B
esquecer a sua infância e a sua adolescência, na velhice.
C
separar a sua vida presente dos amigos que perdeu na adolescência.
D
atar as duas pontas da vida e restaurar, na velhice, a adolescência.
E
reconstruir a casa em que viveu na infância, na ilha de Paquetá.
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UNEMAT 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

“ [...] Verdes mares, que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;

Serenais, verdes mares, e alisais docemente a vaga impetuosa, para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas. [...].

Considerando o excerto de Iracema (1865), de José de Alencar, é correto afirmar.

A
Remete o leitor às paisagens do Brasil, sem que haja qualquer interferência do narrador e de seus pontos de vista.
B
Essencialmente descritivo, o romance falseia a natureza do Brasil a partir do Rio Mocoripe, no Ceará.
C
O narrador persuasivo expõe a paisagem cearense sob o seu ponto de vista depreciativo.
D
Revela características essencialmente românticas como a idealização da paisagem brasileira.
E
Um exemplo do ultrarromantismo que idealiza a paisagem ambientada do sertão agreste brasileiro.
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UNEMAT 2010 - Literatura - Gênero Dramático, Gêneros Literários

A ideia da morte parece ter sido o tema principal da cultura medieval. Acreditava-se que uma vida submetida ao julgamento imediatamente deixava o corpo. Sabe-se que cada uma das personagens do Auto da Barca do Inferno (1517), de Gil Vicente, possui um objeto terreno que não consegue se desvincular.

No caso do judeu, do onzeiro e do frade, esses objetos são respectivamente:

A
Bode, bolsão e amante.
B
Espada, cofre e breviário.
C
Pagem, manto e cruz.
D
Livros, códigos e missal.
E
Carneiro, baú e oratório.
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UNEMAT 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Em Triste fim de Policarpo Quaresma, a composição narrativa em três partes acompanha a ação da personagem principal, desvendando as contradições do sistema que marginalizam o cidadão.


Desta forma, é correto afirmar.

A
As três partes do romance estão relacionadas aos três projetos a que Policarpo Quaresma, como era de seu caráter, se entregou.
B
A primeira parte da obra retrata os interesses políticos que movem as pessoas, mostrando em que se converteu o Marechal de Ferro.
C
As três partes da narrativa estão representadas no final da história quando Major Quaresma é recompensado pelos trabalhos dedicados à Pátria.
D
Na primeira e na segunda parte da obra acentuam-se os interesses pela reforma da agricultura brasileira e pelos males causados pelas saúvas.
E
Tanto a primeira quanto a terceira parte da narrativa estão interligadas pelo interesse do Marechal de Ferro em oficializar a língua tupi-guarani.
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UNEMAT 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Leia o diálogo entre Pereira e Cirino, no momento em que este deve adentrar-se ao quarto de Inocência para examiná-la.

“Antes de sair da sala, deteve Pereira o hóspede com ar de quem precisava tocar em assunto de gravidade e ao mesmo tempo de difícil explicação. Afinal começou meio hesitante:
- Sr. Cirino, eu cá sou homem muito bom de gênio, muito amigo de todos, muito acomodado e que tenho o coração perto da boca como vosmecê deve ter visto...
- Por certo – concordou o outro.
- Pois bem, mas... tenho um grande defeito: sou muito desconfiado. Vai o doutor entrar no interior da minha casa e... deve portar-se como...
- Oh, Sr. Pereira! – atalhou Cirino com animação, mas sem grande estranheza, pois conhecia o zelo com que os homens do sertão guardam da vista dos profanos os seus aposentos domésticos – posso gabar-me de ter sido recebido no seio de muita família honesta e sei proceder como devo”.
(TAUNAY, 1994, p. 39).

Com relação à postura do narrador diante dos costumes que caracterizam o sertanejo brasileiro na obra citada, assinale a alternativa correta.

A
É uma passagem que representa bem o sentimentalismo exagerado das personagens sertanejas.
B
É manifestação clara do narrador com respeito à carta de recomendação de Chiquinho, irmão de Pereira.
C
É uma passagem do capítulo “Aviso prévio” a respeito da antevisão do narrador sobre o epílogo do romance.
D
É a manifestação do narrador sobre a trama amorosa da personagem Inocência.
E
É uma passagem do capítulo “O doutor”, em que Cirino é aceito por Pereira como médico adaptado aos costumes do sertão.
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UNEMAT 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Com relação à obra Sagarana, de Guimarães Rosa, leia as afirmações e assinale a alternativa correta.


I. A tendência regionalista assume caráter de experiência estética universal, fundindo o real e o mítico.

II. A invenção linguística é parte de estudos e levantamento minucioso da língua portuguesa.

III. O sertão é redimensionado para além da geografia, ainda que dele se extraia a matéria-prima.

IV. O pitoresco e o realismo exótico ganham força pela revisão da tradição ficcional inaugurada pela obra.

A
Apenas I e II estão corretas.
B
Apenas I, II e III estão corretas.
C
Apenas I e IV estão corretas.
D
Apenas I e III estão corretas.
E
Todas estão corretas.
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UNEMAT 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o poema de Manoel de Barros extraído do Livro das Ignorãças (1993):

“Ocupo muito de mim com o meu desconhecer./ Sou um sujeito letrado em dicionários./ Não tenho mais que 100 palavras./ Pelo menos uma vez por dia me vou no Morais ou no Viterbo. -/ A fim de consertar minha ignorãça,/ mas só acrescenta./ Despesas para minha erudição tiro nos almanaques:/ - Ser ou não ser, eis a questão./ Ou na porta dos cemitérios:/ - Lembra que és pó e que ao pó tu voltarás./ Ou no verso das folhinhas:/- Conhece-te a ti mesmo./ Ou na boca do povinho:/ - Coisa que não acaba no mundo é gente besta / e pau seco./ Etc / Etc / Etc / Maior que o infinito é a encomenda.”


Assinale a alternativa correta.

A
Este poema faz uma crítica a escritores que se utilizam de frases feitas para escrever.
B
Há um despertar crítico valorizando o conhecimento extraído da ignorância.
C
É preciso consultar os dicionários para fugir da ignorância.
D
Um sujeito letrado é o que sabe consultar o dicionário, ser erudito ao colecionar almanaques e calendário com expressões famosas.
E
No poema é recusado o desconhecer pela cultura: nos dicionários, almanaques, folhinhas, na porta do cemitério, na boca do povo.
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UNEMAT 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O conto “A hora e a vez de Augusto Matraga” do livro Sagarana (1984), de João Guimarães Rosa, apresenta uma transformação existencial que está associada à:

A
mudança de nome do personagem principal.
B
condição social de jagunço temido a empregado de um casal pobre.
C
perda das prostitutas, esposa e filha.
D
conversão religiosa do assassino.
E
forma de entender o mundo e a si mesmo do protagonista.
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UNEMAT 2010 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias, Romantismo

Entre as personagens mais famosas da Literatura Brasileira estão Iracema (1992), de José de Alencar, e Capitu do livro Dom Casmurro (1994), de Machado de Assis. Estas personagens situadas em contextos diferentes apresentam traços em comum. Considerando o fator criticidade, identifique esses traços.

A
São mulheres pacatas movidas pelo amor.
B
O fato de Iracema contrariar os princípios de sua tribo tabajara e Capitu se valer dos “olhos de ressaca” para conseguir seus objetivos, demonstra que ambas conseguiam seus ideais sem medir as consequências.
C
Iracema e Capitu são símbolos de um período em que o Brasil tenta se firmar literariamente ao negar o elemento estrangeiro.
D
É incorreto afirmar sobre o fator criticidade associado a Capitu, pois a narrativa dos fatos é conduzida por Bentinho.
E
A criticidade é encontrada na construção da personagem, enquanto o “enigma de Capitu”, assim como o modo de descrição, o desenrolar dos fatos na vida de Iracema (América) junta paixão, amor e desilusão.
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UNEMAT 2011 - Literatura - Gênero Dramático, Gêneros Literários

Sobre a obra literária portuguesa, o Auto da Barca do Inferno, obra satírica de Gil Vicente (1465 – 1537), é incorreto afirmar. 

A
A obra dramática voltou-se criticamente para o seu tempo, a época dos descobrimentos em Portugal.
B
A época da obra compreende o período de ebulição com a chegada das riquezas provenientes das navegações, fato que colocava Lisboa como a Corte mais rica da Europa.
C
A obra satiriza o afastamento da população rural do trabalho e dos meios de produção, que se transfere para a Corte, passando a viver no luxo excessivo, deixando o trabalho pesado para os escravos capturados na África e na Ásia.
D
A sátira de Gil Vicente pune com humor, o sapateiro ladrão, a esposa adúltera, as alcoviteiras, o escudeiro malandro, o frade enamorado, etc
E
O teatro de Gil Vicente não foi popular na forma e no conteúdo. Suas raízes se fundam nos princípios do dogmatismo da Santa Inquisição, daí a obra ter como título Auto da Barca do Inferno. 
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UNEMAT 2011 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço”.

O fragmento acima pertence à obra de referência na Literatura Brasileira do séc. XIX, sendo considerado o primeiro romance realista de nossa literatura.
Dentre as alternativas, indique o título da referida obra literária.

A
Quincas Borba. 
B
Memórias de um Sargento de Milícias. 
C
Memórias Póstumas de Brás Cubas. 
D
Memórias Sentimentais de João Miramar.  
E
A Cidade e as Serras. 
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UNEMAT 2011 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A obra Sagarana, de Guimarães Rosa, cinde uma das mais belas coletâneas de contos/novelas da Literatura contemporânea do Brasil, segundo a crítica. Uma de suas narrativas mais densas tem com enredo a vida de um valentão arrependido que, depois de ter sido deixado quase morto pelos capangas do adversário, levou anos a restaurar a saúde do corpo e amansar o espírito sedento de vingança.


Assinale a alternativa que indica o título a que se refere o texto.

A
A volta do marido pródigo. 
B
São Marcos.
C
Conversa de bois. 
D
Corpo fechado. 
E
A hora e a vez de Augusto Matraga. 
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UNEMAT 2011 - Literatura - Naturalismo, Escolas Literárias

Aluísio Azevedo tinha estabelecido um plano como romancista: “traçar um grande painel da sociedade brasileira, com a intenção declarada de reunir todos os tipos brasileiros, bons e maus, de seu tempo e compendiar, em forma de romance, fatos de nossa vida pública que jamais serão apresentados pela História”.
Assim, ao lançar, em 1890, O Cortiço, o autor coloca no romance as seguintes personagens ficcionais que contracenam, exceto

A
Bertoleza e João Romão.
B
Marcela e Brás Cubas.
C
Pombinha e Leònie.
D
Rita baiana e Jerônimo.
E
Estela e Miranda.
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UNEMAT 2011 - Literatura - Gênero Dramático, Gêneros Literários

“Autos” são modalidades do teatro medieval cujo assunto é basicamente religioso. No Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, e no Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, a religião domina os temas.


Assinale a alternativa correta.

A
A concepção de religião é formal e solene durante a condenação ou salvação das almas.
B
A relação Deus-homens se dá pelos rituais complexos.
C
O desfecho moralizante está em desacordo com os preceitos católicos.
D
A presença da oposição Deus X diabo divide os comportamentos humanos entre bem X mal.
E
A abordagem religiosa exemplifica que, no julgamento final, as almas não têm salvação.
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UNEMAT 2011 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o trecho do conto “São Marcos”, de Sagarana (1971).

“...sal derramado; padre viajando com a gente no trem; não falar em raio: quando muito, e se o tempo está bom, “faísca”; nem dizer lepra; só o “mal”; passo de entrada com o pé esquerdo; ave do pescoço pelado; risada renga de suindara, cachorro, bode e galo, pretos; e, no principal, mulher feiosa, encontro sobre todos fatídico; – porque, já então, como ia dizendo, eu poderia confessar, num recenseio aproximado: doze tabus de não-uso próprio; oito regrinhas ortodoxas preventivas; vinte péssimos presságios; dezesseis casos de batida obrigatória na madeira; dez outros exigindo a figa digital napolitana, mas da legítima, ocultando bem a cabeça do polegar; e cinco ou seis indicações de rituais mais complicados; total: setenta e dois – nove fora, nada”.


Assinale a alternativa correta.

A
A oralidade no texto vem da simplificação e naturalização do regional.
B
A expressão “nove fora, nada” imprime apenas a lógica da matemática.
C
A presença de um eu-confessor desaparece na enumeração do travessão.
D
O travessão oferece passagem para um ritual mais facilitado.
E
A transmissão de acontecimentos da memória é marcada no comentário a um interlocutor.