Questõesde IF Sudeste - MG sobre Escolas Literárias
Leia o fragmento a seguir da obra O filho eterno, de Cristovão Tezza.
A manhã mais brutal da vida dele começou com o sono que se interrompe — chegavam os parentes. Ele
está feliz, é visível, uma alegria meio dopada pela madrugada insone, mais as doses de uísque, a
intensidade do acontecimento, a sucessão de pequenas estranhezas naquele espaço oficial que não é o seu,
mais uma vez ele não está em casa, e há agora um alheamento em tudo, como se fosse ele mesmo, e não a
mulher, que tivesse o filho de suas entranhas — a sensação boa, mas irremediável ao mesmo tempo, vai se
transformando numa aflição invisível que parece respirar com ele. Talvez ele, como algumas mulheres no
choque do parto, não queira o filho que tem, mas a ideia é apenas uma sombra. Afinal, ele é só um homem
desempregado e agora tem um filho. Ponto final.
TEZZA, Cristovão. O filho eterno. Rio de Janeiro: Record, 2007. p. 06.
Assinale a opção CORRETA, em relação a esse texto.
Leia o fragmento a seguir da obra O filho eterno, de Cristovão Tezza.
A manhã mais brutal da vida dele começou com o sono que se interrompe — chegavam os parentes. Ele está feliz, é visível, uma alegria meio dopada pela madrugada insone, mais as doses de uísque, a intensidade do acontecimento, a sucessão de pequenas estranhezas naquele espaço oficial que não é o seu, mais uma vez ele não está em casa, e há agora um alheamento em tudo, como se fosse ele mesmo, e não a mulher, que tivesse o filho de suas entranhas — a sensação boa, mas irremediável ao mesmo tempo, vai se transformando numa aflição invisível que parece respirar com ele. Talvez ele, como algumas mulheres no choque do parto, não queira o filho que tem, mas a ideia é apenas uma sombra. Afinal, ele é só um homem desempregado e agora tem um filho. Ponto final.
TEZZA, Cristovão. O filho eterno. Rio de Janeiro: Record, 2007. p. 06.
Assinale a opção CORRETA, em relação a esse texto.
Em relação à leitura do quadro e do poema, marque a alternativa CORRETA.
Analise o quadro abaixo e, logo em seguida, leia o poema Ode Triunfal, para responder à questão.
BOCCIONI, Umberto. A rua entra na casa. 1911. Óleo sobre tela, 100 X 107 cm.
Ode triunfal
À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical —
Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força —
Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro,
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes elétricas
Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão,
E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta,
Átomos que hão de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem,
Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volantes,
Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando,
Fazendo-me um acesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma.
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
A respeito das personagens encontradas na obra Capitães da areia, marque a alternativa CORRETA.
A respeito das personagens encontradas na obra Capitães da areia, marque a alternativa CORRETA.
Ainda em relação à narrativa de Jorge Amado, leia o trecho de carta a seguir:
Sr redator,
Desculpe os erros e a letra pois não sou costumeira nestas coisas de escrever e se hoje venho a vossa
presença é para botar os pingos no ii. Vi no jornal uma notícia sobre os furtos dos Capitães da areia e logo
depois veio a polícia e disse que ia perseguir eles e então o doutor dos menores veio com uma conversa
dizendo que era uma pena que eles não se emendavam no reformatório para onde ele mandava os pobres. É
pra falar no tal do reformatório que eu escrevo estas mal traçadas linhas. Eu queria que seu jornal mandasse
uma pessoa ver o tal do reformatório para ver como são tratados os filhos dos pobres que têm a desgraça de
cair nas mãos daqueles guardas sem alma.
AMADO, Jorge. Capitães da areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 12.
Examine as seguintes proposições e classifique-as como V (verdadeira) ou F (falsa).
( ) A obra inicia-se com os textos divulgados no Jornal da Tarde e dá seguimento
com a publicação de cartas de leitores como a da costureira Maria Ricardina, cujo
filho foi maltratado no reformatório.
( ) As cartas do padre e da costureira denunciam as péssimas condições humanas a
que os adolescentes são submetidos no reformatório, enquanto que a carta do juiz
de menores manifesta-se a favor da educação repressora.
( ) O fragmento de texto caracteriza-se por uma linguagem extremamente formal, um
rigor gramatical e o uso de expressões típicas da língua culta como “botar os
pingos no ii”.
Agora, aponte a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
Ainda em relação à narrativa de Jorge Amado, leia o trecho de carta a seguir:
Sr redator, Desculpe os erros e a letra pois não sou costumeira nestas coisas de escrever e se hoje venho a vossa presença é para botar os pingos no ii. Vi no jornal uma notícia sobre os furtos dos Capitães da areia e logo depois veio a polícia e disse que ia perseguir eles e então o doutor dos menores veio com uma conversa dizendo que era uma pena que eles não se emendavam no reformatório para onde ele mandava os pobres. É pra falar no tal do reformatório que eu escrevo estas mal traçadas linhas. Eu queria que seu jornal mandasse uma pessoa ver o tal do reformatório para ver como são tratados os filhos dos pobres que têm a desgraça de cair nas mãos daqueles guardas sem alma.
AMADO, Jorge. Capitães da areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 12.
Em sua obra Alguma poesia, Carlos Drummond de Andrade exprime a relação do eu lírico
com a realidade social moderna. Tendo em vista essa afirmação e o poema “Coração
numeroso”, julgue as afirmativas a seguir:
I – A declaração “Acabemos com isso” (linha 14) prenuncia o desfecho fatídico do
eu lírico: o seu afogamento na rua do porto.
II – No décimo primeiro verso, a expressão “homem-realejo” revela a constituição de
uma identidade deslocada e em constante construção.
III – O poema simboliza o movimento constante do sujeito-lírico que, ao percorrer o
Rio de Janeiro, depara-se com uma realidade sociocultural diferente.
IV – O verso “a cidade sou eu” (linha 22) enfatiza a imagem do sujeito solitário diante
de uma metrópole impessoal e em processo de desenvolvimento.
Assinale a alternativa CORRETA
Em sua obra Alguma poesia, Carlos Drummond de Andrade exprime a relação do eu lírico com a realidade social moderna. Tendo em vista essa afirmação e o poema “Coração numeroso”, julgue as afirmativas a seguir:
I – A declaração “Acabemos com isso” (linha 14) prenuncia o desfecho fatídico do eu lírico: o seu afogamento na rua do porto.
II – No décimo primeiro verso, a expressão “homem-realejo” revela a constituição de uma identidade deslocada e em constante construção.
III – O poema simboliza o movimento constante do sujeito-lírico que, ao percorrer o Rio de Janeiro, depara-se com uma realidade sociocultural diferente.
IV – O verso “a cidade sou eu” (linha 22) enfatiza a imagem do sujeito solitário diante de uma metrópole impessoal e em processo de desenvolvimento.
Assinale a alternativa CORRETA

Considerando que a obra Capitães da areia, de Jorge Amado, introduz, na Literatura
Brasileira da década de 1930, temas sociais que, até então, foram ignorados nas narrativas
da literatura oficial, marque a alternativa CORRETA.
O poema “Coração numeroso” foi publicado em 1930 na obra Alguma poesia e revela
algumas características da segunda fase do movimento modernista brasileiro. Diante dessa
constatação e tendo em vista o poema apresentado, marque a alternativa CORRETA.

Analise as seguintes proposições a respeito do Arcadismo.
I. Pode-se dizer que o pastor convida sua amada a gozar o quanto antes os prazeres do amor,
porque a vida é breve, e o futuro é incerto.
II. Pode-se dizer que o eu-lírico idealiza uma paisagem agradável e propícia aos encontros
amorosos.
III. Pode-se dizer que se trata de uma época de lutas e polêmicas religiosas que valorizou muito
a arte da oratória, tendo como um de seus maiores expoentes Gregório de Matos.
IV. Pode-se dizer que, contrariamente à arte do Renascimento, o Arcadismo pregava uma
exaltação dos sentimentos, e a religiosidade é expressa de forma dramática, intensa,
envolvendo emocionalmente os ouvintes.
Marque a alternativa CORRETA.
Leia atentamente o fragmento I-Juca-Pirama.
Em fundos vasos d'alvacenta argila
Ferve o cauim;
Enche-se as copas, o prazer começa,
Reina o festim.
O prisioneiro, cuja morte anseia,
Sentado está,
O prisioneiro, que outro sol no ocaso
Jamais verá!
A dura corda, que lhe enlaça o colo,
Mostra-lhe o fim
Da vida escura, que será mais breve
Do que o festim!
Contudo os olhos d'ignóbil pranto
Secos estão;
Mudos os lábios não descerram queixas
Do coração.
Mais um martírio, que encobrir não pode
Em rugas faz
A mentirosa placidez do rosto
Na fronte audaz!
Que tens, guerreiro? Que temor te assalta
No passo horrendo?
Honra das tabas que nascer te viram,
Folga morrendo.
Folga morrendo; porque além dos Andes
Revive o forte,
Que soube ufano contrastar os medos
Da fria morte.
GONÇALVES, Dias. Poesia e Prosa Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998, p. 380-381.
Considerando o poema como um todo e seu conhecimento sobre o Romantismo brasileiro, assinale a
alternativa CORRETA.
Leia atentamente o fragmento I-Juca-Pirama.
Em fundos vasos d'alvacenta argila
Ferve o cauim;
Enche-se as copas, o prazer começa,
Reina o festim.
O prisioneiro, cuja morte anseia,
Sentado está,
O prisioneiro, que outro sol no ocaso
Jamais verá!
A dura corda, que lhe enlaça o colo,
Mostra-lhe o fim
Da vida escura, que será mais breve
Do que o festim!
Contudo os olhos d'ignóbil pranto
Secos estão;
Mudos os lábios não descerram queixas
Do coração.
Mais um martírio, que encobrir não pode
Em rugas faz
A mentirosa placidez do rosto
Na fronte audaz!
Que tens, guerreiro? Que temor te assalta
No passo horrendo?
Honra das tabas que nascer te viram,
Folga morrendo.
Folga morrendo; porque além dos Andes
Revive o forte,
Que soube ufano contrastar os medos
Da fria morte.
GONÇALVES, Dias. Poesia e Prosa Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998, p. 380-381.
Considerando o poema como um todo e seu conhecimento sobre o Romantismo brasileiro, assinale a
alternativa CORRETA.