Uma significativa produção do Romantismo brasileiro — seja na prosa, seja na poesia — se inscreve na chamada vertente indianista. De Gonçalves Dias, passando por José de Alencar, Visconde de Taunay e Machado de Assis, o indianismo esteve presente em várias obras dos oitocentos. Dentre outras fontes, o indianismo vai beber os seus fundamentos literários em qual princípio filosófico?

Tema central: Esta questão aborda a relação entre o Indianismo do Romantismo brasileiro e fundamentos filosóficos que influenciaram a idealização do indígena como símbolo da identidade nacional.

Explicação didática: O Indianismo exaltou o indígena como herói puro, valente e virtuoso, especialmente nas obras de Gonçalves Dias e José de Alencar. Essa idealização foi inspirada em uma visão filosófica específica: o mito do “bom selvagem”, proposto por Jean-Jacques Rousseau. Segundo Rousseau, o homem é bom por natureza e só se corrompe pela sociedade. Esse pensamento foi adaptado pelos escritores românticos para construir uma identidade nacional, em oposição à influência europeia, colocando o índio como o exemplo do “homem puro”.

Justificativa da alternativa correta (C): O bom selvagem de Rousseau fundamenta diretamente o Indianismo. Ao associar o indígena a uma figura virtuosa, livre da corrupção da “civilização”, os autores românticos brasileiros incorporaram esse conceito para celebrar as raízes autênticas do país. O estudo das obras literárias e das ideias do século XIX mostra claramente essa assimilação – encontrando-se em livros como Iracema e O Guarani (Alencar).

Análise das alternativas incorretas:

• A) Cidade de Deus, de Santo Agostinho, aborda temas teológicos – não possui relação com a idealização do índio ou com o romantismo literário brasileiro.
• B) O positivismo, de Augusto Comte, defende o progresso científico e social, influenciando outros movimentos, mas não fundamenta o Indianismo.
• D) República de Platão discute justiça e a estrutura ideal de um Estado, não a imagem idealizada do índio.
• E) Utopia, de Thomas More, descreve sociedades perfeitas, mas não inspira diretamente a representação do indígena brasileiro.

Estratégias de prova: Sempre associe o Indianismo ao “bom selvagem” e ao debate sobre identidade nacional. Fique atento a pegadinhas: autores clássicos, filosofias utópicas ou religiosas podem parecer atraentes por associação de ideias, mas não têm relação com o fundamento do Indianismo no Brasil.

Resumo: O Indianismo romantiza o indígena baseando-se no “bom selvagem” de Rousseau (alternativa C). As demais alternativas tratam de visões filosóficas, religiosas ou políticas que não explicam a idealização do índio no Romantismo brasileiro.

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