Questõessobre Escolas Literárias
Os três poemas de Paulo Leminski reproduzidos acima apresentam um forte conteúdo:
Poema 1
o bicho alfabeto
tem vinte e três patas
ou quase
por onde ele passa
nascem palavras
e frases
com frases
se fazem asas
palavras
o vento leve
o bicho alfabeto
passa
fica o que não se escreve
Poema 2
operação de vista
De uma noite, vim.
Para uma noite, vamos,
uma rosa de Guimarães
nos ramos de Graciliano.
Finnegans Wake à direita
un coup de dés à esquerda
que coisa pode ser feita
que não seja pura perda?
Poema 3
Um bom poema
leva anos cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto
Assinale a opção que apresenta corretamente a análise crítica de Capitães da areia,
de Jorge Amado.
Sobre Tropicália, de Marcelo Machado, é correto afirmar que:
Assinale a opção que apresenta corretamente um excerto de O alienista, de
Machado de Assis, que faz referência a um episódio da Revolução Francesa.
Machado de Assis (1839-1908) escreveu ao longo da
sua vida nove romances. Obras que se caracterizam
pelo aprofundamento psicológico dos personagens,
por retratar os costumes das elites brasileiras e,
principalmente, por se valer da ironia enquanto forma.
Dentre os títulos abaixo, quais foram escritos pelo
escritor carioca?
Com Os Sertões, Euclides da Cunha (1866-1909) se
consagra, entre os cientistas sociais da sua geração,
como um dos maiores intérpretes da realidade
brasileira. Sua obra não apenas retrata e interpreta a
Guerra de Canudos, ocorrida no Sertão da Bahia,
como revela para os brasileiros do litoral o Brasil
profundo, um Brasil onde as ideias de “civilização e
progresso” ainda caminhavam à margem da sua
realidade sócio-econômico-política. Nada obstante
essa realidade, como Euclides da Cunha define o
sertanejo:
Dramaturgo, dicionarista e crítico literário, o
maranhense Gonçalves Dias (1823-1864) firmou o seu
nome como um dos mais importantes poetas
românticos brasileiros. Dentre os poemas abaixo, qual
é de sua autoria?
Tomás Antônio Gonzaga foi um dos maiores escritores
árcades da segunda metade do século XVIII no Brasil.
A sua obra encerra a poesia, um Tratado de Direito
Natural e a sátira política. Dentre as obras assinaladas
abaixo, quais foram frutos do seu talento literário?
Leia um trecho do conto No Moinho, do escritor português Eça
de Queirós, em que Maria da Piedade é a personagem central do
enredo.
Refugiava-se então naquele amor como uma compensação deliciosa. Julgando-o todo puro, todo de alma, deixava-se penetrar
dele e da sua lenta influência. Adrião tornara-se, na sua imaginação, como um ser de proporções extraordinárias, tudo o que é forte,
e que é belo, e que dá razão à vida. […] Leu todos os seus livros,
sobretudo aquela Madalena que também amara, e morrera de um
abandono. Estas leituras calmavam-na, davam-lhe como uma vaga
satisfação ao desejo. Chorando as dores das heroínas de romance,
parecia sentir alívio às suas.
Lentamente, esta necessidade de encher a imaginação desses lances de amor, de dramas infelizes, apoderou-se dela. Foi
durante meses um devorar constante de romances. Ia-se assim
criando no seu espírito um mundo artificial e idealizado. A realidade tornava-se-lhe odiosa, sobretudo sob aquele aspecto da sua
casa, onde encontrava sempre agarrado às saias um ser enfermo. Vieram as primeiras revoltas. Tornou-se impaciente e áspera.
Não suportava ser arrancada aos episódios sentimentais do seu
livro, para ir ajudar a voltar o marido e sentir-lhe o hálito mau.
Veio-lhe o nojo das garrafadas, dos emplastros, das feridas dos
pequenos a lavar. Começou a ler versos. Passava horas só, num
mutismo, à janela, tendo sob o seu olhar de virgem loura toda a
rebelião duma apaixonada. Acreditava nos amantes que escalam
os balcões, entre o canto dos rouxinóis: e queria ser amada assim,
possuída num mistério de noite romântica…
(Eça de Queirós. Contos, s/d.)
Nesse trecho do conto, evidencia-se a ligação do escritor à estética realista, pois ele
Observe a pintura Os barqueiros do Volga, do artista ucraniano
Ilia Repin.

(Andrew Graham-Dixon. Arte: o guia visual definitivo da arte, 2011.)
Pode-se relacionar corretamente essa pintura ao
Observe a pintura Os barqueiros do Volga, do artista ucraniano Ilia Repin.
(Andrew Graham-Dixon. Arte: o guia visual definitivo da arte, 2011.)
Pode-se relacionar corretamente essa pintura ao
Sobre o regionalismo, não é correto afirmar:
Sobre os trechos abaixo, marque a alternativa que apresenta a informação correta:
"Quando o Nordeste tiver açudes para sanar sua falta de água, quando for mais alfabetizado,
quando terminar essa semiescravidão em que o trabalhador vive, verás, Justino, tua terra florescer,
dar frutos, as crianças felizes crescerem e se tornarem adultos conscientes de suas
responsabilidades, como elos da nossa corrente humana." (MOTT, Odette de Barros; Justino, o
retirante p. 134.)
“E andavam para o Sul, metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia de pessoas fortes Os
meninos em escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles dois velhinhos, acabando-se
como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que iriam fazer? Retardaram-se
temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E o sertão
continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos, como
Fabiano, Sinhá Vitória e os dois meninos." (Graciliano Ramos - Vidas secas, pág. 134)
Leia o fragmento a seguir da obra O filho eterno, de Cristovão Tezza.
A manhã mais brutal da vida dele começou com o sono que se interrompe — chegavam os parentes. Ele
está feliz, é visível, uma alegria meio dopada pela madrugada insone, mais as doses de uísque, a
intensidade do acontecimento, a sucessão de pequenas estranhezas naquele espaço oficial que não é o seu,
mais uma vez ele não está em casa, e há agora um alheamento em tudo, como se fosse ele mesmo, e não a
mulher, que tivesse o filho de suas entranhas — a sensação boa, mas irremediável ao mesmo tempo, vai se
transformando numa aflição invisível que parece respirar com ele. Talvez ele, como algumas mulheres no
choque do parto, não queira o filho que tem, mas a ideia é apenas uma sombra. Afinal, ele é só um homem
desempregado e agora tem um filho. Ponto final.
TEZZA, Cristovão. O filho eterno. Rio de Janeiro: Record, 2007. p. 06.
Assinale a opção CORRETA, em relação a esse texto.
Leia o fragmento a seguir da obra O filho eterno, de Cristovão Tezza.
A manhã mais brutal da vida dele começou com o sono que se interrompe — chegavam os parentes. Ele está feliz, é visível, uma alegria meio dopada pela madrugada insone, mais as doses de uísque, a intensidade do acontecimento, a sucessão de pequenas estranhezas naquele espaço oficial que não é o seu, mais uma vez ele não está em casa, e há agora um alheamento em tudo, como se fosse ele mesmo, e não a mulher, que tivesse o filho de suas entranhas — a sensação boa, mas irremediável ao mesmo tempo, vai se transformando numa aflição invisível que parece respirar com ele. Talvez ele, como algumas mulheres no choque do parto, não queira o filho que tem, mas a ideia é apenas uma sombra. Afinal, ele é só um homem desempregado e agora tem um filho. Ponto final.
TEZZA, Cristovão. O filho eterno. Rio de Janeiro: Record, 2007. p. 06.
Assinale a opção CORRETA, em relação a esse texto.
Sobre a obra O Filho Eterno, de Cristóvão Tezza, é CORRETO afirmar:
Em relação à leitura do quadro e do poema, marque a alternativa CORRETA.
Analise o quadro abaixo e, logo em seguida, leia o poema Ode Triunfal, para responder à questão.
BOCCIONI, Umberto. A rua entra na casa. 1911. Óleo sobre tela, 100 X 107 cm.
Ode triunfal
À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical —
Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força —
Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro,
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes elétricas
Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão,
E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta,
Átomos que hão de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem,
Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volantes,
Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando,
Fazendo-me um acesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma.
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
A obra de Graciliano Ramos encerra vários temas,
espaços geográficos e gêneros textuais, a exemplo da
memória, do diário, do conto, da crítica literária, do
romance e das estórias infanto-juvenis. Dentre as
estórias infanto-juvenis, qual foi escrita por Graciliano?
Jorge de Lima foi, ao lado do poeta mineiro Murilo
Mendes, o mais importante poeta católico brasileiro da
sua geração. Ao lado de obras como A Túnica
inconsútil, Tempo e Eternidade e Quatro poemas
negros, Jorge de Lima escreveu também um dos mais
importantes poemas épicos da língua portuguesa.
Como foi intitulado este poema épico?
Carlos Drummond de Andrade tratou em sua obra de
vários temas do homem contemporâneo, a exemplo da
solidão, do amor perdido, da saudade das coisas
vividas, dos conflitos bélicos. Dentre os versos abaixo,
qual é da sua autoria?
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.;
Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade
As armas nacionais;
Vêm quinhentos mil escravos no bojo das fábricas,
A metade morreu na escuridão, sem ar.
Dividamos Cristo:
Todos ressuscitarão iguais;
Lima Barreto e a sua obra estão inseridos na chamada
literatura pré-modernistas. Crítico da sociedade do seu
tempo e dos descaminhos que o projeto republicano
foi tomando no Brasil, Lima Barreto também abordou
em sua obra outros temas como:
1) o racismo e a herança da escravidão.
2) a herança armorial na cultura brasileira.
3) o nacionalismo xenofóbico.
4) a defesa da nobreza agrária.
5) a vida intelectual carioca.
Estão corretas:
1) o racismo e a herança da escravidão.
2) a herança armorial na cultura brasileira.
3) o nacionalismo xenofóbico.
4) a defesa da nobreza agrária.
5) a vida intelectual carioca.
Estão corretas: