Questão 22b91f16-f9
Prova:IF Sudeste - MG 2017
Disciplina:Literatura
Assunto:Vanguardas Europeias, Escolas Literárias

Em relação à leitura do quadro e do poema, marque a alternativa CORRETA.

Analise o quadro abaixo e, logo em seguida, leia o poema Ode Triunfal, para responder à questão.

BOCCIONI, Umberto. A rua entra na casa. 1911. Óleo sobre tela, 100 X 107 cm.


Ode triunfal

À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica

Tenho febre e escrevo.

Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,

Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.


Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!

Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!

Em fúria fora e dentro de mim,

Por todos os meus nervos dissecados fora,

Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!

Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,

De vos ouvir demasiadamente de perto,

E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso

De expressão de todas as minhas sensações,

Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!


Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical —

Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força —

Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro,

Porque o presente é todo o passado e todo o futuro

E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes elétricas

Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão,

E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta,

Átomos que hão de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem,

Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volantes,

Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando,

Fazendo-me um acesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma.


Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!

Ser completo como uma máquina!

Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!

Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,

Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento

A todos os perfumes de óleos e calores e carvões

Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!

PESSOA, Fernando. Poesia de Álvaro de Campos. In: GALHOZ, Maria Aliete (Org.). Fernando Pessoa: obra poética. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 1999.

A
Ambos artistas expressam o desejo de criar uma linguagem adequada aos tempos modernos, mostrando a invasão dos espaços individuais, dos tempos da maquinaria e da velocidade.
B
Ambos artistas apresentam uma visão crítica acerca da modernidade, mostrando como a velocidade e as máquinas podem ser prejudiciais ao ser humano no âmbito metafísico e existencial.
C
Ambos artistas apresentam uma visão onírica acerca da modernidade, mostrando como a industrialização influenciou a vida do ser humano no início do século XX.
D
Ambos artistas pretendem descrever as mudanças na vida do ser humano do início do século XX, mostrando como a falta de rimas e a falta de objetividade podem ser nocivas à arte
E
Ambos artistas trazem, em suas obras, marcas do dadaísmo, evidenciando que é necessário refletir sobre a função dos objetos e seu significado no contexto artístico.

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