Questõesde CESMAC sobre Escolas Literárias
Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo
digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de
mármore quanto mais a corações de cera! São as afeições
como as vidas que não há mais certo sinal de haverem de
durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas
que partem do centro da circunferência, que, quanto mais
continuadas, tantos menos unidas. (..) A razão natural de
toda essa diferença é porque o tempo tira a novidade às
coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e
basta que sejam usadas para não serem as mesmas.
Gasta-se o ferro com o uso quanto mais o amor?
(Padre Antonio Vieira, Sermão do mandato)
Padre António Vieira é reconhecido como um dos
expoentes do período literário conhecido como o
Barroco, período:
1) que reflete um momento conturbado da história
do continente europeu.
2) caracterizado pelo desequilíbrio entre razão e
emoção, pela expressão da dualidade humana.
3) cuja visão conflitante se manifestava pelo uso
reiterado de figuras de linguagem, sobretudo de
inversões e de antíteses.
4) em que à retórica argumentativa foi atribuída uma
função socialmente relevante, como no trecho do
sermão mostrado acima.
Estão corretas:
A região Nordeste, e sua realidade sofrida, dura e
frequentemente castigada pelas agruras de grandes
estiagens, foi tema de grandes produções literárias,
entre as quais convém citar as obras:
1) Vidas Secas, de Graciliano Ramos, à volta de
personagens, como Fabiano, Sinhá Vitória, os
filhos e a cachorra Baleia.
2) O Quinze, de Rachel de Queiroz, que narra o
drama da seca de 1915: “o cenário é a caatinga,
caracterizada pela seca que devasta a vegetação
e o solo, e castiga seus habitantes.”
3) Seara Vermelha, de Jorge Amado, que gira em
torno da saga de migrantes nordestinos que
fogem da privação provocada pela seca.
Está(ão) correta(s):
O Romantismo brasileiro se distinguiu, em relação a
outros períodos da literatura nacional, pois:
Com Os Sertões, Euclides da Cunha (1866-1909) se
consagra, entre os cientistas sociais da sua geração,
como um dos maiores intérpretes da realidade
brasileira. Sua obra não apenas retrata e interpreta a
Guerra de Canudos, ocorrida no Sertão da Bahia,
como revela para os brasileiros do litoral o Brasil
profundo, um Brasil onde as ideias de “civilização e
progresso” ainda caminhavam à margem da sua
realidade sócio-econômico-política. Nada obstante
essa realidade, como Euclides da Cunha define o
sertanejo:
Machado de Assis (1839-1908) escreveu ao longo da
sua vida nove romances. Obras que se caracterizam
pelo aprofundamento psicológico dos personagens,
por retratar os costumes das elites brasileiras e,
principalmente, por se valer da ironia enquanto forma.
Dentre os títulos abaixo, quais foram escritos pelo
escritor carioca?
Dramaturgo, dicionarista e crítico literário, o
maranhense Gonçalves Dias (1823-1864) firmou o seu
nome como um dos mais importantes poetas
românticos brasileiros. Dentre os poemas abaixo, qual
é de sua autoria?
Tomás Antônio Gonzaga foi um dos maiores escritores
árcades da segunda metade do século XVIII no Brasil.
A sua obra encerra a poesia, um Tratado de Direito
Natural e a sátira política. Dentre as obras assinaladas
abaixo, quais foram frutos do seu talento literário?
Jorge de Lima foi, ao lado do poeta mineiro Murilo
Mendes, o mais importante poeta católico brasileiro da
sua geração. Ao lado de obras como A Túnica
inconsútil, Tempo e Eternidade e Quatro poemas
negros, Jorge de Lima escreveu também um dos mais
importantes poemas épicos da língua portuguesa.
Como foi intitulado este poema épico?
A obra de Graciliano Ramos encerra vários temas,
espaços geográficos e gêneros textuais, a exemplo da
memória, do diário, do conto, da crítica literária, do
romance e das estórias infanto-juvenis. Dentre as
estórias infanto-juvenis, qual foi escrita por Graciliano?
O escritor paraibano José Lins do Rego narrou em sua
obra romanesca a decadência dos engenhos de
açúcar do Nordeste, em obras que ficaram conhecidas
como o “Ciclo da cana-de-açúcar”. Este “Ciclo” foi
concluído com Fogo Morto, romance de 1943, que
encerra três narrativas interdependentes sobre
personagens que estavam presentes nas demais
obras do “Ciclo”. Quais eram esses personagens?
Carlos Drummond de Andrade tratou em sua obra de
vários temas do homem contemporâneo, a exemplo da
solidão, do amor perdido, da saudade das coisas
vividas, dos conflitos bélicos. Dentre os versos abaixo,
qual é da sua autoria?
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.;
Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade
As armas nacionais;
Vêm quinhentos mil escravos no bojo das fábricas,
A metade morreu na escuridão, sem ar.
Dividamos Cristo:
Todos ressuscitarão iguais;
Uma significativa produção do Romantismo brasileiro
— seja na prosa, seja na poesia — se inscreve na
chamada vertente indianista. De Gonçalves Dias,
passando por José de Alencar, Visconde de Taunay e
Machado de Assis, o indianismo esteve presente em
várias obras dos oitocentos. Dentre outras fontes, o
indianismo vai beber os seus fundamentos literários
em qual princípio filosófico?
Autor de nove romances, Machado de Assis é
considerado não apenas o ponto mais alto da prosa
literária dos oitocentos brasileiro, mas também o autor
de personagens que estão entre os mais conhecidos e
marcantes da nossa literatura. Dentre os nomes
abaixo, quais personagens foram frutos da criação de
Machado de Assis?
Lima Barreto e a sua obra estão inseridos na chamada
literatura pré-modernistas. Crítico da sociedade do seu
tempo e dos descaminhos que o projeto republicano
foi tomando no Brasil, Lima Barreto também abordou
em sua obra outros temas como:
1) o racismo e a herança da escravidão.
2) a herança armorial na cultura brasileira.
3) o nacionalismo xenofóbico.
4) a defesa da nobreza agrária.
5) a vida intelectual carioca.
Estão corretas:
1) o racismo e a herança da escravidão.
2) a herança armorial na cultura brasileira.
3) o nacionalismo xenofóbico.
4) a defesa da nobreza agrária.
5) a vida intelectual carioca.
Estão corretas:
As criações literárias deixam transparecer marcas dos
contextos históricos em que foram produzidas. São,
assim, de certa forma, representativas de aspectos
sociais e culturais de cada época, como se pode
constatar na alternativa seguinte.
O poema de João Cabral pode ser considerado como
uma produção artística que:
TEXTO 4
...
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias,
Lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
Que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
Analise o fragmento de um poema, transcrito abaixo.
Quero que a estrofe cristalina
dobrada ao jeito,
do ourives, saia da oficina
sem um defeito:
E horas sem conta passo, mudo,
o olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo,
o pensamento.
Porque o escrever – tanta perícia,
tanta requer,
que ofício tal... nem há notícia
de outra qualquer.
(Olavo Bilac. Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2002.)
O poema acima se insere na produção poética do
Parnasianismo. Esse período teve, como uma de suas
concepções nucleares, o culto da ‘arte pela arte’, ou ‘a
arte com fim em si mesma’. Tal concepção da poesia
parnasiana se revela no poema acima:
Analise o fragmento de um poema, transcrito abaixo.
Quero que a estrofe cristalina
dobrada ao jeito,
do ourives, saia da oficina
sem um defeito:
E horas sem conta passo, mudo,
o olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo,
o pensamento.
Porque o escrever – tanta perícia,
tanta requer,
que ofício tal... nem há notícia
de outra qualquer.
(Olavo Bilac. Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2002.)
O poema acima se insere na produção poética do
Parnasianismo. Esse período teve, como uma de suas
concepções nucleares, o culto da ‘arte pela arte’, ou ‘a
arte com fim em si mesma’. Tal concepção da poesia
parnasiana se revela no poema acima:
Analise o poema, transcrito abaixo.
A água é falsa, a água é boa.
Nada, nadador!
A água é mansa, a água é doida,
aqui é fria, ali é morna,
a água é fêmea.
Nada, nadador!
A água sobe, a água desce,
a água é mansa, a água é doida.
Nada, nadador!
A água te lambe, a água te abraça,
a água te leva, a água te mata.
Nada, nadador!
Senão, o que restará de ti, nadador?
Nada, nadador!
Jorge de Lima. Poemas escolhidos.
Veja acima o poema O Nadador, de autoria do poeta
alagoano Jorge Lima. Analise os comentários que são
feitos acerca de sua obra e, particularmente, acerca
desse poema.
1) O poema exibe uma grande incidência de
recursos reiterativos, sobretudo no âmbito da
forma.
2) O poeta emprestou ao poema uma elaboração
dialógica, muito semelhante às práticas sociais
da conversação coloquial.
3) A obra poética de Jorge de Lima se insere na
segunda geração dos modernistas brasileiros.
Revelou-se um artista multifacetado, em
constante mudança, pois recorreu a diferentes
estilos e perspectivas estéticas.
4) Os dois últimos versos são bastante expressivos,
pois exploram os efeitos de sentido provocados
pelo recurso a uma homonímia.
Estão corretas as alternativas:
Analise o poema, transcrito abaixo.
A água é falsa, a água é boa.
Nada, nadador!
A água é mansa, a água é doida,
aqui é fria, ali é morna,
a água é fêmea.
Nada, nadador!
A água sobe, a água desce,
a água é mansa, a água é doida.
Nada, nadador!
A água te lambe, a água te abraça,
a água te leva, a água te mata.
Nada, nadador!
Senão, o que restará de ti, nadador?
Nada, nadador!
Jorge de Lima. Poemas escolhidos.
Veja acima o poema O Nadador, de autoria do poeta alagoano Jorge Lima. Analise os comentários que são feitos acerca de sua obra e, particularmente, acerca desse poema.
1) O poema exibe uma grande incidência de recursos reiterativos, sobretudo no âmbito da forma.
2) O poeta emprestou ao poema uma elaboração dialógica, muito semelhante às práticas sociais da conversação coloquial.
3) A obra poética de Jorge de Lima se insere na segunda geração dos modernistas brasileiros. Revelou-se um artista multifacetado, em constante mudança, pois recorreu a diferentes estilos e perspectivas estéticas.
4) Os dois últimos versos são bastante expressivos, pois exploram os efeitos de sentido provocados pelo recurso a uma homonímia.
Estão corretas as alternativas: