Questõessobre Literatura

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UNIFESP 2019 - Literatura - Naturalismo, Modernismo, Parnasianismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

No trecho, o “sapo-tanoeiro” representa uma sátira aos

Leia o trecho do poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira.


O sapo-tanoeiro

[...]

Diz: — “Meu cancioneiro

É bem martelado.


Vede como primo

Em comer os hiatos!

Que arte! E nunca rimo

Os termos cognatos.


O meu verso é bom

Frumento sem joio.

Faço rimas com

Consoantes de apoio.


Vai por cinquenta anos

Que lhes dei a norma:

Reduzi sem danos

A formas a forma.


Clame a saparia

Em críticas céticas:

Não há mais poesia

Mas há artes poéticas...”


(Estrela da vida inteira, 1993.)



A
modernistas.
B
românticos.
C
naturalistas.
D
parnasianos.
E
árcades.
6c82a7a0-fd
UFT 2018 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Leia o fragmento do poema Cantoria, de Cora Coralina, para responder a QUESTÃO.

Cantoria
Meti o peito em Goiás
e canto como ninguém.
Canto as pedras,
canto as águas,
as lavadeiras, também.

Cantei um velho quintal
com murada de pedra.
Cantei um portão alto
com escada caída.

Cantei a casinha velha
de velha pobrezinha.
Cantei colcha furada
estendida no lajedo;
muito sentida,
pedi remendos pra ela. (...)

Fonte: CORALINA, Cora. Meu livro de Cordel. São Paulo: Global, 2013, p. 9. 

A partir da leitura do excerto de Cantoria, é INCORRETO afirmar que

A
o título do poema faz alusão ao universo ágrafo dos menestréis nordestinos que cantam repentes e narram estórias orais.
B
o poema Cantoria apresenta uma relação intrínseca entre ser e ter e revela a dualidade entre campo e cidade.
C
o poema Cantoria apresenta recursos estilísticos como rima, ritmo e repetição.
D
a poeta goiana parte de temas extraídos do cotidiano para criar sua poesia.
6c86988c-fd
UFT 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o fragmento de O visitante, de Hilda Hilst, para responder a QUESTÃO.


O visitante (1968)

ANA (tecendo ou próximo do tear, como se estivesse acabado de tecer alguma coisa): muitas vezes tenho saudade das tuas pequenas roupas. Eram tão macias! (sorrindo) Tinha uma touca que, por engano meu, quase te cobria os olhos.

MARIA (seca): É bem do que eu preciso ainda hoje: antolhos.

ANA (meiga): E uma camisola tão comprida... branca. Nos punhos e no decote, coloquei umas fitas. E te arrastavas, choravas se, de repente, na noite, não me vias.

MARIA: Agora vejo-te sempre. Cada noite. Cada dia. (pausa)

ANA: Eras mansa. Me amavas. Ainda me amas agora?

MARIA: Ah, que pergunta! As coisas se transformam. Nós também.

ANA: A casa ainda é a mesma. E a mesa e...

MARIA (interrompendo): A casa, a mesa... todas essas coisas vivem mais do que nós. Ficam aí paradas. E assim mesmo envelhecem. Tu pensas que são as mesmas coisas e não são. (...)


Fonte: HILST, Hilda. Volume I. São Paulo: Nankin Editorial, 2000, p. 101.


Considerando a leitura do trecho de O visitante, assinale a alternativa CORRETA quanto ao gênero literário.

A
Gênero Dramático, notadamente, por apresentar texto dialogado, rubrica, texto principal e texto secundário.
B
Gênero Narrativo, principalmente, pela forma em prosa, por apresentar narrador, personagens, tempo e espaço.
C
Gênero Lírico, especificamente, pela linguagem elaborada, pelo teor emotivo, ritmo e linguagem figurada.
D
Gênero Ensaístico, especialmente, pela clara opção de transitar entre a crônica e a escrita de si.
6c7e556d-fd
UFT 2018 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Leia o fragmento de Terra Sonâmbula, do escritor moçambicano Mia Couto, para responder a QUESTÃO.


Naquele lugar, a guerra tinha morto a estrada. Pelos caminhos só as hienas se arrastavam, focinhando entre cinzas e poeiras. A paisagem se mestiçara de tristezas nunca vistas, em cores que se pegavam à boca. Eram cores sujas, tão sujas que tinham perdido toda a leveza, esquecidas da ousadia de levantar asas pelo azul. Aqui, o céu se tornara impossível. E os viventes se acostumaram ao chão, em resignada aprendizagem da morte. (...)

COUTO, Mia. Terra sonâmbula. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 9.


Observando a passagem do romance, é CORRETO afirmar que

A
no trecho “Eram cores sujas, tão sujas que tinham perdido toda a leveza, esquecidas da ousadia de levantar asas pelo azul. ”, o narrador utiliza uma linguagem objetiva.
B
no trecho “Naquele lugar, a guerra tinha morto a estrada”, o narrador trata da reconstrução de lugares que passaram por alguma guerra.
C
no trecho “E os viventes se acostumaram ao chão, em resignada aprendizagem da morte”, o narrador descreve o que pode acontecer com as pessoas e outros seres na guerra.
D
no trecho “A paisagem se mestiçara de tristezas nunca vistas (...)”, o narrador retrata um cenário de esperança futura.
6c7a2fda-fd
UFT 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia a seguir o fragmento do poema Mundo Pequeno, de Manoel de Barros, para responder a QUESTÃO.


Mundo Pequeno

Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas
leituras não era a beleza das frases, mas a doença delas.
Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor,
esse gosto esquisito.
Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.
– Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável,
o Padre me disse.
Ele fez um limpamento em meus receios.
O Padre falou ainda: Manoel, isso não é doença,
pode muito que você carregue para o resto da
vida um certo gosto por nadas...
E se riu.
Você não é de bugre? – ele continuou.
Que sim, eu respondi.
Veja que bugre só pega por desvios, não anda em
estradas –
Pois é nos desvios que encontra as melhores
surpresas e os ariticuns maduros.
Há que apenas saber errar bem o seu idioma.
Esse Padre Ezequiel foi o meu primeiro professor de
agramática.


Fonte: BARROS, Manoel de. O livro das Ignorãças. In: Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010, p. 319-320.



O excerto do poema traz o descobrimento, inquietação e questionamento do menino Manoel pela “doença das frases”.

É CORRETO afirmar que esta doença pode ser lida como um desvio:

A
para o menino Manoel que não gostava de ler.
B
que constrói uma frase saudável errando bem o idioma.
C
da língua portuguesa, porque Padre Ezequiel era professor de gramática.
D
de caminho que pode render ao menino Manoel as melhores surpresas e ariticuns maduros.
c97ac454-fb
UNB 2019 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Tendo como referência o poema Canção do exílio , escrito pela poeta Gonçalves Dias e publicado em 1846, julgue o item a seguir.


Depreende-se do poema que o eu lírico considera impossível retornar à pátria “Onde canta o Sabiá”.

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar --- sozinho, à noite ---
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permitir Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias. Canção do exílio. Internet:<dominiopublico.org.br>..

C
Certo
E
Errado
c976bb2c-fb
UNB 2019 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Tendo como referência o poema Canção do exílio , escrito pela poeta Gonçalves Dias e publicado em 1846, julgue o item a seguir.


O poema é representante do nacionalismo literário romântico.

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar --- sozinho, à noite ---
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permitir Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias. Canção do exílio. Internet:<dominiopublico.org.br>..

C
Certo
E
Errado
c973d6b1-fb
UNB 2019 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Tendo como referência o poema Canção do exílio , escrito pela poeta Gonçalves Dias e publicado em 1846, julgue o item a seguir.


No verso “Não permita Deus que eu morra”, o eu lírico se dirige diretamente a Deus, tomando-o como seu interlocutor.

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar --- sozinho, à noite ---
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permitir Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias. Canção do exílio. Internet:<dominiopublico.org.br>..

C
Certo
E
Errado
c9661f85-fb
UNB 2019 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Considerando o poema Caos climático , de Graça Graúna, julgue o item a seguir.


Um recurso literário usado pela autora no poema é a atribuição de características humanas a figuras não humanas.

Caos climático

É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.

As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar ...
só ganância, mais nada.

É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.

Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista
com Graça Graúna (...).Palimpsesto, n.º 20, Ano 14, 2015, p. 146
C
Certo
E
Errado
c969da08-fb
UNB 2019 - Literatura - Versificação - Rimas, Estilística

Considerando o poema Caos climático , de Graça Graúna, julgue o item a seguir.


As repetições sonoras e a plurissignificação da linguagem são elementos da literariedade do poema.

Caos climático

É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.

As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar ...
só ganância, mais nada.

É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.

Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista
com Graça Graúna (...).Palimpsesto, n.º 20, Ano 14, 2015, p. 146
C
Certo
E
Errado
c9702c90-fb
UNB 2019 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Tendo como referência o poema Canção do exílio , escrito pela poeta Gonçalves Dias e publicado em 1846, julgue o item a seguir.


Na segunda estrofe, os pronomes possessivos “nosso”, “nossas”, “nossos” e “nossa” referem-se a elementos da pátria de onde o eu lírico está anterior.

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar --- sozinho, à noite ---
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permitir Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias. Canção do exílio. Internet:<dominiopublico.org.br>..

C
Certo
E
Errado
c96d51f3-fb
UNB 2019 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Tendo como referência o poema Canção do exílio, escrito pela poeta Gonçalves Dias e publicado em 1846, julgue o item a seguir.

Verifica-se no poema um sentimento de repulsa do eu lírico em relação à própria pátria, por estar em uma terra distante.

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar --- sozinho, à noite ---
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permitir Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias. Canção do exílio. Internet:<dominiopublico.org.br>..

C
Certo
E
Errado
c9632514-fb
UNB 2019 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Considerando o poema Caos climático , de Graça Graúna, julgue o item a seguir.


O eu lírico se apresenta como uma pessoa alheia ao movimento de degradação da natureza.

Caos climático

É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.

As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar ...
só ganância, mais nada.

É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.

Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista
com Graça Graúna (...).Palimpsesto, n.º 20, Ano 14, 2015, p. 146
C
Certo
E
Errado
c9606757-fb
UNB 2019 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Considerando o poema Caos climático , de Graça Graúna, julgue o item a seguir.


Graça Graúna emprega uma linguagem predominantemente denotativa ao falar dos quatro elementos da natureza.

Caos climático

É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.

As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar ...
só ganância, mais nada.

É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.

Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista
com Graça Graúna (...).Palimpsesto, n.º 20, Ano 14, 2015, p. 146
C
Certo
E
Errado
c95cc7da-fb
UNB 2019 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir.

O poema expresso o sentimento lírico de preocupação com a devastação da natureza em prol do lucro.

Caos climático

É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.

As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar ...
só ganância, mais nada.

É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.

Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista
com Graça Graúna (...).Palimpsesto, n.º 20, Ano 14, 2015, p. 146
C
Certo
E
Errado
c6513982-fc
FUVEST 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Um aspecto do poema em que se manifesta a persistência de um valor afirmado também no Modernismo da década de 1920 é o

 Considere as imagens e o texto, para responder à questão.



 II / São Francisco de Assis     


 Senhor, não mereço isto.           

  Não creio em vós para vos amar.

Trouxestesme a São Francisco  

e me fazeis vosso escravo.        

 

 Não entrarei, senhor, no templo,  

seu frontispício me basta.            

Vossas flores e querubins           

são matéria de muito amar.         


Dai-me, senhor, a só beleza         

destes ornatos. E não a alma.      

Pressente-se dor de homem,        

 paralela à das cinco chagas.          


 Mas entro e, senhor, me perco        

na rósea nave triunfal.                    

Por que tanto baixar o céu?            

 por que esta nova cilada?                


Senhor, os púlpitos mudos              

entretanto me sorriem.                   

Mais que vossa igreja, esta            

sabe a voz de me embalar.             


Perdão, senhor, por não amar-vos.

Carlos Drummond de Andrad

*O texto faz parte do conjunto de poemas “Estampas de Vila Rica”, que integra a edição crítica de Claro enigma. São Paulo: Cosac Naify, 2012

A
destaque dado às características regionais.
B
uso da variante oralpopular da linguagem.
C
elogio do sincretismo religioso.
D
interesse pelo passado da arte no Brasil.
E
delineamento do poema em feitio de oração.
c64d5acd-fc
FUVEST 2016 - Literatura - Barroco, Escolas Literárias

Analise as seguintes afirmações relativas à arquitetura das igrejas sob a estética do Barroco:


I. Unemse, no edifício, diferentes artes, para assaltar de uma vez os sentidos, de modo que o público não possa escapar.

II. O arquiteto procurava surpreender o observador, suscitando nele uma reação forte de maravilhamento.

III. A arquitetura e a ornamentação dos templos deviam encenar, entre outras coisas, a preeminência da Igreja.


A experiência que se expressa no poema de Drummond registra, em boa medida, as reações do eu lírico ao que se encontra registrado em

 Considere as imagens e o texto, para responder à questão.



 II / São Francisco de Assis     


 Senhor, não mereço isto.           

  Não creio em vós para vos amar.

Trouxestesme a São Francisco  

e me fazeis vosso escravo.        

 

 Não entrarei, senhor, no templo,  

seu frontispício me basta.            

Vossas flores e querubins           

são matéria de muito amar.         


Dai-me, senhor, a só beleza         

destes ornatos. E não a alma.      

Pressente-se dor de homem,        

 paralela à das cinco chagas.          


 Mas entro e, senhor, me perco        

na rósea nave triunfal.                    

Por que tanto baixar o céu?            

 por que esta nova cilada?                


Senhor, os púlpitos mudos              

entretanto me sorriem.                   

Mais que vossa igreja, esta            

sabe a voz de me embalar.             


Perdão, senhor, por não amar-vos.

Carlos Drummond de Andrad

*O texto faz parte do conjunto de poemas “Estampas de Vila Rica”, que integra a edição crítica de Claro enigma. São Paulo: Cosac Naify, 2012

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
II e III, apenas.
D
I e III, apenas.
E
I, II e III.
48a54971-f9
Univille 2017 - Literatura - Barroco, Modernismo: Concretismo, Escolas Literárias, Romantismo

Assinale a alternativa correta em relação à caracterização do autor.

A
O escritor “Visconde Taunay ficou conhecido sobretudo pela obra Inocência, romance em que narra a história de um amor impossível, tendo como cenário a exuberante natureza do Brasil Central, os costumes regionais e, sobretudo, peculiaridades da fala do nosso sertanejo”.
B
Sobre o estilo de João Guimarães Rosa, a crítica aponta como características fundamentais a clareza, a transparência e a correção. Em suas obras emprega regionalismos gauchescos, diferenciando-se assim dos escritores nordestinos.
C
A obra satírica de Gregório de Matos Guerra é complexa como o tempo em que ele viveu, assim como a visão cultural do período Romântico. O riso que seus romances provocam não diminui a força dos ataques às figuras corruptas da corte, no Rio de Janeiro.
D
Mário de Andrade, autor do livro de contos Brás, Bexiga e Barra Funda (1927), é também autor do Manifesto da Poesia Pau-Brasil, que propunha, basicamente, a “devoração” da cultura estrangeira e sua elaboração com autonomia.
fe5be75f-e7
CÁSPER LÍBERO 2014 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Os três poemas de Paulo Leminski reproduzidos acima apresentam um forte conteúdo:

Poema 1

o bicho alfabeto

tem vinte e três patas

ou quase


por onde ele passa

nascem palavras

e frases


com frases

se fazem asas

palavras

o vento leve


o bicho alfabeto

passa

fica o que não se escreve


Poema 2

operação de vista

De uma noite, vim.

Para uma noite, vamos,

uma rosa de Guimarães

nos ramos de Graciliano.


Finnegans Wake à direita

un coup de dés à esquerda

que coisa pode ser feita

que não seja pura perda?


Poema 3

Um bom poema

leva anos cinco jogando bola,

mais cinco estudando sânscrito,

seis carregando pedra,

nove namorando a vizinha,

sete levando porrada,

quatro andando sozinho,

três mudando de cidade,

dez trocando de assunto,

uma eternidade, eu e você,

caminhando junto

A
Metafísico.
B
Sinestésico.
C
Metalinguístico.
D
Paradoxal.
E
Metonímico.
fe581fad-e7
CÁSPER LÍBERO 2014 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Assinale a opção que apresenta corretamente a análise crítica de Toda poesia, de Paulo Leminski:

A
“O poeta, como se fosse parnasiano até os limites do delírio, substituiu a realidade social pela realidade imaginária da arte pura, desprezando a multidão e fazendo da poesia uma arma da reação, um narcótico dos intelectuais”. (Otto Maria Carpeaux).
B
“Mas a sensualidade exaltada (na linguagem) e reprimida, que se manifesta na lírica pelo acirramento e pela conciliação dos contrários, explode na poesia erótica, ou erótico-irônica, de outro modo”. (José Miguel Wisnik).
C
“É então que o poeta desgarrado e erradio, abandonado à própria sorte num mundo hostil, reencontra as imagens caras da infância, os cheiros, as cores, as ruas, os quintais de sua cidade natal: a cidade imaginária, fruto do desejo e do trabalho, que o homem carrega intacta na memória frente à catástrofe”. (Davi Arrigucci Jr.)
D
“Sua trajetória trouxe à luz as fraturas de toda vanguarda pós-68. O poeta tentou criar não só uma escrita, mas uma antropologia poética pela qual a aposta no acaso e nas técnicas ultramodernas de comunicação não inibisse o apelo a uma utopia comunitária”. (Alfredo Bosi).
E
“Entre o tema lamentoso (que pode fazer de uma canção do exílio uma canção sobre o exílio, isto é, conformista e perpetuadora da distância) e a altiva ‘ausência’ de tema (que só pode se reduzir ao tema-linguagem), o poeta prefere optar pela consciência presente e crítica do passado”. (Alcides Villaça).