Questõesde UFAM sobre Literatura

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UFAM 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Coloque V para verdadeiro e F para falso nas sentenças a seguir, feitas a respeito de Cobra Norato, de Raul Bopp:

( )Joaninha Vintém ficou “caidinha” por Cobra Norato.
( )Pajé-pato dá uma informação errada para Cobra Grande, a pedido da rainha Luzia.
( )A filha da rainha Luzia ia se casar com Boiuna.
( )Tatu-de-bunda-seca torna-se companheiro de aventura de Cobra Norato, após tirá-lo de um buraco.

Assinale a alternativa que relaciona a sequência CORRETA de V e F, de cima para baixo:

A
V – V – V – F
B
V – F – V – V
C
V – F – F – V
D
F – F – V – V
E
F – V – F – V
1f28135c-b0
UFAM 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a alternativa CORRETA quanto à prosa de Clarice Lispector:

A
São narrativas surrealistas, preocupadas com o virtuosismo do relato.
B
Apresenta exclusivamente um painel da sociedade burguesa brasileira, a partir de suas personagens.
C
Renova, intensifica e aprimora tendências introspectivas de parte da ficção da geração de 1930.
D
Aprofunda na prosa as investigações transcendentais, presentes na lírica da geração anterior.
E
Prende-se a uma crítica aos valores femininos em voga na década de 1945, no Brasil
1f1e17a6-b0
UFAM 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o Canto XXXIII, do poema Cobra Norato, e assinale a alternativa CORRETA:

Pois é, compadre
Siga agora o seu caminho

Procure minha madrinha Maleita
diga que eu vou me casar
[...]

No caminho
vá convidando gente pro Caxiri grande

Haverá muita festa
durante sete luas sete sóis
Traga a Joaninha Vintém o Pajé-pato Boi-Queixume
Não se esqueça dos Xicos Maria-Pitanga o João

                             Ternura

O Augusto Meyer Tarsila Tatizinha
Quero o povo de Belém de Porto Alegre de São Paulo

– Pois então até breve, compadre
Fico le esperando
atrás das serras do Sem-fim

A
A referência a serras do Sem-fim como local onde Cobra Norato esperará a volta de seu compadre é índice do sucesso de sua aventura, considerando o seu desejo apontado no começo do poema.
B
Neste canto,a filha da rainha Luzia ainda não foi encontrada e Cobra Norato está narrando para o compadre Tatu-de-bunda-seca como será o casamento, quando a encontrar.
C
A ausência de pontuação torna o poema de difícil leitura, bem como a linguagem coloquial o afasta do cânone literário.
D
Os nomes próprios listados no canto são de personagens que tiveram participação no enredo ao longo do poema.
E
A referência às cidades de Belém, Porto Alegre e São Paulo pretende evidenciar os locais por onde Cobra-Norato procurou a filha da rainha Luzia.
1f0fbfad-b0
UFAM 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Cobra Norato e Macunaíma é INCORRETO afirmar que:

A
ambos podem ser considerados rapsódia.
B
ambos pertencem à primeira geração modernista.
C
recorrem a elementos do folclore brasileiro.
D
são textos distantes ideologicamente: um é prosa; outro, verso.
E
ilustram ideias veiculadas pelo manifesto antropófago.
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UFAM 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Observe os seguintes excertos do canto II, de Cobra Norato:


Começa agora a floresta cifrada

[...]

Aqui um pedaço de mato está de castigo

Arvorezinhas acocoram-se no charco

Um fio de água atrasada lambe a lama

[...]

Agora são os rios afogados

bebendo o caminho

[...]

– Agora sim

Vou ver a filha da rainha Luzia

Mas antes tem que passar por sete portas

Ver sete mulheres brancas de ventres despovoados

guardadas por um jacaré

[...]

Tem que entregar a sombra para o Bicho do Fundo

Tem que fazer mirongas na lua nova

Tem que beber três gotas de sangue


Assinale a alternativa CORRETA:

A
As prosopopeias funcionam como meras figuras de linguagem, sem interferência para a interpretação do texto.
B
O canto é o início da aventura de Cobra Norato, quando se depara com a floresta e sabe das missões que tem de cumprir para poder ver a filha da rainha Luzia.
C
A utilização da natureza como cenário é característica recorrente do primeiro momento modernista, principalmente neste poema.
D
A imagem aquática apresentada nestes versos evidenciam uma contradição do poema, que tem como cenário a floresta, portanto, deveria restringir-se às árvores.
E
A utilização dessas imagens da natureza cria um ambiente assustador e opressivo, antecipando a derrocada do herói.
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UFAM 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia as afirmativas sobre o texto de Raul Bopp, Cobra Norato:

I. Em Cobra Norato o antropomorfismo do herói em cobra permite-lhe transitar pela floresta.
II. Ao longo da narrativa, Cobra Norato vai cumprindo missões para aproximar-se da filha da rainha Luzia.
III. O autor recorre a seres do imaginário amazônico para compor as aventuras de Cobra Norato.

Assinale a alternativa correta:

A
Somente as afirmativas I e II estão corretas
B
Somente a afirmativa II está correta
C
Somente as afirmativas II e III estão corretas
D
Somente a afirmativa III está correta
E
Todas as afirmativas estão corretas
47a6c885-b1
UFAM 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Relacione os trechos retirados do livro Angústia, de Graciliano Ramos, às afirmações a seguir.

1. “Era como se a gente houvesse deixado a Terra. De repente surgiam vozes estranhas. Que eram? Ainda hoje não sei. Vozes que iam crescendo, monótonas, e me causavam medo”.
2. “Ia cheio de satisfação maluca. Não tirava a mão do bolso, apalpava as caixinhas, sentia através do papel de seda a macieza do veludo. Na alvura do braço roliço a fita do relógio faria uma cinta negra; a pedrinha branca faiscaria no dedo miúdo”.
3. “E Julião Tavares parado. Minutos antes andava na maciota, o cigarro aceso, o pensamento na cama da mocinha sardenta. Agora ali junto da cerca, estirado. Inconveniente ficar ao lado dele. Inconveniente”.
4. “Não haveria desatino: as duas mulheres eram fatalistas e queixavam-se da sorte. Malucas. Revoltava-me o recurso infantil de se xingarem, arrancarem os cabelos. Era evidente que Julião Tavares devia morrer. Não procurei investigar as razões desta necessidade. Ela se impunha, entravame na cabeça como um prego. Um prego me atravessava os miolos.”
5. “– D. Aurora, tenha paciência. Veja se me arranja um quarto mais barato. Os tempos andam safados, d. Aurora
[...]
Tudo pela hora da morte, seu Luís.
– É verdade, tudo pela hora da morte, d. Adélia.
– A senhora já reparou nos preços dos remédios? A farmácia tem uma goela!”

( ) O Brasil sentia os reflexos econômicos da queda da bolsa de Nova York, em 1929, e da revolução de 1930.
( ) Luís da Silva é um homem atormentado e sua narrativa revela confusão.
( ) Após o homicídio, a memória de Luís da Silva é fragmentada, passado e presente se confundem.
( ) Empolgado com o noivado, Luís da Silva se vê desejando entregar à Marina o presente que tanto lhe custara.
( ) Luís da Silva alimenta ódio por Julião Tavares. A gravidez e o abandono de Marina são a mola propulsora para o assassinato.

Assinale a alternativa que apresenta a numeração em sequência CORRETA, de cima para baixo.

Texto

    Quando eu ainda não sabia nadar, meu pai me levava para ali, segurava-me um braço e atirava-me num lugar fundo. Puxava-me para cima e deixava-me respirar um instante. Em seguida repetia a tortura. Com o correr do tempo aprendi natação com os bichos e livrei-me disso.Mais tarde, na escola de mestre Antônio Justino, li a história de um pintor e de um cachorro que morria afogado. Pois para mim era no poço da Pedra que se dava o desastre. Sempre imaginei o pintor com a cara de Camilo Pereira da Silva, e o cachorro parecia-se comigo.
    Se eu pudesse fazer o mesmo com Marina, afogá-la devagar, trazendo-a para a superfície quando ela estivesse perdendo o fôlego, prolongar o suplício um dia inteiro...
   Debaixo da chuva, a mangueira do quintal está toda branca. O papagaio na cozinha bate as asas, sacudindo os salpicos que vêm da biqueira. Afago o pelo macio do meu gato mourisco, que dorme enroscado numa cadeira. As ideias ruins desaparecem. Marina desaparece.
   Ponho-me a vagabundear em pensamento pela vila distante, entro na igreja, escuto os sermões e os desaforos que padre Inácio pregava aos matutos: – “Arreda, povo, raça de cachorro com porco.” Sento-me no paredão do açude, ouço a cantilena dos sapos. Vejo a figura sinistra de seu Evaristo enforcado e os homens que iam para a cadeia amarrados de cordas. Lembro-me de um fato, de outro fato anterior ou posterior ao primeiro, mas os dois vêm juntos. E os tipos que evoco não têm relevo. Tudo empastado, confuso. Em seguida os dois acontecimentos se distanciam e entre eles nascem outros acontecimentos que vão crescendo até me darem sofrível noção de realidade. As feições das pessoas ganham nitidez. De toda aquela vida havia no meu espírito vagos indícios. Saíram do entorpecimento recordações que a imaginação completou.
   A escola era triste. Mas, durante as lições, em pé, de braços cruzados, escutando as emboanças de mestre Antônio Justino, eu via, no outro lado da rua, uma casa que tinha sempre a porta escancarada mostrando a sala, o corredor e o quintal cheio de roseiras. Moravam ali três mulheres velhas que pareciam formigas.
A
3-2-4-5-1
B
4-1-3-2-5
C
4-5-1-3-2
D
5-1-3-2-4
E
5-4-3-1-2
4798d0c2-b1
UFAM 2017 - Literatura - Naturalismo, Modernismo, Escolas Literárias

Assinale V para verdadeiro e F para falso nas afirmativas a seguir:

( ) Após o movimento experimentalista da Geração de 22, Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Carlos Drummond de Andrade fazem parte da Geração que traz para a literatura o amadurecimento do movimento modernista.
( ) Na prosa de ficção da geração de 30, a paisagem nos é familiar. Estão ali o nordeste decadente, as agruras das classes médias no começo da fase urbanizadora, os conflitos internos da burguesia entre provinciana e cosmopolita.
( ) Caetés (1933), São Bernardo (1934) e Angústia (1936) são romances autobiográficos de Graciliano Ramos, portanto escritos em primeira pessoa, nos quais as narrativas se prendem à análise do mundo interior, sem desprezar o contexto sócio-político em que vive cada personagem.
( ) Na escrita de Graciliano Ramos, o “herói” é sempre um problema: não aceita o mundo, nem os outros, nem a si mesmo.
( ) Graciliano Ramos é, ao mesmo tempo, ora neo-realista, ao molde de um Machado de Assis, ora neo-naturalista, ao molde de um Aluízio Azevedo, ao contextualizar seus romances no Nordeste ou na memória da vida de origem nordestina de seus personagens.

Assinale a alternativa que relaciona a sequência CORRETA de V e F de cima para baixo:

A
V–V–F–V–F
B
V–V–V–V–F
C
V–V–F–V–V
D
F–V–F–V–V
E
F–V–V–F–F
479d3e48-b1
UFAM 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a afirmativa INCORRETA sobre o enredo de Angústia:

A
A história do romance é contada por seu protagonista, Luís da Silva, último filho de uma família rural decadente.
B
O narrador é um homem atormentado pelas lembranças do tratamento rude recebido na infância, pelas figuras do avô e do cangaceiro José Bahia, migra para a cidade, passa também ali por misérias e humilhações, mas termina conseguindo um emprego como jornalista.
C
O narrador é um homem culto, funcionário público e jornalista, de vida urbana, mas de origem rural, de modo que o romance é narrado com brutalidade da linguagem e, em alguns momentos, em linguagem erótica.
D
O narrador é um homem atormentado que tem as visões do seu passado recobradas na memória. Angústia é, portanto, a história contada após o abalo nervoso que o assassinato lhe provocara.
E
Luís da Silva, o narrador de Angústia, ao fim da vida, busca na memória os eventos que possam esclarecer as causas da sua infelicidade, do noivado com sua vizinha, Marina, até a morte de Julião, em uma narrativa linear do passado para o presente.
47a0c0ff-b1
UFAM 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a afirmativa que mais acertadamente esclarece sobre a razão do homicídio cometido por Luís.

A
Luís precisava continuar vivendo, e sua vida só seria possível sem a existência de Julião Tavares. Foi preciso matar com as próprias mãos para concluir que suas mãos de velho eram, na verdade, fortes e úteis.
B
Luís mata por ciúme, para impor-se, para existir como homem, portanto para não ser reduzido à completa insignificância, embora reconheça depois que sua vida não mudou, permanece na mesma inutilidade (“monótona, agarrada à banca das nove horas ao meio dia, e das duas às cinco”).
C
Matar Marina foi a única forma de Luís se ver livre da convivência com a memória da traição que lhe atormentava.
D
Luís teve todos os motivos para matar Julião Tavares, desferindo-lhe uma facada no peito. Foi este o golpe suficiente para restituir a tranquilidade que tanto buscava.
E
Luís da Silva matou pelo clichê do homem ofendido que mata por ciúme, para só assim ver reestebelecida sua paixão por Marina e retomar a vida a dois com o enxoval já comprado, da paixão interrompida pelo rude Julião no seu momento de maior fervor.
47a3afd0-b1
UFAM 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A partir da leitura do texto anterior, retirado do livro Angústia, de Graciliano Ramos, pode-se afirmar:

I. O primeiro parágrafo traz o transtorno emocional do narrador em sua relação com o pai. A brincadeira no poço não o ensinara a nadar, antes, era uma tortura. O narrador explica que aprendeu a nadar com os bichos.
II. O narrador é um homem atormentado, de ideias agressivas, até mesmo homicidas, como se vê no segundo parágrafo, o que se justifica pelo tratamento recebido na infância.
III. Ao observar e acarinhar seus bichos de estimação “as ideias ruins desaparecem. Marina desaparece”. Esse trecho comprova que Marina é a causa primeira de tudo o que atormenta Luís da Silva.
IV. Apesar da relação difícil com o pai, as memórias da infância do narrador são afáveis: a vida farta na fazenda, os belos sermões do padre Inácio e as lições inesquecíveis do mestre Antônio Justino.
V. A metáfora produzida com animais demonstra a inferioridade com que Luís percebe a si e aos outros. 

Texto

    Quando eu ainda não sabia nadar, meu pai me levava para ali, segurava-me um braço e atirava-me num lugar fundo. Puxava-me para cima e deixava-me respirar um instante. Em seguida repetia a tortura. Com o correr do tempo aprendi natação com os bichos e livrei-me disso.Mais tarde, na escola de mestre Antônio Justino, li a história de um pintor e de um cachorro que morria afogado. Pois para mim era no poço da Pedra que se dava o desastre. Sempre imaginei o pintor com a cara de Camilo Pereira da Silva, e o cachorro parecia-se comigo.
    Se eu pudesse fazer o mesmo com Marina, afogá-la devagar, trazendo-a para a superfície quando ela estivesse perdendo o fôlego, prolongar o suplício um dia inteiro...
   Debaixo da chuva, a mangueira do quintal está toda branca. O papagaio na cozinha bate as asas, sacudindo os salpicos que vêm da biqueira. Afago o pelo macio do meu gato mourisco, que dorme enroscado numa cadeira. As ideias ruins desaparecem. Marina desaparece.
   Ponho-me a vagabundear em pensamento pela vila distante, entro na igreja, escuto os sermões e os desaforos que padre Inácio pregava aos matutos: – “Arreda, povo, raça de cachorro com porco.” Sento-me no paredão do açude, ouço a cantilena dos sapos. Vejo a figura sinistra de seu Evaristo enforcado e os homens que iam para a cadeia amarrados de cordas. Lembro-me de um fato, de outro fato anterior ou posterior ao primeiro, mas os dois vêm juntos. E os tipos que evoco não têm relevo. Tudo empastado, confuso. Em seguida os dois acontecimentos se distanciam e entre eles nascem outros acontecimentos que vão crescendo até me darem sofrível noção de realidade. As feições das pessoas ganham nitidez. De toda aquela vida havia no meu espírito vagos indícios. Saíram do entorpecimento recordações que a imaginação completou.
   A escola era triste. Mas, durante as lições, em pé, de braços cruzados, escutando as emboanças de mestre Antônio Justino, eu via, no outro lado da rua, uma casa que tinha sempre a porta escancarada mostrando a sala, o corredor e o quintal cheio de roseiras. Moravam ali três mulheres velhas que pareciam formigas.
A
Somente as afirmativas I, II e V estão corretas.
B
Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.
C
Somente as afirmativas II, III e V estão corretas.
D
Somente as afirmativas III, IV e V estão corretas.
E
Todas as afirmativas estão corretas.
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UFAM 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre o Modernismo, assinale a alternativa INCORRETA:

A
O cenário desolador da I Guerra Mundial emanou da Europa uma literatura em crise atraída para uma inovação formal, a qual no Brasil culminou com a realização da Semana de Arte Moderna.
B
A Semana de Arte Moderna representou uma ruptura total com o passado artístico e literário brasileiro.
C
A Semana de Arte Moderna foi o ponto de encontro de um grupo de artistas e intelectuais, da burguesia culta paulista e carioca, que se organizaram, de início, para renovar o quadro artístico brasileiro.
D
A produção da Primeira Geração Modernista, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Raul Bopp, buscou ser vanguarda literária, no entanto é marcada por hibridismos e resquícios tradicionalistas.
E
Foi parte do projeto da Primeira Geração Modernista a oposição ao parnasianismo e, portanto, aos maiores parnasianos brasileiros.