Questõesde PUC - RS sobre Literatura

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Foram encontradas 62 questões
40684247-32
PUC - RS 2018 - Literatura - Escolas Literárias, Estilística, Gênero Lírico, Gêneros Literários, Parnasianismo

O poema de Bilac evidencia o cuidado com a palavra, próprio do estilo parnasiano, que se associa 

TEXTO 5 


A um Poeta



A
a poetas como Gonçalves Dias e Álvares de Azevedo.
B
à rejeição à cultura clássica.
C
ao rigor estético e culto à forma.
D
ao sentimentalismo exacerbado.
40651100-32
PUC - RS 2018 - Literatura - Escolas Literárias, Estilística, Gênero Lírico, Gêneros Literários, Parnasianismo

O soneto permite a reflexão sobre o próprio fazer poético. Para isso, na primeira estrofe, o autor trata das _________ da/para a criação; na segunda e na terceira, ressalta a importância do _________ do trabalho do poeta; na última, declara o verdadeiro _________ do poeta.

TEXTO 5 


A um Poeta



A
condições – resultado – propósito
B
exigências – processo – estilo
C
facilidades – produto – inimigo
D
expectativas – percurso – foco
4061abdf-32
PUC - RS 2018 - Literatura - Gênero Épico ou Narrativo, Gêneros Literários

Analise as afirmativas sobre o conto, em que os interlocutores são pai e filho, preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).


( ) O diálogo entre os dois interlocutores constitui-se no núcleo da narrativa.
( ) A sutil ironia do autor reflete sua condescendência com a sociedade.
( ) A intensa ação do conto associa-se à exposição de ideias do pai.
( ) O pai faz uma série de recomendações ao filho para que tenha sucesso na vida.


O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é


A
V – F – V – F
B
F – V – V – F
C
F – V – F – V 
D
V – F – F – V 
405e986b-32
PUC - RS 2018 - Literatura - Gênero Épico ou Narrativo, Gêneros Literários

A partir das explicações dadas pelo pai ao filho, indique (1) para linguagem produtora de conhecimento e (2) para linguagem manipuladora.


( ) “Sentenças latinas, ditos históricos, versos célebres, brocardos jurídicos, máximas, é de bom aviso trazê-los contigo para os discursos de sobremesa, de felicitação, ou de agradecimento.” (linhas 01 a 04)
( ) “Essas fórmulas têm a vantagem de não obrigar os outros a um esforço inútil.” (linhas 13 a 15) ( ) “[...] o adjetivo é a alma do idioma, a sua porção idealista e metafísica.” (linhas 53 e 54)
( ) “O substantivo é a realidade nua e crua, é o naturalismo do vocabulário.” (linhas 54 a 56)


A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é


A
1 – 1 – 2 – 2
B
1 – 1 – 1 – 2
C
2 – 2 – 2 – 1
D
2 – 2 – 1 – 1 
405b9058-32
PUC - RS 2018 - Literatura - Escolas Literárias, Gênero Épico ou Narrativo, Gêneros Literários, Realismo

No antológico trecho de Dom Casmurro em que o narrador se refere aos “olhos de cigana oblíqua e dissimulada” de Capitu,


I. ele confere dois atributos aos olhos da cigana.
II. a construção contrapõe-se a outra do narrador Bentinho, qual seja: “olhos de ressaca”.
III. a capacidade de sedução de Capitu é sugerida por “olhos de ressaca”.


Está/Estão correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

A
I.
B
III.
C
I e II. 
D
II e III.
40585fba-32
PUC - RS 2018 - Literatura - Escolas Literárias, Gênero Épico ou Narrativo, Gêneros Literários, Realismo

Um romance da literatura brasileira que apresenta uma personagem feminina marcante é Dom Casmurro, obra que 

A
enaltece a mulher na literatura. 
B
apresenta ações em flashback. 
C
inaugura o Realismo brasileiro.
D
incorpora o Naturalismo brasileiro.
3022b9cd-fc
PUC - RS 2017 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Sabe-se que Machado de Assis é considerado um dos maiores escritores brasileiros. Ele criou seu próprio Realismo. Um dos motivos que distinguem sua prosa é a forma como constrói personagens de marcada complexidade psicológica e existencial. Analise a correspondência entre personagem e obra, preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).

( ) Bentinho e Dom Casmurro

( ) Sofia e Memórias póstumas de Brás Cubas

( ) Dr. Simão Bacamarte e O alienista

( ) Quincas Borba e Memórias póstumas de Brás Cubas


O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto.



A
V – F – V – V
B
F – V – V – F
C
V – V – F – V
D
V – F – V – F
622ba3c9-b0
PUC - RS 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, ler o trecho de Noite na taverna, de Álvares de Azevedo.

“– Quem eu sou? na verdade fora difícil dizê-lo: corri muito mundo, a cada instante mudando de nome e de vida. Fui poeta e como poeta cantei. Fui soldado e banhei minha fronte juvenil nos últimos raios de sol da águia de Waterloo. Apertei ao fogo da batalha a mão do homem do século. Bebi numa taverna com Bocage – o português, ajoelhei-me na Itália sobre o túmulo de Dante e fui à Grécia para sonhar como Byron naquele túmulo das glórias do passado. – Quem eu sou? Fui um poeta aos vinte anos, um libertino aos trinta, sou um vagabundo sem pátria e sem crenças aos quarenta. Sentei-me à sombra de todos os sóis, beijei lábios de mulheres de todos os países; e de todo esse peregrinar, só trouxe duas lembranças – um amor de mulher que morreu nos meus braços na primeira noite de embriaguez e de febre – e uma agonia de poeta... Dela tenho uma rosa murcha e a fita que prendia seus cabelos. Dele olhai... O velho tirou de um bolso um embrulho: era um lenço vermelho o invólucro; desataram-no: dentro estava uma caveira.”

O trecho selecionado recupera a fala de um velho que interrompe a história, contada pelo jovem Bertram, um dos rapazes presentes na Taverna. As palavras dessa personagem expressam, nas entrelinhas,

A
a confissão do arrependimento pela vida errante do passado e o desejo de um cotidiano mais regrado.
B
a descrição de cada um dos lugares por onde passou e viveu.
C
a indignação frente à miséria e às injustiças presenciadas em todos os lugares visitados.
D
a dificuldade de mostrar-se diante da plateia que escutava a narrativa de Bertram, o segundo, naquela noite, a relatar sua trágica história.
E
o sofrimento de um amante e poeta que, durante toda a sua peregrinação, não conseguiu realizar-se como Homem.
62217d58-b0
PUC - RS 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, ler o texto que segue.

“Acabava de desembarcar; durante dez dias de viagem tinha-me saturado da poesia do mar, que vive de espuma, de nuvens e de estrelas; povoara a solidão profunda do oceano, naquelas compridas noites veladas ao relento, de sonhos dourados e risonhas esperanças; sentia enfim a sede da vida em flor que desabrocha aos toques de uma imaginação de vinte anos, sob o céu azul da corte. (...)
– Que linda menina! Exclamei para meu companheiro que também admirava. Como deve ser pura a alma naquele rosto mimoso!”

O fragmento acima pertence ao romance

A
A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, e descreve o momento em que Seixas chega à Ilha de ... e se encanta com a beleza de d. Carolina.
B
Lucíola, de José de Alencar, e enfoca o instante em que Paulo, depois da festa da Glória, deitado em sua cama, entre o sono e a vigília, lembra como e quando vira Lúcia pela primeira vez.
C
Senhora, de José de Alencar, e narra o momento em que Augusto retorna de uma viagem e se depara pela primeira vez com a beleza de Aurélia.
D
Dom Casmurro, de Machado de Assis, e relata o momento em que Bentinho regressa de sua estada no seminário e admira a beleza de Capitu.
E
O mulato, de Aluísio Azevedo, e documenta o instante em que Manoel Pescada, chegando a São Luís do Maranhão, observa a beleza de Ana Rosa.
62148675-b0
PUC - RS 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, ler o fragmento que segue.

“A travessia foi penosamente feita. O terreno inconsistente e móvel fugia sob os passos aos caminhantes; remorava a tração das carretas absorvendo as rodas até ao meio dos raios; opunha, salteadamente, flexíveis barreiras de espinheirais, que era forçoso destramar a facão; e reduplicava, no reverberar intenso das areias, a adustão da canícula. De sorte que ao chegar à tarde, à “Serra Branca”, a tropa estava exausta. Exausta e sequiosa. Caminhara oito horas sem parar, em pleno arder do sol bravio do verão.”

O fragmento pertence ao livro Os sertões, de Euclides da Cunha, que relata a Guerra de Canudos, travada no Nordeste brasileiro entre os homens liderados por Antônio Conselheiro e as tropas militares republicanas.

Neste trecho da obra,

I. alternam-se a linguagem coloquial e a inconformidade com a exploração do homem pelo homem.

II. a complexidade vocabular e o predomínio da descrição constituem características marcantes.

III. a reiteração de expressões regionais e a preocupação com a condição humana permeiam o ponto de vista do narrador.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
III, apenas.
D
I e III, apenas.
E
I, II e III.
620d14dc-b0
PUC - RS 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, ler o trecho do conto “As margens da alegria”, de Guimarães Rosa.

“ESTA É A ESTÓRIA. Ia um menino, com os Tios, passar dias no lugar onde se construía a grande cidade. Era uma viagem inventada no feliz; para ele, produziase em caso de sonho. Saíam ainda com o escuro, o ar fino de cheiros desconhecidos. A Mãe e o Pai vinham trazê-lo ao aeroporto. (...) O voo ia ser pouco mais de duas horas. O menino fremia no acorçoo, alegre de se rir para si, confortavelzinho, com um jeito de folha a cair. A vida podia às vezes raiar numa verdade extraordinária. Mesmo o afivelarem-lhe o cinto de segurança via forte afago, de proteção, e logo novo senso de esperança: ao não sabido, ao mais. Assim um crescer e desconter-se – certo como o ato de respirar – o de fugir para o espaço em branco. O Menino.”

De acordo com o texto, afirma-se:

I. O menino experimentava sensações até então inusitadas no enfrentamento do desconhecido, com sentimentos de entusiasmo e de descoberta.
II. A viagem parecia encaminhar-se na direção do não sabido e da revelação de algo extraordinário.
III. O viajante sentia medo e até dificuldade de respirar durante o percurso, e tinha vontade de fugir do seu destino.
IV. A viagem de avião daria ao menino o acesso a uma cidade ainda sem história.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
III, apenas.
D
I, II e IV, apenas.
E
I, II, III e IV.
6210511c-b0
PUC - RS 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, ler o trecho Memórias sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.

“A costa brasileira depois de um pulo de farol sumiu como um peixe. O mar era um oleado azul. O sol afogado queimava arranha-céus de nuvens. Dois pontos sujaram o horizonte faiscando longínquos bons dias sem fio. Os olhos hipócritas dos viajantes andavam longe dos livros – agora polichinelos sentados nas cadeiras vazias.”


A aproximação do texto literário à prosa cinematográfica, caracterizada pela _________, permite afirmar que o fragmento acima, de autoria de Oswald de Andrade, enquadra-se na estética _________. 

A

simultaneidade de imagens modernista

B

exaltação de objetos romântica

C

presença da ironia realista

D

idealização da paisagem pós-moderna

E

exploração do local simbolista

52e575e8-d6
PUC - RS 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

_________, no conto Venha ver o pôr do sol, narra uma história de _________ a partir do encontro de um casal de antigos amantes, em que, ao fim, a personagem feminina é _________

A
Clarice Lispector – miséria e solidão – atropelada
B
Lya Luft – luto familiar – abandonada pelo marido
C
Lygia Fagundes Telles – vingança – trancafiada para morrer
D
Lygia Fagundes Telles – traição – convencida a se deixar sequestrar
E
Clarice Lispector – separação – rejeitada pelos filhos
52eb72c9-d6
PUC - RS 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Leia o poema As mortes sucessivas, de Adélia Prado, e analise as afirmativas.

Quando minha irmã morreu eu chorei muito
e me consolei depressa. Tinha um vestido novo
e moitas no quintal onde eu ia existir.
Quando minha mãe morreu
Me consolei mais lento.
Tinha uma perturbação recém-achada:
meus seios conformavam dois montículos
e eu fiquei muito nua,
cruzando os braços sobre eles é que eu chorava.
Quando meu pai morreu
Nunca mais me consolei.
Busquei retratos antigos, procurei conhecidos,
parentes, que me lembrassem sua fala,
seu modo de apertar os lábios e ter certeza.
Reproduzi o encolhido do seu corpo
em seu último sono e repeti as palavras
que ele disse quando toquei seus pés:
´deixa, tá bom assim´.
Quem me consolará desta lembrança?
Meus seios se cumpriram
e as moitas onde existo
são pura sarça ardente de memória.
I. O poema apresenta um eu lírico que busca uma aprendizagem frente à morte.
II. As transformações do corpo do eu lírico evidenciam uma sucessão de perdas, enfrentadas desde a juventude.
III. A lembrança do pai é representada como ferida dolorosa que não tranquiliza o sentimento de falta.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

A
I, apenas.
B
III, apenas.
C
I e II, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II, III.
52e88b61-d6
PUC - RS 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o trecho da crônica A morte da Velhinha de Taubaté, de Luís Fernando Veríssimo, e analise as considerações que seguem, preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).
“Morreu no último dia 19, aos 90 anos de idade, de causa ignorada, a paulista conhecida como “a Velhinha de Taubaté”, que se tornou uma celebridade nacional há alguns anos por ser a última pessoa no Brasil que ainda acreditava no governo. (...)
As circunstâncias da morte da Velhinha de Taubaté ainda não estão esclarecidas. Sua sobrinha Suzette, que tem uma agência de acompanhantes de congressistas em Brasília embora a Velhinha acreditasse que ela fazia trabalho social com religiosas, informou que a Velhinha já tivera um pequeno acidente vascular ao saber da compra de votos para a reeleição do Fernando Henrique Cardoso, em quem ela acreditava muito, mas ficara satisfeita com as explicações e se recuperara.
Segundo Suzette, ela estava acompanhando as CPIs, comentara a sinceridade e o espírito público de todos os componentes das comissões, nenhum dos quais estava fazendo política, e de todos os depoentes, e acreditava que, como todos estavam dizendo a verdade, a crise acabaria logo, mas ultimamente começara a dar sinais de desânimo e, para grande surpresa da sobrinha, descrença.
A Velhinha acreditara em Lula desde o começo e até rebatizara o seu gato, que agora se chamava Zé. Acreditava principalmente no Palocci. Ela morreu na frente da televisão, talvez com o choque de alguma notícia. Mas a polícia mandou os restos do chá que a Velhinha estava tomando com bolinhos de polvilho para exame de laboratório. Pode ter sido suicídio.

( ) A crônica constrói-se por meio da crítica bemhumorada do autor à corrupção generalizada da classe política.
( ) O autor explora, nesse texto, a linguagem típica da notícia de jornal para apresentar a realidade brasileira de forma caricaturesca.
( ) A profissão de Suzette na crônica é apresentada de modo direto, sem eufemismos.
( ) FHC, Lula e Palocci são personagens reais a partir dos quais a fé da Velhinha na política se consolida.
( ) Luís Fernando Veríssimo é um autor que, em seus textos, explora outros gêneros textuais, como a notícia, o conto, o diálogo, a poesia.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
V – V – F – F – V
B
V – F – V – F – F
C
V – V – V – V – F
D
F – V – F – V – V
E
F – F – V – F – V
52eee24a-d6
PUC - RS 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Leia o excerto do romance Intermitências da Morte, de José Saramago, e analise as afirmativas.
No dia seguinte ninguém morreu. O facto, por absolutamente contrário às normas da vida, causou nos espíritos uma perturbação enorme, efeito em todos os aspectos justificado, basta que nos lembremos de que não havia notícia nos quarenta volumes da história universal, nem ao menos um caso para amostra, de ter alguma vez ocorrido fenómeno semelhante, passar-se um dia completo, com todas as suas pródigas vinte e quatro horas, contadas entre diurnas e nocturnas, matutinas e vespertinas, sem que tivesse sucedido um falecimento por doença, uma queda mortal, um suicídio levado a bom fim, nada de nada, pela palavra nada. Nem sequer um daqueles acidentes de automóvel tão frequentes em ocasiões festivas, quando a alegre irresponsabilidade e o excesso de álcool se desafiam mutuamente nas estradas para decidir sobre quem vai conseguir chegar à morte em primeiro lugar.
I. A partir de uma situação fantástica, a inexistência de mortes é vista como um fato inquietante.
II. Conforme o texto, podemos inferir que adoentados em estado grave foram salvos da morte, libertando-se de seu sofrimento.
III. O estilo do autor é marcado pela oscilação entre a narrativa de um fato e o comentário dissertativo sobre ele.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são, apenas,

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e III.
E
II e III.
52d97c6c-d6
PUC - RS 2016 - Literatura - Simbolismo, Escolas Literárias

Leia o poema A meu pai morto, de Augusto dos Anjos, e analise as afirmativas.

Podre meu Pai! A Morte o olhar lhe vidra.
Em seus lábios que os meus lábios osculam
Microrganismos fúnebres pululam
Numa fermentação gorda de cidra.

Duras leis as que os homens e a hórrida hidra
A uma só lei biológica vinculam,
E a marcha das moléculas regulam,
Com a invariabilidade da clepsidra!...

Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos
Roída toda de bichos, como os queijos
Sobre a mesa de orgíacos festins!...

Amo meu Pai na atômica desordem
Entre as bocas necrófagas que o mordem
E a terra infecta que lhe cobre os rins!

I. As estrofes que começam por “Podre meu Pai!” reiteram a ideia de que, por trás da Morte, há a presença de bichos e microrganismos cuja função é servir à lei biológica, que conduz todo ser vivo ao seu fim e à dissolução.
II. O poema, por ser um soneto, contrasta com a produção de Augusto dos Anjos, em geral marcada pela presença de versos livres e pela renovação formal.
III. O uso de vocabulário científico, transformado em linguagem poética pelo autor, é percebido na poesia de Augusto dos Anjos.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e III, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.
52e27211-d6
PUC - RS 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

I. O conto retrata a perversa fascinação diante da morte de um passante.
II. Dario, ao longo do texto, é privado não só de seus bens materiais, como também de seu nome próprio, sendo referido, ao final, apenas como um morto.
III. O personagem, embora enfrente o completo desamparo, recebe uma espécie de cumplicidade e apiedamento de um habitante urbano em situação de fragilidade social.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

Leia os excertos do conto Uma vela para Dario, de Dalton Trevisan, e analise as afirmativas sobre o texto.
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. (...)
Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca. Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
(....)
A última boca repetiu – Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora, aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto. Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas mãos no peito. Não pôde fechar os olhos nem a boca, onde a espuma tinha desaparecido. Apenas um homem morto e a multidão se espalhou, as mesas do café ficaram vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos. Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. Parecia morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva. Fecharam-se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade e apagou-se às primeiras gotas da chuva, que voltava a cair.
A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e II, apenas.
D
I e III, apenas.
E
I, II e III.
52df8174-d6
PUC - RS 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o trecho a seguir, retirado da obra Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, e compare-o com o quadro Os retirantes, de Candido Portinari.
– Desde que estou retirando
só a morte vejo ativa,
só a morte deparei
e às vezes até festiva;
só a morte tem encontrado
quem pensava encontrar vida,
e o pouco que não foi morte
foi de vida severina


Todas as alternativas apresentam afirmações corretas, EXCETO:

A
Severino serve de metonímia para retirantes, tema que é referido tanto no poema quanto no título do quadro.
B
O tom sombrio do quadro revela o tema da morte a partir de elementos como o aspecto físico dos personagens, a aridez em volta e os pássaros negros que os acompanham.
C
O tratamento social conferido aos temas da seca, da fome e da morte é recorrente em romances, poemas, quadros e filmes brasileiros a partir do anos 30.
D
No poema, há a oposição constante entre vida e morte, o que vai de encontro à temática abordada no quadro, já que, na representação da família, as crianças mostram que a vida é mais forte do que a morte.
E
A vida severina aparece como um contraponto à morte, embora não seja necessariamente mais positiva do que ela.
52dc6c59-d6
PUC - RS 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o poema Momento num café, de Manuel Bandeira, e analise as afirmações que seguem, preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).

Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida
Confiantes na vida.

Um no entanto se descobriu num gesto largo e
[demorado
Olhando o esquife longamente
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem
[finalidade
Que a vida é traição
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta.

( ) Entre as duas estrofes do poema, há uma relação de oposição quanto a visões sobre a vida.
( ) O uso de elementos cotidianos, por trás dos quais há uma revelação, é típico em Manuel Bandeira.
( ) Apesar de ser construído por versos livres, o ritmo do poema torna-se mais rápido a partir da segunda estrofe.
( ) Pode-se inferir, a partir da leitura do poema, que o elemento primordial, na visão do eu lírico, é a alma, não o corpo.
( ) O poeta é um dos principais representantes da poesia da geração de 45, junto com João Cabral de Melo Neto.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
F – F – V – V – V
B
F – V – F – F – V
C
V – F – V – V – F
D
V – V – F – F – V
E
V – V – F – F – F