Questõesde FGV sobre Escolas Literárias

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8b032a68-f3
FGV 2012 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Texto para as questão.


Poema


Encontrado por Thiago de Mello

No Itinerário de Pasárgada


Vênus luzia sobre nós tão grande,

Tão intensa, tão bela, que chegava

A parecer escandalosa, e dava

Vontade de morrer.

Manuel Bandeira



Nesse breve poema de Bandeira, manifesta-se um aspecto que alguns de seus principais estudiosos consideram central e decisivo na obra do poeta, a saber,

A
a aversão tipicamente modernista ao belo natural.
B
a rejeição do que é grande e, também, do que é sublime.
C
o sestro romântico de transfigurar a paisagem.
D
a conjugação da maior expansão vital e do sentimento de morte.
E
o erotismo de caráter amoral, que contamina todo o cosmo.
8af7b84f-f3
FGV 2012, FGV 2012 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Considere as seguintes afirmações sobre o excerto das Memórias póstumas de Brás Cubas, obra fundamental da literatura brasileira:


I Depois de haver comparado seu estilo ao andar dos ébrios, o narrador resolve compará-lo também ao "luncheon", penitenciando-se, assim, dos vícios que praticara em vida - entre eles, o do alcoolismo.

II Nas comparações com o "luncheon", presentes no excerto, o narrador revela ser o capricho (ou arbítrio) o móvel dominante tanto de seu estilo quanto das ações que relata.

III Na autocrítica do narrador, realizada com ingenuidade no excerto, oculta-se a crítica do realista Machado de Assis ao Naturalismo dominante em sua época.


Está correto o que se afirma em

Texto para as questão.



CAPÍTULO 73 - O Luncheon*


        O despropósito fez-me perder outro capítulo. Que melhor não era dizer as coisas lisamente, sem todos estes solavancos! Já comparei o meu estilo ao andar dos ébrios. Se a ideia vos parece indecorosa, direi que ele é o que eram as minhas refeições com Virgília, na casinha da Gamboa, onde às vezes fazíamos a nossa patuscada, o nosso luncheon. Vinho, frutas, compotas. Comíamos, é verdade, mas era um comer virgulado de palavrinhas doces, de olhares ternos, de criancices, uma infinidade desses apartes do coração, aliás o verdadeiro, o ininterrupto discurso do amor. Às vezes vinha o arrufo temperar o nímio adocicado da situação. Ela deixava-me, refugiava-se num canto do canapé, ou ia para o interior ouvir as denguices de Dona Plácida. Cinco ou dez minutos depois, reatávamos a palestra, como eu reato a narração, para desatá-la outra vez. Note-se que, longe de termos horror ao método, era nosso costume convidá-lo, na pessoa de Dona Plácida, a sentar-se conosco à mesa; mas Dona Plácida não aceitava nunca.

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.


(*) Luncheon (Ing.): lanche, refeição ligeira, merenda.

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e II, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.
8afe45d4-f3
FGV 2012, FGV 2012 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

No trecho, revelam, respectivamente, um parentesco e um afastamento em relação às Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, o termo

Texto para as questão.



CAPÍTULO 73 - O Luncheon*


        O despropósito fez-me perder outro capítulo. Que melhor não era dizer as coisas lisamente, sem todos estes solavancos! Já comparei o meu estilo ao andar dos ébrios. Se a ideia vos parece indecorosa, direi que ele é o que eram as minhas refeições com Virgília, na casinha da Gamboa, onde às vezes fazíamos a nossa patuscada, o nosso luncheon. Vinho, frutas, compotas. Comíamos, é verdade, mas era um comer virgulado de palavrinhas doces, de olhares ternos, de criancices, uma infinidade desses apartes do coração, aliás o verdadeiro, o ininterrupto discurso do amor. Às vezes vinha o arrufo temperar o nímio adocicado da situação. Ela deixava-me, refugiava-se num canto do canapé, ou ia para o interior ouvir as denguices de Dona Plácida. Cinco ou dez minutos depois, reatávamos a palestra, como eu reato a narração, para desatá-la outra vez. Note-se que, longe de termos horror ao método, era nosso costume convidá-lo, na pessoa de Dona Plácida, a sentar-se conosco à mesa; mas Dona Plácida não aceitava nunca.

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.


(*) Luncheon (Ing.): lanche, refeição ligeira, merenda.

A
"despropósito" e as intenções moralizantes do narrador.
B
"solavancos" e a sentimentalidade romântica dos amantes.
C
"luncheon" e a intimidade erótica do casal.
D
"patuscada" e o contexto de classe de pretensões elegantes.
E
"criancices" e o anticlericalismo latente.
8afb81ef-f3
FGV 2012, FGV 2012 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

No trecho "se a ideia vos parece indecorosa", revela-se

Texto para as questão.



CAPÍTULO 73 - O Luncheon*


        O despropósito fez-me perder outro capítulo. Que melhor não era dizer as coisas lisamente, sem todos estes solavancos! Já comparei o meu estilo ao andar dos ébrios. Se a ideia vos parece indecorosa, direi que ele é o que eram as minhas refeições com Virgília, na casinha da Gamboa, onde às vezes fazíamos a nossa patuscada, o nosso luncheon. Vinho, frutas, compotas. Comíamos, é verdade, mas era um comer virgulado de palavrinhas doces, de olhares ternos, de criancices, uma infinidade desses apartes do coração, aliás o verdadeiro, o ininterrupto discurso do amor. Às vezes vinha o arrufo temperar o nímio adocicado da situação. Ela deixava-me, refugiava-se num canto do canapé, ou ia para o interior ouvir as denguices de Dona Plácida. Cinco ou dez minutos depois, reatávamos a palestra, como eu reato a narração, para desatá-la outra vez. Note-se que, longe de termos horror ao método, era nosso costume convidá-lo, na pessoa de Dona Plácida, a sentar-se conosco à mesa; mas Dona Plácida não aceitava nunca.

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.


(*) Luncheon (Ing.): lanche, refeição ligeira, merenda.

A
o grau de desfaçatez e até de impudência que o narrador imprime a sua relação com o leitor.
B
que o narrador substitui uma comparação inapropriada e até chula, por uma comparação propriamente decorosa.
C
que o narrador censura o pundonor exagerado e deslocado da personagem Dona Plácida.
D
o peso da censura que, na sociedade patriarcal do século XIX, recaía sobre a prática do adultério.
E
que o narrador reforma seu estilo por respeito à leitora elegante, pertencente às classes superiores, cujos interesses Machado de Assis defendia.
13d25ae9-de
FGV 2014, FGV 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Em sua consideração do poema, o poeta reivindica como traço de sua poética, entre outros,

Texto para a questão


Consideração do poema



Carlos Drummond de Andrade, A rosa do povo.

A
o abandono do verso.
B
a intertextualidade.
C
o primado do individualismo.
D
a musicalidade.
E
o didatismo.
13ce3141-de
FGV 2014, FGV 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Considere as seguintes afirmações:


I A liberdade com que o poeta compõe o poema tem, como contrapartida, a seriedade com que considera sua atividade.  

II O poeta se abre para o mundo exterior, mas continua a examinar a si mesmo, de modo atento e exigente.

III O foco na subjetividade do poeta desdobra-se em uma poesia de vocação coletiva, com alcance social e tendências anticapitalistas.


É compatível com o teor deste poema e do livro no qual ele se insere o que se afirma em 

Texto para a questão


Consideração do poema



Carlos Drummond de Andrade, A rosa do povo.

A
I, apenas.
B
I e II, apenas.
C
I e III, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.
13c10321-de
FGV 2014, FGV 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O período da literatura brasileira posterior ao clímax do chamado Modernismo “paulista” – período esse também conhecido como “Modernismo de 1930”, no qual surge, por exemplo, o chamado “romance nordestino”,


I beneficiou-se da liberdade de pesquisa estética conquistada pelo primeiro Modernismo, a qual incorporou e normalizou;

II procurou enraizar fortemente suas histórias e personagens em realidades bem determinadas e concretas e,

III com frequência, introjetou nas obras a radicalização político-ideológica característica do período.


Está correto o que se afirma em 

A
I, somente.
B
II, somente,
C
I e II, somente.
D
II e III, somente.
E
I, II e III.
13bde008-de
FGV 2014, FGV 2014 - Literatura - Naturalismo, Escolas Literárias

No romance Quincas Borba, evidencia-se a manipulação a que Palha submete Rubião, para melhor apropriar-se de seus bens, conforme se verifica ao longo da narrativa. Essa atitude já o indica como o tipo do arrivista, ou seja, alguém que quer vencer na vida (ou subir na escala social) a qualquer custo, mesmo em prejuízo de outrem. Considerando-se esses aspectos que caracterizam o tipo, configuram-se também como arrivistas as personagens citadas abaixo:

A
Leonardo [filho] (de Memórias de um sargento de milícias) e Paulo Honório (de São Bernardo). 
B
Aurélia (de Senhora) e Leonardo [filho] (de Memórias de um sargento de milícias).
C
Sérgio (de O Ateneu) e Aurélia (de Senhora).
D
João Romão (de O cortiço) e Paulo Honório (de São Bernardo).
E
Sérgio (de O Ateneu) e João Romão (de O cortiço).
1db3b58d-b0
FGV 2015 - Literatura - Modernismo, Realismo, Escolas Literárias

Estudiosos de Dom Casmurro, tais como Roberto Schwarz e John Gledson, identificam, na personagem Capitu, um conjunto de impulsos ou tendências modernizantes, que se contrapõe à ordem patriarcal ainda vigente no contexto social em que se passa a história. Só NÃO faz parte desse conjunto de impulsos e tendências da referida personagem

A
o desejo de construir uma família conjugal ou nuclear, diversa da família expandida do patriarcalismo.
B
a crítica aos aspectos supersticiosos ou maníacos das práticas religiosas.
C
a predileção pela formação de juízo autônomo, isto é, por pensar com a própria cabeça.
D
a adesão doutrinária e prática ao movimento abolicionista.
E
a consideração do desejo de ascensão social como legítimo e justificado.
1da94c82-b0
FGV 2015 - Literatura - Naturalismo, Modernismo, Escolas Literárias, Romantismo

O trecho final do excerto, “Tal uma lâmina, / o povo, meu poema, te atravessa”, pode ser empregado para se caracterizar o fio condutor da seguinte obra literária

(...) Eis aí meu canto.
Ele é tão baixo que sequer o escuta
ouvido rente ao chão. Mas é tão alto
que as pedras o absorvem. Está na mesa
aberta em livros, cartas e remédios.
Na parede infiltrou-se. O bonde, a rua,
o uniforme de colégio se transformam,
são ondas de carinho te envolvendo.

Como fugir ao mínimo objeto
ou recusar-se ao grande? Os temas passam,
eu sei que passarão, mas tu resistes,
e cresces como fogo, como casa,
como orvalho entre dedos,
na grama, que repousam.

Já agora te sigo a toda parte,
e te desejo e te perco, estou completo,
me destino, me faço tão sublime,
tão natural e cheio de segredos,
tão firme, tão fiel... Tal uma lâmina,
o povo, meu poema, te atravessa.
Carlos Drummond de Andrade.  A rosa do povo.
A
Senhora.
B
Dom Casmurro.
C
O Ateneu.
D
São Bernardo.
E
Morte e vida severina.
1da405d3-b0
FGV 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Considere as seguintes afirmações:

As concepções relativas à poesia que se podem corretamente deduzir do excerto do poema de Drummond comportam os seguintes traços ou características:

I O poema é tanto mais forte quanto mais se abre para as várias dimensões da vida coletiva.
II A integração do poema na realidade objetiva não anula a subjetividade do eu lírico; ao contrário, ela lhe confere vigor renovado.
III O caráter participante ou empenhado da literatura se coaduna perfeitamente com sua integridade estética.

Está correto o que se afirma em

(...) Eis aí meu canto.
Ele é tão baixo que sequer o escuta
ouvido rente ao chão. Mas é tão alto
que as pedras o absorvem. Está na mesa
aberta em livros, cartas e remédios.
Na parede infiltrou-se. O bonde, a rua,
o uniforme de colégio se transformam,
são ondas de carinho te envolvendo.

Como fugir ao mínimo objeto
ou recusar-se ao grande? Os temas passam,
eu sei que passarão, mas tu resistes,
e cresces como fogo, como casa,
como orvalho entre dedos,
na grama, que repousam.

Já agora te sigo a toda parte,
e te desejo e te perco, estou completo,
me destino, me faço tão sublime,
tão natural e cheio de segredos,
tão firme, tão fiel... Tal uma lâmina,
o povo, meu poema, te atravessa.
Carlos Drummond de Andrade.  A rosa do povo.
A
II e III, apenas.
B
I, apenas.
C
I, II e III.
D
I e III, apenas.
E
I e II, apenas.
1dae157a-b0
FGV 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Não obstante as diferenças estéticas e cronológicas existentes entre Capitães da Areia (1937), São Bernardo (1934) e A rosa do povo (1945), determinadas características desses livros — tais como a ênfase na opressão, no medo, na crueldade etc. — indicam que eles compartilham, como contexto histórico nacional,

A
a tentativa de golpe denominada “Intentona Comunista” (1935).
B
a participação brasileira na “Guerra Fria”.
C
o período que vai da Revolução de 1930 ao final do Estado Novo.
D
as duas últimas décadas da chamada “República Velha”.
E
a agitação social decorrente da crise da produção industrial.
80afb701-b0
FGV 2015 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

No excerto, narram-se as circunstâncias em que travaram conhecimento Leonardo (Pataca) e Maria (da hortaliça), a bordo do navio que, procedente de Portugal, iria desembarcá-los no Rio de Janeiro.

Considere as seguintes afirmações referentes ao excerto:


I A narrativa é isenta de traços idealizantes, seja no que se refere às personagens, seja no que se refere a suas relações amorosas.

II O ângulo de representação privilegiado pelo romancista é o da comicidade e do humor.

III A vivacidade da cena figurada no excerto deve-se à presença de um narrador-personagem, que participa da ação.



Está correto o que se afirma em

        Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. Aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o vemos empossado, e que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria da hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia rochonchuda e bonitota. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua mocidade mal-apessoado, e sobretudo era maganão. Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença de serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos. 


Manuel Antônio de Almeida,Memórias de um sargento de milícias.

A
I, somente.
B
I e II, somente.
C
III, somente.
D
II e III, somente.
E
I, II e III.
35befd2c-c0
FGV 2016 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Da “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, o poema de Drummond conserva, sobretudo,

Nova canção do exílio


Um sabiá

na palmeira, longe.

Estas aves cantam

um outro canto.


O céu cintila

sobre flores úmidas.

Vozes na mata,

e o maior amor.


Só, na noite,

seria feliz:

um sabiá,

na palmeira, longe.


Onde é tudo belo

e fantástico,

só, na noite,

seria feliz.

(Um sabiá,

na palmeira, longe.)


Ainda um grito de vida e

voltar

para onde é tudo belo

e fantástico:

palmeira, o sabiá,

o longe. 


Carlos Drummond de Andrade, A rosa do povo.

A
a ausência de adjetivação.
B
o antilusitanismo.
C
o ufanismo nacionalista.
D
a regularidade métrica.
E
a idealização nostálgica.